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Diretor-geral da PF é exonerado; delegados alertam que 'sucessivas trocas no comando geram consequências'


Delegado Paulo Maiurino é substituído por Márcio Nunes, atual número 2 do Ministério da Justiça; troca pegou de surpresa delegados da corporação, motivo não foi divulgado pelo ministro Anderson Torres, que tuitou a mudança no comando da Polícia Federal

Por Breno Pires e Daniel Weterman/BRASÍLIA
O diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino. FOTO: DANIEL ESTEVÃO/MJSP  

O diretor-geral da Polícia Federal, delegado Paulo Maiurino, foi exonerado do cargo, em uma decisão que pegou de surpresa os delegados da corporação. Quarto dirigente da PF no mandato do presidente Jair Bolsonaro em meio a uma sucessão de crises, o delegado havia assumido o cargo em abril de 2021. Em seu lugar, entrará um homem de confiança do atual ministro da Justiça, Anderson Torres.

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O novo diretor da PF será o delegado Marcio Nunes de Oliveira, que é amigo do ministro, ingressou na Polícia Federal na mesma geração e ocupava atualmente o cargo de secretário-executivo do Ministério da Justiça. Com o apoio de Bolsonaro, o ministro Anderson Torres que deve deixar o posto para disputar eleição ao Senado pelo Distrito Federal em outubro.

As mudanças foram tornadas públicas em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) publicada na tarde desta sexta-feira, 25. A portaria foi assinada pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, baluarte do Centrão e presidente nacional do Progressistas.

Ainda sem motivo informado, a troca tornará o comando da Polícia Federal mais próximo do ministro da Justiça, Anderson Torres, que, apesar de ser delegado, é bastante político e transita bem no Congresso e é amigo pessoal do presidente Jair Bolsonaro.

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A exoneração de Paulo Maiurino publicada no Diário Oficial. Foto: DOU/Reprodução

Delegados ouvidos reservadamente pelo Estadão disseram que a troca foi inesperada, pois não havia rumores de mudança no cargo. Maiurino ficou apenas dez meses no cargo. Seu antecessor, Rolando Souza, por sua vez, durou onze meses. Agora ex-diretor da Polícia Federal, Maiurino recebeu como "prêmio de consolação" a Secretaria Nacional de Política sobre Drogas (Senad).

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As mudanças foram tornadas públicas em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) publicada na tarde desta sexta-feira, 25. O ministro da Justiça, Anderson Torres, em seguida, foi ao Twitter informar que "convidou" Paulo Maiurino para assumir a "relevante função de secretário da Senad". Na mesma mensagem, disse que o novo diretor-geral da PF, Márcio Nunes, deixa um "grande legado" como secretário-executivo do Ministério da Justiça.

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Nos bastidores da Polícia Federal, delegados comentam que a ida de Paulo Maiurino para a Direção-Geral da Polícia Federal foi por uma indicação interna, que o ministro Anderson Torres aceitou. Mas há relatos divergentes sobre o relacionamento entre os dois: parte dos delegados diz que eles eram bem alinhados, outra parte diz que não tinham uma relação próxima.

O novo diretor-geral, porém, é afinadíssimo com Anderson Torres. Márcio Nunes de Oliveira foi superintendente da Polícia Federal no Distrito Federal e é respeitado dentro da instituição.

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A gestão de Paulo Maiurino na Polícia Federal ficará marcada por desentendimentos com delegados. Ele demitiu, por exemplo, o delegado Hugo de Barros Correia da superintendência da corporação em Brasília um dia após ficar sabendo de última hora da realização de uma operação que envolvia aliados bolsonaristas.

Márcio Nunes de Oliveira, novo diretor-geral da PF. Foto: Tom Costa / MJSP
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Delegados ressaltam consequências de 'sucessivas' trocas

Os peritos criminais federais, importante braço da PF que cuida exclusivamente da análise de documentos e outras provas que abastecem os inquéritos de polícia judiciária, receberam com 'preocupação' mais uma troca no topo da instituição. Maiurino é o terceiro diretor- geral que se despede do cargo no governo Jair Bolsonaro, o que indica instabilidade em um órgão crucial para o Palácio do Planalto.

