Para ampliar o bancos de dados de material genético usado na busca por pessoas desaparecidas, o Ministério da Justiça e Segurança Pública lança nesta terça-feira, 25, Dia Internacional da Criança Desaparecida, uma campanha nacional de coleta de DNA. A ideia é estimular que familiares compareçam para se submeter ao procedimento, um esfregaço da bochecha com cotonete, permitido o cadastro no sistema. Os pontos de coleta serão indicados pelas Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal e devem receber voluntários entre os dias 14 e 18 de junho.
"O material biológico permite, de forma mais ágil, o cruzamento com as pessoas encontradas", explica o Ministério da Justiça. Segundo a pasta, o Banco Nacional de Perfis Genéticos tem mais de 3,6 mil amostras não identificadas. Já os cadastros de DNA de familiares de pessoas desaparecidas não passam de 3 mil. "A ampliação do banco vai possibilitar o crescimento na identificação das pessoas localizadas e de restos mortais", acrescenta.
A coleta deve ser feita em familiares de primeiro grau da pessoa desaparecida, seguindo a ordem de preferência: pai e mãe; filhos e o genitor do filho da pessoa desaparecida; irmãos.
"No caso de filhos e irmãos, quantos forem possíveis. O DNA do próprio desaparecido é ainda mais eficiente para a busca. Então, sempre que disponível, os familiares deverão entregar itens de uso pessoal que contenham o DNA do desaparecido, tais como escova de dentes, escova de cabelo, aparelho de barbear, aliança, óculos, aparelho ortodôntico, dente de leite, amostra de cordão umbilical, entre outros", orienta o ministério.
A ação é voluntária, indolor e precedida da assinatura de um termo de consentimento. O perfil genético armazenado não é usado para nenhum outro fim, além da identificação do parente desaparecido, garante a pasta.
De acordo com a base de dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública, os Estados com maior número de registro de desaparecimentos são Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, todos na região Sudeste. Atualmente, constam cerca de 57 mil boletins de ocorrência de pessoas desaparecidas e não localizadas. Somente nos últimos dois anos, foram incluídos 22 mil boletins no sistema.