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'Sem dúvida' Aécio recebeu propina em Furnas, afirma Delcídio


Primeiro político a fazer delação na Lava Jato, Delcídio Amaral detalha o esquema de corrupção na estatal de energia, já citado por outros dois delatores e que, segundo ele, era 'bastante azeitado'

Por Mateus Coutinho, Gustavo Aguiar, Isadora Peron, Beatriz Bulla, Eduardo Rodrigues, Fabio Fabrini e Adriano Ceolin
 Foto: Estadão

Em sua delação premiada, a mais forte da Lava Jato até agora, o senador e ex-líder do governo no Senado, Delcídio Amaral disse que "sem dúvida" o presidente nacional do PSDB senador Aécio Neves recebeu propina em um esquema de corrupção na estatal de energia Furnas que, segundo o delator, era semelhante ao da Petrobrás, envolvendo inclusive as mesmas empreiteiras.

O delator também disse que o tucano agiu para alterar dados bancários do Banco Rural, do esquema do mensalão, que poderiam 'atingir em cheio' Aécio e seus aliados.

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Com isso, já é o terceiro delator da Lava Jato que implica o tucano com a estatal de energia. Diferente dos outros, contudo, Delcídio tem experiência no setor elétrico, conhece o ex-diretor de Engenharia de Furnas Dimas Toledo, apontado como o responsável pelo esquema de corrupção, e disse ter ouvido do próprio ex-presidente Lula, em uma viagem em 2005, que Aécio o teria procurado pedindo que Toledo continuasse na estatal.

"Agora o PT, que era contra, está a favor. Pelo jeito ele está roubando muito!", teria dito o ex-presidente. Delcídio afirma que seria necessário muito dinheiro para manter três grandes frentes de pagamentos a três partidos importantes (o PP, o PSDB e o PT).

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Aécio Neves. Foto: Divulgação.

"Pode afirmar categoricamente que o esquema funcionava de maneira bastante 'azeitada' e de maneira bastante competente; que não ha dúvida nenhuma que o esquema existia; que Dimas era muito competente e era muito difícil perceber o esquema ilícito, mesmo para os demais diretores", segue o delator. Segundo Delcídio, o próprio PT e o PP, por meio de José Janene, também desviavam recursos da estatal de energia, em um esquema que teria durado "até uns quatro anos atrás", quando Dilma mudou as diretorias da estatal pois, segundo o delator, "a coisa passou da conta".

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Dimas é apontado por Delcídio como um "super diretor", com grande capilaridade política dentro de Furnas, e que os demais diretores eram "meros coadjuvantes" na empresa. De acordo com o senador, Dimas ainda tem grande influência política, tendo conseguido eleger deputado federal o filho Dimas Fabiano (PSDB-MG).

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O depoimento de Delcídio cita ainda a empresa Bauruense, do empresário Airton Daré, que segundo ele é próximo de Toledo e que, por isso, sua empresa cresceu quando ele era diretor da estatal de energia. A versão vai de encontro ao que o doleiro e também delator da Lava Jato Alberto Youssef afirmou aos investigadores sobre Aécio Neves. De acordo com Youssef, Aécio teria recebido R$ 4 milhões em propina da diretoria de Toledo dividida com o PP de José Janene, para quem o doleiro trabalhava. Na ocasião, a citação foi arquivada por ser baseada no que o doleiro teria "ouvido dizer" de Janene.

Além disso, o lobista Fernando Moura, que também prestou delação recente, afirmou em depoimento ao juiz Sérgio Moro que havia uma divisão de propina na diretoria de Furnas, sendo "um terço" para Aécio, um terço para o PT e um terço para o PP.

Moura, ligado ao PT, afirmou que logo após a eleição presidencial de 2002, vencida por Lula, foi feita uma reunião para discutir as nomeações para cargos em diretorias de autarquias e empresas públicas estratégicas da administração. Segundo ele, uma das diretorias era a de Furnas, apontada como cota do senador Aécio Neves.A investigação sobre a delação de Moura, feita em primeira instância, ainda tramita na Justiça.