Antes dele, os delegados Maurício Valeixo (era Sérgio Moro como ministro da Justiça) e Rolando Alexandre ocuparam a cadeira número 1 da PF. Entre tais nomes, o delegado Alexandre Ramagem chegou a ser nomeado para o cargo, mas sua posse acabou suspensa por ordem do Supremo Tribunal Federal.

O presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais, Marcos Camargo, ressaltou que mudanças frequentes na chefia da PF fragilizam a instituição. "A prerrogativa de mudar a direção da PF não deve ser confundida com uma espécie de carta branca para destituir, em períodos tão curtos e sem apresentação de critérios objetivos, os dirigentes máximos do órgão", ressaltou, em nota.

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal e a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal também se manifestaram sobre a mudança na PF, afirmando que Márcio Nunes de Oliveira tem "currículo condizente com as responsabilidades e desafios do cargo que agora passa a ocupar".

Por outro lado, as entidades ponderaram que as "sucessivas" trocas no comando da instituição geram "consequências administrativas e de gestão, que podem prejudicar a celeridade e a continuidade do trabalho" da corporação.

O diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino. FOTO: DANIEL ESTEVÃO/MJSP  

O diretor-geral da Polícia Federal, delegado Paulo Maiurino, foi exonerado do cargo, em uma decisão que pegou de surpresa os delegados da corporação. Quarto dirigente da PF no mandato do presidente Jair Bolsonaro em meio a uma sucessão de crises, o delegado havia assumido o cargo em abril de 2021. Em seu lugar, entrará um homem de confiança do atual ministro da Justiça, Anderson Torres.

O novo diretor da PF será o delegado Marcio Nunes de Oliveira, que é amigo do ministro, ingressou na Polícia Federal na mesma geração e ocupava atualmente o cargo de secretário-executivo do Ministério da Justiça. Com o apoio de Bolsonaro, o ministro Anderson Torres que deve deixar o posto para disputar eleição ao Senado pelo Distrito Federal em outubro.

As mudanças foram tornadas públicas em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) publicada na tarde desta sexta-feira, 25. A portaria foi assinada pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, baluarte do Centrão e presidente nacional do Progressistas.

Ainda sem motivo informado, a troca tornará o comando da Polícia Federal mais próximo do ministro da Justiça, Anderson Torres, que, apesar de ser delegado, é bastante político e transita bem no Congresso e é amigo pessoal do presidente Jair Bolsonaro.

A exoneração de Paulo Maiurino publicada no Diário Oficial. Foto: DOU/Reprodução

Delegados ouvidos reservadamente pelo Estadão disseram que a troca foi inesperada, pois não havia rumores de mudança no cargo. Maiurino ficou apenas dez meses no cargo. Seu antecessor, Rolando Souza, por sua vez, durou onze meses. Agora ex-diretor da Polícia Federal, Maiurino recebeu como "prêmio de consolação" a Secretaria Nacional de Política sobre Drogas (Senad).

As mudanças foram tornadas públicas em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) publicada na tarde desta sexta-feira, 25. O ministro da Justiça, Anderson Torres, em seguida, foi ao Twitter informar que "convidou" Paulo Maiurino para assumir a "relevante função de secretário da Senad". Na mesma mensagem, disse que o novo diretor-geral da PF, Márcio Nunes, deixa um "grande legado" como secretário-executivo do Ministério da Justiça.

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Nos bastidores da Polícia Federal, delegados comentam que a ida de Paulo Maiurino para a Direção-Geral da Polícia Federal foi por uma indicação interna, que o ministro Anderson Torres aceitou. Mas há relatos divergentes sobre o relacionamento entre os dois: parte dos delegados diz que eles eram bem alinhados, outra parte diz que não tinham uma relação próxima.

