A Polícia Federal indiciou a deputada estadual de Alagoas Thaíse Guedes (PMDB) por 25 crimes de peculato - desvio de recursos públicos - em meio a um esquema que pode ter provocado rombo de R$ 15 milhões nos cofres da Assembléia Legislativa entre 2010 e 2013. A PF suspeita que Thaíse se teria beneficiado de, ao menos, R$ 220 mil através de pagamentos a uma funcionária fantasma, beneficiária do Bolsa Família, e de repasses de valores indevidos a dois servidores do seu gabinete. Outros dez deputados estaduais vão ser indiciados, segundo a PF.
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De acordo com a PF, a deputada foi indiciada 25 vezes por peculato pelo desvio de 13 salários - somando cerca de R$ 140 mil - formalmente repassados à beneficiária do Bolsa e a 12 pagamentos em valores superiores - mais R$ 80 mil - aos vencimentos devidos a dois servidores de seu gabinete. Os desvios atribuídos a Thaíse teriam alcançado R$ 220 mil.
Segundo a PF, a beneficiária do Bolsa era 'funcionária fantasma' da Assembleia Legislativa, mas não sabia disso. Ela declarou no inquérito que não recebeu o dinheiro e que repassou cópia de seus documentos pessoais ao gabinete de Thaíse imaginando que poderia conseguir um emprego. Ficou sabendo pelos investigadores que fazia parte do quadro de funcionários da Casa.
COM A REPORTAGEM, THAÍSE
A reportagem tentou contato com o gabinete de Thaíse Guedes. O espaço está aberto para manifestação da parlamentar. No site da Assembleia, a peemedebista anuncia que 'tem como um dos seus principais pilares defender os princípios da igualdade e da dignidade das pessoas com deficiência'.