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Perícia aponta caminho de R$ 500 mil da Odebrecht a Collor "Roxinho"


De acordo com documento do Ministério Público Federal, o dinheiro teria sido entregue em espécie ao senador para a campanha de 2010, e operacionalizado pelo doleiro Álvaro Novis, o ‘Paulistinha’

Por Luiz Vassallo
Reprodução de perícia do Ministério Público Federal Foto: Estadão

Uma perícia do Ministério Público Federal sobre o sistema de contabilidade paralela da Odebrecht concluiu que a empreiteira pagou R$ 500 mil em caixa dois para a campanha do senador Fernando Collor (PTC), em 2010. O documento, datado de abril, foi anexado aos autos de investigação contra o parlamentar no Supremo Tribunal Federal. De acordo com a perícia, o dinheiro teria sido entregue em espécie ao ex-presidente da República.

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PTC anuncia apoio a Alvaro Dias à Presidência nas eleições 2018

De acordo com o perito criminal da Procuradoria-Geral da República Gilberto Mendes, foram 'levantados os  registros identificados nos discos rígidos fornecidos pela Odebrecht e por autoridades suíças ao Ministério Público Federal contendo relatórios extraídos do "MyWebDay"' - sistema de contabilidade paralela da empreiteira mantido na Suíça fornecido à Lava Jato por meio de cooperação jurídica internacional.

Presidentes latino-americanos destituídos ou forçados a renunciar

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Delatores da empreiteira afirmaram ter feito repasses de R$ 500 mil em 2010 e de R$ 300 mil em 2014, no entanto, os relatórios identificados constam apenas pagamentos da empreiteira até o mês de junho de 2012.

Reprodução de trecho da perícia Foto: Estadão
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De acordo com o perito, 'foram encontradas evidências de que a Odebrecht efetuou pagamentos de, pelo menos, R$ 500 mil reais, em setembro/2010, destinados ao codinome Roxinho, que segundo executivos da Odebrecht identifica o Senador Fernando Collor de Mello.

26 anos depois, a musa do impeachment quer voltar

Segundo a perícia, um dos documentos revela 'extrato da conta de controle da Odebrecht denominada Paulistinha Real, operacionalizada pelo doleiro Álvaro José Novis para viabilizar os pagamentos em espécie (reais) na cidade de São Paulo/SP. "Os registros existentes nesses extratos revelam quais as contas de onde saíram os recursos para viabilizar os pagamentos da empreiteira ao codinome Roxinho".

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Reprodução de trecho da perícia em que é apontado suposto saque ao doleiro Álvaro Novis Foto: Estadão

"O dinheiro para o primeiro pagamento de R$ 300 mil foi viabilizado a partir da conta de controle da Odebrecht denominada Paulistinha-Real, operacionalizada pelo doleiro Álvaro José Novis para realizar pagamentos em espécie na cidade de São Paulo/SP, enquanto os recursos para o segundo pagamento no valor de R$ 200 mil foram obtidos por meio de outra conta de controle da Odebrecht, denominada Bambi Real", escreveu.

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Roxinho. O ex-presidente Fernando Collor de Mello - 'roxinho' na lista da Odebrecht, em razão da célebre frase 'eu tenho aquilo roxo', proferida nos anos 1990 - teria sido beneficiário de caixa dois da Odebrecht Ambiental em razão do lobby pela privatização do saneamento de Alagoas, segundo o ex-presidente da empresa de saneamento do Grupo. Os valores teriam sido operacionalizados entre os executivos e o primo do senador Euclydes Mello, de acordo com a delação da empreiteira.

Fux é o relator do caso desde o dia 10 de agosto, após a presidente do STF, Cármen Lúcia, decidir que os fatos narrados pelos colaboradores da construtora não estão relacionados com a operação Lava Jato, que apura desvios na Petrobrás e outras estatais.

Esgoto da Odebrecht. Em 2009, a maior construtora do país tinha em seus planos pleitear a concessão à iniciativa privada do sistema de saneamento do estado de Alagoas, de acordo com o ex-presidente da Odebrecht Ambiental, Fernando Reis.

