Da Venezuela à prisão de Lula: o que divide a oposição a Jair Bolsonaro


Composto por cerca de 180 deputados, grupo de opositores ao presidente diverge nas táticas de atuação

Por Ricardo Galhardo, Pedro Venceslau e Paulo Beraldo

Com cerca de 180 deputados, a oposição ao presidente Jair Bolsonaro, composta por representantes de partidos que vão do PT à Rede, passando por PDT, PSB, PCdoB, PSOL e "dissidentes" de outras siglas, apresenta divergências internas em seu modo de atuação.  

Entre os assuntos em que há visões distintas, a escolha do nome para a eleição presidencial de 2022, a posição sobre a situação política da Venezuela, a maneira de conduzir o trabalho da oposição e a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro desde abril de 2018

Eleição presidencial de 2022

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Vários partidos da oposição têm interesse em apresentar um candidato para a Presidência da República em 2022. O PDT, de Ciro Gomes, terceiro colocado em 2018, tenta se distanciar do PT. Carlos Lupi, presidente do partido, admite a dificuldade, mas minimiza a questão. "Em parte, (a disputa por 2022) dificulta. Mas isso não é novidade", disse, citando eleições em que o PT tinha candidato e outros partidos também. Ele menciona os casos de Leonel Brizola em 1989 e Eduardo Campos em 2010. 

Os petistas mantêm o discurso de 'Lula livre' na linha de frente e trabalham para dar visibilidade a Fernando Haddad, que ficou em segundo na corrida presidencial vencida por Jair Bolsonaro.

Por sua vez, o PCdoB dá sinais de afastamento do projeto petista. A sigla fala de lançar o governador Flávio Dino, do Maranhão, para a Presidência. O PSOL avalia a possibilidade de lançar a candidatura de Guilherme Boulos pela segunda vez. Em 2018, ele teve 617.122 votos. 

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Nuvens carregadas sobre o Palácio do Planalto, em Brasília. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Venezuela

Enquanto o PT adota uma posição de defesa de Nicolás Maduro no comando da Venezuela, alguns partidos de oposição avaliam que o Brasil deve entrar no processo, pela via da diplomacia, para retirar o chavista da liderança da nação. O país hoje tem uma inflação elevada, que levou boa parte da população à pobreza, enfrenta escassez de alimentos e medicamentos e a criminalidade aumentou. O Brasil reconheceu o presidente interino Juan Guaidó como o líder da nação. Outros 50 países fizeram o mesmo. China, Rússia, Irã e Bolívia são alguns dos países que apoiam Maduro. 

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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro Foto: Manaure Quintero/Bloomberg

'Lula livre'

Líderes do PT acreditam que o processo que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é "ilegal" e têm nessa uma de suas principais agendas. O PCdoB tem avaliação semelhante. Outros partidos da oposição acreditam, no entanto, que a pauta deve ser outra. "Achamos lamentável que Lula esteja preso, mas 'Lula livre' é uma campanha mais específica do PT. Não deve ser a bandeira única da oposição", diz Carlos Siqueira, presidente do PSB. 

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O ex-presidente Lula Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Reeleição de Rodrigo Maia 

A escolha do presidente da Câmara dos Deputados também foi motivo de divergência. Rodrigo Maia, reeleito, obteve 334 votos. O PSOL decidiu lançar Marcelo Freixo (RJ), que teve 50 votos, enquanto o PSB lançou o deputado João Henrique Caldas, conhecido como JHC, de Alagoas, que teve 30. O PT não apoiou Maia, enquanto PDT e o PCdoB foram favoráveis à candidatura do demista. 

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Com o poder de decidir o que é votado no plenário e sua influência nas comissões, o presidente da Câmara é peça-chave no governo. Além disso, o presidente pode interferir nos detalhes cotidianos da vida dos deputados, desde a verba para planos de saúde até o espaço dos gabinetes.

