Mercado em disputa num ambiente ilusório


ANÁLISE: Carlos Melo e Sérgio Lazzarini

Por Carlos Melo e Sérgio Lazzarini

Dilma Rousseff tem perdido ampla fatia da credibilidade que os mandatos de Lula - e o início do seu próprio - conquistaram com o mercado. Frequentemente ambíguo e eivado por uma fúria regulatória, seu discurso tem criado confusão. Em 28 meses de governo, apesar do baixo desemprego, dúvidas sobre a autonomia do BC contribuíram para a volta do fantasma da inflação e os investimentos vieram aquém do esperado.

O governo ganhou a pecha de intervencionista; o microgerenciamento tem gerado uma piora generalizada da rentabilidade dos investimentos e elevada incerteza. Investidores não se arriscam porque o governo quer; só o fazem se for vantajoso. O reflexo disso está no mau desempenho das empresas de setores regulados e a enorme perda de valor que têm sofrido na bolsa. O paradoxo é que, embora impopular com o mercado, o estilo de Dilma faz sucesso com a população. Por quanto tempo?

Do governo Lula, ressaltava-se a capacidade de aprender com erros; de Dilma já não há segurança em afirmar o mesmo. Ciosa de sua imagem, é possível que, diante da inflação e de eventuais apagões logísticos, a presidente compreenda a ineficácia dos remédios que adota. Mas é também possível que dobre a aposta, colocando, à posteriori, a culpa nos fatos e reforçando seu microgerenciamento. O fato é que Dilma se transformou numa grande interrogação de longo prazo: a cristalização de um cenário incerto.

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Em desconforto, agentes econômicos procuram alternativas. Aécio Neves, Eduardo Campos e Marina Silva movimentam-se tentando ocupar, retoricamente, os flancos que a ousadia heterodoxa de Dilma tem desguarnecido; buscam conquistar espaços e credibilidade. Suas agendas são expressão disso.

Aécio e Campos mostram-se mais amigáveis ao mercado, destacam suas gestões e a necessidade de maior estabilidade de regras; correm na mesma raia. Marina empunha a mítica de uma "nova" política, a ética, o meio ambiente. Agradam às elites, alvo estratégico neste momento, embora seja pouco. As últimas eleições mostraram que choques de gestão, ética e meio ambiente, sozinhos, não fazem verão.

Para chegar lá, será preciso convencer o eleitor comum. Talvez o atual descontrole da inflação seja o maior trunfo dos adversários de Dilma. O seu sucesso, porém, dependerá não só das ideias, mas da capacidade de transmitir de forma clara que seus temas interessam à população. Para além do mercado, o que terão a dizer? Nesse momento eleitoral, onde a caneta do governo rascunha um ambiente ilusório, embora ao gosto das massas, isso está longe de ser simples.

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* PROFESSORES DO INSPER

Dilma Rousseff tem perdido ampla fatia da credibilidade que os mandatos de Lula - e o início do seu próprio - conquistaram com o mercado. Frequentemente ambíguo e eivado por uma fúria regulatória, seu discurso tem criado confusão. Em 28 meses de governo, apesar do baixo desemprego, dúvidas sobre a autonomia do BC contribuíram para a volta do fantasma da inflação e os investimentos vieram aquém do esperado.

O governo ganhou a pecha de intervencionista; o microgerenciamento tem gerado uma piora generalizada da rentabilidade dos investimentos e elevada incerteza. Investidores não se arriscam porque o governo quer; só o fazem se for vantajoso. O reflexo disso está no mau desempenho das empresas de setores regulados e a enorme perda de valor que têm sofrido na bolsa. O paradoxo é que, embora impopular com o mercado, o estilo de Dilma faz sucesso com a população. Por quanto tempo?

Do governo Lula, ressaltava-se a capacidade de aprender com erros; de Dilma já não há segurança em afirmar o mesmo. Ciosa de sua imagem, é possível que, diante da inflação e de eventuais apagões logísticos, a presidente compreenda a ineficácia dos remédios que adota. Mas é também possível que dobre a aposta, colocando, à posteriori, a culpa nos fatos e reforçando seu microgerenciamento. O fato é que Dilma se transformou numa grande interrogação de longo prazo: a cristalização de um cenário incerto.

Em desconforto, agentes econômicos procuram alternativas. Aécio Neves, Eduardo Campos e Marina Silva movimentam-se tentando ocupar, retoricamente, os flancos que a ousadia heterodoxa de Dilma tem desguarnecido; buscam conquistar espaços e credibilidade. Suas agendas são expressão disso.

Aécio e Campos mostram-se mais amigáveis ao mercado, destacam suas gestões e a necessidade de maior estabilidade de regras; correm na mesma raia. Marina empunha a mítica de uma "nova" política, a ética, o meio ambiente. Agradam às elites, alvo estratégico neste momento, embora seja pouco. As últimas eleições mostraram que choques de gestão, ética e meio ambiente, sozinhos, não fazem verão.

Para chegar lá, será preciso convencer o eleitor comum. Talvez o atual descontrole da inflação seja o maior trunfo dos adversários de Dilma. O seu sucesso, porém, dependerá não só das ideias, mas da capacidade de transmitir de forma clara que seus temas interessam à população. Para além do mercado, o que terão a dizer? Nesse momento eleitoral, onde a caneta do governo rascunha um ambiente ilusório, embora ao gosto das massas, isso está longe de ser simples.

