Em palestra nos EUA, Barroso afirma que não se deve ‘glamourizar o crime’


Ministro do STF afirmou ainda que existe uma “operação abafa” para manutenção do foro privilegiado e derrubada da prisão em 2ª instância

Por Cláudia Trevisan
O ministro do STF Luís Roberto Barroso Foto: André Dusek/Estadão

CAMBRIDGE - No dia em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi preso, o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso disse que “do mesmo modo que não se deve criminalizar a política, não se deve glamourizar o crime”. Aplaudido de pé ao fim de palestra na Brazil Conference at Harvard & MIT, em Cambridge, Barroso afirmou ainda que há uma “operação abafa” em curso, que tinha como alvo a manutenção do foro privilegiado e agora se centra na derrubada da jurisprudência do STF que permite a prisão depois de julgamento em segunda instância.

+ Ao vivo: LULA PRESO

continua após a publicidade

++ Lula desafia procuradores e 'asseclas'

++ Último comício: veja frases de Lula em ato no sindicato

“A estratégia mudou para acabar com a execução após o segundo grau. Daí o processo (contra corrupção) vai começar no primeiro grau e não vai acabar nunca. A estratégia foi alterada diante da perspectiva da mudança do foro”, observou o ministro, depois de lembrar que já há oito votos no Supremo favoráveis ao fim do foro privilegiado. A jurisprudência que permite a execução da pena depois de julgamento em segunda instância esteve na base da decisão da corte de negar o pedido de habeas corpus de Lula.

continua após a publicidade

Barroso não mencionou o nome do ex-presidente de maneira expressa, mas fez uma referência velada a ele. “Procuro ser o melhor juiz que eu consigo ser, que é um juiz que faz uma interpretação constitucional retilínea e não desvia quando chega em A, não desvia quando chega T e não desvia quando chega em L” – a menção à inicial do nome de Lula provocou risos e aplausos na plateia.

 “Quem cobra dinheiro para dar desoneração em medida provisória, quem achaca em Comissão Parlamentar de Inquérito ou quem cobra pedágio para dar financiamento público, isso não é criminalização da política. Isso é crime mesmo”, afirmou. Barroso disse que o Mensalão e a Lava Jato começaram a mudar a cultura de que o Direito Penal se aplica apenas aos pobres e não atingia ninguém que ganhe mais que cinco salários mínimos. “A incapacidade de punir a criminalidade do colarinho branco criou um país de ricos delinquentes, gente que pratica sem nenhuma cerimônia corrupção ativa, corrupção passiva, peculato, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro.”

continua após a publicidade

+ Nelson Jobim diz que Cármen Lúcia errou ao dar prioridade ao HC de Lula

+ Lula acusa ministros do STF de se subordinarem à opinião pública

Segundo ele, a dimensão da corrupção no Brasil é fruto de um “pacto oligárquico” para beneficiar o que chama de “elites extrativistas”. Diante do avanço na punição, Barroso disse que os mesmos grupos reagem às ações do Judiciário. 

continua após a publicidade

No mesmo evento, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu que a opinião pública se mantenha “ativa” e cobre das instituições e do Judiciário a aplicação da lei de maneira igualitária para todos. Para Raquel, a pressão popular foi um dos fatores fundamentais que ampliaram o combate à corrupção nos últimos anos, ao lado da delação premiada, dos acordos de leniência para empresas e da decisão STF de permitir a prisão de réus após condenação em segunda instância.