Rodrigo Maia é reeleito presidente da Câmara Foto: Sérgio Lima/AFP

Atuação

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Outro ponto divergente é a maneira de atuar. Enquanto partidos como o PCdoB e o PDT acreditam na chamada "oposição responsável", PT e PSOL defendem uma atuação de oposição permanente ao governo. 

Com cerca de 180 deputados, a oposição ao presidente Jair Bolsonaro, composta por representantes de partidos que vão do PT à Rede, passando por PDT, PSB, PCdoB, PSOL e "dissidentes" de outras siglas, apresenta divergências internas em seu modo de atuação.  

Entre os assuntos em que há visões distintas, a escolha do nome para a eleição presidencial de 2022, a posição sobre a situação política da Venezuela, a maneira de conduzir o trabalho da oposição e a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro desde abril de 2018

Eleição presidencial de 2022

Vários partidos da oposição têm interesse em apresentar um candidato para a Presidência da República em 2022. O PDT, de Ciro Gomes, terceiro colocado em 2018, tenta se distanciar do PT. Carlos Lupi, presidente do partido, admite a dificuldade, mas minimiza a questão. "Em parte, (a disputa por 2022) dificulta. Mas isso não é novidade", disse, citando eleições em que o PT tinha candidato e outros partidos também. Ele menciona os casos de Leonel Brizola em 1989 e Eduardo Campos em 2010. 

Os petistas mantêm o discurso de 'Lula livre' na linha de frente e trabalham para dar visibilidade a Fernando Haddad, que ficou em segundo na corrida presidencial vencida por Jair Bolsonaro.

Por sua vez, o PCdoB dá sinais de afastamento do projeto petista. A sigla fala de lançar o governador Flávio Dino, do Maranhão, para a Presidência. O PSOL avalia a possibilidade de lançar a candidatura de Guilherme Boulos pela segunda vez. Em 2018, ele teve 617.122 votos. 

Nuvens carregadas sobre o Palácio do Planalto, em Brasília. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Venezuela

Enquanto o PT adota uma posição de defesa de Nicolás Maduro no comando da Venezuela, alguns partidos de oposição avaliam que o Brasil deve entrar no processo, pela via da diplomacia, para retirar o chavista da liderança da nação. O país hoje tem uma inflação elevada, que levou boa parte da população à pobreza, enfrenta escassez de alimentos e medicamentos e a criminalidade aumentou. O Brasil reconheceu o presidente interino Juan Guaidó como o líder da nação. Outros 50 países fizeram o mesmo. China, Rússia, Irã e Bolívia são alguns dos países que apoiam Maduro. 

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro Foto: Manaure Quintero/Bloomberg

'Lula livre'

Líderes do PT acreditam que o processo que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é "ilegal" e têm nessa uma de suas principais agendas. O PCdoB tem avaliação semelhante. Outros partidos da oposição acreditam, no entanto, que a pauta deve ser outra. "Achamos lamentável que Lula esteja preso, mas 'Lula livre' é uma campanha mais específica do PT. Não deve ser a bandeira única da oposição", diz Carlos Siqueira, presidente do PSB. 

O ex-presidente Lula Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Reeleição de Rodrigo Maia 

A escolha do presidente da Câmara dos Deputados também foi motivo de divergência. Rodrigo Maia, reeleito, obteve 334 votos. O PSOL decidiu lançar Marcelo Freixo (RJ), que teve 50 votos, enquanto o PSB lançou o deputado João Henrique Caldas, conhecido como JHC, de Alagoas, que teve 30. O PT não apoiou Maia, enquanto PDT e o PCdoB foram favoráveis à candidatura do demista. 

Com o poder de decidir o que é votado no plenário e sua influência nas comissões, o presidente da Câmara é peça-chave no governo. Além disso, o presidente pode interferir nos detalhes cotidianos da vida dos deputados, desde a verba para planos de saúde até o espaço dos gabinetes.

Rodrigo Maia é reeleito presidente da Câmara Foto: Sérgio Lima/AFP

Atuação

Outro ponto divergente é a maneira de atuar. Enquanto partidos como o PCdoB e o PDT acreditam na chamada "oposição responsável", PT e PSOL defendem uma atuação de oposição permanente ao governo. 

