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Delator de Eduardo Cunha deu origem à nova ofensiva da PF contra JBS


Em maio de 2016, Fábio Cleto, ex-executivo da Caixa, revelou à Operação Lava Jato propinas para o ex-presidente da Câmara em pelo menos doze operações, uma delas relativa a obras em Três Lagoas (MT) do maior grupo de processamento de carnes do mundo

Por Josette Goulart e Fabio Serapião
JBS. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Ao ordenar a deflagração da Operação Bullish, nesta sexta-feira, 12, o juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10.ª Vara Federal em Brasília, destacou que a origem da nova ofensiva que pega o grupo JBS está nas revelações do ex-vice-presidente da Caixa, Fábio Cleto, delator do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ) - preso desde outubro de 2016, por ordem do juiz Sérgio Moro.

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OPERAÇÃO BULLISH

Em maio de 2016, Cleto fechou acordo de delação premiada com a força-tarefa do Ministério Público Federal na Operação Lava Jato e revelou um esquema de propinas no âmbito do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS), por meio de aportes milionários a grupos empresariais, entre eles o JBS.

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Operação Bullish mira os irmãos Joesley e Wesley Batista, controladores do maior grupo de processamento de carne do mundo. A Polícia Federal pediu a prisão preventiva dos irmãos, mas o juiz Ricardo Leite decidiu pela imposição de medidas alternativas que atingem inclusive todo o grupo - proibido de promover qualquer mudança estrutural e de incluir ou excluir sócios, o que trava o JBS.

"A prisão de seus sócios-fundadores poderá afetar ainda mais a já abalada imagem desta empresa, porquanto há pelo menos duas investigações, inclusive com prisões de indivíduos cujos depoimentos embasam esta investigação, como a do ex-parlamentar Eduardo Cunha e Fábio Cleto", assinalou o juiz Ricardo Leite ao decidir por não mandar prender os irmãos Joesley e Wesley Batista.

Cleto foi vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa entre 2011 e dezembro do ano passado, indicado ao cargo por Cunha. Ele integrava também o Comitê de Investimento do FI-FGTS, colegiado que aprova os repasses de recursos em empresas. Aos procuradores da Operação Lava Jato, o delator contou que tinha reuniões semanais com Eduardo Cunha, em Brasília, para informar detalhes de quais grupos buscavam apoio do banco público e definir quais seriam os alvos do achaque.

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Cleto se livrou da prisão depois que fechou o acordo de delação. Em seu relato ele apontou pelo menos doze grandes operações que teriam garantido a Eduardo Cunha propinas milionárias - segundo o delator, o ex-deputado embolsava comissões variáveis, de 0,3%, 0,5% ou até mais de 1% dos repasses feitos pelo Fundo.

Uma das propinas relatadas por Cleto refere-se à captação de recursos feita em 2012 pela Eldorado Brasil, empresa do grupo J&F, que também controla a Friboi. O valor pleiteado inicialmente foi de R$ 1,8 bilhão 'para obras numa fábrica em Três Lagoas (MT)', mas acabou reduzido para R$ 940 milhões. Neste caso, Cleto disse acreditar que Cunha tenha recebido valor superior a 1% como comissão. Ele afirmou que a parte do peemedebista foi de R$ 940 mil.

O delator afirmou que a negociação do aporte foi feita com o controlador da J&F, Joesley Batista, supostamente apresentado a ele pelo doleiro Lúcio Funaro num jantar na casa do operador financeiro. Funaro era um antigo aliado de Eduardo Cunha. Ele está preso em Brasília, desde julho de 2016.