Prisão de Lula: veja a repercussão

1 | 52

Prisão de Lula: veja a repercussão

Foto: Leo Correa/AP
2 | 52

Prisão de Lula: veja a repercussão

Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters
3 | 52

Prisão de Lula: veja a repercussão

Foto: Denis Ferreira/AP
4 | 52

Prisão de Lula: veja a repercussão

Foto: Denis Ferreira/AP
5 | 52

Prisão de Lula: veja a repercussão

Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters
6 | 52

Prisão de Lula: veja a repercussão

Foto: Denis Ferreira/AP
7 | 52

Prisão de Lula: veja a repercussão

Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters
8 | 52

Lula

Foto: Sebastiao Moreira/ EFE
9 | 52

Lula

Foto: Nelson Antoine/ AP
10 | 52

Lula

Foto: Sebastião Moreira/EFE
11 | 52

Lula

Foto: Leonardo Benassatto/REUTERS
12 | 52

Lula

Foto: Nelson Antoine/AP
13 | 52

Lula

Foto: Nelson Antoine/AP
14 | 52

Lula

Foto: Nelson Antoine/AP
15 | 52

Prisão de Lula

Foto: Nelson Almeida/AFP
16 | 52

São Bernardo do Campo

Foto: Gabriela Biló/Estadão
17 | 52

São Bernardo do Campo

Foto: Gabriela Biló/Estadão
18 | 52

Curitiba

Foto: Douglas Gravas/Estadão
19 | 52

Aldo Rebelo e Vanderlei Luxemburgo

Foto: Ricardo Galhardo / Estadão
20 | 52

Osmar Prado

Foto: Igor Moraes/Estadão
21 | 52

Ato de apoio a Lula em São Bernardo do Campo

22 | 52

Manifestação na sede da Polícia Federal

23 | 52

Ato de apoio a Lula em São Bernardo do Campo

24 | 52

Manifestação na sede da Polícia Federal

25 | 52

Polícia Militar fortalece presença na PF

26 | 52

Manifestante exibe faixa em apoio a Lula

27 | 52

Manifestantes favoráveis à prisão do ex-presidente mostram 'pixuleco'

28 | 52

Manifestantes aguardam acontecimentos em Curitiba

29 | 52

Rodovia é bloqueada na Bahia

30 | 52

Manifestantes se concentram em São Bernardo do Campo

31 | 52

ctv-i7i-lula-pf-curitiba-afp-photo--mauro-pimentel

32 | 52

Agentes da PF aguardam a chegada de Lula em Curitiba

33 | 52

Agentes da PF aguardam a chegada de Lula em Curitiba

34 | 52

Apoiadores de Lula abrem faixa em frente à sede do PT em Curitiba

35 | 52

Militantes do MST bloqueiam rodovia que liga São Paulo a Belo Horizonte

36 | 52

Publicação de Lula no Instagram

37 | 52

MST iniciou o bloqueio de rodovias

38 | 52

Manifestantes do MST fecham rodovias

39 | 52

Manifestantes amanhecem na porta do sindicato

Foto: ESTADÃO/GABRIELA BILO
40 | 52

São Bernardo do Campo

Foto: AFP/MIGUEL SCHINCARIOL
41 | 52

Lula aparece na janela do Sindicato

Foto: AP Photo/Nelson Antoine
42 | 52

Vigília dos movimentos populares

Foto: FOTO AMANDA PEROBELLI/ESTADAO
43 | 52

Ex-presidente Dilma Rousseff também participou da vigília

Foto: AFP PHOTO / Miguel SCHINCARIOL
44 | 52

Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, discursa durante ato

Foto: NILTON FUKUDA / ESTADÃO
45 | 52

Guilherme Boulos, pré-candidato à Presidência pelo PSOL, também compareceu ao ato

Foto: NILTON FUKUDA / ESTAD?O
46 | 52

Metalúrgicos e militantes simpatizantes a Lula se reuniram na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

Foto: EFE/Fernando Bizerra Jr.
47 | 52

Apoiador de Lula joga ovo em fotógrafo

Foto: NILTON FUKUDA/ESTADAO
48 | 52

Manifestantes contra a prisão de Lula

Foto: Paulo Whitaker/Reuters
49 | 52

Homem é agredido por apoiadores do ex-presidente Lula

Foto: EFE/Sebastiao Moreira
50 | 52

Caminhada de apoio a Lula no centro de São Bernardo do Campo

Foto: AFP PHOTO / Nelson Almeida
51 | 52

'Lula Livre' e 'Não à prisão de Lula' são alguns dos cartazes dos manifestantes

Foto: EFE/Fernando Bizerra Jr.
52 | 52

Apoiadores de Lula protestam no Sindicato de Metalúrgicos

Foto: AFP PHOTO / Marcelo CHELLO

Dodge disse estar confiante de que o Supremo manterá esse entendimento. “O STF acaba de chancelar pela quarta vez essa possibilidade. Isso é importante porque abrevia o tempo de aplicação da sanção e torna possível divisar no horizonte a ideia de que a condenação vai ser realmente cumprida”, afirmou.

continua após a publicidade

Barroso ressaltou que a defesa da integridade deve estar acima de ideologias e fazer parte de um pacto que anteceda a disputa por ideias. Depois de mencionar estatísticas da operação Lava Jato, o ministro afirmou que a escala do sistema de corrupção é “tão impressionante” que poderia levar alguns a imaginarem que se trata de uma conspiração –teoria que é defendida por muitos dos apoiadores de Lula. 

