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PF abre novos inquéritos contra políticos com base na delação de Sérgio Machado


Ex-ministros, como Ideli Salvatti (PT), ex-deputados e as obras do estaleiro Rio Tietê estão entre os novos alvos da Lava Jato em Curitiba

Por Julia Affonso e Ricardo Brandt
Sérgio Machado. Foto: Tasso Marcelo/Agência Estado

A Polícia Federal em Curitiba, base e origem da Operação Lava Jato, abriu novos inquéritos com base nos depoimentos da delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Os alvos são a ex-ministra Ideli Salvatti (PT/Governo Dilma), o ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB), o ex-deputado Cândido Vaccarezza (ex-PT/SP), o ex-deputado Jorge Bittar (PT), ex-deputado Edson Santos (PT).

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A Federal abriu ainda um inquérito para apurar as obras do Estaleiro Rio Tietê, em atendimento a pedido do Ministério Público Federal, e um procedimento denominado Verificação Preliminar de Informações sobre seis empresas que, segundo o delator, 'pagaram de forma continuada vantagens ilícitas, tanto em doações oficiais quanto em repasses em dinheiro'.

A investigação foi remetida pelo Supremo Tribunal Federal para a 13.ª Vara Federal, em Curitiba, sob tutela do juiz federal Sérgio Moro, e anexadas a um inquérito que investiga crimes no âmbito da Transpetro.

Em outubro do ano passado, o magistrado determinou, após pedido da Polícia Federal e manifestação favorável do Ministério Público Federal, o desmembramento da delação de Sérgio Machado que atinge investigados sem foro por prerrogativa de função.

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O delegado Ivan Ziolkowski, responsável pela investigação, enviou, em dezembro, os depoimentos de Sérgio Machado para a Corregedoria da PF. A remessa faz parte do procedimento para a abertura de inquéritos.

Machado declarou que Ideli Salvatti solicitou 'recursos para campanha de 2010'. O delator relatou que 'foi transferido, via doação oficial, o montante de R$ 500 mil pela Camargo Corrêa' naquele ano.

Durante sua gestão à frente da Transpetro, Machado diz ter repassado ao PMDB 'pouco mais de R$ 100 milhões, cuja origem eram vantagens ilícitas pagas por meio de empresas contratadas pela Transpetro'.

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"Desse valor, R$ 1,550 milhão foi repassado ao deputado Henrique Alves, da seguinte forma: pela empresa Queiroz Galvão foi pago R$ 500 mil (2014); R$ 250 mil (2012); R$ 300 mil (2008); pela empresa Galvão Engenharia foi repassado R$ 500 mil (2010)", disse.

O ex-presidente da Transpetro afirmou, ainda, que em ano de 2010, Vaccarezza o procurou e solicitou 'apoio financeiro'. Segundo Machado, a empreiteira Camargo Corrêa transferiu R$ 500 mil para o diretório do PT.

"O valor era oriundo de vantagens ilícitas pagas por empresa contratada pela Transpetro (Camargo Corrêa)", declarou.

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Edson Santos, narrou o delator, 'recebeu vantagem indevida, via 'doação oficial', pela Queiroz Galvão, no montante de R$ 142.400,00, no ano de 2014'.

Bittar, de acordo com o ex-presidente da Transpetro, obteve RS 200 mil, em 2010, pelo PT, por meio da Queiroz Galvão.

As investigações atingem ainda o Estaleiro Rio Tietê. A PF vai investigar um suposto cartel ligado ao arrendamento de uma área em Araçatuba, no interior de São Paulo, sem licitação, para construção de comboios para a Transpetro.

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Gravações. Sérgio Machado foi um dos primeiros delatores a gravar os alvos de sua delação. Para se livrar da prisão, o ex-presidente da Transpetro registrou áudios de conversas com os caciques do PMDB, os senadores Renan Calheiros (AL) e Romero Jucá (RR) e o ex-presidente José Sarney (AP), nas quais predominou suposta tentativa de obstrução da Lava Jato.

Machado entregou em maio de 2016 à Procuradoria-Geral da República as gravações dos encontros com Renan, Jucá e Sarney. Nessas reuniões, os senadores e o ex-presidente teriam demonstrado intenção de tramar contra a Lava Jato. Jucá sugeriu 'estancar a sangria', em referência à maior operação já desencadeada no País contra a corrupção.

