O juiz Luiz Antonio Bonat da 13ª Vara Federal de Curitiba colocou no banco dos réus da Lava Jato o ex-presidente do grupo Jurong no Brasil, Martin Cheah Kok Choon e o operador financeiro Guilherme Esteves de Jesus. Eles foram denunciados pelo Ministério Público Federal por esquema que movimentou mais de R$ 100 milhões em propinas a partir de sete contratos de afretamento de sondas firmados com a Petrobrás.
De acordo com a Lava Jato, Guilherme Esteves realizou uma série de pagamento de propinas com o conhecimento e autorização do presidente da Jurong no Brasil para obter os contratos com a estatal, cujos valores ultrapassaram R$ 33 bilhões.
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A DECISÃO DE BONATAs vantagens ilícitas eram transferidas a partir de contas secretas mantidas pelo operador em Liechtenstein, principado europeu conhecido por ser um paraíso fiscal. As propinas caíam em contas secretas na Suíça mantidas pelos ex-executivos da Petrobras Renato Duque, Pedro Barusco e Eduardo Musa.
Parte dos lucros obtidos com os contratos foram repassados por Guilherme Esteves a Martin Chon por contas não declaradas mantidas por ambos em nome de off-shores. Mais de US$ 9 milhões foram transferidos do operador para o presidente do grupo Jurong.
O crime de lavagem de dinheiro ficou configurado pela série de transferências bancárias entre várias contas secretas no exterior, cujo objetivo final era criar um maior distanciamento entre a origem e o destino das propinas e dificultar o rastreamento dos valores por autoridades.
A Lava Jato rastreou os valores ilícitos desviados do Brasil e identificou transferências realizadas no exterior que totalizam US$ 24.507.238,65, equivalente a mais de R$ 100 milhões.
COM A PALAVRA, OS DENUNCIADOS A reportagem busca contato com a defesa dos denunciados. O espaço está aberto a manifestações (paulo.netto@estadao.com)