“Só há um problema contra essa teoria: os fatos, os malditos dos fatos. Os áudios, os vídeos, as fotos, as malas, as mochilas, os apartamentos. Onde se destampa há coisa errada. Isso poderia abater cidadania de qualquer país, mas eu continuo achando que temos futuro promissor pela frente”, afirmou. 

O ministro do STF Luís Roberto Barroso Foto: André Dusek/Estadão

CAMBRIDGE - No dia em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi preso, o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso disse que “do mesmo modo que não se deve criminalizar a política, não se deve glamourizar o crime”. Aplaudido de pé ao fim de palestra na Brazil Conference at Harvard & MIT, em Cambridge, Barroso afirmou ainda que há uma “operação abafa” em curso, que tinha como alvo a manutenção do foro privilegiado e agora se centra na derrubada da jurisprudência do STF que permite a prisão depois de julgamento em segunda instância.

+ Ao vivo: LULA PRESO

++ Lula desafia procuradores e 'asseclas'

++ Último comício: veja frases de Lula em ato no sindicato

“A estratégia mudou para acabar com a execução após o segundo grau. Daí o processo (contra corrupção) vai começar no primeiro grau e não vai acabar nunca. A estratégia foi alterada diante da perspectiva da mudança do foro”, observou o ministro, depois de lembrar que já há oito votos no Supremo favoráveis ao fim do foro privilegiado. A jurisprudência que permite a execução da pena depois de julgamento em segunda instância esteve na base da decisão da corte de negar o pedido de habeas corpus de Lula.

Barroso não mencionou o nome do ex-presidente de maneira expressa, mas fez uma referência velada a ele. “Procuro ser o melhor juiz que eu consigo ser, que é um juiz que faz uma interpretação constitucional retilínea e não desvia quando chega em A, não desvia quando chega T e não desvia quando chega em L” – a menção à inicial do nome de Lula provocou risos e aplausos na plateia.

 “Quem cobra dinheiro para dar desoneração em medida provisória, quem achaca em Comissão Parlamentar de Inquérito ou quem cobra pedágio para dar financiamento público, isso não é criminalização da política. Isso é crime mesmo”, afirmou. Barroso disse que o Mensalão e a Lava Jato começaram a mudar a cultura de que o Direito Penal se aplica apenas aos pobres e não atingia ninguém que ganhe mais que cinco salários mínimos. “A incapacidade de punir a criminalidade do colarinho branco criou um país de ricos delinquentes, gente que pratica sem nenhuma cerimônia corrupção ativa, corrupção passiva, peculato, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro.”

+ Nelson Jobim diz que Cármen Lúcia errou ao dar prioridade ao HC de Lula

+ Lula acusa ministros do STF de se subordinarem à opinião pública

Segundo ele, a dimensão da corrupção no Brasil é fruto de um “pacto oligárquico” para beneficiar o que chama de “elites extrativistas”. Diante do avanço na punição, Barroso disse que os mesmos grupos reagem às ações do Judiciário. 

No mesmo evento, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu que a opinião pública se mantenha “ativa” e cobre das instituições e do Judiciário a aplicação da lei de maneira igualitária para todos. Para Raquel, a pressão popular foi um dos fatores fundamentais que ampliaram o combate à corrupção nos últimos anos, ao lado da delação premiada, dos acordos de leniência para empresas e da decisão STF de permitir a prisão de réus após condenação em segunda instância.

