Clóvis Rossi, o grandalhão, uma lenda com eterna alma de repórter


Conhecido e respeitado internacionalmente, Clóvis Rossi morreu nesta madrugada, dias após sofrer um infarto

Por Eliane Cantanhêde

Enviada de última hora para cobrir uma reunião internacional em Washington, cheguei lá sem credencial, logo nos EUA, com aquela obsessão de segurança, e não conseguia entrar. Chamaram o manda-chuva, um americano, que me perguntou de chofre: “Quem é Clóvis Rossi?”.

Dei a ficha toda, o cara abriu um grande sorriso e me liberou sem restrições. O Rossi foi a minha credencial. O episódio resume três características do Rossi: um jornalista conhecido e respeitado internacionalmente, um eterno repórter sempre à caça de notícias e um colega de enorme generosidade. Era a estrela de grandes coberturas ao redor do mundo, mas com uma capacidade de trabalho gigantesca, uma paciência e uma humildade que o tornaram um ídolo de gerações de jornalistas.

Seu texto era fluido, direto, objetivo, não raro áspero. Sua crítica, mordaz e implacável. Sua ironia, sarcástica. Amigo dos amigos, mas duro com os poderosos, ele circulava seu, sei lá, 1m90?, pelos governos, partidos e ideologias como se fosse um atleta leve e ágil. Todos temiam sua pena, mas todos o respeitavam.

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O jornalista Clovis Rossi em palestra promovida pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo Foto: Alice Vergueiro/Abraji

A competência não tinha limites. Craque em Davos, com os grandes do capital, era também sensível e detalhista no enterro do ex-senador, governador e prefeito Mário Covas, em Santos. Tinha no currículo grandes coberturas, da Revolução dos Cravos, em Portugal, às Diretas Já em solo tupiniquim, quando ele e seu parceiro e compadre Ricardo Kotscho marcaram época. Foi no Estado, porém, que Clóvis Rossi virou Clóvis Rossi, uma lenda. Repórter de Esportes, logo foi alçado a editor da área e, num desses incêndios históricos de São Paulo, do edifício Joelma ou do Andraus, na década de 1970, foi encarregado de coordenar a cobertura. O Estado deu um banho, a redação explodiu de orgulho e isso alavancou sua promoção a editor-chefe do jornal.

Era o primeiro a despencar na redação, mesmo aos sábados, e quando os editores, repórteres, fotógrafos e diagramadores iam chegando, já encontravam tudo pronto, organizado. Era um monstro para trabalhar. Pensava rápido, agia rápido e era um ás para escrever, fosse nas velhas máquinas Olivetti e Remington, no pré-histórico Telex ou no computador. E um exemplo para os subordinados.

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Além de tudo isso, Rossi era um querido amigo, desses que a gente passa anos sem ver e, quando vê, troca aquele abraço demorado, gostoso. Eu o chamava, até em textos, de  “grandalhão”. Um gigante como jornalista, pessoa e amigo. Uma perda inestimável e doída para todos nós.

Enviada de última hora para cobrir uma reunião internacional em Washington, cheguei lá sem credencial, logo nos EUA, com aquela obsessão de segurança, e não conseguia entrar. Chamaram o manda-chuva, um americano, que me perguntou de chofre: “Quem é Clóvis Rossi?”.

Dei a ficha toda, o cara abriu um grande sorriso e me liberou sem restrições. O Rossi foi a minha credencial. O episódio resume três características do Rossi: um jornalista conhecido e respeitado internacionalmente, um eterno repórter sempre à caça de notícias e um colega de enorme generosidade. Era a estrela de grandes coberturas ao redor do mundo, mas com uma capacidade de trabalho gigantesca, uma paciência e uma humildade que o tornaram um ídolo de gerações de jornalistas.

Seu texto era fluido, direto, objetivo, não raro áspero. Sua crítica, mordaz e implacável. Sua ironia, sarcástica. Amigo dos amigos, mas duro com os poderosos, ele circulava seu, sei lá, 1m90?, pelos governos, partidos e ideologias como se fosse um atleta leve e ágil. Todos temiam sua pena, mas todos o respeitavam.

O jornalista Clovis Rossi em palestra promovida pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo Foto: Alice Vergueiro/Abraji

A competência não tinha limites. Craque em Davos, com os grandes do capital, era também sensível e detalhista no enterro do ex-senador, governador e prefeito Mário Covas, em Santos. Tinha no currículo grandes coberturas, da Revolução dos Cravos, em Portugal, às Diretas Já em solo tupiniquim, quando ele e seu parceiro e compadre Ricardo Kotscho marcaram época. Foi no Estado, porém, que Clóvis Rossi virou Clóvis Rossi, uma lenda. Repórter de Esportes, logo foi alçado a editor da área e, num desses incêndios históricos de São Paulo, do edifício Joelma ou do Andraus, na década de 1970, foi encarregado de coordenar a cobertura. O Estado deu um banho, a redação explodiu de orgulho e isso alavancou sua promoção a editor-chefe do jornal.

Era o primeiro a despencar na redação, mesmo aos sábados, e quando os editores, repórteres, fotógrafos e diagramadores iam chegando, já encontravam tudo pronto, organizado. Era um monstro para trabalhar. Pensava rápido, agia rápido e era um ás para escrever, fosse nas velhas máquinas Olivetti e Remington, no pré-histórico Telex ou no computador. E um exemplo para os subordinados.

Além de tudo isso, Rossi era um querido amigo, desses que a gente passa anos sem ver e, quando vê, troca aquele abraço demorado, gostoso. Eu o chamava, até em textos, de  “grandalhão”. Um gigante como jornalista, pessoa e amigo. Uma perda inestimável e doída para todos nós.

