Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

Lava Jato mantém obras de arte de lobista no museu


Justiça rejeita pedido de Milton Pascowitch, preso em maio pela Operação Lava Jato por suposto pagamento de propinas no esquema de corrupção na Petrobrás; ele queria de volta quadros e esculturas que a Polícia Federal apreendeu em sua residência

Por Redação
Milton Pascowitch em fevereiro de 2015, quando prestou depoimento à PF. Foto: Sérgio Castro/AE

Por Ricardo Brandt, Julia Affonso e Fausto Macedo

continua após a publicidade

A Justiça Federal decidiu que os quadros e as esculturas apreendidas na residência do lobista Milton Pascowitch, alvo da Operação Lava Jato, devem permanecer sob guarda do Museu Oscar Niemeyer, no Paraná. A decisão é da juíza Gabriela Hardt, da 13.ª Vara Criminal Federal em Curitiba. Ela negou pedido de Pascowitch, que pretendia reaver o acervo e manter as obras de arte sob custódia em sua própria casa. O lobista indicou como fiel depositária Mara Barbedo Pascowitch. Um irmão dele, José Adolfo, fez o mesmo pedido, também rejeitado.

As esculturas e os quadros foram apreendidos pela Polícia Federal no mesmo dia da prisão de Milton Pascowitch. A PF quer que as obras fiquem sob proteção provisória do Oscar Niemeyer. Os investigadores suspeitam que obras de arte são comumente usadas para lavagem de dinheiro de origem ilícita.