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COM A PALAVRA, A ASSESSORIA DE AÉCIO NEVES:

"O senador Delcídio do Amaral citou o nome do senador Aécio Neves em três circunstâncias, todas elas falsas:

São citações mentirosas que não se sustentam na realidade e se referem apenas a "ouvir dizer" de terceiros.

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1 - Delcídio do Amaral se refere a uma fundação que a mãe do senador planejou criar no exterior. Trata-se de assunto requentado já amplamente divulgado nas redes petistas na internet e, inclusive, já investigado e arquivado pela Justiça e pelo Ministério Público Federal há vários anos.

O assunto em questão foi devidamente analisado e arquivado, há mais de cinco anos, em 2010, após a Justiça Federal e o MPF do Rio de Janeiro constatarem a inexistência de qualquer irregularidade. Não houve sequer abertura de ação penal.

Ano passado, membros do PT reuniram material divulgado na internet e voltaram a apresentar a mesma falsa denúncia à Procuradoria Geral da República. Após o fornecimento das informações, o assunto foi novamente arquivado. Desta vez pela PGR, mais uma vez constada a inexistência de qualquer irregularidade.

Em 2001, a mãe do senador Aécio Neves cogitou vender alguns imóveis e aplicar os recursos no exterior. No entanto, o projeto foi suspenso em função da doença do marido dela e a fundação não chegou a ser implementada de fato.

Para o projeto, ela buscou a assessoria de um profissional que havia sido durante anos representante oficial de instituição financeira internacional, legalmente constituída no Brasil, sr. Norbert Muller. À época do contato, não existia qualquer razão para se duvidar da idoneidade profissional do representante.

Durante os seis anos em que o projeto ficou em suspenso (período entre assinatura dos primeiros documentos e o cancelamento definitivo do projeto, em 2007, em função do agravamento do estado de saúde de seu marido), a responsável fez dois pagamentos, em moeda nacional, e no Brasil, ao sr. Muller, referentes a despesas cobradas por ele. Esses valores corresponderam a uma média anual de cerca de 5 mil dólares.

Esses valores foram transferidos pelo representante para uma conta e corresponderam à totalidade dos depósitos realizados que foram integralmente consumidos em pagamentos de taxas e honorários. A conta nunca foi movimentada.

A criação da fundação foi devidamente declarada no Imposto de Renda da titular.

2 - Sobre a menção ao nome do senador Aécio com relação a Furnas, Delcídio repete o que vem sendo amplamente disseminado há anos pelo PT que tenta criar falsas acusações envolvendo nomes da oposição.

É curioso observar a contradição na fala do delator já que ao mesmo tempo em que ele diz que a lista de Furnas é falsa, ele afirma que houve recursos destinados a políticos.

3 - O delator relaciona o nome do senador Aécio ao Banco Rural no contexto da CPMI dos Correios. O senador jamais tratou com o delator Delcídio de nenhum assunto referente à CPMI dos Correios. Também jamais pediu a ninguém que o fizesse.

Nunca manteve qualquer relação com o Banco Rural, teve conta corrente na instituição ou solicitou empréstimos.

É fácil demonstrar que o PSDB não atuou na CPMI dos Correios com o objetivo de proteger ninguém. Pelo contrário, pode ser comprovado o posicionamento do PSDB na CPMI em favor do aprofundamento das investigações de todas as denúncias feitas durante os trabalhos da Comissão, incluindo aquelas relacionadas a nomes de integrantes do partido.

Segue anexa cópia da nota divulgada à época sobre o relatório final dos trabalhos da CPMI dos Correios, no qual é sugerido o indiciamento de integrantes do PSDB envolvidos.

Por fim, e ainda sobre esse assunto, é fácil demonstrar que Delcídio do Amaral não está falando a verdade. Ele diz que foi a Minas tratar com o então governador Aécio de assunto referente à CPMI. É mentira. O relatório final da CPMI data de abril de 2006 e a viagem de Delcídio a Minas ocorreu dois meses depois, no dia 7 de junho de 2006. O que demonstra que ele não poderia ter tratado de assunto da CPMI já encerrada. Na verdade, o encontro ocorrido foi a pedido dele para tratar do apoio partidário a seu nome nas eleições estaduais, em 2006, quando ele pretendia ser candidato no Mato Grosso do Sul.