Prisão de Lula: veja a repercussão

1 | 52

Prisão de Lula: veja a repercussão

Foto: Leo Correa/AP
2 | 52

Prisão de Lula: veja a repercussão

Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters
3 | 52

Prisão de Lula: veja a repercussão

Foto: Denis Ferreira/AP
4 | 52

Prisão de Lula: veja a repercussão

Foto: Denis Ferreira/AP
5 | 52

Prisão de Lula: veja a repercussão

Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters
6 | 52

Prisão de Lula: veja a repercussão

Foto: Denis Ferreira/AP
7 | 52

Prisão de Lula: veja a repercussão

Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters
8 | 52

Lula

Foto: Sebastiao Moreira/ EFE
9 | 52

Lula

Foto: Nelson Antoine/ AP
10 | 52

Lula

Foto: Sebastião Moreira/EFE
11 | 52

Lula

Foto: Leonardo Benassatto/REUTERS
12 | 52

Lula

Foto: Nelson Antoine/AP
13 | 52

Lula

Foto: Nelson Antoine/AP
14 | 52

Lula

Foto: Nelson Antoine/AP
15 | 52

Prisão de Lula

Foto: Nelson Almeida/AFP
16 | 52

São Bernardo do Campo

Foto: Gabriela Biló/Estadão
17 | 52

São Bernardo do Campo

Foto: Gabriela Biló/Estadão
18 | 52

Curitiba

Foto: Douglas Gravas/Estadão
19 | 52

Aldo Rebelo e Vanderlei Luxemburgo

Foto: Ricardo Galhardo / Estadão
20 | 52

Osmar Prado

Foto: Igor Moraes/Estadão
21 | 52

Ato de apoio a Lula em São Bernardo do Campo

22 | 52

Manifestação na sede da Polícia Federal

23 | 52

Ato de apoio a Lula em São Bernardo do Campo

24 | 52

Manifestação na sede da Polícia Federal

25 | 52

Polícia Militar fortalece presença na PF

26 | 52

Manifestante exibe faixa em apoio a Lula

27 | 52

Manifestantes favoráveis à prisão do ex-presidente mostram 'pixuleco'

28 | 52

Manifestantes aguardam acontecimentos em Curitiba

29 | 52

Rodovia é bloqueada na Bahia

30 | 52

Manifestantes se concentram em São Bernardo do Campo

31 | 52

ctv-i7i-lula-pf-curitiba-afp-photo--mauro-pimentel

32 | 52

Agentes da PF aguardam a chegada de Lula em Curitiba

33 | 52

Agentes da PF aguardam a chegada de Lula em Curitiba

34 | 52

Apoiadores de Lula abrem faixa em frente à sede do PT em Curitiba

35 | 52

Militantes do MST bloqueiam rodovia que liga São Paulo a Belo Horizonte

36 | 52

Publicação de Lula no Instagram

37 | 52

MST iniciou o bloqueio de rodovias

38 | 52

Manifestantes do MST fecham rodovias

39 | 52

Manifestantes amanhecem na porta do sindicato

Foto: ESTADÃO/GABRIELA BILO
40 | 52

São Bernardo do Campo

Foto: AFP/MIGUEL SCHINCARIOL
41 | 52

Lula aparece na janela do Sindicato

Foto: AP Photo/Nelson Antoine
42 | 52

Vigília dos movimentos populares

Foto: FOTO AMANDA PEROBELLI/ESTADAO
43 | 52

Ex-presidente Dilma Rousseff também participou da vigília

Foto: AFP PHOTO / Miguel SCHINCARIOL
44 | 52

Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, discursa durante ato

Foto: NILTON FUKUDA / ESTADÃO
45 | 52

Guilherme Boulos, pré-candidato à Presidência pelo PSOL, também compareceu ao ato

Foto: NILTON FUKUDA / ESTAD?O
46 | 52

Metalúrgicos e militantes simpatizantes a Lula se reuniram na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

Foto: EFE/Fernando Bizerra Jr.
47 | 52

Apoiador de Lula joga ovo em fotógrafo

Foto: NILTON FUKUDA/ESTADAO
48 | 52

Manifestantes contra a prisão de Lula

Foto: Paulo Whitaker/Reuters
49 | 52

Homem é agredido por apoiadores do ex-presidente Lula

Foto: EFE/Sebastiao Moreira
50 | 52

Caminhada de apoio a Lula no centro de São Bernardo do Campo

Foto: AFP PHOTO / Nelson Almeida
51 | 52

'Lula Livre' e 'Não à prisão de Lula' são alguns dos cartazes dos manifestantes

Foto: EFE/Fernando Bizerra Jr.
52 | 52

Apoiadores de Lula protestam no Sindicato de Metalúrgicos

Foto: AFP PHOTO / Marcelo CHELLO

Dodge disse estar confiante de que o Supremo manterá esse entendimento. “O STF acaba de chancelar pela quarta vez essa possibilidade. Isso é importante porque abrevia o tempo de aplicação da sanção e torna possível divisar no horizonte a ideia de que a condenação vai ser realmente cumprida”, afirmou.

Barroso ressaltou que a defesa da integridade deve estar acima de ideologias e fazer parte de um pacto que anteceda a disputa por ideias. Depois de mencionar estatísticas da operação Lava Jato, o ministro afirmou que a escala do sistema de corrupção é “tão impressionante” que poderia levar alguns a imaginarem que se trata de uma conspiração –teoria que é defendida por muitos dos apoiadores de Lula. 

