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Ventiladores mecânicos e a ética empresarial


A ventilação mecânica tornou-se um dos temas principais no mundo todo, da noite para o dia. Para os governos, o ventilador mecânico virou um item de primeira necessidade. Para os médicos, a chance de salvar vidas. Para a opinião pública, um tema polêmico que envolve alta no preço de equipamentos e suspeitas de corrupção.

Por Marcus Magrin

Para se ter uma ideia da dimensão, o governo brasileiro publicou um chamamento público para o fornecimento de cerca de 15 mil ventiladores para o tratamento dos pacientes mais críticos de Covid-19. Antes da pandemia, o país levou quatro anos para adquirir essa quantidade. A consequência disso, é que com a alta demanda global, os fabricantes não estão dando conta de atender a prazos tão urgentes.

O problema é que não basta comprar ventiladores mecânicos. É preciso conhecer os equipamentos que podem ser utilizados no tratamento de pacientes acometidos pela forma mais grave da doença, pois existem modelos diversos para diferentes necessidades. Das unidades já entregues no país, pelo menos metade nunca foi testada no Brasil ou não atende minimamente as especificações recomendadas pelo Ministério da Saúde ou associações médicas para que possam ser utilizados em UTIs.

Enquanto gestores do setor, as indústrias de equipamentos de ventilação devem valer-se deste momento e contribuir com conhecimento para evitar o desperdício, com a agilidade e eficiência que o contexto pede. Detalharei algumas ações que devem ser levadas em conta.

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Marcus Magrin. Foto: Acervo pessoal

Aquisição em cenário emergencial: a Lei nº 13.979/20 regulamenta as medidas de controle da pandemia com dispensa de licitação para compras. O decreto foi sancionado no início de fevereiro e complementado pela medida provisória 926/2020 com o objetivo de garantir a aquisição de bens, serviços e insumos destinados ao enfrentamento da Covid-19. Deste modo, as compras diretas passam a ser permitidas por lei. O efeito colateral disso, é que com os governos preocupados em atender a alta demanda, muitos dos equipamentos adquiridos possuem poucos recursos para atender aos pacientes mais graves. Nosso papel é orientar os órgãos públicos sobre as necessidades do paciente frente a eficiência do produto.

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Capacidade de entrega: a comunicação com a esfera pública referente a condições de entrega deve ser feita com transparência. As indústrias devem se comprometer com a venda de equipamentos que podem entregar e serem muito transparentes em relação aos prazos para não causar impacto na ponta. Como já houve a retenção de produtos em alguns aeroportos, é importante planejar rotas seguras e considerar imprevistos.

Alta dos preços: apesar da especulação de que as indústrias estão se aproveitando do momento para subir preços, a realidade é que isso é reflexo da alta demanda global que impacta toda a cadeia produtiva e logística. Fornecedores têm dificuldade de entregar peças essenciais. Além disso, o transporte internacional está mais difícil.

Combate à corrupção: estão aparecendo casos de investigação de negociações fraudulentas com empresas desconhecidas no mercado por conta de preços abusivos, equipamentos falsificados ou com defeitos, crime de peculato, entre outros. Apesar do respaldo da lei da compra sem licitação em caráter emergencial, é fundamental que o setor se mobilize para evitar que empresas de origem duvidosa manchem a categoria.

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Capacitação dos profissionais: uma dificuldade adicional é ter na equipe profissionais qualificados para operar os ventiladores mecânicos, uma vez que esses equipamentos podem ser um desafio até para os mais experientes e seu mau uso pode trazer riscos graves. Com as novas configurações das equipes para enfrentar a demanda de internação por Covid-19, é preciso olhar para o treinamento como um investimento. Estamos falando de formar multiplicadores numa equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, cada um com suas atribuições.

Serviços e manutenção: muitas empresas venderam ventiladores ao Brasil, mas sem ter no país uma estrutura de serviços, estoque e de especialistas clínicos para ministração de treinamentos. Assim, quem adquiriu os produtos não pode contar com serviços de manutenção e reposição de peças e consumíveis.

Em resumo, não basta ter o equipamento, é preciso ter conhecimento para minimizar prejuízos em aquisições, transparência nas negociações, investimento em capacitação dos profissionais e, principalmente, zelar pela reputação do setor para que poucos não prejudiquem toda a categoria. Há muito a se fazer pelo sistema de saúde e isso extrapola as relações comerciais. Temos o desafio de colocar em prática ações que façam a diferença no mundo.