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COM A PALAVRA, JBS

"A JBS informa que sempre pautou o seu relacionamento com bancos públicos e privados de maneira profissional e transparente. Todo o investimento do BNDES na Companhia foi feito por meio da BNDESPar, seu braço de participações, obedecendo a regras de mercado e dentro de todas as formalidades. Esses investimentos ocorreram sob o crivo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e em consonância com a legislação vigente. Não houve favor algum à empresa. Todos os atos societários advindos dos investimentos da BNDESPar foram praticados de acordo com a legislação do mercado de capitais brasileiro, são públicos e estão disponíveis no site da CVM e no site de relações com investidores da JBS."

JBS. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Ao ordenar a deflagração da Operação Bullish, nesta sexta-feira, 12, o juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10.ª Vara Federal em Brasília, destacou que a origem da nova ofensiva que pega o grupo JBS está nas revelações do ex-vice-presidente da Caixa, Fábio Cleto, delator do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ) - preso desde outubro de 2016, por ordem do juiz Sérgio Moro.

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OPERAÇÃO BULLISH

Em maio de 2016, Cleto fechou acordo de delação premiada com a força-tarefa do Ministério Público Federal na Operação Lava Jato e revelou um esquema de propinas no âmbito do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS), por meio de aportes milionários a grupos empresariais, entre eles o JBS.

Operação Bullish mira os irmãos Joesley e Wesley Batista, controladores do maior grupo de processamento de carne do mundo. A Polícia Federal pediu a prisão preventiva dos irmãos, mas o juiz Ricardo Leite decidiu pela imposição de medidas alternativas que atingem inclusive todo o grupo - proibido de promover qualquer mudança estrutural e de incluir ou excluir sócios, o que trava o JBS.

"A prisão de seus sócios-fundadores poderá afetar ainda mais a já abalada imagem desta empresa, porquanto há pelo menos duas investigações, inclusive com prisões de indivíduos cujos depoimentos embasam esta investigação, como a do ex-parlamentar Eduardo Cunha e Fábio Cleto", assinalou o juiz Ricardo Leite ao decidir por não mandar prender os irmãos Joesley e Wesley Batista.

Cleto foi vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa entre 2011 e dezembro do ano passado, indicado ao cargo por Cunha. Ele integrava também o Comitê de Investimento do FI-FGTS, colegiado que aprova os repasses de recursos em empresas. Aos procuradores da Operação Lava Jato, o delator contou que tinha reuniões semanais com Eduardo Cunha, em Brasília, para informar detalhes de quais grupos buscavam apoio do banco público e definir quais seriam os alvos do achaque.

Cleto se livrou da prisão depois que fechou o acordo de delação. Em seu relato ele apontou pelo menos doze grandes operações que teriam garantido a Eduardo Cunha propinas milionárias - segundo o delator, o ex-deputado embolsava comissões variáveis, de 0,3%, 0,5% ou até mais de 1% dos repasses feitos pelo Fundo.

Uma das propinas relatadas por Cleto refere-se à captação de recursos feita em 2012 pela Eldorado Brasil, empresa do grupo J&F, que também controla a Friboi. O valor pleiteado inicialmente foi de R$ 1,8 bilhão 'para obras numa fábrica em Três Lagoas (MT)', mas acabou reduzido para R$ 940 milhões. Neste caso, Cleto disse acreditar que Cunha tenha recebido valor superior a 1% como comissão. Ele afirmou que a parte do peemedebista foi de R$ 940 mil.

O delator afirmou que a negociação do aporte foi feita com o controlador da J&F, Joesley Batista, supostamente apresentado a ele pelo doleiro Lúcio Funaro num jantar na casa do operador financeiro. Funaro era um antigo aliado de Eduardo Cunha. Ele está preso em Brasília, desde julho de 2016.

COM A PALAVRA, JBS

"A JBS informa que sempre pautou o seu relacionamento com bancos públicos e privados de maneira profissional e transparente. Todo o investimento do BNDES na Companhia foi feito por meio da BNDESPar, seu braço de participações, obedecendo a regras de mercado e dentro de todas as formalidades. Esses investimentos ocorreram sob o crivo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e em consonância com a legislação vigente. Não houve favor algum à empresa. Todos os atos societários advindos dos investimentos da BNDESPar foram praticados de acordo com a legislação do mercado de capitais brasileiro, são públicos e estão disponíveis no site da CVM e no site de relações com investidores da JBS."