Em julho do ano passado, no inquérito que investigava as declarações dos caciques peemedebistas, a delegada da Polícia Federal Graziela Machado da Costa e Silva desqualificou a colaboração de Sérgio Machado. Em relatório de 59 páginas enviado ao Supremo Tribunal Federal, a delegada Graziela afirmou que o delator 'não merece' os benefícios da delação premiada.

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"No que concerne ao objeto deste inquérito, a colaboração que embasou o presente pedido de instauração mostrou-se ineficaz, não apenas quanto à demonstração da existência dos crimes ventilados, bem como quanto aos próprios meios de prova ofertados, resumidos estes a diálogos gravados nos quais é presente o caráter instigador do colaborador quanto às falas que ora se incriminam", assinalou Graziela na ocasião.

A reportagem não conseguiu contato com a Galvão Engenharia.

COM A PALAVRA, IDELI SALVATTI

O advogado Ticiano Figueiredo, que defende Ideli Salvatti, afirmou. "A delação do Sérgio Machado constitui exemplo clássico de colaboração desamparada de base empírica idônea apta a sustenta-la. Assim como aconteceu em outro caso, a defesa está muito segura que uma análise justa e isenta acarretara no arquivamento dessa investigação."

COM A PALAVRA, EDSON SANTOS

O ex-deputado Edson Santos afirmou, por telefone. "Não tenho nada para falar desse negócio, essa mentira. O Sérgio Machado era para estar preso, isso foi uma verdadeira armação. O Sérgio Machado usou meu nome e de outras pessoas para entregar para a Polícia Federal. Não tenho problema em relação a isso. Não tenho nem advogado. Aquilo que ele falou no depoimento referente a um recurso para mim foi uma doação de uma empresa pra minha campanha, depositado no Banco do Brasil. Sérgio Machado, Jucá, essa turma aí, sinceramente... A verdade vai prevalecer."

COM A PALAVRA, JORGE BITTAR

A reportagem tentou contato com Jorge Bittar por meio de sua rede social. O espaço está aberto para manifestação.

COM A PALAVRA, HENRIQUE EDUARDO ALVES

A reportagem fez contato com a defesa de Henrique Eduardo Alves. O advogado informou que não tem como se manifestar no momento.

COM A PALAVRA, CÂNDIDO VACCAREZZA

A reportagem tentou contato com a defesa do ex-deputado Cândido Vaccarezza. O espaço está aberto para manifestação.

COM A PALAVRA, A CAMARGO CORRÊA

A Construções e Comércio Camargo Corrêa foi a primeira grande empresa do setor a firmar acordo de leniência para corrigir irregularidades e aprimorar seus controles internos e compliance para colaborar de forma permanente com a justiça.

COM A PALAVRA, A QUEIROZ GALVÃO

A Queiroz Galvão não comenta investigação em andamento.

Sérgio Machado. Foto: Tasso Marcelo/Agência Estado

A Polícia Federal em Curitiba, base e origem da Operação Lava Jato, abriu novos inquéritos com base nos depoimentos da delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Os alvos são a ex-ministra Ideli Salvatti (PT/Governo Dilma), o ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB), o ex-deputado Cândido Vaccarezza (ex-PT/SP), o ex-deputado Jorge Bittar (PT), ex-deputado Edson Santos (PT).

A Federal abriu ainda um inquérito para apurar as obras do Estaleiro Rio Tietê, em atendimento a pedido do Ministério Público Federal, e um procedimento denominado Verificação Preliminar de Informações sobre seis empresas que, segundo o delator, 'pagaram de forma continuada vantagens ilícitas, tanto em doações oficiais quanto em repasses em dinheiro'.

A investigação foi remetida pelo Supremo Tribunal Federal para a 13.ª Vara Federal, em Curitiba, sob tutela do juiz federal Sérgio Moro, e anexadas a um inquérito que investiga crimes no âmbito da Transpetro.

Em outubro do ano passado, o magistrado determinou, após pedido da Polícia Federal e manifestação favorável do Ministério Público Federal, o desmembramento da delação de Sérgio Machado que atinge investigados sem foro por prerrogativa de função.

O delegado Ivan Ziolkowski, responsável pela investigação, enviou, em dezembro, os depoimentos de Sérgio Machado para a Corregedoria da PF. A remessa faz parte do procedimento para a abertura de inquéritos.

Machado declarou que Ideli Salvatti solicitou 'recursos para campanha de 2010'. O delator relatou que 'foi transferido, via doação oficial, o montante de R$ 500 mil pela Camargo Corrêa' naquele ano.