Com cerca de 180 deputados, a oposição ao presidente Jair Bolsonaro, composta por representantes de partidos que vão do PT à Rede, passando por PDT, PSB, PCdoB, PSOL e "dissidentes" de outras siglas, apresenta divergências internas em seu modo de atuação.  

Entre os assuntos em que há visões distintas, a escolha do nome para a eleição presidencial de 2022, a posição sobre a situação política da Venezuela, a maneira de conduzir o trabalho da oposição e a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro desde abril de 2018

Eleição presidencial de 2022

Vários partidos da oposição têm interesse em apresentar um candidato para a Presidência da República em 2022. O PDT, de Ciro Gomes, terceiro colocado em 2018, tenta se distanciar do PT. Carlos Lupi, presidente do partido, admite a dificuldade, mas minimiza a questão. "Em parte, (a disputa por 2022) dificulta. Mas isso não é novidade", disse, citando eleições em que o PT tinha candidato e outros partidos também. Ele menciona os casos de Leonel Brizola em 1989 e Eduardo Campos em 2010. 

Os petistas mantêm o discurso de 'Lula livre' na linha de frente e trabalham para dar visibilidade a Fernando Haddad, que ficou em segundo na corrida presidencial vencida por Jair Bolsonaro.

Por sua vez, o PCdoB dá sinais de afastamento do projeto petista. A sigla fala de lançar o governador Flávio Dino, do Maranhão, para a Presidência. O PSOL avalia a possibilidade de lançar a candidatura de Guilherme Boulos pela segunda vez. Em 2018, ele teve 617.122 votos. 

Nuvens carregadas sobre o Palácio do Planalto, em Brasília. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Venezuela

Enquanto o PT adota uma posição de defesa de Nicolás Maduro no comando da Venezuela, alguns partidos de oposição avaliam que o Brasil deve entrar no processo, pela via da diplomacia, para retirar o chavista da liderança da nação. O país hoje tem uma inflação elevada, que levou boa parte da população à pobreza, enfrenta escassez de alimentos e medicamentos e a criminalidade aumentou. O Brasil reconheceu o presidente interino Juan Guaidó como o líder da nação. Outros 50 países fizeram o mesmo. China, Rússia, Irã e Bolívia são alguns dos países que apoiam Maduro. 

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro Foto: Manaure Quintero/Bloomberg

'Lula livre'

Líderes do PT acreditam que o processo que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é "ilegal" e têm nessa uma de suas principais agendas. O PCdoB tem avaliação semelhante. Outros partidos da oposição acreditam, no entanto, que a pauta deve ser outra. "Achamos lamentável que Lula esteja preso, mas 'Lula livre' é uma campanha mais específica do PT. Não deve ser a bandeira única da oposição", diz Carlos Siqueira, presidente do PSB. 

O ex-presidente Lula Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Reeleição de Rodrigo Maia 

A escolha do presidente da Câmara dos Deputados também foi motivo de divergência. Rodrigo Maia, reeleito, obteve 334 votos. O PSOL decidiu lançar Marcelo Freixo (RJ), que teve 50 votos, enquanto o PSB lançou o deputado João Henrique Caldas, conhecido como JHC, de Alagoas, que teve 30. O PT não apoiou Maia, enquanto PDT e o PCdoB foram favoráveis à candidatura do demista. 

Com o poder de decidir o que é votado no plenário e sua influência nas comissões, o presidente da Câmara é peça-chave no governo. Além disso, o presidente pode interferir nos detalhes cotidianos da vida dos deputados, desde a verba para planos de saúde até o espaço dos gabinetes.

Rodrigo Maia é reeleito presidente da Câmara Foto: Sérgio Lima/AFP

Atuação

Outro ponto divergente é a maneira de atuar. Enquanto partidos como o PCdoB e o PDT acreditam na chamada "oposição responsável", PT e PSOL defendem uma atuação de oposição permanente ao governo. 