Obras apreendidas pela Operação Lava Jato

1 | 30

Obra sem título – de Cícero Dias

Foto: Ricardo Chapola
2 | 30

“Trama urbana”, 1983 – de Claudio Tozzi

Foto: Ricardo Chapola
3 | 30

“Menino e o gato” – de Reynaldo Fonseca

Foto: Ricardo Chapola
4 | 30

Obra sem título, 2008 – de Sérgio Sister

Foto: Ricardo Chapola
5 | 30

Obra sem título – de José Bechara

Foto: Ricardo Chapola
6 | 30

"Flores”, 1972 – de Aldemir Martins

Foto: Ricardo Chapola
7 | 30

Obra sem título, 1980 – de Cícero Dias

Foto: Ricardo Chapola
8 | 30

ctv-tdd-4

Foto: Ricardo Chapola
9 | 30

"Roda de samba”, 1958 – de Heitor dos Prazeres

Foto: Ricardo Chapola
10 | 30

“Paisagem (marinha)”, 1923 – de Bigio Gerardenghi

Foto: Ricardo Chapola
11 | 30

Obra sem título – de Antonio Gomide

Foto: Ricardo Chapola
12 | 30

“Galeria”, 2002 – de Daniel Senise

Foto: Ricardo Chapola
13 | 30

“Baixo relevo II”, 2008 – de Luiz Monken

Foto: Ricardo Chapola
14 | 30

“Baixo relevo III”, 2008 – de Luiz Monken

Foto: RIcardo Chapola
15 | 30

Obra sem título, 2002 – de Carlos Vergara

Foto: Ricardo Chapola
16 | 30

“Castanhas”, 2005 – de Miguel Rio Branco

Foto: Ricardo Chapola
17 | 30

“Frutos” – de Miguel Rio Branco

Foto: Ricardo Chapola
18 | 30

Obra sem título – de Miguel Rio Branco

Foto: Ricardo Chapolka
19 | 30

Obra sem título – de Miguel Rio Branco

Foto: Ricardo Chapola
20 | 30

"Palifolo”, 1992 – de Miguel Rio Branco

Foto: Ricardo Chapola
21 | 30

“Édipo e a esfinge depois de Jean Auguste Dominique Ingres”, 2006 – de Vik Muniz

Foto: Ricardo Chapola
22 | 30

“Mesa 12”, década de 1990 – de Amilcar de Castro

Foto: Ricardo Chapola
23 | 30

Obra sem título, 2011 – de Antonio Dias

Foto: Ricardo Chapola
24 | 30

Série de Laércio Redondo

Foto: Ricardo Chapola
25 | 30

Homenagem a Mondrian” – de Nelson Leirner

Foto: Ricardo Chapola
26 | 30

“Pequeno tríptico com vermelho” – de José Bechara

Foto: Ricardo Chapola
27 | 30

“Manequins”, 1991 – de Iberê Camargo

Foto: Ricardo Chapola
28 | 30

"Nu feminino”, 1942 – de Tony Koegl

Foto: Ricardo Chapola
29 | 30

Obra sem título, 1983 – de Orlando Teruz

Foto: Ricardo Chapola
30 | 30

“Nu deitado” – de Orlando Teruz

Foto: Ricardo Chapola
continua após a publicidade

A juíza apontou para provas de que os irmãos Pascowitch, enquanto sócios da empresa Jamp Engenheiros, "teriam participado do esquema de fraude a licitações e corrupção desvelado no âmbito da Petrobrás, atuando como intermediadores de propina".

Milton e José Adolfo teriam intermediado pagamentos ilícitos 'oriundos de contratos milionários firmados com a Petrobrás'. "É provável que as obras apreendidas tenham sido adquiridas com produto de crimes, estando sujeitas, portanto, ao confisco em eventual processo e condenação criminal", destacou Gabriela Hardt. "Ainda que assim não seja, poderão servir para eventual indenização da vítima."

continua após a publicidade
Museu Oscar Niemeyer em Curitiba. Foto: Kadu Niemeyer/Divulgação

Contratada por várias empreiteiras investigadas na Lava Jato e apontada como empresa de fachada pela força-tarefa da operação, a Jamp Engenheiros Associados, de Milton Pascowitch e seu irmão José Adolfo Pascowitch, recebeu R$ 80,5 milhões, entre 2003 e 2004, da Engevix - empresa na mira da grande investigação por suspeita de pagamento de propinas a diretores da estatal petrolífera.

O volume de recursos movimentado e a falta de informações sobre a estrutura da Jamp levantaram suspeitas da força-tarefa da Lava Jato e motivaram o pedido de prisão de Milton Pascowitch, detido na 13ª fase da operação, em maio.

continua após a publicidade

A juíza da 13.ª Vara Criminal Federal decidiu que é "inviável devolvê-las (as obras de arte) aos investigados, Milton porquanto preso, e porque é possível que se trate de produto de crime, sendo evidente o risco de dissipação dada a mobilidade de obras de artes".

"Inviável igualmente mantê-las com a Polícia Federal que não tem condições de conservá-las adequadamente."

Para Gabriela Hardt, "a entrega (dos quadros e esculturas) e depósito no Museu Oscar Niemeyer afiguram-se bastante apropriados".

continua após a publicidade

"Lá as obras ficarão guardadas e será garantida a sua conservação", assinalou a juíza. Ela indicou como fiel depositário das obras o diretor administrativo e financeiro do museu, Cristiano Augusto Solis de Figueiredo Morrissy.

Linha fina: Justiça rejeita pedido de Milton Pascowitch, preso em maio pela Operação Lava Jato por suposto pagamento de propinas no esquema de corrupção na Petrobrás; ele queria de volta quadros e esculturas que a Polícia Federal apreendeu em sua residência

Milton Pascowitch em fevereiro de 2015, quando prestou depoimento à PF. Foto: Sérgio Castro/AE

Por Ricardo Brandt, Julia Affonso e Fausto Macedo

A Justiça Federal decidiu que os quadros e as esculturas apreendidas na residência do lobista Milton Pascowitch, alvo da Operação Lava Jato, devem permanecer sob guarda do Museu Oscar Niemeyer, no Paraná. A decisão é da juíza Gabriela Hardt, da 13.ª Vara Criminal Federal em Curitiba. Ela negou pedido de Pascowitch, que pretendia reaver o acervo e manter as obras de arte sob custódia em sua própria casa. O lobista indicou como fiel depositária Mara Barbedo Pascowitch. Um irmão dele, José Adolfo, fez o mesmo pedido, também rejeitado.

