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O Natal da reconciliação


Por José Renato Nalini
José Renato Nalini. Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

Este Natal de 2020 é atípico, para muitos humanos. Neste século, com certeza, inexistiu algo que sacudiu o mundo e fez tremer suas estruturas, como a pandemia do coronavírus. Milhões de seres humanos morreram. Muitos precocemente. Muitos à espera de atendimento.

Quantas famílias não estão ainda impactadas por essa partida que, para afligir ainda mais os que ficaram, não pode ser acompanhada pelos rituais de luto, algo ínsito à natureza humana?

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Aqueles que estiverem vivos hoje e continuarem a fruir dessa dádiva milagrosa que é a existência na noite de 31 próximo, devem ser gratos. Atravessaram a borrasca e continuam a fruir dessa magia: poder respirar, enxergar, caminhar. Por enquanto não se pode abraçar. Mas um dia o abraço carinhoso voltará. Assim como a efusão corporal, tão nossa, e os beijos, de que somos tão pródigos.

A mensagem que a humanidade recebeu neste 2020 precisa ser absorvida após serena reflexão. No decorrer de nossa trajetória celebramos inúmeros Natais. Mas nem sempre conferimos a essa festa a relevância que ela merece. Natal é aniversário. Aniversário de quem? De Jesus Cristo, um judeu pobre, filho de carpinteiro, um fiel observador da lei temporal. Arriscou-se esse jovem a levar a mulher grávida até Belém, para cadastrar-se no recenseamento oficial.

Sem recursos para uma hospedagem condigna, sem vaga nas hospedarias acessíveis, refugiou-se o casal numa estrebaria. Ali veio à luz Aquele que mais da metade do mundo considera o Messias, o Salvador, o responsável pela redenção da humanidade, que rompera a aliança com o Criador por orgulho, arrogância e vã pretensão de criatura miserável.

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Nossos Natais foram ocasião de troca de presentes, de comilança e de memoráveis libações alcoólicas. Mas nem sempre o aniversariante foi lembrado. Como pedir presente, se o aniversário é Dele?

E o que Ele quer como presente natalício?

Aquilo que não é mensurável pela nossa escala de valores. Nada custa, senão nossa determinada vontade de levar a sério o que Ele propôs.

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A síntese de seu ensinamento é muito explícita: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Não é fácil observar esse mandamento. O que para cada um de nós está acima de todas as coisas? Basta verificar quais nossas angústias, nossos interesses, nossos sonhos, para chegar àquilo que elegemos como objetivo existencial.

Amar o próximo também não é fácil. Amar quem nos ama, amar nosso sangue, amar quem nossa afeição elegeu, isso é instintivo. Mas amar todas as pessoas, mesmo as que nos prejudicam, aquelas que não gostam de nós, isso é bastante complicado.

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Meditar sobre o que significa para nós o Natal e pensar qual será a nossa oferta para o aniversariante é algo que fará bem à nossa consciência. A grande ventura do humano é que ele se reconhece falível e imperfeito. Suscetível a equívocos, a erros e a escolher o mal em lugar do bem. Porque é provido de livre arbítrio. Mas o principal é que ele sempre pode reconsiderar. Obter outra chance. Virar a página. Começar de novo. Propor-se novo estilo, adotar outras práticas. Pactuar com o bem.

Por isso é que o Natal de 2020, depois de tanta tristeza e tanto pavor, deve ser uma oportunidade de reconciliação. Reconciliação consigo mesmo. Procurar a criança que ainda reside no coração de cada um. Verificar onde ocorreu o desvio de propósito. Encetar uma retomada com novo ânimo. Propor-se a uma reconciliação generalizada. Com aqueles com os quais nos desentendemos. Com os que nos magoaram. Com os distantes. Com os invisíveis. Com os desvalidos.

Mas também reconciliar-se com a natureza, tão vilipendiada. E reconciliar-se com a transcendência, para a qual o aniversariante trouxe uma promessa e uma esperança.

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Isto vale para todos. Também para os agnósticos. Mais importante do que acreditar em Jesus, é saber que Ele acredita em você.

Feliz e santo Natal de 2020 para todos!

