'É possível mudar de time, desde que deixe isso claro'


A acumulação de cargos de Guilherme Afif Domingos "torna as coisas confusas" e prejudica o julgamento adequado do eleitor, diz o cientista político José Álvaro Moisés

Por Gabriel Manzano

A acumulação de cargos de Guilherme Afif Domingos, ministro da presidente Dilma Rousseff que pode assumir o posto do governador Geraldo Alckmin (PSDB) amanhã, "torna as coisas confusas" e prejudica o julgamento adequado do eleitor, diz o cientista político José Álvaro Moisés. "Ele até poderia mudar de time, mas deixando claro que está abandonando a função anterior."Guilherme Afif pode assumir o governo estadual num cenário incomum, contestado pelo Ministério Público e pela Comissão de Ética do próprio Estado. Como o sr. vê essa situação?É um quadro muito estranho. Do ponto de vista ético, um líder político não pode ao mesmo tempo ocupar duas funções competitivas entre si. O governo federal tem um partido e uma coalizão. O estadual, outro partido e coalizão. Em política não dá pra servir a dois senhores ao mesmo tempo. A política não é só para alguém competir e ganhar. Ele tem também de projetar para seus eleitores o significado da presença e atuação dele. Se você sinaliza em duas direções contrapostas, confunde os eleitores. Torna difícil que eles façam um julgamento adequado de onde esse político está situado e qual o serviço que ele está prestando ao público.Afif diz que a crítica é política, e que ele serve ao País. Isso faz sentido?Isso não se resolve pela simples retórica. Como vice ligado ao governo Alckmin, lhe caberia servir a São Paulo, mesmo que tivesse posições críticas. É o que seus eleitores esperavam. No meio do caminho ele troca de função, muda de time. Poderia até fazer isso, mas deixando claro que está abandonando a função anterior. Quanto a "servir ao Brasil", ele faz de conta que não percebe que o governo se aproximou dele e lhe deu o cargo porque está de olho no apoio que o PSD de Gilberto Kassab vai lhe dar no plano federal. Há uma certa ideia de que o eleitor não percebe o duplo jogo. Afif tem razão ao dizer que a Comissão de Ética estadual não tem competência para julgá-lo?Ele está dando um tiro no pé com essa frase. A comissão foi constituída pelo próprio governo de que ele faz parte. Do ponto de vista administrativo, ele pode ter problemas nesses poucos dias no governo?Suponhamos que houvesse uma crise séria, na onda dos conflitos de ontem (protestos na Avenida Paulista, na quinta-feira). Quais os limites políticos de sua ação, estando contestado pelo Ministério Público e pela Comissão de Ética?E o parecer favorável que lhe deu a Advocacia-Geral da União?A AGU frequentemente se confunde com uma Advocacia-Geral do Governo, uma AGG. Para ser AGU, teria de funcionar com a perspectiva do Supremo, que é examinar o que a Constituição permite. A AGU nem tinha por que entrar em questões dessa natureza.

A acumulação de cargos de Guilherme Afif Domingos, ministro da presidente Dilma Rousseff que pode assumir o posto do governador Geraldo Alckmin (PSDB) amanhã, "torna as coisas confusas" e prejudica o julgamento adequado do eleitor, diz o cientista político José Álvaro Moisés. "Ele até poderia mudar de time, mas deixando claro que está abandonando a função anterior."Guilherme Afif pode assumir o governo estadual num cenário incomum, contestado pelo Ministério Público e pela Comissão de Ética do próprio Estado. Como o sr. vê essa situação?É um quadro muito estranho. Do ponto de vista ético, um líder político não pode ao mesmo tempo ocupar duas funções competitivas entre si. O governo federal tem um partido e uma coalizão. O estadual, outro partido e coalizão. Em política não dá pra servir a dois senhores ao mesmo tempo. A política não é só para alguém competir e ganhar. Ele tem também de projetar para seus eleitores o significado da presença e atuação dele. Se você sinaliza em duas direções contrapostas, confunde os eleitores. Torna difícil que eles façam um julgamento adequado de onde esse político está situado e qual o serviço que ele está prestando ao público.Afif diz que a crítica é política, e que ele serve ao País. Isso faz sentido?Isso não se resolve pela simples retórica. Como vice ligado ao governo Alckmin, lhe caberia servir a São Paulo, mesmo que tivesse posições críticas. É o que seus eleitores esperavam. No meio do caminho ele troca de função, muda de time. Poderia até fazer isso, mas deixando claro que está abandonando a função anterior. Quanto a "servir ao Brasil", ele faz de conta que não percebe que o governo se aproximou dele e lhe deu o cargo porque está de olho no apoio que o PSD de Gilberto Kassab vai lhe dar no plano federal. Há uma certa ideia de que o eleitor não percebe o duplo jogo. Afif tem razão ao dizer que a Comissão de Ética estadual não tem competência para julgá-lo?Ele está dando um tiro no pé com essa frase. A comissão foi constituída pelo próprio governo de que ele faz parte. Do ponto de vista administrativo, ele pode ter problemas nesses poucos dias no governo?Suponhamos que houvesse uma crise séria, na onda dos conflitos de ontem (protestos na Avenida Paulista, na quinta-feira). Quais os limites políticos de sua ação, estando contestado pelo Ministério Público e pela Comissão de Ética?E o parecer favorável que lhe deu a Advocacia-Geral da União?A AGU frequentemente se confunde com uma Advocacia-Geral do Governo, uma AGG. Para ser AGU, teria de funcionar com a perspectiva do Supremo, que é examinar o que a Constituição permite. A AGU nem tinha por que entrar em questões dessa natureza.