Assessoria de Imprensa do Senador Aécio Neves

Brasília - 15-03-16"

 

 Foto: Estadão

Em sua delação premiada, a mais forte da Lava Jato até agora, o senador e ex-líder do governo no Senado, Delcídio Amaral disse que "sem dúvida" o presidente nacional do PSDB senador Aécio Neves recebeu propina em um esquema de corrupção na estatal de energia Furnas que, segundo o delator, era semelhante ao da Petrobrás, envolvendo inclusive as mesmas empreiteiras.

O delator também disse que o tucano agiu para alterar dados bancários do Banco Rural, do esquema do mensalão, que poderiam 'atingir em cheio' Aécio e seus aliados.

Com isso, já é o terceiro delator da Lava Jato que implica o tucano com a estatal de energia. Diferente dos outros, contudo, Delcídio tem experiência no setor elétrico, conhece o ex-diretor de Engenharia de Furnas Dimas Toledo, apontado como o responsável pelo esquema de corrupção, e disse ter ouvido do próprio ex-presidente Lula, em uma viagem em 2005, que Aécio o teria procurado pedindo que Toledo continuasse na estatal.

"Agora o PT, que era contra, está a favor. Pelo jeito ele está roubando muito!", teria dito o ex-presidente. Delcídio afirma que seria necessário muito dinheiro para manter três grandes frentes de pagamentos a três partidos importantes (o PP, o PSDB e o PT).

Aécio Neves. Foto: Divulgação.

"Pode afirmar categoricamente que o esquema funcionava de maneira bastante 'azeitada' e de maneira bastante competente; que não ha dúvida nenhuma que o esquema existia; que Dimas era muito competente e era muito difícil perceber o esquema ilícito, mesmo para os demais diretores", segue o delator. Segundo Delcídio, o próprio PT e o PP, por meio de José Janene, também desviavam recursos da estatal de energia, em um esquema que teria durado "até uns quatro anos atrás", quando Dilma mudou as diretorias da estatal pois, segundo o delator, "a coisa passou da conta".

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Dimas é apontado por Delcídio como um "super diretor", com grande capilaridade política dentro de Furnas, e que os demais diretores eram "meros coadjuvantes" na empresa. De acordo com o senador, Dimas ainda tem grande influência política, tendo conseguido eleger deputado federal o filho Dimas Fabiano (PSDB-MG).

O depoimento de Delcídio cita ainda a empresa Bauruense, do empresário Airton Daré, que segundo ele é próximo de Toledo e que, por isso, sua empresa cresceu quando ele era diretor da estatal de energia. A versão vai de encontro ao que o doleiro e também delator da Lava Jato Alberto Youssef afirmou aos investigadores sobre Aécio Neves. De acordo com Youssef, Aécio teria recebido R$ 4 milhões em propina da diretoria de Toledo dividida com o PP de José Janene, para quem o doleiro trabalhava. Na ocasião, a citação foi arquivada por ser baseada no que o doleiro teria "ouvido dizer" de Janene.

Além disso, o lobista Fernando Moura, que também prestou delação recente, afirmou em depoimento ao juiz Sérgio Moro que havia uma divisão de propina na diretoria de Furnas, sendo "um terço" para Aécio, um terço para o PT e um terço para o PP.

Moura, ligado ao PT, afirmou que logo após a eleição presidencial de 2002, vencida por Lula, foi feita uma reunião para discutir as nomeações para cargos em diretorias de autarquias e empresas públicas estratégicas da administração. Segundo ele, uma das diretorias era a de Furnas, apontada como cota do senador Aécio Neves.A investigação sobre a delação de Moura, feita em primeira instância, ainda tramita na Justiça.