Durante sua gestão à frente da Transpetro, Machado diz ter repassado ao PMDB 'pouco mais de R$ 100 milhões, cuja origem eram vantagens ilícitas pagas por meio de empresas contratadas pela Transpetro'.

"Desse valor, R$ 1,550 milhão foi repassado ao deputado Henrique Alves, da seguinte forma: pela empresa Queiroz Galvão foi pago R$ 500 mil (2014); R$ 250 mil (2012); R$ 300 mil (2008); pela empresa Galvão Engenharia foi repassado R$ 500 mil (2010)", disse.

O ex-presidente da Transpetro afirmou, ainda, que em ano de 2010, Vaccarezza o procurou e solicitou 'apoio financeiro'. Segundo Machado, a empreiteira Camargo Corrêa transferiu R$ 500 mil para o diretório do PT.

"O valor era oriundo de vantagens ilícitas pagas por empresa contratada pela Transpetro (Camargo Corrêa)", declarou.

Edson Santos, narrou o delator, 'recebeu vantagem indevida, via 'doação oficial', pela Queiroz Galvão, no montante de R$ 142.400,00, no ano de 2014'.

Bittar, de acordo com o ex-presidente da Transpetro, obteve RS 200 mil, em 2010, pelo PT, por meio da Queiroz Galvão.

As investigações atingem ainda o Estaleiro Rio Tietê. A PF vai investigar um suposto cartel ligado ao arrendamento de uma área em Araçatuba, no interior de São Paulo, sem licitação, para construção de comboios para a Transpetro.

Gravações. Sérgio Machado foi um dos primeiros delatores a gravar os alvos de sua delação. Para se livrar da prisão, o ex-presidente da Transpetro registrou áudios de conversas com os caciques do PMDB, os senadores Renan Calheiros (AL) e Romero Jucá (RR) e o ex-presidente José Sarney (AP), nas quais predominou suposta tentativa de obstrução da Lava Jato.

Machado entregou em maio de 2016 à Procuradoria-Geral da República as gravações dos encontros com Renan, Jucá e Sarney. Nessas reuniões, os senadores e o ex-presidente teriam demonstrado intenção de tramar contra a Lava Jato. Jucá sugeriu 'estancar a sangria', em referência à maior operação já desencadeada no País contra a corrupção.

Em julho do ano passado, no inquérito que investigava as declarações dos caciques peemedebistas, a delegada da Polícia Federal Graziela Machado da Costa e Silva desqualificou a colaboração de Sérgio Machado. Em relatório de 59 páginas enviado ao Supremo Tribunal Federal, a delegada Graziela afirmou que o delator 'não merece' os benefícios da delação premiada.

"No que concerne ao objeto deste inquérito, a colaboração que embasou o presente pedido de instauração mostrou-se ineficaz, não apenas quanto à demonstração da existência dos crimes ventilados, bem como quanto aos próprios meios de prova ofertados, resumidos estes a diálogos gravados nos quais é presente o caráter instigador do colaborador quanto às falas que ora se incriminam", assinalou Graziela na ocasião.

A reportagem não conseguiu contato com a Galvão Engenharia.

COM A PALAVRA, IDELI SALVATTI

O advogado Ticiano Figueiredo, que defende Ideli Salvatti, afirmou. "A delação do Sérgio Machado constitui exemplo clássico de colaboração desamparada de base empírica idônea apta a sustenta-la. Assim como aconteceu em outro caso, a defesa está muito segura que uma análise justa e isenta acarretara no arquivamento dessa investigação."

COM A PALAVRA, EDSON SANTOS

O ex-deputado Edson Santos afirmou, por telefone. "Não tenho nada para falar desse negócio, essa mentira. O Sérgio Machado era para estar preso, isso foi uma verdadeira armação. O Sérgio Machado usou meu nome e de outras pessoas para entregar para a Polícia Federal. Não tenho problema em relação a isso. Não tenho nem advogado. Aquilo que ele falou no depoimento referente a um recurso para mim foi uma doação de uma empresa pra minha campanha, depositado no Banco do Brasil. Sérgio Machado, Jucá, essa turma aí, sinceramente... A verdade vai prevalecer."

COM A PALAVRA, JORGE BITTAR

A reportagem tentou contato com Jorge Bittar por meio de sua rede social. O espaço está aberto para manifestação.