As esculturas e os quadros foram apreendidos pela Polícia Federal no mesmo dia da prisão de Milton Pascowitch. A PF quer que as obras fiquem sob proteção provisória do Oscar Niemeyer. Os investigadores suspeitam que obras de arte são comumente usadas para lavagem de dinheiro de origem ilícita.

Obras apreendidas pela Operação Lava Jato

1 | 30

Obra sem título – de Cícero Dias

Foto: Ricardo Chapola
2 | 30

“Trama urbana”, 1983 – de Claudio Tozzi

Foto: Ricardo Chapola
3 | 30

“Menino e o gato” – de Reynaldo Fonseca

Foto: Ricardo Chapola
4 | 30

Obra sem título, 2008 – de Sérgio Sister

Foto: Ricardo Chapola
5 | 30

Obra sem título – de José Bechara

Foto: Ricardo Chapola
6 | 30

"Flores”, 1972 – de Aldemir Martins

Foto: Ricardo Chapola
7 | 30

Obra sem título, 1980 – de Cícero Dias

Foto: Ricardo Chapola
8 | 30

ctv-tdd-4

Foto: Ricardo Chapola
9 | 30

"Roda de samba”, 1958 – de Heitor dos Prazeres

Foto: Ricardo Chapola
10 | 30

“Paisagem (marinha)”, 1923 – de Bigio Gerardenghi

Foto: Ricardo Chapola
11 | 30

Obra sem título – de Antonio Gomide

Foto: Ricardo Chapola
12 | 30

“Galeria”, 2002 – de Daniel Senise

Foto: Ricardo Chapola
13 | 30

“Baixo relevo II”, 2008 – de Luiz Monken

Foto: Ricardo Chapola
14 | 30

“Baixo relevo III”, 2008 – de Luiz Monken

Foto: RIcardo Chapola
15 | 30

Obra sem título, 2002 – de Carlos Vergara

Foto: Ricardo Chapola
16 | 30

“Castanhas”, 2005 – de Miguel Rio Branco

Foto: Ricardo Chapola
17 | 30

“Frutos” – de Miguel Rio Branco

Foto: Ricardo Chapola
18 | 30

Obra sem título – de Miguel Rio Branco

Foto: Ricardo Chapolka
19 | 30

Obra sem título – de Miguel Rio Branco

Foto: Ricardo Chapola
20 | 30

"Palifolo”, 1992 – de Miguel Rio Branco

Foto: Ricardo Chapola
21 | 30

“Édipo e a esfinge depois de Jean Auguste Dominique Ingres”, 2006 – de Vik Muniz

Foto: Ricardo Chapola
22 | 30

“Mesa 12”, década de 1990 – de Amilcar de Castro

Foto: Ricardo Chapola
23 | 30

Obra sem título, 2011 – de Antonio Dias

Foto: Ricardo Chapola
24 | 30

Série de Laércio Redondo

Foto: Ricardo Chapola
25 | 30

Homenagem a Mondrian” – de Nelson Leirner

Foto: Ricardo Chapola
26 | 30

“Pequeno tríptico com vermelho” – de José Bechara

Foto: Ricardo Chapola
27 | 30

“Manequins”, 1991 – de Iberê Camargo

Foto: Ricardo Chapola
28 | 30

"Nu feminino”, 1942 – de Tony Koegl

Foto: Ricardo Chapola
29 | 30

Obra sem título, 1983 – de Orlando Teruz

Foto: Ricardo Chapola
30 | 30

“Nu deitado” – de Orlando Teruz

Foto: Ricardo Chapola

A juíza apontou para provas de que os irmãos Pascowitch, enquanto sócios da empresa Jamp Engenheiros, "teriam participado do esquema de fraude a licitações e corrupção desvelado no âmbito da Petrobrás, atuando como intermediadores de propina".