O novo diretor-geral, porém, é afinadíssimo com Anderson Torres. Márcio Nunes de Oliveira foi superintendente da Polícia Federal no Distrito Federal e é respeitado dentro da instituição.

A gestão de Paulo Maiurino na Polícia Federal ficará marcada por desentendimentos com delegados. Ele demitiu, por exemplo, o delegado Hugo de Barros Correia da superintendência da corporação em Brasília um dia após ficar sabendo de última hora da realização de uma operação que envolvia aliados bolsonaristas.

Márcio Nunes de Oliveira, novo diretor-geral da PF. Foto: Tom Costa / MJSP

Delegados ressaltam consequências de 'sucessivas' trocas

Os peritos criminais federais, importante braço da PF que cuida exclusivamente da análise de documentos e outras provas que abastecem os inquéritos de polícia judiciária, receberam com 'preocupação' mais uma troca no topo da instituição. Maiurino é o terceiro diretor- geral que se despede do cargo no governo Jair Bolsonaro, o que indica instabilidade em um órgão crucial para o Palácio do Planalto.

Antes dele, os delegados Maurício Valeixo (era Sérgio Moro como ministro da Justiça) e Rolando Alexandre ocuparam a cadeira número 1 da PF. Entre tais nomes, o delegado Alexandre Ramagem chegou a ser nomeado para o cargo, mas sua posse acabou suspensa por ordem do Supremo Tribunal Federal.

O presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais, Marcos Camargo, ressaltou que mudanças frequentes na chefia da PF fragilizam a instituição. "A prerrogativa de mudar a direção da PF não deve ser confundida com uma espécie de carta branca para destituir, em períodos tão curtos e sem apresentação de critérios objetivos, os dirigentes máximos do órgão", ressaltou, em nota.

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal e a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal também se manifestaram sobre a mudança na PF, afirmando que Márcio Nunes de Oliveira tem "currículo condizente com as responsabilidades e desafios do cargo que agora passa a ocupar".

Por outro lado, as entidades ponderaram que as "sucessivas" trocas no comando da instituição geram "consequências administrativas e de gestão, que podem prejudicar a celeridade e a continuidade do trabalho" da corporação.

O diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino. FOTO: DANIEL ESTEVÃO/MJSP  

O diretor-geral da Polícia Federal, delegado Paulo Maiurino, foi exonerado do cargo, em uma decisão que pegou de surpresa os delegados da corporação. Quarto dirigente da PF no mandato do presidente Jair Bolsonaro em meio a uma sucessão de crises, o delegado havia assumido o cargo em abril de 2021. Em seu lugar, entrará um homem de confiança do atual ministro da Justiça, Anderson Torres.

O novo diretor da PF será o delegado Marcio Nunes de Oliveira, que é amigo do ministro, ingressou na Polícia Federal na mesma geração e ocupava atualmente o cargo de secretário-executivo do Ministério da Justiça. Com o apoio de Bolsonaro, o ministro Anderson Torres que deve deixar o posto para disputar eleição ao Senado pelo Distrito Federal em outubro.

As mudanças foram tornadas públicas em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) publicada na tarde desta sexta-feira, 25. A portaria foi assinada pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, baluarte do Centrão e presidente nacional do Progressistas.

Ainda sem motivo informado, a troca tornará o comando da Polícia Federal mais próximo do ministro da Justiça, Anderson Torres, que, apesar de ser delegado, é bastante político e transita bem no Congresso e é amigo pessoal do presidente Jair Bolsonaro.

A exoneração de Paulo Maiurino publicada no Diário Oficial. Foto: DOU/Reprodução

Delegados ouvidos reservadamente pelo Estadão disseram que a troca foi inesperada, pois não havia rumores de mudança no cargo. Maiurino ficou apenas dez meses no cargo. Seu antecessor, Rolando Souza, por sua vez, durou onze meses. Agora ex-diretor da Polícia Federal, Maiurino recebeu como "prêmio de consolação" a Secretaria Nacional de Política sobre Drogas (Senad).