“Só há um problema contra essa teoria: os fatos, os malditos dos fatos. Os áudios, os vídeos, as fotos, as malas, as mochilas, os apartamentos. Onde se destampa há coisa errada. Isso poderia abater cidadania de qualquer país, mas eu continuo achando que temos futuro promissor pela frente”, afirmou. 

O ministro do STF Luís Roberto Barroso Foto: André Dusek/Estadão

CAMBRIDGE - No dia em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi preso, o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso disse que “do mesmo modo que não se deve criminalizar a política, não se deve glamourizar o crime”. Aplaudido de pé ao fim de palestra na Brazil Conference at Harvard & MIT, em Cambridge, Barroso afirmou ainda que há uma “operação abafa” em curso, que tinha como alvo a manutenção do foro privilegiado e agora se centra na derrubada da jurisprudência do STF que permite a prisão depois de julgamento em segunda instância.

+ Ao vivo: LULA PRESO

++ Lula desafia procuradores e 'asseclas'

++ Último comício: veja frases de Lula em ato no sindicato

“A estratégia mudou para acabar com a execução após o segundo grau. Daí o processo (contra corrupção) vai começar no primeiro grau e não vai acabar nunca. A estratégia foi alterada diante da perspectiva da mudança do foro”, observou o ministro, depois de lembrar que já há oito votos no Supremo favoráveis ao fim do foro privilegiado. A jurisprudência que permite a execução da pena depois de julgamento em segunda instância esteve na base da decisão da corte de negar o pedido de habeas corpus de Lula.

Barroso não mencionou o nome do ex-presidente de maneira expressa, mas fez uma referência velada a ele. “Procuro ser o melhor juiz que eu consigo ser, que é um juiz que faz uma interpretação constitucional retilínea e não desvia quando chega em A, não desvia quando chega T e não desvia quando chega em L” – a menção à inicial do nome de Lula provocou risos e aplausos na plateia.

 “Quem cobra dinheiro para dar desoneração em medida provisória, quem achaca em Comissão Parlamentar de Inquérito ou quem cobra pedágio para dar financiamento público, isso não é criminalização da política. Isso é crime mesmo”, afirmou. Barroso disse que o Mensalão e a Lava Jato começaram a mudar a cultura de que o Direito Penal se aplica apenas aos pobres e não atingia ninguém que ganhe mais que cinco salários mínimos. “A incapacidade de punir a criminalidade do colarinho branco criou um país de ricos delinquentes, gente que pratica sem nenhuma cerimônia corrupção ativa, corrupção passiva, peculato, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro.”

+ Nelson Jobim diz que Cármen Lúcia errou ao dar prioridade ao HC de Lula

+ Lula acusa ministros do STF de se subordinarem à opinião pública

Segundo ele, a dimensão da corrupção no Brasil é fruto de um “pacto oligárquico” para beneficiar o que chama de “elites extrativistas”. Diante do avanço na punição, Barroso disse que os mesmos grupos reagem às ações do Judiciário. 

No mesmo evento, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu que a opinião pública se mantenha “ativa” e cobre das instituições e do Judiciário a aplicação da lei de maneira igualitária para todos. Para Raquel, a pressão popular foi um dos fatores fundamentais que ampliaram o combate à corrupção nos últimos anos, ao lado da delação premiada, dos acordos de leniência para empresas e da decisão STF de permitir a prisão de réus após condenação em segunda instância.