Milton e José Adolfo teriam intermediado pagamentos ilícitos 'oriundos de contratos milionários firmados com a Petrobrás'. "É provável que as obras apreendidas tenham sido adquiridas com produto de crimes, estando sujeitas, portanto, ao confisco em eventual processo e condenação criminal", destacou Gabriela Hardt. "Ainda que assim não seja, poderão servir para eventual indenização da vítima."

Museu Oscar Niemeyer em Curitiba. Foto: Kadu Niemeyer/Divulgação

Contratada por várias empreiteiras investigadas na Lava Jato e apontada como empresa de fachada pela força-tarefa da operação, a Jamp Engenheiros Associados, de Milton Pascowitch e seu irmão José Adolfo Pascowitch, recebeu R$ 80,5 milhões, entre 2003 e 2004, da Engevix - empresa na mira da grande investigação por suspeita de pagamento de propinas a diretores da estatal petrolífera.

O volume de recursos movimentado e a falta de informações sobre a estrutura da Jamp levantaram suspeitas da força-tarefa da Lava Jato e motivaram o pedido de prisão de Milton Pascowitch, detido na 13ª fase da operação, em maio.

A juíza da 13.ª Vara Criminal Federal decidiu que é "inviável devolvê-las (as obras de arte) aos investigados, Milton porquanto preso, e porque é possível que se trate de produto de crime, sendo evidente o risco de dissipação dada a mobilidade de obras de artes".

"Inviável igualmente mantê-las com a Polícia Federal que não tem condições de conservá-las adequadamente."

Para Gabriela Hardt, "a entrega (dos quadros e esculturas) e depósito no Museu Oscar Niemeyer afiguram-se bastante apropriados".

"Lá as obras ficarão guardadas e será garantida a sua conservação", assinalou a juíza. Ela indicou como fiel depositário das obras o diretor administrativo e financeiro do museu, Cristiano Augusto Solis de Figueiredo Morrissy.

Linha fina: Justiça rejeita pedido de Milton Pascowitch, preso em maio pela Operação Lava Jato por suposto pagamento de propinas no esquema de corrupção na Petrobrás; ele queria de volta quadros e esculturas que a Polícia Federal apreendeu em sua residência

Milton Pascowitch em fevereiro de 2015, quando prestou depoimento à PF. Foto: Sérgio Castro/AE

Por Ricardo Brandt, Julia Affonso e Fausto Macedo

A Justiça Federal decidiu que os quadros e as esculturas apreendidas na residência do lobista Milton Pascowitch, alvo da Operação Lava Jato, devem permanecer sob guarda do Museu Oscar Niemeyer, no Paraná. A decisão é da juíza Gabriela Hardt, da 13.ª Vara Criminal Federal em Curitiba. Ela negou pedido de Pascowitch, que pretendia reaver o acervo e manter as obras de arte sob custódia em sua própria casa. O lobista indicou como fiel depositária Mara Barbedo Pascowitch. Um irmão dele, José Adolfo, fez o mesmo pedido, também rejeitado.

As esculturas e os quadros foram apreendidos pela Polícia Federal no mesmo dia da prisão de Milton Pascowitch. A PF quer que as obras fiquem sob proteção provisória do Oscar Niemeyer. Os investigadores suspeitam que obras de arte são comumente usadas para lavagem de dinheiro de origem ilícita.