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"O investimento era chamado Sistema Adutor do Agreste, que tinha como objeto o abastecimento de água aos municípios de Arapiraca, Coité do Nóia, Igaci e Craíbas dos Nunes e a Mineração Vale Verde. Chegamos a participar de um processo público de Proposta de Manifestação de Interesse (PMI) e apresentamos estudo de viabilidade em setembro de 2009. Em duas ou três visitas à Maceió, percebi que havia no estado uma enorme oportunidade para investimentos privados no setor de saneamento, que tem os piores índices de cobertura do Brasil, chegando até a estudar a privatização da Companhia Estadual Casal", afirmou o executivo Fernando Reis.

A fim de viabilizar o projeto, os representantes da empreiteira disseram se reunir com o ex-presidente no aniversário dele, em seu apartamento pessoal.

No encontro, estavam os executivos Alexandre Barradas e Fernando Reis, Euclydes Mello e Fernando Collor.

Após ouvir a proposta de privatização da Companhia Alagoana de Saneamento, Collor disse que era favorável à iniciativa privada e chegou a afirmar que queria que a Odebrecht 'fizesse obras'. Na mesma reunião, ficou definido o repasse, via caixa dois.

Segundo o ex-executivo da Oderbrecht Alexandre Barradas, Collor foi "propositivo".

"Quero que você faça as obras", teria dito. "E nós: 'senador, nós não fazemos obras. Nosso negócio é investimento, é gestão. Inclusive quem faz a obra não somos nós. Nós contratamos as obras'. E ele: 'Quero, quero, quero. Preciso ganhar'", relatou Barradas.

COM A PALAVRA, FERNANDO COLLOR

"São imputações mentirosas, sem qualquer prova, que refuto com indignação e asco!"

Reprodução de perícia do Ministério Público Federal Foto: Estadão

Uma perícia do Ministério Público Federal sobre o sistema de contabilidade paralela da Odebrecht concluiu que a empreiteira pagou R$ 500 mil em caixa dois para a campanha do senador Fernando Collor (PTC), em 2010. O documento, datado de abril, foi anexado aos autos de investigação contra o parlamentar no Supremo Tribunal Federal. De acordo com a perícia, o dinheiro teria sido entregue em espécie ao ex-presidente da República.

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De acordo com o perito criminal da Procuradoria-Geral da República Gilberto Mendes, foram 'levantados os  registros identificados nos discos rígidos fornecidos pela Odebrecht e por autoridades suíças ao Ministério Público Federal contendo relatórios extraídos do "MyWebDay"' - sistema de contabilidade paralela da empreiteira mantido na Suíça fornecido à Lava Jato por meio de cooperação jurídica internacional.

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Delatores da empreiteira afirmaram ter feito repasses de R$ 500 mil em 2010 e de R$ 300 mil em 2014, no entanto, os relatórios identificados constam apenas pagamentos da empreiteira até o mês de junho de 2012.

Reprodução de trecho da perícia Foto: Estadão

De acordo com o perito, 'foram encontradas evidências de que a Odebrecht efetuou pagamentos de, pelo menos, R$ 500 mil reais, em setembro/2010, destinados ao codinome Roxinho, que segundo executivos da Odebrecht identifica o Senador Fernando Collor de Mello.

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Segundo a perícia, um dos documentos revela 'extrato da conta de controle da Odebrecht denominada Paulistinha Real, operacionalizada pelo doleiro Álvaro José Novis para viabilizar os pagamentos em espécie (reais) na cidade de São Paulo/SP. "Os registros existentes nesses extratos revelam quais as contas de onde saíram os recursos para viabilizar os pagamentos da empreiteira ao codinome Roxinho".

Reprodução de trecho da perícia em que é apontado suposto saque ao doleiro Álvaro Novis Foto: Estadão

"O dinheiro para o primeiro pagamento de R$ 300 mil foi viabilizado a partir da conta de controle da Odebrecht denominada Paulistinha-Real, operacionalizada pelo doleiro Álvaro José Novis para realizar pagamentos em espécie na cidade de São Paulo/SP, enquanto os recursos para o segundo pagamento no valor de R$ 200 mil foram obtidos por meio de outra conta de controle da Odebrecht, denominada Bambi Real", escreveu.

Roxinho. O ex-presidente Fernando Collor de Mello - 'roxinho' na lista da Odebrecht, em razão da célebre frase 'eu tenho aquilo roxo', proferida nos anos 1990 - teria sido beneficiário de caixa dois da Odebrecht Ambiental em razão do lobby pela privatização do saneamento de Alagoas, segundo o ex-presidente da empresa de saneamento do Grupo. Os valores teriam sido operacionalizados entre os executivos e o primo do senador Euclydes Mello, de acordo com a delação da empreiteira.