Prisão de Lula: veja a repercussão

1 | 52

Prisão de Lula: veja a repercussão

Foto: Leo Correa/AP
2 | 52

Prisão de Lula: veja a repercussão

Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters
3 | 52

Prisão de Lula: veja a repercussão

Foto: Denis Ferreira/AP
4 | 52

Prisão de Lula: veja a repercussão

Foto: Denis Ferreira/AP
5 | 52

Prisão de Lula: veja a repercussão

Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters
6 | 52

Prisão de Lula: veja a repercussão

Foto: Denis Ferreira/AP
7 | 52

Prisão de Lula: veja a repercussão

Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters
8 | 52

Lula

Foto: Sebastiao Moreira/ EFE
9 | 52

Lula

Foto: Nelson Antoine/ AP
10 | 52

Lula

Foto: Sebastião Moreira/EFE
11 | 52

Lula

Foto: Leonardo Benassatto/REUTERS
12 | 52

Lula

Foto: Nelson Antoine/AP
13 | 52

Lula

Foto: Nelson Antoine/AP
14 | 52

Lula

Foto: Nelson Antoine/AP
15 | 52

Prisão de Lula

Foto: Nelson Almeida/AFP
16 | 52

São Bernardo do Campo

Foto: Gabriela Biló/Estadão
17 | 52

São Bernardo do Campo

Foto: Gabriela Biló/Estadão
18 | 52

Curitiba

Foto: Douglas Gravas/Estadão
19 | 52

Aldo Rebelo e Vanderlei Luxemburgo

Foto: Ricardo Galhardo / Estadão
20 | 52

Osmar Prado

Foto: Igor Moraes/Estadão
21 | 52

Ato de apoio a Lula em São Bernardo do Campo

22 | 52

Manifestação na sede da Polícia Federal

23 | 52

Ato de apoio a Lula em São Bernardo do Campo

24 | 52

Manifestação na sede da Polícia Federal

25 | 52

Polícia Militar fortalece presença na PF

26 | 52

Manifestante exibe faixa em apoio a Lula

27 | 52

Manifestantes favoráveis à prisão do ex-presidente mostram 'pixuleco'

28 | 52

Manifestantes aguardam acontecimentos em Curitiba

29 | 52

Rodovia é bloqueada na Bahia

30 | 52

Manifestantes se concentram em São Bernardo do Campo

31 | 52

ctv-i7i-lula-pf-curitiba-afp-photo--mauro-pimentel

32 | 52

Agentes da PF aguardam a chegada de Lula em Curitiba

33 | 52

Agentes da PF aguardam a chegada de Lula em Curitiba

34 | 52

Apoiadores de Lula abrem faixa em frente à sede do PT em Curitiba

35 | 52

Militantes do MST bloqueiam rodovia que liga São Paulo a Belo Horizonte

36 | 52

Publicação de Lula no Instagram

37 | 52

MST iniciou o bloqueio de rodovias

38 | 52

Manifestantes do MST fecham rodovias

39 | 52

Manifestantes amanhecem na porta do sindicato

Foto: ESTADÃO/GABRIELA BILO
40 | 52

São Bernardo do Campo

Foto: AFP/MIGUEL SCHINCARIOL
41 | 52

Lula aparece na janela do Sindicato

Foto: AP Photo/Nelson Antoine
42 | 52

Vigília dos movimentos populares

Foto: FOTO AMANDA PEROBELLI/ESTADAO
43 | 52

Ex-presidente Dilma Rousseff também participou da vigília

Foto: AFP PHOTO / Miguel SCHINCARIOL
44 | 52

Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, discursa durante ato

Foto: NILTON FUKUDA / ESTADÃO
45 | 52

Guilherme Boulos, pré-candidato à Presidência pelo PSOL, também compareceu ao ato

Foto: NILTON FUKUDA / ESTAD?O
46 | 52

Metalúrgicos e militantes simpatizantes a Lula se reuniram na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

Foto: EFE/Fernando Bizerra Jr.
47 | 52

Apoiador de Lula joga ovo em fotógrafo

Foto: NILTON FUKUDA/ESTADAO
48 | 52

Manifestantes contra a prisão de Lula

Foto: Paulo Whitaker/Reuters
49 | 52

Homem é agredido por apoiadores do ex-presidente Lula

Foto: EFE/Sebastiao Moreira
50 | 52

Caminhada de apoio a Lula no centro de São Bernardo do Campo

Foto: AFP PHOTO / Nelson Almeida
51 | 52

'Lula Livre' e 'Não à prisão de Lula' são alguns dos cartazes dos manifestantes

Foto: EFE/Fernando Bizerra Jr.
52 | 52

Apoiadores de Lula protestam no Sindicato de Metalúrgicos

Foto: AFP PHOTO / Marcelo CHELLO

Dodge disse estar confiante de que o Supremo manterá esse entendimento. “O STF acaba de chancelar pela quarta vez essa possibilidade. Isso é importante porque abrevia o tempo de aplicação da sanção e torna possível divisar no horizonte a ideia de que a condenação vai ser realmente cumprida”, afirmou.

Barroso ressaltou que a defesa da integridade deve estar acima de ideologias e fazer parte de um pacto que anteceda a disputa por ideias. Depois de mencionar estatísticas da operação Lava Jato, o ministro afirmou que a escala do sistema de corrupção é “tão impressionante” que poderia levar alguns a imaginarem que se trata de uma conspiração –teoria que é defendida por muitos dos apoiadores de Lula. 

“Só há um problema contra essa teoria: os fatos, os malditos dos fatos. Os áudios, os vídeos, as fotos, as malas, as mochilas, os apartamentos. Onde se destampa há coisa errada. Isso poderia abater cidadania de qualquer país, mas eu continuo achando que temos futuro promissor pela frente”, afirmou. 

