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Em casa onde falta o pão (e sensatez), todos brigam e ninguém tem razão


Por José Pena
José Pena. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Ao longo da semana passada, vários indicadores reforçaram a perspectiva de uma enorme contração econômica global na esteira da pandemia da covid-19. Longe de excepcionais em relação a tantos outros, dois deles já bastam para ilustrar a magnitude do choque econômico atual.

De um lado, o volume de pedidos de auxílio desemprego nos EUA no período de quatro semanas encerrado em 10/04 atingiu a impressionante marca de 22 milhões. Para acumular montante similar, seria necessário somar os pedidos das 101 semanas anteriores!

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De outro lado, a China registrou uma queda no PIB do 1T20 de 6,8% em relação a igual período do ano anterior. O gráfico abaixo ilustra bem a dimensão e o ineditismo desse dado, que serve como referência do que pode ser enfrentado por outras economias, embora o impacto maior no Ocidente deva se concentrar nos números referentes ao segundo trimestre deste ano.

Diante do elevado custo econômico da pandemia, sinais, ainda que tênues, de uma possível retomada da normalidade ajudam a animar os ativos financeiros globais. Alguns países europeus começaram a suavizar medidas mais severas de distanciamento social, ao mesmo tempo em que o governo dos EUA definiu parâmetros que deveriam ser seguidos para, gradualmente, retomar a atividade econômica e social ao longo das próximas semanas. Resta saber se o avanço ainda expressivo da pandemia permitirá esse recomeço no futuro próximo.

Numa semana em que (1) o Banco Mundial e o FMI divulgaram estimativas de uma queda de 5% do PIB brasileiro neste ano, (2) o Secretário do Tesouro Nacional, Mansueto de Almeida, sinalizou que o déficit público primário de 2020 pode alcançar R$ 600 bilhões - ou cerca de 8% do PIB e que, (3) o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) projeta a manutenção de déficits primários até pelo menos 2023 - o que representaria uma década ininterrupta de resultados fiscais negativos, a crise política entre o Executivo e boa parte do Legislativo federal subiu vários graus numa escala que já se mostrava longe de positiva.

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Diante do desafio de combater a pandemia, seu impacto econômico de curto prazo, bem como seus efeitos deletérios de longo prazo, é preocupante a atual falta de coordenação e cooperação que se assiste nesse momento entre os poderes da República. Já seria suficientemente desafiador superar esse quadro havendo uma maior harmonia. Sem ela, o custo da crise certamente se mostrará maior e a velocidade/intensidade da recuperação será bem mais modesta do que seria desejável, com inevitáveis efeitos sobre os preços dos principais ativos brasileiros.

*José Pena é economista-chefe da Porto Seguro Investimentos

José Pena. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Ao longo da semana passada, vários indicadores reforçaram a perspectiva de uma enorme contração econômica global na esteira da pandemia da covid-19. Longe de excepcionais em relação a tantos outros, dois deles já bastam para ilustrar a magnitude do choque econômico atual.

De um lado, o volume de pedidos de auxílio desemprego nos EUA no período de quatro semanas encerrado em 10/04 atingiu a impressionante marca de 22 milhões. Para acumular montante similar, seria necessário somar os pedidos das 101 semanas anteriores!

De outro lado, a China registrou uma queda no PIB do 1T20 de 6,8% em relação a igual período do ano anterior. O gráfico abaixo ilustra bem a dimensão e o ineditismo desse dado, que serve como referência do que pode ser enfrentado por outras economias, embora o impacto maior no Ocidente deva se concentrar nos números referentes ao segundo trimestre deste ano.

Diante do elevado custo econômico da pandemia, sinais, ainda que tênues, de uma possível retomada da normalidade ajudam a animar os ativos financeiros globais. Alguns países europeus começaram a suavizar medidas mais severas de distanciamento social, ao mesmo tempo em que o governo dos EUA definiu parâmetros que deveriam ser seguidos para, gradualmente, retomar a atividade econômica e social ao longo das próximas semanas. Resta saber se o avanço ainda expressivo da pandemia permitirá esse recomeço no futuro próximo.

Numa semana em que (1) o Banco Mundial e o FMI divulgaram estimativas de uma queda de 5% do PIB brasileiro neste ano, (2) o Secretário do Tesouro Nacional, Mansueto de Almeida, sinalizou que o déficit público primário de 2020 pode alcançar R$ 600 bilhões - ou cerca de 8% do PIB e que, (3) o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) projeta a manutenção de déficits primários até pelo menos 2023 - o que representaria uma década ininterrupta de resultados fiscais negativos, a crise política entre o Executivo e boa parte do Legislativo federal subiu vários graus numa escala que já se mostrava longe de positiva.

Diante do desafio de combater a pandemia, seu impacto econômico de curto prazo, bem como seus efeitos deletérios de longo prazo, é preocupante a atual falta de coordenação e cooperação que se assiste nesse momento entre os poderes da República. Já seria suficientemente desafiador superar esse quadro havendo uma maior harmonia. Sem ela, o custo da crise certamente se mostrará maior e a velocidade/intensidade da recuperação será bem mais modesta do que seria desejável, com inevitáveis efeitos sobre os preços dos principais ativos brasileiros.