*José Renato Nalini é reitor da Uniregistral, docente da pós-graduação da Uninove e presidente da Academia Paulista de Letras - 2019-2020

José Renato Nalini. Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

Este Natal de 2020 é atípico, para muitos humanos. Neste século, com certeza, inexistiu algo que sacudiu o mundo e fez tremer suas estruturas, como a pandemia do coronavírus. Milhões de seres humanos morreram. Muitos precocemente. Muitos à espera de atendimento.

Quantas famílias não estão ainda impactadas por essa partida que, para afligir ainda mais os que ficaram, não pode ser acompanhada pelos rituais de luto, algo ínsito à natureza humana?

Aqueles que estiverem vivos hoje e continuarem a fruir dessa dádiva milagrosa que é a existência na noite de 31 próximo, devem ser gratos. Atravessaram a borrasca e continuam a fruir dessa magia: poder respirar, enxergar, caminhar. Por enquanto não se pode abraçar. Mas um dia o abraço carinhoso voltará. Assim como a efusão corporal, tão nossa, e os beijos, de que somos tão pródigos.

A mensagem que a humanidade recebeu neste 2020 precisa ser absorvida após serena reflexão. No decorrer de nossa trajetória celebramos inúmeros Natais. Mas nem sempre conferimos a essa festa a relevância que ela merece. Natal é aniversário. Aniversário de quem? De Jesus Cristo, um judeu pobre, filho de carpinteiro, um fiel observador da lei temporal. Arriscou-se esse jovem a levar a mulher grávida até Belém, para cadastrar-se no recenseamento oficial.

Sem recursos para uma hospedagem condigna, sem vaga nas hospedarias acessíveis, refugiou-se o casal numa estrebaria. Ali veio à luz Aquele que mais da metade do mundo considera o Messias, o Salvador, o responsável pela redenção da humanidade, que rompera a aliança com o Criador por orgulho, arrogância e vã pretensão de criatura miserável.

Nossos Natais foram ocasião de troca de presentes, de comilança e de memoráveis libações alcoólicas. Mas nem sempre o aniversariante foi lembrado. Como pedir presente, se o aniversário é Dele?

E o que Ele quer como presente natalício?

Aquilo que não é mensurável pela nossa escala de valores. Nada custa, senão nossa determinada vontade de levar a sério o que Ele propôs.

A síntese de seu ensinamento é muito explícita: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Não é fácil observar esse mandamento. O que para cada um de nós está acima de todas as coisas? Basta verificar quais nossas angústias, nossos interesses, nossos sonhos, para chegar àquilo que elegemos como objetivo existencial.

Amar o próximo também não é fácil. Amar quem nos ama, amar nosso sangue, amar quem nossa afeição elegeu, isso é instintivo. Mas amar todas as pessoas, mesmo as que nos prejudicam, aquelas que não gostam de nós, isso é bastante complicado.

Meditar sobre o que significa para nós o Natal e pensar qual será a nossa oferta para o aniversariante é algo que fará bem à nossa consciência. A grande ventura do humano é que ele se reconhece falível e imperfeito. Suscetível a equívocos, a erros e a escolher o mal em lugar do bem. Porque é provido de livre arbítrio. Mas o principal é que ele sempre pode reconsiderar. Obter outra chance. Virar a página. Começar de novo. Propor-se novo estilo, adotar outras práticas. Pactuar com o bem.

Por isso é que o Natal de 2020, depois de tanta tristeza e tanto pavor, deve ser uma oportunidade de reconciliação. Reconciliação consigo mesmo. Procurar a criança que ainda reside no coração de cada um. Verificar onde ocorreu o desvio de propósito. Encetar uma retomada com novo ânimo. Propor-se a uma reconciliação generalizada. Com aqueles com os quais nos desentendemos. Com os que nos magoaram. Com os distantes. Com os invisíveis. Com os desvalidos.

Mas também reconciliar-se com a natureza, tão vilipendiada. E reconciliar-se com a transcendência, para a qual o aniversariante trouxe uma promessa e uma esperança.

Isto vale para todos. Também para os agnósticos. Mais importante do que acreditar em Jesus, é saber que Ele acredita em você.

Feliz e santo Natal de 2020 para todos!