JBS. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Ao ordenar a deflagração da Operação Bullish, nesta sexta-feira, 12, o juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10.ª Vara Federal em Brasília, destacou que a origem da nova ofensiva que pega o grupo JBS está nas revelações do ex-vice-presidente da Caixa, Fábio Cleto, delator do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ) - preso desde outubro de 2016, por ordem do juiz Sérgio Moro.

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Em maio de 2016, Cleto fechou acordo de delação premiada com a força-tarefa do Ministério Público Federal na Operação Lava Jato e revelou um esquema de propinas no âmbito do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS), por meio de aportes milionários a grupos empresariais, entre eles o JBS.

Operação Bullish mira os irmãos Joesley e Wesley Batista, controladores do maior grupo de processamento de carne do mundo. A Polícia Federal pediu a prisão preventiva dos irmãos, mas o juiz Ricardo Leite decidiu pela imposição de medidas alternativas que atingem inclusive todo o grupo - proibido de promover qualquer mudança estrutural e de incluir ou excluir sócios, o que trava o JBS.

"A prisão de seus sócios-fundadores poderá afetar ainda mais a já abalada imagem desta empresa, porquanto há pelo menos duas investigações, inclusive com prisões de indivíduos cujos depoimentos embasam esta investigação, como a do ex-parlamentar Eduardo Cunha e Fábio Cleto", assinalou o juiz Ricardo Leite ao decidir por não mandar prender os irmãos Joesley e Wesley Batista.

Cleto foi vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa entre 2011 e dezembro do ano passado, indicado ao cargo por Cunha. Ele integrava também o Comitê de Investimento do FI-FGTS, colegiado que aprova os repasses de recursos em empresas. Aos procuradores da Operação Lava Jato, o delator contou que tinha reuniões semanais com Eduardo Cunha, em Brasília, para informar detalhes de quais grupos buscavam apoio do banco público e definir quais seriam os alvos do achaque.

Cleto se livrou da prisão depois que fechou o acordo de delação. Em seu relato ele apontou pelo menos doze grandes operações que teriam garantido a Eduardo Cunha propinas milionárias - segundo o delator, o ex-deputado embolsava comissões variáveis, de 0,3%, 0,5% ou até mais de 1% dos repasses feitos pelo Fundo.

Uma das propinas relatadas por Cleto refere-se à captação de recursos feita em 2012 pela Eldorado Brasil, empresa do grupo J&F, que também controla a Friboi. O valor pleiteado inicialmente foi de R$ 1,8 bilhão 'para obras numa fábrica em Três Lagoas (MT)', mas acabou reduzido para R$ 940 milhões. Neste caso, Cleto disse acreditar que Cunha tenha recebido valor superior a 1% como comissão. Ele afirmou que a parte do peemedebista foi de R$ 940 mil.

O delator afirmou que a negociação do aporte foi feita com o controlador da J&F, Joesley Batista, supostamente apresentado a ele pelo doleiro Lúcio Funaro num jantar na casa do operador financeiro. Funaro era um antigo aliado de Eduardo Cunha. Ele está preso em Brasília, desde julho de 2016.

COM A PALAVRA, JBS

"A JBS informa que sempre pautou o seu relacionamento com bancos públicos e privados de maneira profissional e transparente. Todo o investimento do BNDES na Companhia foi feito por meio da BNDESPar, seu braço de participações, obedecendo a regras de mercado e dentro de todas as formalidades. Esses investimentos ocorreram sob o crivo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e em consonância com a legislação vigente. Não houve favor algum à empresa. Todos os atos societários advindos dos investimentos da BNDESPar foram praticados de acordo com a legislação do mercado de capitais brasileiro, são públicos e estão disponíveis no site da CVM e no site de relações com investidores da JBS."

