Defesa de Youssef vai reforçar tese de que esquema serviu para sustentar projeto do PT


Um dia após advogados de executivo da Engevix relacionarem o esquema ao suposto apoio da base aliada do governo, advogado de Youssef diz que seu cliente era apenas uma 'peça'

Por Erich Decat
Alberto Youssef, um dos líderes do esquema Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Brasília - A equipe de advogados de Alberto Yousseff, considerado como um dos líderes do esquema de desvio da Petrobrás, vai concentrar a defesa na alegação de que o doleiro serviu apenas como uma peça no sistema político criado para dar sustentação ao projeto de poder do PT. O documento deve ser apresentado à Justiça Federal do Paraná, onde tramitam os processos da Lava Jato, na próxima terça-feira, 27. Em conversa com o Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, o advogado Antônio Augusto Figueiredo Basto antecipou qual será a linha de defesa que será apresentada. No processo criminal, Youssef é acusado de chefiar um esquema que teria movimentado ilegalmente cerca de R$ 10 bilhões.

"É um projeto de poder para sustentação do PT. Não há dúvida disso. Vou citar isso na peça, claro. Não tem dúvida. PT e a base aliada como PMDB, PP", ressaltou Basto. "É a corrupção sustentando um esquema de poder. Não há para mim a menor dúvida que esse esquema é um grande sistema de manutenção de grupos políticos. Vamos sustentar isso na nossa defesa. Meu cliente foi mera engrenagem. Não era a peça fundamental do esquema. Não tinha esse poder para fazer com que o esquema funcionasse ou deixasse de funcionar. O esquema só existiu porque havia vontade política para fazer com que ele existisse", acrescentou o advogado.

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Na delação realizada por Youssef no âmbito da Lava Jato, ele citou políticos como beneficiários do esquema da Petrobrás. Confirmou também que a partilha de desvios de contratos com as empreiteiras entre três partidos: PT, PMDB e PP. 

O posicionamento de Figueiredo Basto ocorre um dia depois de os advogados do empresário Gérson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix Engenharia, afirmarem em documento entregue à Justiça Federal que a Petrobrás foi usada para bancar o "custo alto das campanhas eleitorais". Segundo a defesa de Almada, preso pela Operação Lava Jato desde 14 de novembro de 2014, "a Petrobrás foi escolhida para geração desses montantes necessários à compra da base aliada do governo e aos cofres das agremiações partidárias".

Estratégia. O documento dos advogados do vice da Engevix explicita algo que já vinha sendo dito nos bastidores pelos empreiteiros. Ele traduz a estratégia jurídica desse grupo: evitar que a Petrobrás seja tratada como vítima de corruptores, no caso, os empresários, e tentar unir as duas frentes de investigação da operação - uma delas, a que inclui ex-diretores da estatal, doleiros e empreiteiros, é comandada pelo juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal no Paraná; a outra parte, a que inclui os políticos com foro privilegiado, está sob a guarda do Supremo Tribunal Federal.

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Ao dizer que a corrupção na Petrobrás está intrinsecamente ligada a atividades do governo e de parlamentares, os empreiteiros tentam mostrar que o caso é indissociável, a fim de que tudo seja julgado diretamente pelo STF.

O advogado de Youssef ressalta que não há combinação na linha de defesa com outros defensores. "Não há nenhuma harmonia entre as defesas, trabalhamos de forma individual. O que há é a verdade, o esquema vem de cima. Agora todo mundo já está falando porque é notório, as empreiteiras estão servido de bode expiatório. É verdade que não tem inocente nesse jogo, ninguém foi extorquido, achacado, todos entraram de forma consciente. Mas é evidente que se o sistema não funcionasse haveria prejuízos para as empreiteiras. Vinha de cima e era para sustentar sim um esquema político. Se você não tem os corruptos, não tem esquema. E quem nomeavam os corruptos? Os políticos. É uma lógica irrefutável", ressaltou Bastos.

Apesar da tentativa de associar o escândalo apenas ao PT e ao partido da base, as investigações apontam que o esquema também abasteceu o PSB e o PSDB. Depoimentos do ex-diretor Paulo Roberto Costa na delação premiada citam o nome de Sérgio Guerra, ex-presidente do PSDB morto no ano passado, que teria "extorquido" a Petrobrás em 2010 e pedido R$ 10 milhões para encerrar a CPI mista que investigava a estatal na época. Além disso, Costa também mencionou o repasse de R$ 20 milhões para o caixa 2 da campanha de Eduardo Campos (PSB) ao governo de Pernambuco em 2010. 