*José Renato Nalini é reitor da Uniregistral, docente da pós-graduação da Uninove e presidente da Academia Paulista de Letras - 2019-2020

José Renato Nalini. Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

Este Natal de 2020 é atípico, para muitos humanos. Neste século, com certeza, inexistiu algo que sacudiu o mundo e fez tremer suas estruturas, como a pandemia do coronavírus. Milhões de seres humanos morreram. Muitos precocemente. Muitos à espera de atendimento.

Quantas famílias não estão ainda impactadas por essa partida que, para afligir ainda mais os que ficaram, não pode ser acompanhada pelos rituais de luto, algo ínsito à natureza humana?

Aqueles que estiverem vivos hoje e continuarem a fruir dessa dádiva milagrosa que é a existência na noite de 31 próximo, devem ser gratos. Atravessaram a borrasca e continuam a fruir dessa magia: poder respirar, enxergar, caminhar. Por enquanto não se pode abraçar. Mas um dia o abraço carinhoso voltará. Assim como a efusão corporal, tão nossa, e os beijos, de que somos tão pródigos.

A mensagem que a humanidade recebeu neste 2020 precisa ser absorvida após serena reflexão. No decorrer de nossa trajetória celebramos inúmeros Natais. Mas nem sempre conferimos a essa festa a relevância que ela merece. Natal é aniversário. Aniversário de quem? De Jesus Cristo, um judeu pobre, filho de carpinteiro, um fiel observador da lei temporal. Arriscou-se esse jovem a levar a mulher grávida até Belém, para cadastrar-se no recenseamento oficial.

Sem recursos para uma hospedagem condigna, sem vaga nas hospedarias acessíveis, refugiou-se o casal numa estrebaria. Ali veio à luz Aquele que mais da metade do mundo considera o Messias, o Salvador, o responsável pela redenção da humanidade, que rompera a aliança com o Criador por orgulho, arrogância e vã pretensão de criatura miserável.

Nossos Natais foram ocasião de troca de presentes, de comilança e de memoráveis libações alcoólicas. Mas nem sempre o aniversariante foi lembrado. Como pedir presente, se o aniversário é Dele?

E o que Ele quer como presente natalício?

Aquilo que não é mensurável pela nossa escala de valores. Nada custa, senão nossa determinada vontade de levar a sério o que Ele propôs.

A síntese de seu ensinamento é muito explícita: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Não é fácil observar esse mandamento. O que para cada um de nós está acima de todas as coisas? Basta verificar quais nossas angústias, nossos interesses, nossos sonhos, para chegar àquilo que elegemos como objetivo existencial.

Amar o próximo também não é fácil. Amar quem nos ama, amar nosso sangue, amar quem nossa afeição elegeu, isso é instintivo. Mas amar todas as pessoas, mesmo as que nos prejudicam, aquelas que não gostam de nós, isso é bastante complicado.

Meditar sobre o que significa para nós o Natal e pensar qual será a nossa oferta para o aniversariante é algo que fará bem à nossa consciência. A grande ventura do humano é que ele se reconhece falível e imperfeito. Suscetível a equívocos, a erros e a escolher o mal em lugar do bem. Porque é provido de livre arbítrio. Mas o principal é que ele sempre pode reconsiderar. Obter outra chance. Virar a página. Começar de novo. Propor-se novo estilo, adotar outras práticas. Pactuar com o bem.

Por isso é que o Natal de 2020, depois de tanta tristeza e tanto pavor, deve ser uma oportunidade de reconciliação. Reconciliação consigo mesmo. Procurar a criança que ainda reside no coração de cada um. Verificar onde ocorreu o desvio de propósito. Encetar uma retomada com novo ânimo. Propor-se a uma reconciliação generalizada. Com aqueles com os quais nos desentendemos. Com os que nos magoaram. Com os distantes. Com os invisíveis. Com os desvalidos.

Mas também reconciliar-se com a natureza, tão vilipendiada. E reconciliar-se com a transcendência, para a qual o aniversariante trouxe uma promessa e uma esperança.

Isto vale para todos. Também para os agnósticos. Mais importante do que acreditar em Jesus, é saber que Ele acredita em você.

Feliz e santo Natal de 2020 para todos!