O ministro do STF Luís Roberto Barroso Foto: André Dusek/Estadão

CAMBRIDGE - No dia em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi preso, o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso disse que “do mesmo modo que não se deve criminalizar a política, não se deve glamourizar o crime”. Aplaudido de pé ao fim de palestra na Brazil Conference at Harvard & MIT, em Cambridge, Barroso afirmou ainda que há uma “operação abafa” em curso, que tinha como alvo a manutenção do foro privilegiado e agora se centra na derrubada da jurisprudência do STF que permite a prisão depois de julgamento em segunda instância.

+ Ao vivo: LULA PRESO

++ Lula desafia procuradores e 'asseclas'

++ Último comício: veja frases de Lula em ato no sindicato

“A estratégia mudou para acabar com a execução após o segundo grau. Daí o processo (contra corrupção) vai começar no primeiro grau e não vai acabar nunca. A estratégia foi alterada diante da perspectiva da mudança do foro”, observou o ministro, depois de lembrar que já há oito votos no Supremo favoráveis ao fim do foro privilegiado. A jurisprudência que permite a execução da pena depois de julgamento em segunda instância esteve na base da decisão da corte de negar o pedido de habeas corpus de Lula.

Barroso não mencionou o nome do ex-presidente de maneira expressa, mas fez uma referência velada a ele. “Procuro ser o melhor juiz que eu consigo ser, que é um juiz que faz uma interpretação constitucional retilínea e não desvia quando chega em A, não desvia quando chega T e não desvia quando chega em L” – a menção à inicial do nome de Lula provocou risos e aplausos na plateia.

 “Quem cobra dinheiro para dar desoneração em medida provisória, quem achaca em Comissão Parlamentar de Inquérito ou quem cobra pedágio para dar financiamento público, isso não é criminalização da política. Isso é crime mesmo”, afirmou. Barroso disse que o Mensalão e a Lava Jato começaram a mudar a cultura de que o Direito Penal se aplica apenas aos pobres e não atingia ninguém que ganhe mais que cinco salários mínimos. “A incapacidade de punir a criminalidade do colarinho branco criou um país de ricos delinquentes, gente que pratica sem nenhuma cerimônia corrupção ativa, corrupção passiva, peculato, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro.”

+ Nelson Jobim diz que Cármen Lúcia errou ao dar prioridade ao HC de Lula

+ Lula acusa ministros do STF de se subordinarem à opinião pública

Segundo ele, a dimensão da corrupção no Brasil é fruto de um “pacto oligárquico” para beneficiar o que chama de “elites extrativistas”. Diante do avanço na punição, Barroso disse que os mesmos grupos reagem às ações do Judiciário. 

No mesmo evento, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu que a opinião pública se mantenha “ativa” e cobre das instituições e do Judiciário a aplicação da lei de maneira igualitária para todos. Para Raquel, a pressão popular foi um dos fatores fundamentais que ampliaram o combate à corrupção nos últimos anos, ao lado da delação premiada, dos acordos de leniência para empresas e da decisão STF de permitir a prisão de réus após condenação em segunda instância.