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*Marcus Magrin é fisioterapeuta e tem uma carreira dedicada a ventiladores mecânicos. É gerente de marketing da Mindray, uma das maiores provedoras de dispositivos e soluções médicas do mundo, que foi fundada em 1991, na China, e está presente no Brasil desde 2007.

Para se ter uma ideia da dimensão, o governo brasileiro publicou um chamamento público para o fornecimento de cerca de 15 mil ventiladores para o tratamento dos pacientes mais críticos de Covid-19. Antes da pandemia, o país levou quatro anos para adquirir essa quantidade. A consequência disso, é que com a alta demanda global, os fabricantes não estão dando conta de atender a prazos tão urgentes.

O problema é que não basta comprar ventiladores mecânicos. É preciso conhecer os equipamentos que podem ser utilizados no tratamento de pacientes acometidos pela forma mais grave da doença, pois existem modelos diversos para diferentes necessidades. Das unidades já entregues no país, pelo menos metade nunca foi testada no Brasil ou não atende minimamente as especificações recomendadas pelo Ministério da Saúde ou associações médicas para que possam ser utilizados em UTIs.

Enquanto gestores do setor, as indústrias de equipamentos de ventilação devem valer-se deste momento e contribuir com conhecimento para evitar o desperdício, com a agilidade e eficiência que o contexto pede. Detalharei algumas ações que devem ser levadas em conta.

Marcus Magrin. Foto: Acervo pessoal

Aquisição em cenário emergencial: a Lei nº 13.979/20 regulamenta as medidas de controle da pandemia com dispensa de licitação para compras. O decreto foi sancionado no início de fevereiro e complementado pela medida provisória 926/2020 com o objetivo de garantir a aquisição de bens, serviços e insumos destinados ao enfrentamento da Covid-19. Deste modo, as compras diretas passam a ser permitidas por lei. O efeito colateral disso, é que com os governos preocupados em atender a alta demanda, muitos dos equipamentos adquiridos possuem poucos recursos para atender aos pacientes mais graves. Nosso papel é orientar os órgãos públicos sobre as necessidades do paciente frente a eficiência do produto.

Capacidade de entrega: a comunicação com a esfera pública referente a condições de entrega deve ser feita com transparência. As indústrias devem se comprometer com a venda de equipamentos que podem entregar e serem muito transparentes em relação aos prazos para não causar impacto na ponta. Como já houve a retenção de produtos em alguns aeroportos, é importante planejar rotas seguras e considerar imprevistos.

Alta dos preços: apesar da especulação de que as indústrias estão se aproveitando do momento para subir preços, a realidade é que isso é reflexo da alta demanda global que impacta toda a cadeia produtiva e logística. Fornecedores têm dificuldade de entregar peças essenciais. Além disso, o transporte internacional está mais difícil.

Combate à corrupção: estão aparecendo casos de investigação de negociações fraudulentas com empresas desconhecidas no mercado por conta de preços abusivos, equipamentos falsificados ou com defeitos, crime de peculato, entre outros. Apesar do respaldo da lei da compra sem licitação em caráter emergencial, é fundamental que o setor se mobilize para evitar que empresas de origem duvidosa manchem a categoria.

Capacitação dos profissionais: uma dificuldade adicional é ter na equipe profissionais qualificados para operar os ventiladores mecânicos, uma vez que esses equipamentos podem ser um desafio até para os mais experientes e seu mau uso pode trazer riscos graves. Com as novas configurações das equipes para enfrentar a demanda de internação por Covid-19, é preciso olhar para o treinamento como um investimento. Estamos falando de formar multiplicadores numa equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, cada um com suas atribuições.

Serviços e manutenção: muitas empresas venderam ventiladores ao Brasil, mas sem ter no país uma estrutura de serviços, estoque e de especialistas clínicos para ministração de treinamentos. Assim, quem adquiriu os produtos não pode contar com serviços de manutenção e reposição de peças e consumíveis.

Em resumo, não basta ter o equipamento, é preciso ter conhecimento para minimizar prejuízos em aquisições, transparência nas negociações, investimento em capacitação dos profissionais e, principalmente, zelar pela reputação do setor para que poucos não prejudiquem toda a categoria. Há muito a se fazer pelo sistema de saúde e isso extrapola as relações comerciais. Temos o desafio de colocar em prática ações que façam a diferença no mundo.