Obras apreendidas pela Operação Lava Jato

1 | 30

Obra sem título – de Cícero Dias

Foto: Ricardo Chapola
2 | 30

“Trama urbana”, 1983 – de Claudio Tozzi

Foto: Ricardo Chapola
3 | 30

“Menino e o gato” – de Reynaldo Fonseca

Foto: Ricardo Chapola
4 | 30

Obra sem título, 2008 – de Sérgio Sister

Foto: Ricardo Chapola
5 | 30

Obra sem título – de José Bechara

Foto: Ricardo Chapola
6 | 30

"Flores”, 1972 – de Aldemir Martins

Foto: Ricardo Chapola
7 | 30

Obra sem título, 1980 – de Cícero Dias

Foto: Ricardo Chapola
8 | 30

ctv-tdd-4

Foto: Ricardo Chapola
9 | 30

"Roda de samba”, 1958 – de Heitor dos Prazeres

Foto: Ricardo Chapola
10 | 30

“Paisagem (marinha)”, 1923 – de Bigio Gerardenghi

Foto: Ricardo Chapola
11 | 30

Obra sem título – de Antonio Gomide

Foto: Ricardo Chapola
12 | 30

“Galeria”, 2002 – de Daniel Senise

Foto: Ricardo Chapola
13 | 30

“Baixo relevo II”, 2008 – de Luiz Monken

Foto: Ricardo Chapola
14 | 30

“Baixo relevo III”, 2008 – de Luiz Monken

Foto: RIcardo Chapola
15 | 30

Obra sem título, 2002 – de Carlos Vergara

Foto: Ricardo Chapola
16 | 30

“Castanhas”, 2005 – de Miguel Rio Branco

Foto: Ricardo Chapola
17 | 30

“Frutos” – de Miguel Rio Branco

Foto: Ricardo Chapola
18 | 30

Obra sem título – de Miguel Rio Branco

Foto: Ricardo Chapolka
19 | 30

Obra sem título – de Miguel Rio Branco

Foto: Ricardo Chapola
20 | 30

"Palifolo”, 1992 – de Miguel Rio Branco

Foto: Ricardo Chapola
21 | 30

“Édipo e a esfinge depois de Jean Auguste Dominique Ingres”, 2006 – de Vik Muniz

Foto: Ricardo Chapola
22 | 30

“Mesa 12”, década de 1990 – de Amilcar de Castro

Foto: Ricardo Chapola
23 | 30

Obra sem título, 2011 – de Antonio Dias

Foto: Ricardo Chapola
24 | 30

Série de Laércio Redondo

Foto: Ricardo Chapola
25 | 30

Homenagem a Mondrian” – de Nelson Leirner

Foto: Ricardo Chapola
26 | 30

“Pequeno tríptico com vermelho” – de José Bechara

Foto: Ricardo Chapola
27 | 30

“Manequins”, 1991 – de Iberê Camargo

Foto: Ricardo Chapola
28 | 30

"Nu feminino”, 1942 – de Tony Koegl

Foto: Ricardo Chapola
29 | 30

Obra sem título, 1983 – de Orlando Teruz

Foto: Ricardo Chapola
30 | 30

“Nu deitado” – de Orlando Teruz

Foto: Ricardo Chapola

A juíza apontou para provas de que os irmãos Pascowitch, enquanto sócios da empresa Jamp Engenheiros, "teriam participado do esquema de fraude a licitações e corrupção desvelado no âmbito da Petrobrás, atuando como intermediadores de propina".

Milton e José Adolfo teriam intermediado pagamentos ilícitos 'oriundos de contratos milionários firmados com a Petrobrás'. "É provável que as obras apreendidas tenham sido adquiridas com produto de crimes, estando sujeitas, portanto, ao confisco em eventual processo e condenação criminal", destacou Gabriela Hardt. "Ainda que assim não seja, poderão servir para eventual indenização da vítima."

Museu Oscar Niemeyer em Curitiba. Foto: Kadu Niemeyer/Divulgação

Contratada por várias empreiteiras investigadas na Lava Jato e apontada como empresa de fachada pela força-tarefa da operação, a Jamp Engenheiros Associados, de Milton Pascowitch e seu irmão José Adolfo Pascowitch, recebeu R$ 80,5 milhões, entre 2003 e 2004, da Engevix - empresa na mira da grande investigação por suspeita de pagamento de propinas a diretores da estatal petrolífera.

O volume de recursos movimentado e a falta de informações sobre a estrutura da Jamp levantaram suspeitas da força-tarefa da Lava Jato e motivaram o pedido de prisão de Milton Pascowitch, detido na 13ª fase da operação, em maio.