COM A PALAVRA, HENRIQUE EDUARDO ALVES

A reportagem fez contato com a defesa de Henrique Eduardo Alves. O advogado informou que não tem como se manifestar no momento.

COM A PALAVRA, CÂNDIDO VACCAREZZA

A reportagem tentou contato com a defesa do ex-deputado Cândido Vaccarezza. O espaço está aberto para manifestação.

COM A PALAVRA, A CAMARGO CORRÊA

A Construções e Comércio Camargo Corrêa foi a primeira grande empresa do setor a firmar acordo de leniência para corrigir irregularidades e aprimorar seus controles internos e compliance para colaborar de forma permanente com a justiça.

COM A PALAVRA, A QUEIROZ GALVÃO

A Queiroz Galvão não comenta investigação em andamento.

Sérgio Machado. Foto: Tasso Marcelo/Agência Estado

A Polícia Federal em Curitiba, base e origem da Operação Lava Jato, abriu novos inquéritos com base nos depoimentos da delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Os alvos são a ex-ministra Ideli Salvatti (PT/Governo Dilma), o ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB), o ex-deputado Cândido Vaccarezza (ex-PT/SP), o ex-deputado Jorge Bittar (PT), ex-deputado Edson Santos (PT).

A Federal abriu ainda um inquérito para apurar as obras do Estaleiro Rio Tietê, em atendimento a pedido do Ministério Público Federal, e um procedimento denominado Verificação Preliminar de Informações sobre seis empresas que, segundo o delator, 'pagaram de forma continuada vantagens ilícitas, tanto em doações oficiais quanto em repasses em dinheiro'.

A investigação foi remetida pelo Supremo Tribunal Federal para a 13.ª Vara Federal, em Curitiba, sob tutela do juiz federal Sérgio Moro, e anexadas a um inquérito que investiga crimes no âmbito da Transpetro.

Em outubro do ano passado, o magistrado determinou, após pedido da Polícia Federal e manifestação favorável do Ministério Público Federal, o desmembramento da delação de Sérgio Machado que atinge investigados sem foro por prerrogativa de função.

O delegado Ivan Ziolkowski, responsável pela investigação, enviou, em dezembro, os depoimentos de Sérgio Machado para a Corregedoria da PF. A remessa faz parte do procedimento para a abertura de inquéritos.

Machado declarou que Ideli Salvatti solicitou 'recursos para campanha de 2010'. O delator relatou que 'foi transferido, via doação oficial, o montante de R$ 500 mil pela Camargo Corrêa' naquele ano.

Durante sua gestão à frente da Transpetro, Machado diz ter repassado ao PMDB 'pouco mais de R$ 100 milhões, cuja origem eram vantagens ilícitas pagas por meio de empresas contratadas pela Transpetro'.

"Desse valor, R$ 1,550 milhão foi repassado ao deputado Henrique Alves, da seguinte forma: pela empresa Queiroz Galvão foi pago R$ 500 mil (2014); R$ 250 mil (2012); R$ 300 mil (2008); pela empresa Galvão Engenharia foi repassado R$ 500 mil (2010)", disse.

O ex-presidente da Transpetro afirmou, ainda, que em ano de 2010, Vaccarezza o procurou e solicitou 'apoio financeiro'. Segundo Machado, a empreiteira Camargo Corrêa transferiu R$ 500 mil para o diretório do PT.

"O valor era oriundo de vantagens ilícitas pagas por empresa contratada pela Transpetro (Camargo Corrêa)", declarou.

Edson Santos, narrou o delator, 'recebeu vantagem indevida, via 'doação oficial', pela Queiroz Galvão, no montante de R$ 142.400,00, no ano de 2014'.

Bittar, de acordo com o ex-presidente da Transpetro, obteve RS 200 mil, em 2010, pelo PT, por meio da Queiroz Galvão.

As investigações atingem ainda o Estaleiro Rio Tietê. A PF vai investigar um suposto cartel ligado ao arrendamento de uma área em Araçatuba, no interior de São Paulo, sem licitação, para construção de comboios para a Transpetro.

Gravações. Sérgio Machado foi um dos primeiros delatores a gravar os alvos de sua delação. Para se livrar da prisão, o ex-presidente da Transpetro registrou áudios de conversas com os caciques do PMDB, os senadores Renan Calheiros (AL) e Romero Jucá (RR) e o ex-presidente José Sarney (AP), nas quais predominou suposta tentativa de obstrução da Lava Jato.