As mudanças foram tornadas públicas em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) publicada na tarde desta sexta-feira, 25. O ministro da Justiça, Anderson Torres, em seguida, foi ao Twitter informar que "convidou" Paulo Maiurino para assumir a "relevante função de secretário da Senad". Na mesma mensagem, disse que o novo diretor-geral da PF, Márcio Nunes, deixa um "grande legado" como secretário-executivo do Ministério da Justiça.

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Nos bastidores da Polícia Federal, delegados comentam que a ida de Paulo Maiurino para a Direção-Geral da Polícia Federal foi por uma indicação interna, que o ministro Anderson Torres aceitou. Mas há relatos divergentes sobre o relacionamento entre os dois: parte dos delegados diz que eles eram bem alinhados, outra parte diz que não tinham uma relação próxima.

O novo diretor-geral, porém, é afinadíssimo com Anderson Torres. Márcio Nunes de Oliveira foi superintendente da Polícia Federal no Distrito Federal e é respeitado dentro da instituição.

A gestão de Paulo Maiurino na Polícia Federal ficará marcada por desentendimentos com delegados. Ele demitiu, por exemplo, o delegado Hugo de Barros Correia da superintendência da corporação em Brasília um dia após ficar sabendo de última hora da realização de uma operação que envolvia aliados bolsonaristas.

Márcio Nunes de Oliveira, novo diretor-geral da PF. Foto: Tom Costa / MJSP

Delegados ressaltam consequências de 'sucessivas' trocas

Os peritos criminais federais, importante braço da PF que cuida exclusivamente da análise de documentos e outras provas que abastecem os inquéritos de polícia judiciária, receberam com 'preocupação' mais uma troca no topo da instituição. Maiurino é o terceiro diretor- geral que se despede do cargo no governo Jair Bolsonaro, o que indica instabilidade em um órgão crucial para o Palácio do Planalto.

Antes dele, os delegados Maurício Valeixo (era Sérgio Moro como ministro da Justiça) e Rolando Alexandre ocuparam a cadeira número 1 da PF. Entre tais nomes, o delegado Alexandre Ramagem chegou a ser nomeado para o cargo, mas sua posse acabou suspensa por ordem do Supremo Tribunal Federal.

O presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais, Marcos Camargo, ressaltou que mudanças frequentes na chefia da PF fragilizam a instituição. "A prerrogativa de mudar a direção da PF não deve ser confundida com uma espécie de carta branca para destituir, em períodos tão curtos e sem apresentação de critérios objetivos, os dirigentes máximos do órgão", ressaltou, em nota.

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal e a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal também se manifestaram sobre a mudança na PF, afirmando que Márcio Nunes de Oliveira tem "currículo condizente com as responsabilidades e desafios do cargo que agora passa a ocupar".

Por outro lado, as entidades ponderaram que as "sucessivas" trocas no comando da instituição geram "consequências administrativas e de gestão, que podem prejudicar a celeridade e a continuidade do trabalho" da corporação.

O diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino. FOTO: DANIEL ESTEVÃO/MJSP  

O diretor-geral da Polícia Federal, delegado Paulo Maiurino, foi exonerado do cargo, em uma decisão que pegou de surpresa os delegados da corporação. Quarto dirigente da PF no mandato do presidente Jair Bolsonaro em meio a uma sucessão de crises, o delegado havia assumido o cargo em abril de 2021. Em seu lugar, entrará um homem de confiança do atual ministro da Justiça, Anderson Torres.

O novo diretor da PF será o delegado Marcio Nunes de Oliveira, que é amigo do ministro, ingressou na Polícia Federal na mesma geração e ocupava atualmente o cargo de secretário-executivo do Ministério da Justiça. Com o apoio de Bolsonaro, o ministro Anderson Torres que deve deixar o posto para disputar eleição ao Senado pelo Distrito Federal em outubro.