*José Pena é economista-chefe da Porto Seguro Investimentos

José Pena. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Ao longo da semana passada, vários indicadores reforçaram a perspectiva de uma enorme contração econômica global na esteira da pandemia da covid-19. Longe de excepcionais em relação a tantos outros, dois deles já bastam para ilustrar a magnitude do choque econômico atual.

De um lado, o volume de pedidos de auxílio desemprego nos EUA no período de quatro semanas encerrado em 10/04 atingiu a impressionante marca de 22 milhões. Para acumular montante similar, seria necessário somar os pedidos das 101 semanas anteriores!

De outro lado, a China registrou uma queda no PIB do 1T20 de 6,8% em relação a igual período do ano anterior. O gráfico abaixo ilustra bem a dimensão e o ineditismo desse dado, que serve como referência do que pode ser enfrentado por outras economias, embora o impacto maior no Ocidente deva se concentrar nos números referentes ao segundo trimestre deste ano.

Diante do elevado custo econômico da pandemia, sinais, ainda que tênues, de uma possível retomada da normalidade ajudam a animar os ativos financeiros globais. Alguns países europeus começaram a suavizar medidas mais severas de distanciamento social, ao mesmo tempo em que o governo dos EUA definiu parâmetros que deveriam ser seguidos para, gradualmente, retomar a atividade econômica e social ao longo das próximas semanas. Resta saber se o avanço ainda expressivo da pandemia permitirá esse recomeço no futuro próximo.

Numa semana em que (1) o Banco Mundial e o FMI divulgaram estimativas de uma queda de 5% do PIB brasileiro neste ano, (2) o Secretário do Tesouro Nacional, Mansueto de Almeida, sinalizou que o déficit público primário de 2020 pode alcançar R$ 600 bilhões - ou cerca de 8% do PIB e que, (3) o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) projeta a manutenção de déficits primários até pelo menos 2023 - o que representaria uma década ininterrupta de resultados fiscais negativos, a crise política entre o Executivo e boa parte do Legislativo federal subiu vários graus numa escala que já se mostrava longe de positiva.

Diante do desafio de combater a pandemia, seu impacto econômico de curto prazo, bem como seus efeitos deletérios de longo prazo, é preocupante a atual falta de coordenação e cooperação que se assiste nesse momento entre os poderes da República. Já seria suficientemente desafiador superar esse quadro havendo uma maior harmonia. Sem ela, o custo da crise certamente se mostrará maior e a velocidade/intensidade da recuperação será bem mais modesta do que seria desejável, com inevitáveis efeitos sobre os preços dos principais ativos brasileiros.

*José Pena é economista-chefe da Porto Seguro Investimentos

José Pena. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Ao longo da semana passada, vários indicadores reforçaram a perspectiva de uma enorme contração econômica global na esteira da pandemia da covid-19. Longe de excepcionais em relação a tantos outros, dois deles já bastam para ilustrar a magnitude do choque econômico atual.

De um lado, o volume de pedidos de auxílio desemprego nos EUA no período de quatro semanas encerrado em 10/04 atingiu a impressionante marca de 22 milhões. Para acumular montante similar, seria necessário somar os pedidos das 101 semanas anteriores!

De outro lado, a China registrou uma queda no PIB do 1T20 de 6,8% em relação a igual período do ano anterior. O gráfico abaixo ilustra bem a dimensão e o ineditismo desse dado, que serve como referência do que pode ser enfrentado por outras economias, embora o impacto maior no Ocidente deva se concentrar nos números referentes ao segundo trimestre deste ano.

Diante do elevado custo econômico da pandemia, sinais, ainda que tênues, de uma possível retomada da normalidade ajudam a animar os ativos financeiros globais. Alguns países europeus começaram a suavizar medidas mais severas de distanciamento social, ao mesmo tempo em que o governo dos EUA definiu parâmetros que deveriam ser seguidos para, gradualmente, retomar a atividade econômica e social ao longo das próximas semanas. Resta saber se o avanço ainda expressivo da pandemia permitirá esse recomeço no futuro próximo.

Numa semana em que (1) o Banco Mundial e o FMI divulgaram estimativas de uma queda de 5% do PIB brasileiro neste ano, (2) o Secretário do Tesouro Nacional, Mansueto de Almeida, sinalizou que o déficit público primário de 2020 pode alcançar R$ 600 bilhões - ou cerca de 8% do PIB e que, (3) o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) projeta a manutenção de déficits primários até pelo menos 2023 - o que representaria uma década ininterrupta de resultados fiscais negativos, a crise política entre o Executivo e boa parte do Legislativo federal subiu vários graus numa escala que já se mostrava longe de positiva.

Diante do desafio de combater a pandemia, seu impacto econômico de curto prazo, bem como seus efeitos deletérios de longo prazo, é preocupante a atual falta de coordenação e cooperação que se assiste nesse momento entre os poderes da República. Já seria suficientemente desafiador superar esse quadro havendo uma maior harmonia. Sem ela, o custo da crise certamente se mostrará maior e a velocidade/intensidade da recuperação será bem mais modesta do que seria desejável, com inevitáveis efeitos sobre os preços dos principais ativos brasileiros.

*José Pena é economista-chefe da Porto Seguro Investimentos

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