PAULO FREIRE que, hoje chegou, há cem anos. Daqui se foi em 1997.
Nele as palavras foram geradoras da percepção de uma Educação que liberta e amplia horizontes.
Sim, os limites do nosso mundo são os limites do nosso conhecimento.
Fala-nos de uma educação dialógica, própria de sujeitos, que não se assujeitam nem se prestam a serem objetos.
Pense bem, uma mesa não se importa em ser mesa, nem com ela se pode conversar. Em verdade, nem se incomoda em ser e permanecer mesa.
Ser humano é um ser de consciência sendo da sua natureza a percepção, a intencionalidade e a expressão tão mais aprimoradas e portadoras de futuro quando se "lê o mundo" para esperançar que "um novo mundo é possível".
Afinal, diz Paulo que se fez Freire:
"O homem como ser inacabado, que se sabe inacabado, que vive em busca de sua, que nunca encontra, por isso é que ele se educa"
Percebe-se nele, muito amor e fé que lhe dá e nos oferece o inalienável direito de esperançar o Futuro.
É mesmo, esperançar é o mais substantivo dos verbos.
É preciso arar o terreno, retirar as pedras e semear.
Anima-nos ser o homem: curioso, complexo e inacabado. Não há aluno melhor.
Então, esses sujeitos se educam mutuamente sob os olhares e influxos da mestre Vida
"Lendo o mundo", esse sujeito, que só o é mediante/perante um outro, promove um diálogo de saberes debruçado na problematização da realidade, construindo uma equação que tem o Futuro como resultado almejado.
Desnecessárias próteses ou órteses ideológicas a quem tem consciência que, por natureza, o rio segue em frente, sem que as margens que, dialética e dialogicamente, indicam o caminho, possam me aprisionar.
Assim, educado, fazemos história e nos fazemos históricos.
Mestre Freire, se, em ti, muito me inspiras, de ti, por vezes, discordo.
Em tantos e por tantos, me justifico...
Pois é, aprendi a "ler" e tomar gosto pela Vida...
*José Barroso Filho é ministro do Superior Tribunal Militar e conselheiro do Conselho Nacional de Educação