Com cerca de 180 deputados, a oposição ao presidente Jair Bolsonaro, composta por representantes de partidos que vão do PT à Rede, passando por PDT, PSB, PCdoB, PSOL e "dissidentes" de outras siglas, apresenta divergências internas em seu modo de atuação.  

Entre os assuntos em que há visões distintas, a escolha do nome para a eleição presidencial de 2022, a posição sobre a situação política da Venezuela, a maneira de conduzir o trabalho da oposição e a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro desde abril de 2018

Eleição presidencial de 2022

Vários partidos da oposição têm interesse em apresentar um candidato para a Presidência da República em 2022. O PDT, de Ciro Gomes, terceiro colocado em 2018, tenta se distanciar do PT. Carlos Lupi, presidente do partido, admite a dificuldade, mas minimiza a questão. "Em parte, (a disputa por 2022) dificulta. Mas isso não é novidade", disse, citando eleições em que o PT tinha candidato e outros partidos também. Ele menciona os casos de Leonel Brizola em 1989 e Eduardo Campos em 2010. 

Os petistas mantêm o discurso de 'Lula livre' na linha de frente e trabalham para dar visibilidade a Fernando Haddad, que ficou em segundo na corrida presidencial vencida por Jair Bolsonaro.

Por sua vez, o PCdoB dá sinais de afastamento do projeto petista. A sigla fala de lançar o governador Flávio Dino, do Maranhão, para a Presidência. O PSOL avalia a possibilidade de lançar a candidatura de Guilherme Boulos pela segunda vez. Em 2018, ele teve 617.122 votos. 

Nuvens carregadas sobre o Palácio do Planalto, em Brasília. Foto: Dida Sampaio/Estadão

Venezuela

Enquanto o PT adota uma posição de defesa de Nicolás Maduro no comando da Venezuela, alguns partidos de oposição avaliam que o Brasil deve entrar no processo, pela via da diplomacia, para retirar o chavista da liderança da nação. O país hoje tem uma inflação elevada, que levou boa parte da população à pobreza, enfrenta escassez de alimentos e medicamentos e a criminalidade aumentou. O Brasil reconheceu o presidente interino Juan Guaidó como o líder da nação. Outros 50 países fizeram o mesmo. China, Rússia, Irã e Bolívia são alguns dos países que apoiam Maduro. 

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro Foto: Manaure Quintero/Bloomberg

'Lula livre'

Líderes do PT acreditam que o processo que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é "ilegal" e têm nessa uma de suas principais agendas. O PCdoB tem avaliação semelhante. Outros partidos da oposição acreditam, no entanto, que a pauta deve ser outra. "Achamos lamentável que Lula esteja preso, mas 'Lula livre' é uma campanha mais específica do PT. Não deve ser a bandeira única da oposição", diz Carlos Siqueira, presidente do PSB. 

O ex-presidente Lula Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Reeleição de Rodrigo Maia 

A escolha do presidente da Câmara dos Deputados também foi motivo de divergência. Rodrigo Maia, reeleito, obteve 334 votos. O PSOL decidiu lançar Marcelo Freixo (RJ), que teve 50 votos, enquanto o PSB lançou o deputado João Henrique Caldas, conhecido como JHC, de Alagoas, que teve 30. O PT não apoiou Maia, enquanto PDT e o PCdoB foram favoráveis à candidatura do demista. 

Com o poder de decidir o que é votado no plenário e sua influência nas comissões, o presidente da Câmara é peça-chave no governo. Além disso, o presidente pode interferir nos detalhes cotidianos da vida dos deputados, desde a verba para planos de saúde até o espaço dos gabinetes.

Rodrigo Maia é reeleito presidente da Câmara Foto: Sérgio Lima/AFP

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Outro ponto divergente é a maneira de atuar. Enquanto partidos como o PCdoB e o PDT acreditam na chamada "oposição responsável", PT e PSOL defendem uma atuação de oposição permanente ao governo. 

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