*José Renato Nalini é reitor da Uniregistral, docente da pós-graduação da Uninove e presidente da Academia Paulista de Letras - 2019-2020

José Renato Nalini. Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADÃO

Este Natal de 2020 é atípico, para muitos humanos. Neste século, com certeza, inexistiu algo que sacudiu o mundo e fez tremer suas estruturas, como a pandemia do coronavírus. Milhões de seres humanos morreram. Muitos precocemente. Muitos à espera de atendimento.

Quantas famílias não estão ainda impactadas por essa partida que, para afligir ainda mais os que ficaram, não pode ser acompanhada pelos rituais de luto, algo ínsito à natureza humana?

Aqueles que estiverem vivos hoje e continuarem a fruir dessa dádiva milagrosa que é a existência na noite de 31 próximo, devem ser gratos. Atravessaram a borrasca e continuam a fruir dessa magia: poder respirar, enxergar, caminhar. Por enquanto não se pode abraçar. Mas um dia o abraço carinhoso voltará. Assim como a efusão corporal, tão nossa, e os beijos, de que somos tão pródigos.

A mensagem que a humanidade recebeu neste 2020 precisa ser absorvida após serena reflexão. No decorrer de nossa trajetória celebramos inúmeros Natais. Mas nem sempre conferimos a essa festa a relevância que ela merece. Natal é aniversário. Aniversário de quem? De Jesus Cristo, um judeu pobre, filho de carpinteiro, um fiel observador da lei temporal. Arriscou-se esse jovem a levar a mulher grávida até Belém, para cadastrar-se no recenseamento oficial.

Sem recursos para uma hospedagem condigna, sem vaga nas hospedarias acessíveis, refugiou-se o casal numa estrebaria. Ali veio à luz Aquele que mais da metade do mundo considera o Messias, o Salvador, o responsável pela redenção da humanidade, que rompera a aliança com o Criador por orgulho, arrogância e vã pretensão de criatura miserável.

Nossos Natais foram ocasião de troca de presentes, de comilança e de memoráveis libações alcoólicas. Mas nem sempre o aniversariante foi lembrado. Como pedir presente, se o aniversário é Dele?

E o que Ele quer como presente natalício?

Aquilo que não é mensurável pela nossa escala de valores. Nada custa, senão nossa determinada vontade de levar a sério o que Ele propôs.

A síntese de seu ensinamento é muito explícita: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Não é fácil observar esse mandamento. O que para cada um de nós está acima de todas as coisas? Basta verificar quais nossas angústias, nossos interesses, nossos sonhos, para chegar àquilo que elegemos como objetivo existencial.

Amar o próximo também não é fácil. Amar quem nos ama, amar nosso sangue, amar quem nossa afeição elegeu, isso é instintivo. Mas amar todas as pessoas, mesmo as que nos prejudicam, aquelas que não gostam de nós, isso é bastante complicado.

Meditar sobre o que significa para nós o Natal e pensar qual será a nossa oferta para o aniversariante é algo que fará bem à nossa consciência. A grande ventura do humano é que ele se reconhece falível e imperfeito. Suscetível a equívocos, a erros e a escolher o mal em lugar do bem. Porque é provido de livre arbítrio. Mas o principal é que ele sempre pode reconsiderar. Obter outra chance. Virar a página. Começar de novo. Propor-se novo estilo, adotar outras práticas. Pactuar com o bem.

Por isso é que o Natal de 2020, depois de tanta tristeza e tanto pavor, deve ser uma oportunidade de reconciliação. Reconciliação consigo mesmo. Procurar a criança que ainda reside no coração de cada um. Verificar onde ocorreu o desvio de propósito. Encetar uma retomada com novo ânimo. Propor-se a uma reconciliação generalizada. Com aqueles com os quais nos desentendemos. Com os que nos magoaram. Com os distantes. Com os invisíveis. Com os desvalidos.

Mas também reconciliar-se com a natureza, tão vilipendiada. E reconciliar-se com a transcendência, para a qual o aniversariante trouxe uma promessa e uma esperança.

Isto vale para todos. Também para os agnósticos. Mais importante do que acreditar em Jesus, é saber que Ele acredita em você.

Feliz e santo Natal de 2020 para todos!

*José Renato Nalini é reitor da Uniregistral, docente da pós-graduação da Uninove e presidente da Academia Paulista de Letras - 2019-2020

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