COM A PALAVRA, A ASSESSORIA DE AÉCIO NEVES:

"O senador Delcídio do Amaral citou o nome do senador Aécio Neves em três circunstâncias, todas elas falsas:

São citações mentirosas que não se sustentam na realidade e se referem apenas a "ouvir dizer" de terceiros.

1 - Delcídio do Amaral se refere a uma fundação que a mãe do senador planejou criar no exterior. Trata-se de assunto requentado já amplamente divulgado nas redes petistas na internet e, inclusive, já investigado e arquivado pela Justiça e pelo Ministério Público Federal há vários anos.

O assunto em questão foi devidamente analisado e arquivado, há mais de cinco anos, em 2010, após a Justiça Federal e o MPF do Rio de Janeiro constatarem a inexistência de qualquer irregularidade. Não houve sequer abertura de ação penal.

Ano passado, membros do PT reuniram material divulgado na internet e voltaram a apresentar a mesma falsa denúncia à Procuradoria Geral da República. Após o fornecimento das informações, o assunto foi novamente arquivado. Desta vez pela PGR, mais uma vez constada a inexistência de qualquer irregularidade.

Em 2001, a mãe do senador Aécio Neves cogitou vender alguns imóveis e aplicar os recursos no exterior. No entanto, o projeto foi suspenso em função da doença do marido dela e a fundação não chegou a ser implementada de fato.

Para o projeto, ela buscou a assessoria de um profissional que havia sido durante anos representante oficial de instituição financeira internacional, legalmente constituída no Brasil, sr. Norbert Muller. À época do contato, não existia qualquer razão para se duvidar da idoneidade profissional do representante.

Durante os seis anos em que o projeto ficou em suspenso (período entre assinatura dos primeiros documentos e o cancelamento definitivo do projeto, em 2007, em função do agravamento do estado de saúde de seu marido), a responsável fez dois pagamentos, em moeda nacional, e no Brasil, ao sr. Muller, referentes a despesas cobradas por ele. Esses valores corresponderam a uma média anual de cerca de 5 mil dólares.

Esses valores foram transferidos pelo representante para uma conta e corresponderam à totalidade dos depósitos realizados que foram integralmente consumidos em pagamentos de taxas e honorários. A conta nunca foi movimentada.

A criação da fundação foi devidamente declarada no Imposto de Renda da titular.

2 - Sobre a menção ao nome do senador Aécio com relação a Furnas, Delcídio repete o que vem sendo amplamente disseminado há anos pelo PT que tenta criar falsas acusações envolvendo nomes da oposição.

É curioso observar a contradição na fala do delator já que ao mesmo tempo em que ele diz que a lista de Furnas é falsa, ele afirma que houve recursos destinados a políticos.

3 - O delator relaciona o nome do senador Aécio ao Banco Rural no contexto da CPMI dos Correios. O senador jamais tratou com o delator Delcídio de nenhum assunto referente à CPMI dos Correios. Também jamais pediu a ninguém que o fizesse.

Nunca manteve qualquer relação com o Banco Rural, teve conta corrente na instituição ou solicitou empréstimos.

É fácil demonstrar que o PSDB não atuou na CPMI dos Correios com o objetivo de proteger ninguém. Pelo contrário, pode ser comprovado o posicionamento do PSDB na CPMI em favor do aprofundamento das investigações de todas as denúncias feitas durante os trabalhos da Comissão, incluindo aquelas relacionadas a nomes de integrantes do partido.

Segue anexa cópia da nota divulgada à época sobre o relatório final dos trabalhos da CPMI dos Correios, no qual é sugerido o indiciamento de integrantes do PSDB envolvidos.

Por fim, e ainda sobre esse assunto, é fácil demonstrar que Delcídio do Amaral não está falando a verdade. Ele diz que foi a Minas tratar com o então governador Aécio de assunto referente à CPMI. É mentira. O relatório final da CPMI data de abril de 2006 e a viagem de Delcídio a Minas ocorreu dois meses depois, no dia 7 de junho de 2006. O que demonstra que ele não poderia ter tratado de assunto da CPMI já encerrada. Na verdade, o encontro ocorrido foi a pedido dele para tratar do apoio partidário a seu nome nas eleições estaduais, em 2006, quando ele pretendia ser candidato no Mato Grosso do Sul.