*Marcus Magrin é fisioterapeuta e tem uma carreira dedicada a ventiladores mecânicos. É gerente de marketing da Mindray, uma das maiores provedoras de dispositivos e soluções médicas do mundo, que foi fundada em 1991, na China, e está presente no Brasil desde 2007.

Para se ter uma ideia da dimensão, o governo brasileiro publicou um chamamento público para o fornecimento de cerca de 15 mil ventiladores para o tratamento dos pacientes mais críticos de Covid-19. Antes da pandemia, o país levou quatro anos para adquirir essa quantidade. A consequência disso, é que com a alta demanda global, os fabricantes não estão dando conta de atender a prazos tão urgentes.

O problema é que não basta comprar ventiladores mecânicos. É preciso conhecer os equipamentos que podem ser utilizados no tratamento de pacientes acometidos pela forma mais grave da doença, pois existem modelos diversos para diferentes necessidades. Das unidades já entregues no país, pelo menos metade nunca foi testada no Brasil ou não atende minimamente as especificações recomendadas pelo Ministério da Saúde ou associações médicas para que possam ser utilizados em UTIs.

Enquanto gestores do setor, as indústrias de equipamentos de ventilação devem valer-se deste momento e contribuir com conhecimento para evitar o desperdício, com a agilidade e eficiência que o contexto pede. Detalharei algumas ações que devem ser levadas em conta.

Marcus Magrin. Foto: Acervo pessoal

Aquisição em cenário emergencial: a Lei nº 13.979/20 regulamenta as medidas de controle da pandemia com dispensa de licitação para compras. O decreto foi sancionado no início de fevereiro e complementado pela medida provisória 926/2020 com o objetivo de garantir a aquisição de bens, serviços e insumos destinados ao enfrentamento da Covid-19. Deste modo, as compras diretas passam a ser permitidas por lei. O efeito colateral disso, é que com os governos preocupados em atender a alta demanda, muitos dos equipamentos adquiridos possuem poucos recursos para atender aos pacientes mais graves. Nosso papel é orientar os órgãos públicos sobre as necessidades do paciente frente a eficiência do produto.

Capacidade de entrega: a comunicação com a esfera pública referente a condições de entrega deve ser feita com transparência. As indústrias devem se comprometer com a venda de equipamentos que podem entregar e serem muito transparentes em relação aos prazos para não causar impacto na ponta. Como já houve a retenção de produtos em alguns aeroportos, é importante planejar rotas seguras e considerar imprevistos.

Alta dos preços: apesar da especulação de que as indústrias estão se aproveitando do momento para subir preços, a realidade é que isso é reflexo da alta demanda global que impacta toda a cadeia produtiva e logística. Fornecedores têm dificuldade de entregar peças essenciais. Além disso, o transporte internacional está mais difícil.

Combate à corrupção: estão aparecendo casos de investigação de negociações fraudulentas com empresas desconhecidas no mercado por conta de preços abusivos, equipamentos falsificados ou com defeitos, crime de peculato, entre outros. Apesar do respaldo da lei da compra sem licitação em caráter emergencial, é fundamental que o setor se mobilize para evitar que empresas de origem duvidosa manchem a categoria.

Capacitação dos profissionais: uma dificuldade adicional é ter na equipe profissionais qualificados para operar os ventiladores mecânicos, uma vez que esses equipamentos podem ser um desafio até para os mais experientes e seu mau uso pode trazer riscos graves. Com as novas configurações das equipes para enfrentar a demanda de internação por Covid-19, é preciso olhar para o treinamento como um investimento. Estamos falando de formar multiplicadores numa equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, cada um com suas atribuições.

Serviços e manutenção: muitas empresas venderam ventiladores ao Brasil, mas sem ter no país uma estrutura de serviços, estoque e de especialistas clínicos para ministração de treinamentos. Assim, quem adquiriu os produtos não pode contar com serviços de manutenção e reposição de peças e consumíveis.

Em resumo, não basta ter o equipamento, é preciso ter conhecimento para minimizar prejuízos em aquisições, transparência nas negociações, investimento em capacitação dos profissionais e, principalmente, zelar pela reputação do setor para que poucos não prejudiquem toda a categoria. Há muito a se fazer pelo sistema de saúde e isso extrapola as relações comerciais. Temos o desafio de colocar em prática ações que façam a diferença no mundo.

*Marcus Magrin é fisioterapeuta e tem uma carreira dedicada a ventiladores mecânicos. É gerente de marketing da Mindray, uma das maiores provedoras de dispositivos e soluções médicas do mundo, que foi fundada em 1991, na China, e está presente no Brasil desde 2007.