Machado entregou em maio de 2016 à Procuradoria-Geral da República as gravações dos encontros com Renan, Jucá e Sarney. Nessas reuniões, os senadores e o ex-presidente teriam demonstrado intenção de tramar contra a Lava Jato. Jucá sugeriu 'estancar a sangria', em referência à maior operação já desencadeada no País contra a corrupção.

Em julho do ano passado, no inquérito que investigava as declarações dos caciques peemedebistas, a delegada da Polícia Federal Graziela Machado da Costa e Silva desqualificou a colaboração de Sérgio Machado. Em relatório de 59 páginas enviado ao Supremo Tribunal Federal, a delegada Graziela afirmou que o delator 'não merece' os benefícios da delação premiada.

"No que concerne ao objeto deste inquérito, a colaboração que embasou o presente pedido de instauração mostrou-se ineficaz, não apenas quanto à demonstração da existência dos crimes ventilados, bem como quanto aos próprios meios de prova ofertados, resumidos estes a diálogos gravados nos quais é presente o caráter instigador do colaborador quanto às falas que ora se incriminam", assinalou Graziela na ocasião.

A reportagem não conseguiu contato com a Galvão Engenharia.

COM A PALAVRA, IDELI SALVATTI

O advogado Ticiano Figueiredo, que defende Ideli Salvatti, afirmou. "A delação do Sérgio Machado constitui exemplo clássico de colaboração desamparada de base empírica idônea apta a sustenta-la. Assim como aconteceu em outro caso, a defesa está muito segura que uma análise justa e isenta acarretara no arquivamento dessa investigação."

COM A PALAVRA, EDSON SANTOS

O ex-deputado Edson Santos afirmou, por telefone. "Não tenho nada para falar desse negócio, essa mentira. O Sérgio Machado era para estar preso, isso foi uma verdadeira armação. O Sérgio Machado usou meu nome e de outras pessoas para entregar para a Polícia Federal. Não tenho problema em relação a isso. Não tenho nem advogado. Aquilo que ele falou no depoimento referente a um recurso para mim foi uma doação de uma empresa pra minha campanha, depositado no Banco do Brasil. Sérgio Machado, Jucá, essa turma aí, sinceramente... A verdade vai prevalecer."

COM A PALAVRA, JORGE BITTAR

A reportagem tentou contato com Jorge Bittar por meio de sua rede social. O espaço está aberto para manifestação.

COM A PALAVRA, HENRIQUE EDUARDO ALVES

A reportagem fez contato com a defesa de Henrique Eduardo Alves. O advogado informou que não tem como se manifestar no momento.

COM A PALAVRA, CÂNDIDO VACCAREZZA

A reportagem tentou contato com a defesa do ex-deputado Cândido Vaccarezza. O espaço está aberto para manifestação.

COM A PALAVRA, A CAMARGO CORRÊA

A Construções e Comércio Camargo Corrêa foi a primeira grande empresa do setor a firmar acordo de leniência para corrigir irregularidades e aprimorar seus controles internos e compliance para colaborar de forma permanente com a justiça.

COM A PALAVRA, A QUEIROZ GALVÃO

A Queiroz Galvão não comenta investigação em andamento.

Sérgio Machado. Foto: Tasso Marcelo/Agência Estado

A Polícia Federal em Curitiba, base e origem da Operação Lava Jato, abriu novos inquéritos com base nos depoimentos da delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Os alvos são a ex-ministra Ideli Salvatti (PT/Governo Dilma), o ex-presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB), o ex-deputado Cândido Vaccarezza (ex-PT/SP), o ex-deputado Jorge Bittar (PT), ex-deputado Edson Santos (PT).

A Federal abriu ainda um inquérito para apurar as obras do Estaleiro Rio Tietê, em atendimento a pedido do Ministério Público Federal, e um procedimento denominado Verificação Preliminar de Informações sobre seis empresas que, segundo o delator, 'pagaram de forma continuada vantagens ilícitas, tanto em doações oficiais quanto em repasses em dinheiro'.

A investigação foi remetida pelo Supremo Tribunal Federal para a 13.ª Vara Federal, em Curitiba, sob tutela do juiz federal Sérgio Moro, e anexadas a um inquérito que investiga crimes no âmbito da Transpetro.

Em outubro do ano passado, o magistrado determinou, após pedido da Polícia Federal e manifestação favorável do Ministério Público Federal, o desmembramento da delação de Sérgio Machado que atinge investigados sem foro por prerrogativa de função.