Assessoria de Imprensa do Senador Aécio Neves

Brasília - 15-03-16"

 

 Foto: Estadão

Em sua delação premiada, a mais forte da Lava Jato até agora, o senador e ex-líder do governo no Senado, Delcídio Amaral disse que "sem dúvida" o presidente nacional do PSDB senador Aécio Neves recebeu propina em um esquema de corrupção na estatal de energia Furnas que, segundo o delator, era semelhante ao da Petrobrás, envolvendo inclusive as mesmas empreiteiras.

O delator também disse que o tucano agiu para alterar dados bancários do Banco Rural, do esquema do mensalão, que poderiam 'atingir em cheio' Aécio e seus aliados.

Com isso, já é o terceiro delator da Lava Jato que implica o tucano com a estatal de energia. Diferente dos outros, contudo, Delcídio tem experiência no setor elétrico, conhece o ex-diretor de Engenharia de Furnas Dimas Toledo, apontado como o responsável pelo esquema de corrupção, e disse ter ouvido do próprio ex-presidente Lula, em uma viagem em 2005, que Aécio o teria procurado pedindo que Toledo continuasse na estatal.

"Agora o PT, que era contra, está a favor. Pelo jeito ele está roubando muito!", teria dito o ex-presidente. Delcídio afirma que seria necessário muito dinheiro para manter três grandes frentes de pagamentos a três partidos importantes (o PP, o PSDB e o PT).

Aécio Neves. Foto: Divulgação.

"Pode afirmar categoricamente que o esquema funcionava de maneira bastante 'azeitada' e de maneira bastante competente; que não ha dúvida nenhuma que o esquema existia; que Dimas era muito competente e era muito difícil perceber o esquema ilícito, mesmo para os demais diretores", segue o delator. Segundo Delcídio, o próprio PT e o PP, por meio de José Janene, também desviavam recursos da estatal de energia, em um esquema que teria durado "até uns quatro anos atrás", quando Dilma mudou as diretorias da estatal pois, segundo o delator, "a coisa passou da conta".

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Dimas é apontado por Delcídio como um "super diretor", com grande capilaridade política dentro de Furnas, e que os demais diretores eram "meros coadjuvantes" na empresa. De acordo com o senador, Dimas ainda tem grande influência política, tendo conseguido eleger deputado federal o filho Dimas Fabiano (PSDB-MG).

O depoimento de Delcídio cita ainda a empresa Bauruense, do empresário Airton Daré, que segundo ele é próximo de Toledo e que, por isso, sua empresa cresceu quando ele era diretor da estatal de energia. A versão vai de encontro ao que o doleiro e também delator da Lava Jato Alberto Youssef afirmou aos investigadores sobre Aécio Neves. De acordo com Youssef, Aécio teria recebido R$ 4 milhões em propina da diretoria de Toledo dividida com o PP de José Janene, para quem o doleiro trabalhava. Na ocasião, a citação foi arquivada por ser baseada no que o doleiro teria "ouvido dizer" de Janene.

Além disso, o lobista Fernando Moura, que também prestou delação recente, afirmou em depoimento ao juiz Sérgio Moro que havia uma divisão de propina na diretoria de Furnas, sendo "um terço" para Aécio, um terço para o PT e um terço para o PP.

Moura, ligado ao PT, afirmou que logo após a eleição presidencial de 2002, vencida por Lula, foi feita uma reunião para discutir as nomeações para cargos em diretorias de autarquias e empresas públicas estratégicas da administração. Segundo ele, uma das diretorias era a de Furnas, apontada como cota do senador Aécio Neves.A investigação sobre a delação de Moura, feita em primeira instância, ainda tramita na Justiça.

COM A PALAVRA, A ASSESSORIA DE AÉCIO NEVES:

"O senador Delcídio do Amaral citou o nome do senador Aécio Neves em três circunstâncias, todas elas falsas:

São citações mentirosas que não se sustentam na realidade e se referem apenas a "ouvir dizer" de terceiros.

