Denunciado pelo Ministério Público Federal, o banqueiro José João Abdalla Filho, o Juca Abdalla, tornou-se réu em mais uma ação penal por sonegação tributária. Desta vez, segundo a Procuradoria, ele responderá pelo crime após acumular uma dívida de R$ 617 milhões com a Receita, referente a impostos que teriam deixado de ser pagos entre 2006 e 2008. A Procuradoria afirma que 'as irregularidades foram cometidas na gestão da S.A. Central de Imóveis e Construções, companhia que o empresário comandava à época em Araçatuba (SP)'.
As informações foram divulgadas pela Procuradoria em São Paulo. O número da ação penal é 0000083-42.2019.4.03.6107.
Abdalla é dono também do Banco Clássico, no qual ele mantinha uma conta por onde passou parte dos recursos não declarados.
A partir dessas transações, as autoridades fiscais analisaram a contabilidade da empresa imobiliária e constataram que mais de R$ 480 milhões em receitas haviam sido omitidos dos livros diários no período.
"A manobra viabilizou a sonegação de uma série de tributos que incidiria sobre esse montante, entre eles o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e parcelas do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins)", afirma a Procuradoria.
Além dos impostos em atraso, a dívida consolidada de R$ 617 milhões com a Receita inclui a aplicação de juros e multas.
Durante as investigações, embora tenha negado a prática de sonegação, 'Abdalla não justificou a ausência dos registros na contabilidade da S.A. Central de Imóveis e Construções nem apresentou documentos que demonstrassem a regularidade do faturamento da empresa'.
Esta não é a primeira ação penal que o Ministério Público Federal propôs contra Abdalla por sonegação de tributos.
Ele já é réu em um processo criminal que tramita na Justiça Federal em Americana (SP) por supostamente omitir das autoridades fiscais mais de R$ 3 milhões recebidos em 2010 e 2011 pela Jupem Participações e Empreendimentos, empresa da qual é diretor-presidente.
O dinheiro seria oriundo do arrendamento de imóveis rurais da companhia a uma usina de açúcar da região.
COM A PALAVRA, JUCA ABDALLA
A reportagem tenta contato com Juca Abdalla. O espaço está aberto para manifestações.