As mudanças foram tornadas públicas em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) publicada na tarde desta sexta-feira, 25. A portaria foi assinada pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, baluarte do Centrão e presidente nacional do Progressistas.

Ainda sem motivo informado, a troca tornará o comando da Polícia Federal mais próximo do ministro da Justiça, Anderson Torres, que, apesar de ser delegado, é bastante político e transita bem no Congresso e é amigo pessoal do presidente Jair Bolsonaro.

A exoneração de Paulo Maiurino publicada no Diário Oficial. Foto: DOU/Reprodução

Delegados ouvidos reservadamente pelo Estadão disseram que a troca foi inesperada, pois não havia rumores de mudança no cargo. Maiurino ficou apenas dez meses no cargo. Seu antecessor, Rolando Souza, por sua vez, durou onze meses. Agora ex-diretor da Polícia Federal, Maiurino recebeu como "prêmio de consolação" a Secretaria Nacional de Política sobre Drogas (Senad).

As mudanças foram tornadas públicas em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) publicada na tarde desta sexta-feira, 25. O ministro da Justiça, Anderson Torres, em seguida, foi ao Twitter informar que "convidou" Paulo Maiurino para assumir a "relevante função de secretário da Senad". Na mesma mensagem, disse que o novo diretor-geral da PF, Márcio Nunes, deixa um "grande legado" como secretário-executivo do Ministério da Justiça.

?s=24

Nos bastidores da Polícia Federal, delegados comentam que a ida de Paulo Maiurino para a Direção-Geral da Polícia Federal foi por uma indicação interna, que o ministro Anderson Torres aceitou. Mas há relatos divergentes sobre o relacionamento entre os dois: parte dos delegados diz que eles eram bem alinhados, outra parte diz que não tinham uma relação próxima.

O novo diretor-geral, porém, é afinadíssimo com Anderson Torres. Márcio Nunes de Oliveira foi superintendente da Polícia Federal no Distrito Federal e é respeitado dentro da instituição.

A gestão de Paulo Maiurino na Polícia Federal ficará marcada por desentendimentos com delegados. Ele demitiu, por exemplo, o delegado Hugo de Barros Correia da superintendência da corporação em Brasília um dia após ficar sabendo de última hora da realização de uma operação que envolvia aliados bolsonaristas.

Márcio Nunes de Oliveira, novo diretor-geral da PF. Foto: Tom Costa / MJSP

Delegados ressaltam consequências de 'sucessivas' trocas

Os peritos criminais federais, importante braço da PF que cuida exclusivamente da análise de documentos e outras provas que abastecem os inquéritos de polícia judiciária, receberam com 'preocupação' mais uma troca no topo da instituição. Maiurino é o terceiro diretor- geral que se despede do cargo no governo Jair Bolsonaro, o que indica instabilidade em um órgão crucial para o Palácio do Planalto.

Antes dele, os delegados Maurício Valeixo (era Sérgio Moro como ministro da Justiça) e Rolando Alexandre ocuparam a cadeira número 1 da PF. Entre tais nomes, o delegado Alexandre Ramagem chegou a ser nomeado para o cargo, mas sua posse acabou suspensa por ordem do Supremo Tribunal Federal.

O presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais, Marcos Camargo, ressaltou que mudanças frequentes na chefia da PF fragilizam a instituição. "A prerrogativa de mudar a direção da PF não deve ser confundida com uma espécie de carta branca para destituir, em períodos tão curtos e sem apresentação de critérios objetivos, os dirigentes máximos do órgão", ressaltou, em nota.

A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal e a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal também se manifestaram sobre a mudança na PF, afirmando que Márcio Nunes de Oliveira tem "currículo condizente com as responsabilidades e desafios do cargo que agora passa a ocupar".

Por outro lado, as entidades ponderaram que as "sucessivas" trocas no comando da instituição geram "consequências administrativas e de gestão, que podem prejudicar a celeridade e a continuidade do trabalho" da corporação.

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