1 - Delcídio do Amaral se refere a uma fundação que a mãe do senador planejou criar no exterior. Trata-se de assunto requentado já amplamente divulgado nas redes petistas na internet e, inclusive, já investigado e arquivado pela Justiça e pelo Ministério Público Federal há vários anos.

O assunto em questão foi devidamente analisado e arquivado, há mais de cinco anos, em 2010, após a Justiça Federal e o MPF do Rio de Janeiro constatarem a inexistência de qualquer irregularidade. Não houve sequer abertura de ação penal.

Ano passado, membros do PT reuniram material divulgado na internet e voltaram a apresentar a mesma falsa denúncia à Procuradoria Geral da República. Após o fornecimento das informações, o assunto foi novamente arquivado. Desta vez pela PGR, mais uma vez constada a inexistência de qualquer irregularidade.

Em 2001, a mãe do senador Aécio Neves cogitou vender alguns imóveis e aplicar os recursos no exterior. No entanto, o projeto foi suspenso em função da doença do marido dela e a fundação não chegou a ser implementada de fato.

Para o projeto, ela buscou a assessoria de um profissional que havia sido durante anos representante oficial de instituição financeira internacional, legalmente constituída no Brasil, sr. Norbert Muller. À época do contato, não existia qualquer razão para se duvidar da idoneidade profissional do representante.

Durante os seis anos em que o projeto ficou em suspenso (período entre assinatura dos primeiros documentos e o cancelamento definitivo do projeto, em 2007, em função do agravamento do estado de saúde de seu marido), a responsável fez dois pagamentos, em moeda nacional, e no Brasil, ao sr. Muller, referentes a despesas cobradas por ele. Esses valores corresponderam a uma média anual de cerca de 5 mil dólares.

Esses valores foram transferidos pelo representante para uma conta e corresponderam à totalidade dos depósitos realizados que foram integralmente consumidos em pagamentos de taxas e honorários. A conta nunca foi movimentada.

A criação da fundação foi devidamente declarada no Imposto de Renda da titular.

2 - Sobre a menção ao nome do senador Aécio com relação a Furnas, Delcídio repete o que vem sendo amplamente disseminado há anos pelo PT que tenta criar falsas acusações envolvendo nomes da oposição.

É curioso observar a contradição na fala do delator já que ao mesmo tempo em que ele diz que a lista de Furnas é falsa, ele afirma que houve recursos destinados a políticos.

3 - O delator relaciona o nome do senador Aécio ao Banco Rural no contexto da CPMI dos Correios. O senador jamais tratou com o delator Delcídio de nenhum assunto referente à CPMI dos Correios. Também jamais pediu a ninguém que o fizesse.

Nunca manteve qualquer relação com o Banco Rural, teve conta corrente na instituição ou solicitou empréstimos.

É fácil demonstrar que o PSDB não atuou na CPMI dos Correios com o objetivo de proteger ninguém. Pelo contrário, pode ser comprovado o posicionamento do PSDB na CPMI em favor do aprofundamento das investigações de todas as denúncias feitas durante os trabalhos da Comissão, incluindo aquelas relacionadas a nomes de integrantes do partido.

Segue anexa cópia da nota divulgada à época sobre o relatório final dos trabalhos da CPMI dos Correios, no qual é sugerido o indiciamento de integrantes do PSDB envolvidos.

Por fim, e ainda sobre esse assunto, é fácil demonstrar que Delcídio do Amaral não está falando a verdade. Ele diz que foi a Minas tratar com o então governador Aécio de assunto referente à CPMI. É mentira. O relatório final da CPMI data de abril de 2006 e a viagem de Delcídio a Minas ocorreu dois meses depois, no dia 7 de junho de 2006. O que demonstra que ele não poderia ter tratado de assunto da CPMI já encerrada. Na verdade, o encontro ocorrido foi a pedido dele para tratar do apoio partidário a seu nome nas eleições estaduais, em 2006, quando ele pretendia ser candidato no Mato Grosso do Sul.