Fux é o relator do caso desde o dia 10 de agosto, após a presidente do STF, Cármen Lúcia, decidir que os fatos narrados pelos colaboradores da construtora não estão relacionados com a operação Lava Jato, que apura desvios na Petrobrás e outras estatais.

Esgoto da Odebrecht. Em 2009, a maior construtora do país tinha em seus planos pleitear a concessão à iniciativa privada do sistema de saneamento do estado de Alagoas, de acordo com o ex-presidente da Odebrecht Ambiental, Fernando Reis.

"O investimento era chamado Sistema Adutor do Agreste, que tinha como objeto o abastecimento de água aos municípios de Arapiraca, Coité do Nóia, Igaci e Craíbas dos Nunes e a Mineração Vale Verde. Chegamos a participar de um processo público de Proposta de Manifestação de Interesse (PMI) e apresentamos estudo de viabilidade em setembro de 2009. Em duas ou três visitas à Maceió, percebi que havia no estado uma enorme oportunidade para investimentos privados no setor de saneamento, que tem os piores índices de cobertura do Brasil, chegando até a estudar a privatização da Companhia Estadual Casal", afirmou o executivo Fernando Reis.

A fim de viabilizar o projeto, os representantes da empreiteira disseram se reunir com o ex-presidente no aniversário dele, em seu apartamento pessoal.

No encontro, estavam os executivos Alexandre Barradas e Fernando Reis, Euclydes Mello e Fernando Collor.

Após ouvir a proposta de privatização da Companhia Alagoana de Saneamento, Collor disse que era favorável à iniciativa privada e chegou a afirmar que queria que a Odebrecht 'fizesse obras'. Na mesma reunião, ficou definido o repasse, via caixa dois.

Segundo o ex-executivo da Oderbrecht Alexandre Barradas, Collor foi "propositivo".

"Quero que você faça as obras", teria dito. "E nós: 'senador, nós não fazemos obras. Nosso negócio é investimento, é gestão. Inclusive quem faz a obra não somos nós. Nós contratamos as obras'. E ele: 'Quero, quero, quero. Preciso ganhar'", relatou Barradas.

COM A PALAVRA, FERNANDO COLLOR

"São imputações mentirosas, sem qualquer prova, que refuto com indignação e asco!"

Reprodução de perícia do Ministério Público Federal Foto: Estadão

Uma perícia do Ministério Público Federal sobre o sistema de contabilidade paralela da Odebrecht concluiu que a empreiteira pagou R$ 500 mil em caixa dois para a campanha do senador Fernando Collor (PTC), em 2010. O documento, datado de abril, foi anexado aos autos de investigação contra o parlamentar no Supremo Tribunal Federal. De acordo com a perícia, o dinheiro teria sido entregue em espécie ao ex-presidente da República.

PTC anuncia apoio a Alvaro Dias à Presidência nas eleições 2018

De acordo com o perito criminal da Procuradoria-Geral da República Gilberto Mendes, foram 'levantados os  registros identificados nos discos rígidos fornecidos pela Odebrecht e por autoridades suíças ao Ministério Público Federal contendo relatórios extraídos do "MyWebDay"' - sistema de contabilidade paralela da empreiteira mantido na Suíça fornecido à Lava Jato por meio de cooperação jurídica internacional.

Presidentes latino-americanos destituídos ou forçados a renunciar

Delatores da empreiteira afirmaram ter feito repasses de R$ 500 mil em 2010 e de R$ 300 mil em 2014, no entanto, os relatórios identificados constam apenas pagamentos da empreiteira até o mês de junho de 2012.

Reprodução de trecho da perícia Foto: Estadão

De acordo com o perito, 'foram encontradas evidências de que a Odebrecht efetuou pagamentos de, pelo menos, R$ 500 mil reais, em setembro/2010, destinados ao codinome Roxinho, que segundo executivos da Odebrecht identifica o Senador Fernando Collor de Mello.

26 anos depois, a musa do impeachment quer voltar

Segundo a perícia, um dos documentos revela 'extrato da conta de controle da Odebrecht denominada Paulistinha Real, operacionalizada pelo doleiro Álvaro José Novis para viabilizar os pagamentos em espécie (reais) na cidade de São Paulo/SP. "Os registros existentes nesses extratos revelam quais as contas de onde saíram os recursos para viabilizar os pagamentos da empreiteira ao codinome Roxinho".