* PROFESSORES DO INSPER

Dilma Rousseff tem perdido ampla fatia da credibilidade que os mandatos de Lula - e o início do seu próprio - conquistaram com o mercado. Frequentemente ambíguo e eivado por uma fúria regulatória, seu discurso tem criado confusão. Em 28 meses de governo, apesar do baixo desemprego, dúvidas sobre a autonomia do BC contribuíram para a volta do fantasma da inflação e os investimentos vieram aquém do esperado.

O governo ganhou a pecha de intervencionista; o microgerenciamento tem gerado uma piora generalizada da rentabilidade dos investimentos e elevada incerteza. Investidores não se arriscam porque o governo quer; só o fazem se for vantajoso. O reflexo disso está no mau desempenho das empresas de setores regulados e a enorme perda de valor que têm sofrido na bolsa. O paradoxo é que, embora impopular com o mercado, o estilo de Dilma faz sucesso com a população. Por quanto tempo?

Do governo Lula, ressaltava-se a capacidade de aprender com erros; de Dilma já não há segurança em afirmar o mesmo. Ciosa de sua imagem, é possível que, diante da inflação e de eventuais apagões logísticos, a presidente compreenda a ineficácia dos remédios que adota. Mas é também possível que dobre a aposta, colocando, à posteriori, a culpa nos fatos e reforçando seu microgerenciamento. O fato é que Dilma se transformou numa grande interrogação de longo prazo: a cristalização de um cenário incerto.

Em desconforto, agentes econômicos procuram alternativas. Aécio Neves, Eduardo Campos e Marina Silva movimentam-se tentando ocupar, retoricamente, os flancos que a ousadia heterodoxa de Dilma tem desguarnecido; buscam conquistar espaços e credibilidade. Suas agendas são expressão disso.

Aécio e Campos mostram-se mais amigáveis ao mercado, destacam suas gestões e a necessidade de maior estabilidade de regras; correm na mesma raia. Marina empunha a mítica de uma "nova" política, a ética, o meio ambiente. Agradam às elites, alvo estratégico neste momento, embora seja pouco. As últimas eleições mostraram que choques de gestão, ética e meio ambiente, sozinhos, não fazem verão.

Para chegar lá, será preciso convencer o eleitor comum. Talvez o atual descontrole da inflação seja o maior trunfo dos adversários de Dilma. O seu sucesso, porém, dependerá não só das ideias, mas da capacidade de transmitir de forma clara que seus temas interessam à população. Para além do mercado, o que terão a dizer? Nesse momento eleitoral, onde a caneta do governo rascunha um ambiente ilusório, embora ao gosto das massas, isso está longe de ser simples.

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Dilma Rousseff tem perdido ampla fatia da credibilidade que os mandatos de Lula - e o início do seu próprio - conquistaram com o mercado. Frequentemente ambíguo e eivado por uma fúria regulatória, seu discurso tem criado confusão. Em 28 meses de governo, apesar do baixo desemprego, dúvidas sobre a autonomia do BC contribuíram para a volta do fantasma da inflação e os investimentos vieram aquém do esperado.

O governo ganhou a pecha de intervencionista; o microgerenciamento tem gerado uma piora generalizada da rentabilidade dos investimentos e elevada incerteza. Investidores não se arriscam porque o governo quer; só o fazem se for vantajoso. O reflexo disso está no mau desempenho das empresas de setores regulados e a enorme perda de valor que têm sofrido na bolsa. O paradoxo é que, embora impopular com o mercado, o estilo de Dilma faz sucesso com a população. Por quanto tempo?

Do governo Lula, ressaltava-se a capacidade de aprender com erros; de Dilma já não há segurança em afirmar o mesmo. Ciosa de sua imagem, é possível que, diante da inflação e de eventuais apagões logísticos, a presidente compreenda a ineficácia dos remédios que adota. Mas é também possível que dobre a aposta, colocando, à posteriori, a culpa nos fatos e reforçando seu microgerenciamento. O fato é que Dilma se transformou numa grande interrogação de longo prazo: a cristalização de um cenário incerto.

Em desconforto, agentes econômicos procuram alternativas. Aécio Neves, Eduardo Campos e Marina Silva movimentam-se tentando ocupar, retoricamente, os flancos que a ousadia heterodoxa de Dilma tem desguarnecido; buscam conquistar espaços e credibilidade. Suas agendas são expressão disso.

Aécio e Campos mostram-se mais amigáveis ao mercado, destacam suas gestões e a necessidade de maior estabilidade de regras; correm na mesma raia. Marina empunha a mítica de uma "nova" política, a ética, o meio ambiente. Agradam às elites, alvo estratégico neste momento, embora seja pouco. As últimas eleições mostraram que choques de gestão, ética e meio ambiente, sozinhos, não fazem verão.

Para chegar lá, será preciso convencer o eleitor comum. Talvez o atual descontrole da inflação seja o maior trunfo dos adversários de Dilma. O seu sucesso, porém, dependerá não só das ideias, mas da capacidade de transmitir de forma clara que seus temas interessam à população. Para além do mercado, o que terão a dizer? Nesse momento eleitoral, onde a caneta do governo rascunha um ambiente ilusório, embora ao gosto das massas, isso está longe de ser simples.

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