Assessoria de Imprensa do Senador Aécio Neves

Brasília - 15-03-16"

 

 Foto: Estadão

Em sua delação premiada, a mais forte da Lava Jato até agora, o senador e ex-líder do governo no Senado, Delcídio Amaral disse que "sem dúvida" o presidente nacional do PSDB senador Aécio Neves recebeu propina em um esquema de corrupção na estatal de energia Furnas que, segundo o delator, era semelhante ao da Petrobrás, envolvendo inclusive as mesmas empreiteiras.

O delator também disse que o tucano agiu para alterar dados bancários do Banco Rural, do esquema do mensalão, que poderiam 'atingir em cheio' Aécio e seus aliados.

Com isso, já é o terceiro delator da Lava Jato que implica o tucano com a estatal de energia. Diferente dos outros, contudo, Delcídio tem experiência no setor elétrico, conhece o ex-diretor de Engenharia de Furnas Dimas Toledo, apontado como o responsável pelo esquema de corrupção, e disse ter ouvido do próprio ex-presidente Lula, em uma viagem em 2005, que Aécio o teria procurado pedindo que Toledo continuasse na estatal.

"Agora o PT, que era contra, está a favor. Pelo jeito ele está roubando muito!", teria dito o ex-presidente. Delcídio afirma que seria necessário muito dinheiro para manter três grandes frentes de pagamentos a três partidos importantes (o PP, o PSDB e o PT).

Aécio Neves. Foto: Divulgação.

"Pode afirmar categoricamente que o esquema funcionava de maneira bastante 'azeitada' e de maneira bastante competente; que não ha dúvida nenhuma que o esquema existia; que Dimas era muito competente e era muito difícil perceber o esquema ilícito, mesmo para os demais diretores", segue o delator. Segundo Delcídio, o próprio PT e o PP, por meio de José Janene, também desviavam recursos da estatal de energia, em um esquema que teria durado "até uns quatro anos atrás", quando Dilma mudou as diretorias da estatal pois, segundo o delator, "a coisa passou da conta".

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Dimas é apontado por Delcídio como um "super diretor", com grande capilaridade política dentro de Furnas, e que os demais diretores eram "meros coadjuvantes" na empresa. De acordo com o senador, Dimas ainda tem grande influência política, tendo conseguido eleger deputado federal o filho Dimas Fabiano (PSDB-MG).

O depoimento de Delcídio cita ainda a empresa Bauruense, do empresário Airton Daré, que segundo ele é próximo de Toledo e que, por isso, sua empresa cresceu quando ele era diretor da estatal de energia. A versão vai de encontro ao que o doleiro e também delator da Lava Jato Alberto Youssef afirmou aos investigadores sobre Aécio Neves. De acordo com Youssef, Aécio teria recebido R$ 4 milhões em propina da diretoria de Toledo dividida com o PP de José Janene, para quem o doleiro trabalhava. Na ocasião, a citação foi arquivada por ser baseada no que o doleiro teria "ouvido dizer" de Janene.

Além disso, o lobista Fernando Moura, que também prestou delação recente, afirmou em depoimento ao juiz Sérgio Moro que havia uma divisão de propina na diretoria de Furnas, sendo "um terço" para Aécio, um terço para o PT e um terço para o PP.

Moura, ligado ao PT, afirmou que logo após a eleição presidencial de 2002, vencida por Lula, foi feita uma reunião para discutir as nomeações para cargos em diretorias de autarquias e empresas públicas estratégicas da administração. Segundo ele, uma das diretorias era a de Furnas, apontada como cota do senador Aécio Neves.A investigação sobre a delação de Moura, feita em primeira instância, ainda tramita na Justiça.

COM A PALAVRA, A ASSESSORIA DE AÉCIO NEVES:

"O senador Delcídio do Amaral citou o nome do senador Aécio Neves em três circunstâncias, todas elas falsas:

São citações mentirosas que não se sustentam na realidade e se referem apenas a "ouvir dizer" de terceiros.