A juíza da 13.ª Vara Criminal Federal decidiu que é "inviável devolvê-las (as obras de arte) aos investigados, Milton porquanto preso, e porque é possível que se trate de produto de crime, sendo evidente o risco de dissipação dada a mobilidade de obras de artes".

"Inviável igualmente mantê-las com a Polícia Federal que não tem condições de conservá-las adequadamente."

Para Gabriela Hardt, "a entrega (dos quadros e esculturas) e depósito no Museu Oscar Niemeyer afiguram-se bastante apropriados".

"Lá as obras ficarão guardadas e será garantida a sua conservação", assinalou a juíza. Ela indicou como fiel depositário das obras o diretor administrativo e financeiro do museu, Cristiano Augusto Solis de Figueiredo Morrissy.

Linha fina: Justiça rejeita pedido de Milton Pascowitch, preso em maio pela Operação Lava Jato por suposto pagamento de propinas no esquema de corrupção na Petrobrás; ele queria de volta quadros e esculturas que a Polícia Federal apreendeu em sua residência

Milton Pascowitch em fevereiro de 2015, quando prestou depoimento à PF. Foto: Sérgio Castro/AE

Por Ricardo Brandt, Julia Affonso e Fausto Macedo

A Justiça Federal decidiu que os quadros e as esculturas apreendidas na residência do lobista Milton Pascowitch, alvo da Operação Lava Jato, devem permanecer sob guarda do Museu Oscar Niemeyer, no Paraná. A decisão é da juíza Gabriela Hardt, da 13.ª Vara Criminal Federal em Curitiba. Ela negou pedido de Pascowitch, que pretendia reaver o acervo e manter as obras de arte sob custódia em sua própria casa. O lobista indicou como fiel depositária Mara Barbedo Pascowitch. Um irmão dele, José Adolfo, fez o mesmo pedido, também rejeitado.

As esculturas e os quadros foram apreendidos pela Polícia Federal no mesmo dia da prisão de Milton Pascowitch. A PF quer que as obras fiquem sob proteção provisória do Oscar Niemeyer. Os investigadores suspeitam que obras de arte são comumente usadas para lavagem de dinheiro de origem ilícita.