O delegado Ivan Ziolkowski, responsável pela investigação, enviou, em dezembro, os depoimentos de Sérgio Machado para a Corregedoria da PF. A remessa faz parte do procedimento para a abertura de inquéritos.

Machado declarou que Ideli Salvatti solicitou 'recursos para campanha de 2010'. O delator relatou que 'foi transferido, via doação oficial, o montante de R$ 500 mil pela Camargo Corrêa' naquele ano.

Durante sua gestão à frente da Transpetro, Machado diz ter repassado ao PMDB 'pouco mais de R$ 100 milhões, cuja origem eram vantagens ilícitas pagas por meio de empresas contratadas pela Transpetro'.

"Desse valor, R$ 1,550 milhão foi repassado ao deputado Henrique Alves, da seguinte forma: pela empresa Queiroz Galvão foi pago R$ 500 mil (2014); R$ 250 mil (2012); R$ 300 mil (2008); pela empresa Galvão Engenharia foi repassado R$ 500 mil (2010)", disse.

O ex-presidente da Transpetro afirmou, ainda, que em ano de 2010, Vaccarezza o procurou e solicitou 'apoio financeiro'. Segundo Machado, a empreiteira Camargo Corrêa transferiu R$ 500 mil para o diretório do PT.

"O valor era oriundo de vantagens ilícitas pagas por empresa contratada pela Transpetro (Camargo Corrêa)", declarou.

Edson Santos, narrou o delator, 'recebeu vantagem indevida, via 'doação oficial', pela Queiroz Galvão, no montante de R$ 142.400,00, no ano de 2014'.

Bittar, de acordo com o ex-presidente da Transpetro, obteve RS 200 mil, em 2010, pelo PT, por meio da Queiroz Galvão.

As investigações atingem ainda o Estaleiro Rio Tietê. A PF vai investigar um suposto cartel ligado ao arrendamento de uma área em Araçatuba, no interior de São Paulo, sem licitação, para construção de comboios para a Transpetro.

Gravações. Sérgio Machado foi um dos primeiros delatores a gravar os alvos de sua delação. Para se livrar da prisão, o ex-presidente da Transpetro registrou áudios de conversas com os caciques do PMDB, os senadores Renan Calheiros (AL) e Romero Jucá (RR) e o ex-presidente José Sarney (AP), nas quais predominou suposta tentativa de obstrução da Lava Jato.

Machado entregou em maio de 2016 à Procuradoria-Geral da República as gravações dos encontros com Renan, Jucá e Sarney. Nessas reuniões, os senadores e o ex-presidente teriam demonstrado intenção de tramar contra a Lava Jato. Jucá sugeriu 'estancar a sangria', em referência à maior operação já desencadeada no País contra a corrupção.

Em julho do ano passado, no inquérito que investigava as declarações dos caciques peemedebistas, a delegada da Polícia Federal Graziela Machado da Costa e Silva desqualificou a colaboração de Sérgio Machado. Em relatório de 59 páginas enviado ao Supremo Tribunal Federal, a delegada Graziela afirmou que o delator 'não merece' os benefícios da delação premiada.

"No que concerne ao objeto deste inquérito, a colaboração que embasou o presente pedido de instauração mostrou-se ineficaz, não apenas quanto à demonstração da existência dos crimes ventilados, bem como quanto aos próprios meios de prova ofertados, resumidos estes a diálogos gravados nos quais é presente o caráter instigador do colaborador quanto às falas que ora se incriminam", assinalou Graziela na ocasião.

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O ex-deputado Edson Santos afirmou, por telefone. "Não tenho nada para falar desse negócio, essa mentira. O Sérgio Machado era para estar preso, isso foi uma verdadeira armação. O Sérgio Machado usou meu nome e de outras pessoas para entregar para a Polícia Federal. Não tenho problema em relação a isso. Não tenho nem advogado. Aquilo que ele falou no depoimento referente a um recurso para mim foi uma doação de uma empresa pra minha campanha, depositado no Banco do Brasil. Sérgio Machado, Jucá, essa turma aí, sinceramente... A verdade vai prevalecer."

COM A PALAVRA, JORGE BITTAR

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A Construções e Comércio Camargo Corrêa foi a primeira grande empresa do setor a firmar acordo de leniência para corrigir irregularidades e aprimorar seus controles internos e compliance para colaborar de forma permanente com a justiça.

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