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Alberto Youssef, um dos líderes do esquema Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Brasília - A equipe de advogados de Alberto Yousseff, considerado como um dos líderes do esquema de desvio da Petrobrás, vai concentrar a defesa na alegação de que o doleiro serviu apenas como uma peça no sistema político criado para dar sustentação ao projeto de poder do PT. O documento deve ser apresentado à Justiça Federal do Paraná, onde tramitam os processos da Lava Jato, na próxima terça-feira, 27. Em conversa com o Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, o advogado Antônio Augusto Figueiredo Basto antecipou qual será a linha de defesa que será apresentada. No processo criminal, Youssef é acusado de chefiar um esquema que teria movimentado ilegalmente cerca de R$ 10 bilhões.

"É um projeto de poder para sustentação do PT. Não há dúvida disso. Vou citar isso na peça, claro. Não tem dúvida. PT e a base aliada como PMDB, PP", ressaltou Basto. "É a corrupção sustentando um esquema de poder. Não há para mim a menor dúvida que esse esquema é um grande sistema de manutenção de grupos políticos. Vamos sustentar isso na nossa defesa. Meu cliente foi mera engrenagem. Não era a peça fundamental do esquema. Não tinha esse poder para fazer com que o esquema funcionasse ou deixasse de funcionar. O esquema só existiu porque havia vontade política para fazer com que ele existisse", acrescentou o advogado.

Na delação realizada por Youssef no âmbito da Lava Jato, ele citou políticos como beneficiários do esquema da Petrobrás. Confirmou também que a partilha de desvios de contratos com as empreiteiras entre três partidos: PT, PMDB e PP. 

O posicionamento de Figueiredo Basto ocorre um dia depois de os advogados do empresário Gérson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix Engenharia, afirmarem em documento entregue à Justiça Federal que a Petrobrás foi usada para bancar o "custo alto das campanhas eleitorais". Segundo a defesa de Almada, preso pela Operação Lava Jato desde 14 de novembro de 2014, "a Petrobrás foi escolhida para geração desses montantes necessários à compra da base aliada do governo e aos cofres das agremiações partidárias".

Estratégia. O documento dos advogados do vice da Engevix explicita algo que já vinha sendo dito nos bastidores pelos empreiteiros. Ele traduz a estratégia jurídica desse grupo: evitar que a Petrobrás seja tratada como vítima de corruptores, no caso, os empresários, e tentar unir as duas frentes de investigação da operação - uma delas, a que inclui ex-diretores da estatal, doleiros e empreiteiros, é comandada pelo juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal no Paraná; a outra parte, a que inclui os políticos com foro privilegiado, está sob a guarda do Supremo Tribunal Federal.

Ao dizer que a corrupção na Petrobrás está intrinsecamente ligada a atividades do governo e de parlamentares, os empreiteiros tentam mostrar que o caso é indissociável, a fim de que tudo seja julgado diretamente pelo STF.

O advogado de Youssef ressalta que não há combinação na linha de defesa com outros defensores. "Não há nenhuma harmonia entre as defesas, trabalhamos de forma individual. O que há é a verdade, o esquema vem de cima. Agora todo mundo já está falando porque é notório, as empreiteiras estão servido de bode expiatório. É verdade que não tem inocente nesse jogo, ninguém foi extorquido, achacado, todos entraram de forma consciente. Mas é evidente que se o sistema não funcionasse haveria prejuízos para as empreiteiras. Vinha de cima e era para sustentar sim um esquema político. Se você não tem os corruptos, não tem esquema. E quem nomeavam os corruptos? Os políticos. É uma lógica irrefutável", ressaltou Bastos.

Apesar da tentativa de associar o escândalo apenas ao PT e ao partido da base, as investigações apontam que o esquema também abasteceu o PSB e o PSDB. Depoimentos do ex-diretor Paulo Roberto Costa na delação premiada citam o nome de Sérgio Guerra, ex-presidente do PSDB morto no ano passado, que teria "extorquido" a Petrobrás em 2010 e pedido R$ 10 milhões para encerrar a CPI mista que investigava a estatal na época. Além disso, Costa também mencionou o repasse de R$ 20 milhões para o caixa 2 da campanha de Eduardo Campos (PSB) ao governo de Pernambuco em 2010. 

