A histórica decisão do ministro Teori Zavascki de afastar da presidência da Câmara e suspender o mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é destaque nos principais veículos da imprensa internacional.
Para o The New York Times o afastamento do peemedebista ocorre depois de ele já ter causado "o maior dano" à presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, que aprovou o processo de impeachment da petista.
Para o jornal americano, a situação de Cunha e de Temer, esta semana condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo e, consequentemente, considerado ficha-suja, não vai salvar a situação de Dilma, prestes a enfrentar a votação do impeachment no Senado, prevista para a próxima quarta-feira, 11.
Em avaliação semelhante, a emissora britânica BBC, aponta que a medida foi "dramática", mas veio "tarde demais para salvar Dilma Rousseff".
O Washington Post aponta que Cunha é um dos mais poderosos políticos do País e diz que seu afastamento nesta semana é considerado "tardio" para os petistas, já que o peemedebista foi o responsável por aceitar o processo de impeachment da presidente, mas é comemorado por outros setores da população.
O argentino Clarín aponta que o afastamento de Cunha "veio tarde", e acaba beneficiando o vice-presidente Michel Temer que, em um eventual governo de transição, não terá a imagem de Cunha para prejudicá-lo.
O britânico The Guardian, por sua vez, avalia que a decisão do STF traz mais "incerteza" ao cenário político brasileiro às vésperas da votação do processo de afastamento de Dilma no Senado e a eventual formação de um novo governo de Michel Temer, correligionário de Cunha.
O argentino La Nación classifica Cunha como "o mais maquiavélico" político do PMDB, que sempre se negou a renunciar mesmo envolto em inúmeras denúncias de corrupção e que, graças a sua grande influência no Congresso, conseguiu adiar ao máximo o seu processo de cassação.