Reprodução de trecho da perícia em que é apontado suposto saque ao doleiro Álvaro Novis Foto: Estadão

"O dinheiro para o primeiro pagamento de R$ 300 mil foi viabilizado a partir da conta de controle da Odebrecht denominada Paulistinha-Real, operacionalizada pelo doleiro Álvaro José Novis para realizar pagamentos em espécie na cidade de São Paulo/SP, enquanto os recursos para o segundo pagamento no valor de R$ 200 mil foram obtidos por meio de outra conta de controle da Odebrecht, denominada Bambi Real", escreveu.

Roxinho. O ex-presidente Fernando Collor de Mello - 'roxinho' na lista da Odebrecht, em razão da célebre frase 'eu tenho aquilo roxo', proferida nos anos 1990 - teria sido beneficiário de caixa dois da Odebrecht Ambiental em razão do lobby pela privatização do saneamento de Alagoas, segundo o ex-presidente da empresa de saneamento do Grupo. Os valores teriam sido operacionalizados entre os executivos e o primo do senador Euclydes Mello, de acordo com a delação da empreiteira.

Fux é o relator do caso desde o dia 10 de agosto, após a presidente do STF, Cármen Lúcia, decidir que os fatos narrados pelos colaboradores da construtora não estão relacionados com a operação Lava Jato, que apura desvios na Petrobrás e outras estatais.

Esgoto da Odebrecht. Em 2009, a maior construtora do país tinha em seus planos pleitear a concessão à iniciativa privada do sistema de saneamento do estado de Alagoas, de acordo com o ex-presidente da Odebrecht Ambiental, Fernando Reis.

"O investimento era chamado Sistema Adutor do Agreste, que tinha como objeto o abastecimento de água aos municípios de Arapiraca, Coité do Nóia, Igaci e Craíbas dos Nunes e a Mineração Vale Verde. Chegamos a participar de um processo público de Proposta de Manifestação de Interesse (PMI) e apresentamos estudo de viabilidade em setembro de 2009. Em duas ou três visitas à Maceió, percebi que havia no estado uma enorme oportunidade para investimentos privados no setor de saneamento, que tem os piores índices de cobertura do Brasil, chegando até a estudar a privatização da Companhia Estadual Casal", afirmou o executivo Fernando Reis.

A fim de viabilizar o projeto, os representantes da empreiteira disseram se reunir com o ex-presidente no aniversário dele, em seu apartamento pessoal.

No encontro, estavam os executivos Alexandre Barradas e Fernando Reis, Euclydes Mello e Fernando Collor.

Após ouvir a proposta de privatização da Companhia Alagoana de Saneamento, Collor disse que era favorável à iniciativa privada e chegou a afirmar que queria que a Odebrecht 'fizesse obras'. Na mesma reunião, ficou definido o repasse, via caixa dois.

Segundo o ex-executivo da Oderbrecht Alexandre Barradas, Collor foi "propositivo".

"Quero que você faça as obras", teria dito. "E nós: 'senador, nós não fazemos obras. Nosso negócio é investimento, é gestão. Inclusive quem faz a obra não somos nós. Nós contratamos as obras'. E ele: 'Quero, quero, quero. Preciso ganhar'", relatou Barradas.

COM A PALAVRA, FERNANDO COLLOR

"São imputações mentirosas, sem qualquer prova, que refuto com indignação e asco!"

Reprodução de perícia do Ministério Público Federal Foto: Estadão

Uma perícia do Ministério Público Federal sobre o sistema de contabilidade paralela da Odebrecht concluiu que a empreiteira pagou R$ 500 mil em caixa dois para a campanha do senador Fernando Collor (PTC), em 2010. O documento, datado de abril, foi anexado aos autos de investigação contra o parlamentar no Supremo Tribunal Federal. De acordo com a perícia, o dinheiro teria sido entregue em espécie ao ex-presidente da República.

PTC anuncia apoio a Alvaro Dias à Presidência nas eleições 2018

De acordo com o perito criminal da Procuradoria-Geral da República Gilberto Mendes, foram 'levantados os  registros identificados nos discos rígidos fornecidos pela Odebrecht e por autoridades suíças ao Ministério Público Federal contendo relatórios extraídos do "MyWebDay"' - sistema de contabilidade paralela da empreiteira mantido na Suíça fornecido à Lava Jato por meio de cooperação jurídica internacional.

