A Polícia Federal, a Procuradoria da República e o Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União deflagraram nesta quinta-feira, 26, em Minas, a Operação Taturana. O objetivo é desarticular organização criminosa especializada em fraudar licitações e desviar verbas federais transferidas a pelo menos seis prefeituras do interior do estado para a execução de obras de infraestrutura.
+ Sérgio Cabral vai para prisão federal de Campo Grande
+ Mulher e filha de Henrique Alves são alvo de buscas da PF
+ Assessores e familiares ajudam Henrique Alves a ocultar propina, diz Procuradoria
Segundo a CGU, as fraudes envolvem recursos das áreas de Cidades (pavimentação de ruas), de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (encascalhamento das estradas vicinais) e de Turismo (revitalização de praça central e construção de portais).
Os valores envolvidos na investigação, relativos a contratos suspeitos, são da ordem de R$ 6,4 milhões.
A CGU não põe sob suspeita os ministérios, mas ex-administradores dos municípios de Minas, cujos nomes não foram divulgados.
Ao todo, estão sendo cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, 11 de condução coercitiva e dois afastamentos de funções públicas, distribuídos pelos municípios mineiros de Governador Valadares, Virgulândia, Nacip Raydan, Peçanha, Nova Era e Alpercata.
Segundo a Controladoria, as investigações apontam 'a atuação, conjunta e articulada, de ex-prefeitos, servidores públicos e empresários'.
A organização criava empresas, sem capacidade técnica ou financeira, do ramo da construção civil, por meio de 'laranjas' - pessoas interpostas -, para participar de certames licitatórios já direcionados nos municípios envolvidos.
Após a fraude, destaca a Controladoria, a execução contratual ocorria de forma parcial e diferente do objeto contratado, utilizando-se de mão de obra terceirizada e do maquinário das próprias prefeituras, para reduzir custos e maximizar os lucros do grupo.
Até a vistoria das obras era realizada por um integrante da organização, que atua como engenheiro fiscal, e emitia certificados falsos de regularidade.
A Operação Taturana mobilizou seis auditores da CGU e 41 policiais federais.