1 - Delcídio do Amaral se refere a uma fundação que a mãe do senador planejou criar no exterior. Trata-se de assunto requentado já amplamente divulgado nas redes petistas na internet e, inclusive, já investigado e arquivado pela Justiça e pelo Ministério Público Federal há vários anos.

O assunto em questão foi devidamente analisado e arquivado, há mais de cinco anos, em 2010, após a Justiça Federal e o MPF do Rio de Janeiro constatarem a inexistência de qualquer irregularidade. Não houve sequer abertura de ação penal.

Ano passado, membros do PT reuniram material divulgado na internet e voltaram a apresentar a mesma falsa denúncia à Procuradoria Geral da República. Após o fornecimento das informações, o assunto foi novamente arquivado. Desta vez pela PGR, mais uma vez constada a inexistência de qualquer irregularidade.

Em 2001, a mãe do senador Aécio Neves cogitou vender alguns imóveis e aplicar os recursos no exterior. No entanto, o projeto foi suspenso em função da doença do marido dela e a fundação não chegou a ser implementada de fato.

Para o projeto, ela buscou a assessoria de um profissional que havia sido durante anos representante oficial de instituição financeira internacional, legalmente constituída no Brasil, sr. Norbert Muller. À época do contato, não existia qualquer razão para se duvidar da idoneidade profissional do representante.

Durante os seis anos em que o projeto ficou em suspenso (período entre assinatura dos primeiros documentos e o cancelamento definitivo do projeto, em 2007, em função do agravamento do estado de saúde de seu marido), a responsável fez dois pagamentos, em moeda nacional, e no Brasil, ao sr. Muller, referentes a despesas cobradas por ele. Esses valores corresponderam a uma média anual de cerca de 5 mil dólares.

Esses valores foram transferidos pelo representante para uma conta e corresponderam à totalidade dos depósitos realizados que foram integralmente consumidos em pagamentos de taxas e honorários. A conta nunca foi movimentada.

A criação da fundação foi devidamente declarada no Imposto de Renda da titular.

2 - Sobre a menção ao nome do senador Aécio com relação a Furnas, Delcídio repete o que vem sendo amplamente disseminado há anos pelo PT que tenta criar falsas acusações envolvendo nomes da oposição.

É curioso observar a contradição na fala do delator já que ao mesmo tempo em que ele diz que a lista de Furnas é falsa, ele afirma que houve recursos destinados a políticos.

3 - O delator relaciona o nome do senador Aécio ao Banco Rural no contexto da CPMI dos Correios. O senador jamais tratou com o delator Delcídio de nenhum assunto referente à CPMI dos Correios. Também jamais pediu a ninguém que o fizesse.

Nunca manteve qualquer relação com o Banco Rural, teve conta corrente na instituição ou solicitou empréstimos.

É fácil demonstrar que o PSDB não atuou na CPMI dos Correios com o objetivo de proteger ninguém. Pelo contrário, pode ser comprovado o posicionamento do PSDB na CPMI em favor do aprofundamento das investigações de todas as denúncias feitas durante os trabalhos da Comissão, incluindo aquelas relacionadas a nomes de integrantes do partido.

Segue anexa cópia da nota divulgada à época sobre o relatório final dos trabalhos da CPMI dos Correios, no qual é sugerido o indiciamento de integrantes do PSDB envolvidos.

Por fim, e ainda sobre esse assunto, é fácil demonstrar que Delcídio do Amaral não está falando a verdade. Ele diz que foi a Minas tratar com o então governador Aécio de assunto referente à CPMI. É mentira. O relatório final da CPMI data de abril de 2006 e a viagem de Delcídio a Minas ocorreu dois meses depois, no dia 7 de junho de 2006. O que demonstra que ele não poderia ter tratado de assunto da CPMI já encerrada. Na verdade, o encontro ocorrido foi a pedido dele para tratar do apoio partidário a seu nome nas eleições estaduais, em 2006, quando ele pretendia ser candidato no Mato Grosso do Sul.

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