Para se ter uma ideia da dimensão, o governo brasileiro publicou um chamamento público para o fornecimento de cerca de 15 mil ventiladores para o tratamento dos pacientes mais críticos de Covid-19. Antes da pandemia, o país levou quatro anos para adquirir essa quantidade. A consequência disso, é que com a alta demanda global, os fabricantes não estão dando conta de atender a prazos tão urgentes.

O problema é que não basta comprar ventiladores mecânicos. É preciso conhecer os equipamentos que podem ser utilizados no tratamento de pacientes acometidos pela forma mais grave da doença, pois existem modelos diversos para diferentes necessidades. Das unidades já entregues no país, pelo menos metade nunca foi testada no Brasil ou não atende minimamente as especificações recomendadas pelo Ministério da Saúde ou associações médicas para que possam ser utilizados em UTIs.

Enquanto gestores do setor, as indústrias de equipamentos de ventilação devem valer-se deste momento e contribuir com conhecimento para evitar o desperdício, com a agilidade e eficiência que o contexto pede. Detalharei algumas ações que devem ser levadas em conta.

Marcus Magrin. Foto: Acervo pessoal

Aquisição em cenário emergencial: a Lei nº 13.979/20 regulamenta as medidas de controle da pandemia com dispensa de licitação para compras. O decreto foi sancionado no início de fevereiro e complementado pela medida provisória 926/2020 com o objetivo de garantir a aquisição de bens, serviços e insumos destinados ao enfrentamento da Covid-19. Deste modo, as compras diretas passam a ser permitidas por lei. O efeito colateral disso, é que com os governos preocupados em atender a alta demanda, muitos dos equipamentos adquiridos possuem poucos recursos para atender aos pacientes mais graves. Nosso papel é orientar os órgãos públicos sobre as necessidades do paciente frente a eficiência do produto.

Capacidade de entrega: a comunicação com a esfera pública referente a condições de entrega deve ser feita com transparência. As indústrias devem se comprometer com a venda de equipamentos que podem entregar e serem muito transparentes em relação aos prazos para não causar impacto na ponta. Como já houve a retenção de produtos em alguns aeroportos, é importante planejar rotas seguras e considerar imprevistos.

Alta dos preços: apesar da especulação de que as indústrias estão se aproveitando do momento para subir preços, a realidade é que isso é reflexo da alta demanda global que impacta toda a cadeia produtiva e logística. Fornecedores têm dificuldade de entregar peças essenciais. Além disso, o transporte internacional está mais difícil.

Combate à corrupção: estão aparecendo casos de investigação de negociações fraudulentas com empresas desconhecidas no mercado por conta de preços abusivos, equipamentos falsificados ou com defeitos, crime de peculato, entre outros. Apesar do respaldo da lei da compra sem licitação em caráter emergencial, é fundamental que o setor se mobilize para evitar que empresas de origem duvidosa manchem a categoria.

Capacitação dos profissionais: uma dificuldade adicional é ter na equipe profissionais qualificados para operar os ventiladores mecânicos, uma vez que esses equipamentos podem ser um desafio até para os mais experientes e seu mau uso pode trazer riscos graves. Com as novas configurações das equipes para enfrentar a demanda de internação por Covid-19, é preciso olhar para o treinamento como um investimento. Estamos falando de formar multiplicadores numa equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, cada um com suas atribuições.

Serviços e manutenção: muitas empresas venderam ventiladores ao Brasil, mas sem ter no país uma estrutura de serviços, estoque e de especialistas clínicos para ministração de treinamentos. Assim, quem adquiriu os produtos não pode contar com serviços de manutenção e reposição de peças e consumíveis.

Em resumo, não basta ter o equipamento, é preciso ter conhecimento para minimizar prejuízos em aquisições, transparência nas negociações, investimento em capacitação dos profissionais e, principalmente, zelar pela reputação do setor para que poucos não prejudiquem toda a categoria. Há muito a se fazer pelo sistema de saúde e isso extrapola as relações comerciais. Temos o desafio de colocar em prática ações que façam a diferença no mundo.

*Marcus Magrin é fisioterapeuta e tem uma carreira dedicada a ventiladores mecânicos. É gerente de marketing da Mindray, uma das maiores provedoras de dispositivos e soluções médicas do mundo, que foi fundada em 1991, na China, e está presente no Brasil desde 2007.

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