BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quarta-feira, 28, que a Casa vai reforçar a segurança de deputados que estão sofrendo ameaças nos Estados. Ele disse, porém, que, diante do crescimento das ameaças, a Câmara precisará organizar o esquema de segurança em parceria com o Ministério da Segurança Pública, para poder usar a estrutura da Polícia Federal.
"A Câmara vai dar o apoio, como vem dando, mas precisamos organizar junto com o Ministério da Segurança Pública. Apoiar um ou outro dá, mas, do jeito que as coisas vão indo, precisa ver com o Executivo para usar a estrutura mais adequada, que é a da Polícia Federal", declarou o parlamentar fluminense, em entrevista por telefone ao Estadão/Broadcast.
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Na sessão plenária dessa terça-feira, 27, o deputado Vitor Valim (MDB-CE) relatou que vem sofrendo ameaças por parte de integrantes da facção Primeiro Comando da Capital (PCC). O emedebista, que é apresentador de programa policial, disse ao Estadão/Broadcast que já encaminhou ofício a Maia, ao governo do Ceará e ao ministro da Segurança, Raul Jungmann, relatando as ameaças e pedindo ajuda.
"Vamos cuidar dos outros casos, como já temos cuidando do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ)", afirmou o presidente da Câmara. Wyllys, que já relatou sofrer ameaças, anda escoltado em Brasília por policiais legislativos. A ideia é que os demais parlamentares que relatarem ameaças também tenham à disposição seguranças da Casa na capital federal.
Lula
Maia também lamentou mais uma vez os tiros disparados nessa terça-feira contra dois ônibus da carvanava do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante passagem pelo Paraná. "É muito grave quando uma manifestação política fica impedida de exercer seu direito democrático de dialogar com a sociedade. Isso é muito grave, pois fere a democracia", declarou.
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O presidente da Câmara disse que opositores ao ex-presidente no campo político precisam entender que oposição deve ser feita no campo das ideias. "Não na inviabilização da movimentação de seu adversário, muito menos com ameaça à vida das pessoas", disse. "Espero que não se repitam e que todos possam ter o direito de construir seus projetos e dialogar com a sociedade".
Maia afirmou ainda que o radicalismo precisa chegar ao fim e que é "importante que cada uma das partes compreenda isso". "Espero que o ex-presidente Lula possa continuar sua caminhada, seu direito legítimo de falar com a sociedade. Que seus adversários tenham seus espaços, mas, de forma alguma, bloqueiem eventos do ex-presidente Lula, muito menos atitrar no ônibus para gerar recuo na caravana dele".