JBS. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Ao ordenar a deflagração da Operação Bullish, nesta sexta-feira, 12, o juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10.ª Vara Federal em Brasília, destacou que a origem da nova ofensiva que pega o grupo JBS está nas revelações do ex-vice-presidente da Caixa, Fábio Cleto, delator do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ) - preso desde outubro de 2016, por ordem do juiz Sérgio Moro.

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OPERAÇÃO BULLISH

Em maio de 2016, Cleto fechou acordo de delação premiada com a força-tarefa do Ministério Público Federal na Operação Lava Jato e revelou um esquema de propinas no âmbito do Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS), por meio de aportes milionários a grupos empresariais, entre eles o JBS.

Operação Bullish mira os irmãos Joesley e Wesley Batista, controladores do maior grupo de processamento de carne do mundo. A Polícia Federal pediu a prisão preventiva dos irmãos, mas o juiz Ricardo Leite decidiu pela imposição de medidas alternativas que atingem inclusive todo o grupo - proibido de promover qualquer mudança estrutural e de incluir ou excluir sócios, o que trava o JBS.

"A prisão de seus sócios-fundadores poderá afetar ainda mais a já abalada imagem desta empresa, porquanto há pelo menos duas investigações, inclusive com prisões de indivíduos cujos depoimentos embasam esta investigação, como a do ex-parlamentar Eduardo Cunha e Fábio Cleto", assinalou o juiz Ricardo Leite ao decidir por não mandar prender os irmãos Joesley e Wesley Batista.

Cleto foi vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa entre 2011 e dezembro do ano passado, indicado ao cargo por Cunha. Ele integrava também o Comitê de Investimento do FI-FGTS, colegiado que aprova os repasses de recursos em empresas. Aos procuradores da Operação Lava Jato, o delator contou que tinha reuniões semanais com Eduardo Cunha, em Brasília, para informar detalhes de quais grupos buscavam apoio do banco público e definir quais seriam os alvos do achaque.

Cleto se livrou da prisão depois que fechou o acordo de delação. Em seu relato ele apontou pelo menos doze grandes operações que teriam garantido a Eduardo Cunha propinas milionárias - segundo o delator, o ex-deputado embolsava comissões variáveis, de 0,3%, 0,5% ou até mais de 1% dos repasses feitos pelo Fundo.

Uma das propinas relatadas por Cleto refere-se à captação de recursos feita em 2012 pela Eldorado Brasil, empresa do grupo J&F, que também controla a Friboi. O valor pleiteado inicialmente foi de R$ 1,8 bilhão 'para obras numa fábrica em Três Lagoas (MT)', mas acabou reduzido para R$ 940 milhões. Neste caso, Cleto disse acreditar que Cunha tenha recebido valor superior a 1% como comissão. Ele afirmou que a parte do peemedebista foi de R$ 940 mil.

O delator afirmou que a negociação do aporte foi feita com o controlador da J&F, Joesley Batista, supostamente apresentado a ele pelo doleiro Lúcio Funaro num jantar na casa do operador financeiro. Funaro era um antigo aliado de Eduardo Cunha. Ele está preso em Brasília, desde julho de 2016.

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"A JBS informa que sempre pautou o seu relacionamento com bancos públicos e privados de maneira profissional e transparente. Todo o investimento do BNDES na Companhia foi feito por meio da BNDESPar, seu braço de participações, obedecendo a regras de mercado e dentro de todas as formalidades. Esses investimentos ocorreram sob o crivo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e em consonância com a legislação vigente. Não houve favor algum à empresa. Todos os atos societários advindos dos investimentos da BNDESPar foram praticados de acordo com a legislação do mercado de capitais brasileiro, são públicos e estão disponíveis no site da CVM e no site de relações com investidores da JBS."

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