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Alberto Youssef, um dos líderes do esquema Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Brasília - A equipe de advogados de Alberto Yousseff, considerado como um dos líderes do esquema de desvio da Petrobrás, vai concentrar a defesa na alegação de que o doleiro serviu apenas como uma peça no sistema político criado para dar sustentação ao projeto de poder do PT. O documento deve ser apresentado à Justiça Federal do Paraná, onde tramitam os processos da Lava Jato, na próxima terça-feira, 27. Em conversa com o Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, o advogado Antônio Augusto Figueiredo Basto antecipou qual será a linha de defesa que será apresentada. No processo criminal, Youssef é acusado de chefiar um esquema que teria movimentado ilegalmente cerca de R$ 10 bilhões.

"É um projeto de poder para sustentação do PT. Não há dúvida disso. Vou citar isso na peça, claro. Não tem dúvida. PT e a base aliada como PMDB, PP", ressaltou Basto. "É a corrupção sustentando um esquema de poder. Não há para mim a menor dúvida que esse esquema é um grande sistema de manutenção de grupos políticos. Vamos sustentar isso na nossa defesa. Meu cliente foi mera engrenagem. Não era a peça fundamental do esquema. Não tinha esse poder para fazer com que o esquema funcionasse ou deixasse de funcionar. O esquema só existiu porque havia vontade política para fazer com que ele existisse", acrescentou o advogado.

Na delação realizada por Youssef no âmbito da Lava Jato, ele citou políticos como beneficiários do esquema da Petrobrás. Confirmou também que a partilha de desvios de contratos com as empreiteiras entre três partidos: PT, PMDB e PP. 

O posicionamento de Figueiredo Basto ocorre um dia depois de os advogados do empresário Gérson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix Engenharia, afirmarem em documento entregue à Justiça Federal que a Petrobrás foi usada para bancar o "custo alto das campanhas eleitorais". Segundo a defesa de Almada, preso pela Operação Lava Jato desde 14 de novembro de 2014, "a Petrobrás foi escolhida para geração desses montantes necessários à compra da base aliada do governo e aos cofres das agremiações partidárias".

Estratégia. O documento dos advogados do vice da Engevix explicita algo que já vinha sendo dito nos bastidores pelos empreiteiros. Ele traduz a estratégia jurídica desse grupo: evitar que a Petrobrás seja tratada como vítima de corruptores, no caso, os empresários, e tentar unir as duas frentes de investigação da operação - uma delas, a que inclui ex-diretores da estatal, doleiros e empreiteiros, é comandada pelo juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal no Paraná; a outra parte, a que inclui os políticos com foro privilegiado, está sob a guarda do Supremo Tribunal Federal.

Ao dizer que a corrupção na Petrobrás está intrinsecamente ligada a atividades do governo e de parlamentares, os empreiteiros tentam mostrar que o caso é indissociável, a fim de que tudo seja julgado diretamente pelo STF.

O advogado de Youssef ressalta que não há combinação na linha de defesa com outros defensores. "Não há nenhuma harmonia entre as defesas, trabalhamos de forma individual. O que há é a verdade, o esquema vem de cima. Agora todo mundo já está falando porque é notório, as empreiteiras estão servido de bode expiatório. É verdade que não tem inocente nesse jogo, ninguém foi extorquido, achacado, todos entraram de forma consciente. Mas é evidente que se o sistema não funcionasse haveria prejuízos para as empreiteiras. Vinha de cima e era para sustentar sim um esquema político. Se você não tem os corruptos, não tem esquema. E quem nomeavam os corruptos? Os políticos. É uma lógica irrefutável", ressaltou Bastos.

Apesar da tentativa de associar o escândalo apenas ao PT e ao partido da base, as investigações apontam que o esquema também abasteceu o PSB e o PSDB. Depoimentos do ex-diretor Paulo Roberto Costa na delação premiada citam o nome de Sérgio Guerra, ex-presidente do PSDB morto no ano passado, que teria "extorquido" a Petrobrás em 2010 e pedido R$ 10 milhões para encerrar a CPI mista que investigava a estatal na época. Além disso, Costa também mencionou o repasse de R$ 20 milhões para o caixa 2 da campanha de Eduardo Campos (PSB) ao governo de Pernambuco em 2010. 