A acumulação de cargos de Guilherme Afif Domingos, ministro da presidente Dilma Rousseff que pode assumir o posto do governador Geraldo Alckmin (PSDB) amanhã, "torna as coisas confusas" e prejudica o julgamento adequado do eleitor, diz o cientista político José Álvaro Moisés. "Ele até poderia mudar de time, mas deixando claro que está abandonando a função anterior."Guilherme Afif pode assumir o governo estadual num cenário incomum, contestado pelo Ministério Público e pela Comissão de Ética do próprio Estado. Como o sr. vê essa situação?É um quadro muito estranho. Do ponto de vista ético, um líder político não pode ao mesmo tempo ocupar duas funções competitivas entre si. O governo federal tem um partido e uma coalizão. O estadual, outro partido e coalizão. Em política não dá pra servir a dois senhores ao mesmo tempo. A política não é só para alguém competir e ganhar. Ele tem também de projetar para seus eleitores o significado da presença e atuação dele. Se você sinaliza em duas direções contrapostas, confunde os eleitores. Torna difícil que eles façam um julgamento adequado de onde esse político está situado e qual o serviço que ele está prestando ao público.Afif diz que a crítica é política, e que ele serve ao País. Isso faz sentido?Isso não se resolve pela simples retórica. Como vice ligado ao governo Alckmin, lhe caberia servir a São Paulo, mesmo que tivesse posições críticas. É o que seus eleitores esperavam. No meio do caminho ele troca de função, muda de time. Poderia até fazer isso, mas deixando claro que está abandonando a função anterior. Quanto a "servir ao Brasil", ele faz de conta que não percebe que o governo se aproximou dele e lhe deu o cargo porque está de olho no apoio que o PSD de Gilberto Kassab vai lhe dar no plano federal. Há uma certa ideia de que o eleitor não percebe o duplo jogo. Afif tem razão ao dizer que a Comissão de Ética estadual não tem competência para julgá-lo?Ele está dando um tiro no pé com essa frase. A comissão foi constituída pelo próprio governo de que ele faz parte. Do ponto de vista administrativo, ele pode ter problemas nesses poucos dias no governo?Suponhamos que houvesse uma crise séria, na onda dos conflitos de ontem (protestos na Avenida Paulista, na quinta-feira). Quais os limites políticos de sua ação, estando contestado pelo Ministério Público e pela Comissão de Ética?E o parecer favorável que lhe deu a Advocacia-Geral da União?A AGU frequentemente se confunde com uma Advocacia-Geral do Governo, uma AGG. Para ser AGU, teria de funcionar com a perspectiva do Supremo, que é examinar o que a Constituição permite. A AGU nem tinha por que entrar em questões dessa natureza.

A acumulação de cargos de Guilherme Afif Domingos, ministro da presidente Dilma Rousseff que pode assumir o posto do governador Geraldo Alckmin (PSDB) amanhã, "torna as coisas confusas" e prejudica o julgamento adequado do eleitor, diz o cientista político José Álvaro Moisés. "Ele até poderia mudar de time, mas deixando claro que está abandonando a função anterior."Guilherme Afif pode assumir o governo estadual num cenário incomum, contestado pelo Ministério Público e pela Comissão de Ética do próprio Estado. Como o sr. vê essa situação?É um quadro muito estranho. Do ponto de vista ético, um líder político não pode ao mesmo tempo ocupar duas funções competitivas entre si. O governo federal tem um partido e uma coalizão. O estadual, outro partido e coalizão. Em política não dá pra servir a dois senhores ao mesmo tempo. A política não é só para alguém competir e ganhar. Ele tem também de projetar para seus eleitores o significado da presença e atuação dele. Se você sinaliza em duas direções contrapostas, confunde os eleitores. Torna difícil que eles façam um julgamento adequado de onde esse político está situado e qual o serviço que ele está prestando ao público.Afif diz que a crítica é política, e que ele serve ao País. Isso faz sentido?Isso não se resolve pela simples retórica. Como vice ligado ao governo Alckmin, lhe caberia servir a São Paulo, mesmo que tivesse posições críticas. É o que seus eleitores esperavam. No meio do caminho ele troca de função, muda de time. Poderia até fazer isso, mas deixando claro que está abandonando a função anterior. Quanto a "servir ao Brasil", ele faz de conta que não percebe que o governo se aproximou dele e lhe deu o cargo porque está de olho no apoio que o PSD de Gilberto Kassab vai lhe dar no plano federal. Há uma certa ideia de que o eleitor não percebe o duplo jogo. Afif tem razão ao dizer que a Comissão de Ética estadual não tem competência para julgá-lo?Ele está dando um tiro no pé com essa frase. A comissão foi constituída pelo próprio governo de que ele faz parte. Do ponto de vista administrativo, ele pode ter problemas nesses poucos dias no governo?Suponhamos que houvesse uma crise séria, na onda dos conflitos de ontem (protestos na Avenida Paulista, na quinta-feira). Quais os limites políticos de sua ação, estando contestado pelo Ministério Público e pela Comissão de Ética?E o parecer favorável que lhe deu a Advocacia-Geral da União?A AGU frequentemente se confunde com uma Advocacia-Geral do Governo, uma AGG. Para ser AGU, teria de funcionar com a perspectiva do Supremo, que é examinar o que a Constituição permite. A AGU nem tinha por que entrar em questões dessa natureza.

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