Obras apreendidas pela Operação Lava Jato

1 | 30

Obra sem título – de Cícero Dias

Foto: Ricardo Chapola
2 | 30

“Trama urbana”, 1983 – de Claudio Tozzi

Foto: Ricardo Chapola
3 | 30

“Menino e o gato” – de Reynaldo Fonseca

Foto: Ricardo Chapola
4 | 30

Obra sem título, 2008 – de Sérgio Sister

Foto: Ricardo Chapola
5 | 30

Obra sem título – de José Bechara

Foto: Ricardo Chapola
6 | 30

"Flores”, 1972 – de Aldemir Martins

Foto: Ricardo Chapola
7 | 30

Obra sem título, 1980 – de Cícero Dias

Foto: Ricardo Chapola
8 | 30

ctv-tdd-4

Foto: Ricardo Chapola
9 | 30

"Roda de samba”, 1958 – de Heitor dos Prazeres

Foto: Ricardo Chapola
10 | 30

“Paisagem (marinha)”, 1923 – de Bigio Gerardenghi

Foto: Ricardo Chapola
11 | 30

Obra sem título – de Antonio Gomide

Foto: Ricardo Chapola
12 | 30

“Galeria”, 2002 – de Daniel Senise

Foto: Ricardo Chapola
13 | 30

“Baixo relevo II”, 2008 – de Luiz Monken

Foto: Ricardo Chapola
14 | 30

“Baixo relevo III”, 2008 – de Luiz Monken

Foto: RIcardo Chapola
15 | 30

Obra sem título, 2002 – de Carlos Vergara

Foto: Ricardo Chapola
16 | 30

“Castanhas”, 2005 – de Miguel Rio Branco

Foto: Ricardo Chapola
17 | 30

“Frutos” – de Miguel Rio Branco

Foto: Ricardo Chapola
18 | 30

Obra sem título – de Miguel Rio Branco

Foto: Ricardo Chapolka
19 | 30

Obra sem título – de Miguel Rio Branco

Foto: Ricardo Chapola
20 | 30

"Palifolo”, 1992 – de Miguel Rio Branco

Foto: Ricardo Chapola
21 | 30

“Édipo e a esfinge depois de Jean Auguste Dominique Ingres”, 2006 – de Vik Muniz

Foto: Ricardo Chapola
22 | 30

“Mesa 12”, década de 1990 – de Amilcar de Castro

Foto: Ricardo Chapola
23 | 30

Obra sem título, 2011 – de Antonio Dias

Foto: Ricardo Chapola
24 | 30

Série de Laércio Redondo

Foto: Ricardo Chapola
25 | 30

Homenagem a Mondrian” – de Nelson Leirner

Foto: Ricardo Chapola
26 | 30

“Pequeno tríptico com vermelho” – de José Bechara

Foto: Ricardo Chapola
27 | 30

“Manequins”, 1991 – de Iberê Camargo

Foto: Ricardo Chapola
28 | 30

"Nu feminino”, 1942 – de Tony Koegl

Foto: Ricardo Chapola
29 | 30

Obra sem título, 1983 – de Orlando Teruz

Foto: Ricardo Chapola
30 | 30

“Nu deitado” – de Orlando Teruz

Foto: Ricardo Chapola

A juíza apontou para provas de que os irmãos Pascowitch, enquanto sócios da empresa Jamp Engenheiros, "teriam participado do esquema de fraude a licitações e corrupção desvelado no âmbito da Petrobrás, atuando como intermediadores de propina".

Milton e José Adolfo teriam intermediado pagamentos ilícitos 'oriundos de contratos milionários firmados com a Petrobrás'. "É provável que as obras apreendidas tenham sido adquiridas com produto de crimes, estando sujeitas, portanto, ao confisco em eventual processo e condenação criminal", destacou Gabriela Hardt. "Ainda que assim não seja, poderão servir para eventual indenização da vítima."

Museu Oscar Niemeyer em Curitiba. Foto: Kadu Niemeyer/Divulgação

Contratada por várias empreiteiras investigadas na Lava Jato e apontada como empresa de fachada pela força-tarefa da operação, a Jamp Engenheiros Associados, de Milton Pascowitch e seu irmão José Adolfo Pascowitch, recebeu R$ 80,5 milhões, entre 2003 e 2004, da Engevix - empresa na mira da grande investigação por suspeita de pagamento de propinas a diretores da estatal petrolífera.

O volume de recursos movimentado e a falta de informações sobre a estrutura da Jamp levantaram suspeitas da força-tarefa da Lava Jato e motivaram o pedido de prisão de Milton Pascowitch, detido na 13ª fase da operação, em maio.

A juíza da 13.ª Vara Criminal Federal decidiu que é "inviável devolvê-las (as obras de arte) aos investigados, Milton porquanto preso, e porque é possível que se trate de produto de crime, sendo evidente o risco de dissipação dada a mobilidade de obras de artes".

"Inviável igualmente mantê-las com a Polícia Federal que não tem condições de conservá-las adequadamente."

Para Gabriela Hardt, "a entrega (dos quadros e esculturas) e depósito no Museu Oscar Niemeyer afiguram-se bastante apropriados".

"Lá as obras ficarão guardadas e será garantida a sua conservação", assinalou a juíza. Ela indicou como fiel depositário das obras o diretor administrativo e financeiro do museu, Cristiano Augusto Solis de Figueiredo Morrissy.

Linha fina: Justiça rejeita pedido de Milton Pascowitch, preso em maio pela Operação Lava Jato por suposto pagamento de propinas no esquema de corrupção na Petrobrás; ele queria de volta quadros e esculturas que a Polícia Federal apreendeu em sua residência

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.