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Alberto Youssef, um dos líderes do esquema Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Brasília - A equipe de advogados de Alberto Yousseff, considerado como um dos líderes do esquema de desvio da Petrobrás, vai concentrar a defesa na alegação de que o doleiro serviu apenas como uma peça no sistema político criado para dar sustentação ao projeto de poder do PT. O documento deve ser apresentado à Justiça Federal do Paraná, onde tramitam os processos da Lava Jato, na próxima terça-feira, 27. Em conversa com o Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, o advogado Antônio Augusto Figueiredo Basto antecipou qual será a linha de defesa que será apresentada. No processo criminal, Youssef é acusado de chefiar um esquema que teria movimentado ilegalmente cerca de R$ 10 bilhões.

"É um projeto de poder para sustentação do PT. Não há dúvida disso. Vou citar isso na peça, claro. Não tem dúvida. PT e a base aliada como PMDB, PP", ressaltou Basto. "É a corrupção sustentando um esquema de poder. Não há para mim a menor dúvida que esse esquema é um grande sistema de manutenção de grupos políticos. Vamos sustentar isso na nossa defesa. Meu cliente foi mera engrenagem. Não era a peça fundamental do esquema. Não tinha esse poder para fazer com que o esquema funcionasse ou deixasse de funcionar. O esquema só existiu porque havia vontade política para fazer com que ele existisse", acrescentou o advogado.

Na delação realizada por Youssef no âmbito da Lava Jato, ele citou políticos como beneficiários do esquema da Petrobrás. Confirmou também que a partilha de desvios de contratos com as empreiteiras entre três partidos: PT, PMDB e PP. 

O posicionamento de Figueiredo Basto ocorre um dia depois de os advogados do empresário Gérson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix Engenharia, afirmarem em documento entregue à Justiça Federal que a Petrobrás foi usada para bancar o "custo alto das campanhas eleitorais". Segundo a defesa de Almada, preso pela Operação Lava Jato desde 14 de novembro de 2014, "a Petrobrás foi escolhida para geração desses montantes necessários à compra da base aliada do governo e aos cofres das agremiações partidárias".

Estratégia. O documento dos advogados do vice da Engevix explicita algo que já vinha sendo dito nos bastidores pelos empreiteiros. Ele traduz a estratégia jurídica desse grupo: evitar que a Petrobrás seja tratada como vítima de corruptores, no caso, os empresários, e tentar unir as duas frentes de investigação da operação - uma delas, a que inclui ex-diretores da estatal, doleiros e empreiteiros, é comandada pelo juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal no Paraná; a outra parte, a que inclui os políticos com foro privilegiado, está sob a guarda do Supremo Tribunal Federal.

Ao dizer que a corrupção na Petrobrás está intrinsecamente ligada a atividades do governo e de parlamentares, os empreiteiros tentam mostrar que o caso é indissociável, a fim de que tudo seja julgado diretamente pelo STF.

O advogado de Youssef ressalta que não há combinação na linha de defesa com outros defensores. "Não há nenhuma harmonia entre as defesas, trabalhamos de forma individual. O que há é a verdade, o esquema vem de cima. Agora todo mundo já está falando porque é notório, as empreiteiras estão servido de bode expiatório. É verdade que não tem inocente nesse jogo, ninguém foi extorquido, achacado, todos entraram de forma consciente. Mas é evidente que se o sistema não funcionasse haveria prejuízos para as empreiteiras. Vinha de cima e era para sustentar sim um esquema político. Se você não tem os corruptos, não tem esquema. E quem nomeavam os corruptos? Os políticos. É uma lógica irrefutável", ressaltou Bastos.

Apesar da tentativa de associar o escândalo apenas ao PT e ao partido da base, as investigações apontam que o esquema também abasteceu o PSB e o PSDB. Depoimentos do ex-diretor Paulo Roberto Costa na delação premiada citam o nome de Sérgio Guerra, ex-presidente do PSDB morto no ano passado, que teria "extorquido" a Petrobrás em 2010 e pedido R$ 10 milhões para encerrar a CPI mista que investigava a estatal na época. Além disso, Costa também mencionou o repasse de R$ 20 milhões para o caixa 2 da campanha de Eduardo Campos (PSB) ao governo de Pernambuco em 2010. 

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