Enviada de última hora para cobrir uma reunião internacional em Washington, cheguei lá sem credencial, logo nos EUA, com aquela obsessão de segurança, e não conseguia entrar. Chamaram o manda-chuva, um americano, que me perguntou de chofre: “Quem é Clóvis Rossi?”.

Dei a ficha toda, o cara abriu um grande sorriso e me liberou sem restrições. O Rossi foi a minha credencial. O episódio resume três características do Rossi: um jornalista conhecido e respeitado internacionalmente, um eterno repórter sempre à caça de notícias e um colega de enorme generosidade. Era a estrela de grandes coberturas ao redor do mundo, mas com uma capacidade de trabalho gigantesca, uma paciência e uma humildade que o tornaram um ídolo de gerações de jornalistas.

Seu texto era fluido, direto, objetivo, não raro áspero. Sua crítica, mordaz e implacável. Sua ironia, sarcástica. Amigo dos amigos, mas duro com os poderosos, ele circulava seu, sei lá, 1m90?, pelos governos, partidos e ideologias como se fosse um atleta leve e ágil. Todos temiam sua pena, mas todos o respeitavam.

O jornalista Clovis Rossi em palestra promovida pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo Foto: Alice Vergueiro/Abraji

A competência não tinha limites. Craque em Davos, com os grandes do capital, era também sensível e detalhista no enterro do ex-senador, governador e prefeito Mário Covas, em Santos. Tinha no currículo grandes coberturas, da Revolução dos Cravos, em Portugal, às Diretas Já em solo tupiniquim, quando ele e seu parceiro e compadre Ricardo Kotscho marcaram época. Foi no Estado, porém, que Clóvis Rossi virou Clóvis Rossi, uma lenda. Repórter de Esportes, logo foi alçado a editor da área e, num desses incêndios históricos de São Paulo, do edifício Joelma ou do Andraus, na década de 1970, foi encarregado de coordenar a cobertura. O Estado deu um banho, a redação explodiu de orgulho e isso alavancou sua promoção a editor-chefe do jornal.

Era o primeiro a despencar na redação, mesmo aos sábados, e quando os editores, repórteres, fotógrafos e diagramadores iam chegando, já encontravam tudo pronto, organizado. Era um monstro para trabalhar. Pensava rápido, agia rápido e era um ás para escrever, fosse nas velhas máquinas Olivetti e Remington, no pré-histórico Telex ou no computador. E um exemplo para os subordinados.

Além de tudo isso, Rossi era um querido amigo, desses que a gente passa anos sem ver e, quando vê, troca aquele abraço demorado, gostoso. Eu o chamava, até em textos, de  “grandalhão”. Um gigante como jornalista, pessoa e amigo. Uma perda inestimável e doída para todos nós.

Enviada de última hora para cobrir uma reunião internacional em Washington, cheguei lá sem credencial, logo nos EUA, com aquela obsessão de segurança, e não conseguia entrar. Chamaram o manda-chuva, um americano, que me perguntou de chofre: “Quem é Clóvis Rossi?”.

Dei a ficha toda, o cara abriu um grande sorriso e me liberou sem restrições. O Rossi foi a minha credencial. O episódio resume três características do Rossi: um jornalista conhecido e respeitado internacionalmente, um eterno repórter sempre à caça de notícias e um colega de enorme generosidade. Era a estrela de grandes coberturas ao redor do mundo, mas com uma capacidade de trabalho gigantesca, uma paciência e uma humildade que o tornaram um ídolo de gerações de jornalistas.

Seu texto era fluido, direto, objetivo, não raro áspero. Sua crítica, mordaz e implacável. Sua ironia, sarcástica. Amigo dos amigos, mas duro com os poderosos, ele circulava seu, sei lá, 1m90?, pelos governos, partidos e ideologias como se fosse um atleta leve e ágil. Todos temiam sua pena, mas todos o respeitavam.

O jornalista Clovis Rossi em palestra promovida pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo Foto: Alice Vergueiro/Abraji

A competência não tinha limites. Craque em Davos, com os grandes do capital, era também sensível e detalhista no enterro do ex-senador, governador e prefeito Mário Covas, em Santos. Tinha no currículo grandes coberturas, da Revolução dos Cravos, em Portugal, às Diretas Já em solo tupiniquim, quando ele e seu parceiro e compadre Ricardo Kotscho marcaram época. Foi no Estado, porém, que Clóvis Rossi virou Clóvis Rossi, uma lenda. Repórter de Esportes, logo foi alçado a editor da área e, num desses incêndios históricos de São Paulo, do edifício Joelma ou do Andraus, na década de 1970, foi encarregado de coordenar a cobertura. O Estado deu um banho, a redação explodiu de orgulho e isso alavancou sua promoção a editor-chefe do jornal.

Era o primeiro a despencar na redação, mesmo aos sábados, e quando os editores, repórteres, fotógrafos e diagramadores iam chegando, já encontravam tudo pronto, organizado. Era um monstro para trabalhar. Pensava rápido, agia rápido e era um ás para escrever, fosse nas velhas máquinas Olivetti e Remington, no pré-histórico Telex ou no computador. E um exemplo para os subordinados.

Além de tudo isso, Rossi era um querido amigo, desses que a gente passa anos sem ver e, quando vê, troca aquele abraço demorado, gostoso. Eu o chamava, até em textos, de  “grandalhão”. Um gigante como jornalista, pessoa e amigo. Uma perda inestimável e doída para todos nós.

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