Presidentes latino-americanos destituídos ou forçados a renunciar

Delatores da empreiteira afirmaram ter feito repasses de R$ 500 mil em 2010 e de R$ 300 mil em 2014, no entanto, os relatórios identificados constam apenas pagamentos da empreiteira até o mês de junho de 2012.

Reprodução de trecho da perícia Foto: Estadão

De acordo com o perito, 'foram encontradas evidências de que a Odebrecht efetuou pagamentos de, pelo menos, R$ 500 mil reais, em setembro/2010, destinados ao codinome Roxinho, que segundo executivos da Odebrecht identifica o Senador Fernando Collor de Mello.

26 anos depois, a musa do impeachment quer voltar

Segundo a perícia, um dos documentos revela 'extrato da conta de controle da Odebrecht denominada Paulistinha Real, operacionalizada pelo doleiro Álvaro José Novis para viabilizar os pagamentos em espécie (reais) na cidade de São Paulo/SP. "Os registros existentes nesses extratos revelam quais as contas de onde saíram os recursos para viabilizar os pagamentos da empreiteira ao codinome Roxinho".

Reprodução de trecho da perícia em que é apontado suposto saque ao doleiro Álvaro Novis Foto: Estadão

"O dinheiro para o primeiro pagamento de R$ 300 mil foi viabilizado a partir da conta de controle da Odebrecht denominada Paulistinha-Real, operacionalizada pelo doleiro Álvaro José Novis para realizar pagamentos em espécie na cidade de São Paulo/SP, enquanto os recursos para o segundo pagamento no valor de R$ 200 mil foram obtidos por meio de outra conta de controle da Odebrecht, denominada Bambi Real", escreveu.

Roxinho. O ex-presidente Fernando Collor de Mello - 'roxinho' na lista da Odebrecht, em razão da célebre frase 'eu tenho aquilo roxo', proferida nos anos 1990 - teria sido beneficiário de caixa dois da Odebrecht Ambiental em razão do lobby pela privatização do saneamento de Alagoas, segundo o ex-presidente da empresa de saneamento do Grupo. Os valores teriam sido operacionalizados entre os executivos e o primo do senador Euclydes Mello, de acordo com a delação da empreiteira.

Fux é o relator do caso desde o dia 10 de agosto, após a presidente do STF, Cármen Lúcia, decidir que os fatos narrados pelos colaboradores da construtora não estão relacionados com a operação Lava Jato, que apura desvios na Petrobrás e outras estatais.

Esgoto da Odebrecht. Em 2009, a maior construtora do país tinha em seus planos pleitear a concessão à iniciativa privada do sistema de saneamento do estado de Alagoas, de acordo com o ex-presidente da Odebrecht Ambiental, Fernando Reis.

"O investimento era chamado Sistema Adutor do Agreste, que tinha como objeto o abastecimento de água aos municípios de Arapiraca, Coité do Nóia, Igaci e Craíbas dos Nunes e a Mineração Vale Verde. Chegamos a participar de um processo público de Proposta de Manifestação de Interesse (PMI) e apresentamos estudo de viabilidade em setembro de 2009. Em duas ou três visitas à Maceió, percebi que havia no estado uma enorme oportunidade para investimentos privados no setor de saneamento, que tem os piores índices de cobertura do Brasil, chegando até a estudar a privatização da Companhia Estadual Casal", afirmou o executivo Fernando Reis.

A fim de viabilizar o projeto, os representantes da empreiteira disseram se reunir com o ex-presidente no aniversário dele, em seu apartamento pessoal.

No encontro, estavam os executivos Alexandre Barradas e Fernando Reis, Euclydes Mello e Fernando Collor.

Após ouvir a proposta de privatização da Companhia Alagoana de Saneamento, Collor disse que era favorável à iniciativa privada e chegou a afirmar que queria que a Odebrecht 'fizesse obras'. Na mesma reunião, ficou definido o repasse, via caixa dois.

Segundo o ex-executivo da Oderbrecht Alexandre Barradas, Collor foi "propositivo".

"Quero que você faça as obras", teria dito. "E nós: 'senador, nós não fazemos obras. Nosso negócio é investimento, é gestão. Inclusive quem faz a obra não somos nós. Nós contratamos as obras'. E ele: 'Quero, quero, quero. Preciso ganhar'", relatou Barradas.

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