Prisão de Lula: veja a repercussão

1 | 52

Prisão de Lula: veja a repercussão

Foto: Leo Correa/AP
2 | 52

Prisão de Lula: veja a repercussão

Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters
3 | 52

Prisão de Lula: veja a repercussão

Foto: Denis Ferreira/AP
4 | 52

Prisão de Lula: veja a repercussão

Foto: Denis Ferreira/AP
5 | 52

Prisão de Lula: veja a repercussão

Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters
6 | 52

Prisão de Lula: veja a repercussão

Foto: Denis Ferreira/AP
7 | 52

Prisão de Lula: veja a repercussão

Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters
8 | 52

Lula

Foto: Sebastiao Moreira/ EFE
9 | 52

Lula

Foto: Nelson Antoine/ AP
10 | 52

Lula

Foto: Sebastião Moreira/EFE
11 | 52

Lula

Foto: Leonardo Benassatto/REUTERS
12 | 52

Lula

Foto: Nelson Antoine/AP
13 | 52

Lula

Foto: Nelson Antoine/AP
14 | 52

Lula

Foto: Nelson Antoine/AP
15 | 52

Prisão de Lula

Foto: Nelson Almeida/AFP
16 | 52

São Bernardo do Campo

Foto: Gabriela Biló/Estadão
17 | 52

São Bernardo do Campo

Foto: Gabriela Biló/Estadão
18 | 52

Curitiba

Foto: Douglas Gravas/Estadão
19 | 52

Aldo Rebelo e Vanderlei Luxemburgo

Foto: Ricardo Galhardo / Estadão
20 | 52

Osmar Prado

Foto: Igor Moraes/Estadão
21 | 52

Ato de apoio a Lula em São Bernardo do Campo

22 | 52

Manifestação na sede da Polícia Federal

23 | 52

Ato de apoio a Lula em São Bernardo do Campo

24 | 52

Manifestação na sede da Polícia Federal

25 | 52

Polícia Militar fortalece presença na PF

26 | 52

Manifestante exibe faixa em apoio a Lula

27 | 52

Manifestantes favoráveis à prisão do ex-presidente mostram 'pixuleco'

28 | 52

Manifestantes aguardam acontecimentos em Curitiba

29 | 52

Rodovia é bloqueada na Bahia

30 | 52

Manifestantes se concentram em São Bernardo do Campo

31 | 52

ctv-i7i-lula-pf-curitiba-afp-photo--mauro-pimentel

32 | 52

Agentes da PF aguardam a chegada de Lula em Curitiba

33 | 52

Agentes da PF aguardam a chegada de Lula em Curitiba

34 | 52

Apoiadores de Lula abrem faixa em frente à sede do PT em Curitiba

35 | 52

Militantes do MST bloqueiam rodovia que liga São Paulo a Belo Horizonte

36 | 52

Publicação de Lula no Instagram

37 | 52

MST iniciou o bloqueio de rodovias

38 | 52

Manifestantes do MST fecham rodovias

39 | 52

Manifestantes amanhecem na porta do sindicato

Foto: ESTADÃO/GABRIELA BILO
40 | 52

São Bernardo do Campo

Foto: AFP/MIGUEL SCHINCARIOL
41 | 52

Lula aparece na janela do Sindicato

Foto: AP Photo/Nelson Antoine
42 | 52

Vigília dos movimentos populares

Foto: FOTO AMANDA PEROBELLI/ESTADAO
43 | 52

Ex-presidente Dilma Rousseff também participou da vigília

Foto: AFP PHOTO / Miguel SCHINCARIOL
44 | 52

Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, discursa durante ato

Foto: NILTON FUKUDA / ESTADÃO
45 | 52

Guilherme Boulos, pré-candidato à Presidência pelo PSOL, também compareceu ao ato

Foto: NILTON FUKUDA / ESTAD?O
46 | 52

Metalúrgicos e militantes simpatizantes a Lula se reuniram na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

Foto: EFE/Fernando Bizerra Jr.
47 | 52

Apoiador de Lula joga ovo em fotógrafo

Foto: NILTON FUKUDA/ESTADAO
48 | 52

Manifestantes contra a prisão de Lula

Foto: Paulo Whitaker/Reuters
49 | 52

Homem é agredido por apoiadores do ex-presidente Lula

Foto: EFE/Sebastiao Moreira
50 | 52

Caminhada de apoio a Lula no centro de São Bernardo do Campo

Foto: AFP PHOTO / Nelson Almeida
51 | 52

'Lula Livre' e 'Não à prisão de Lula' são alguns dos cartazes dos manifestantes

Foto: EFE/Fernando Bizerra Jr.
52 | 52

Apoiadores de Lula protestam no Sindicato de Metalúrgicos

Foto: AFP PHOTO / Marcelo CHELLO

Dodge disse estar confiante de que o Supremo manterá esse entendimento. “O STF acaba de chancelar pela quarta vez essa possibilidade. Isso é importante porque abrevia o tempo de aplicação da sanção e torna possível divisar no horizonte a ideia de que a condenação vai ser realmente cumprida”, afirmou.

Barroso ressaltou que a defesa da integridade deve estar acima de ideologias e fazer parte de um pacto que anteceda a disputa por ideias. Depois de mencionar estatísticas da operação Lava Jato, o ministro afirmou que a escala do sistema de corrupção é “tão impressionante” que poderia levar alguns a imaginarem que se trata de uma conspiração –teoria que é defendida por muitos dos apoiadores de Lula. 

“Só há um problema contra essa teoria: os fatos, os malditos dos fatos. Os áudios, os vídeos, as fotos, as malas, as mochilas, os apartamentos. Onde se destampa há coisa errada. Isso poderia abater cidadania de qualquer país, mas eu continuo achando que temos futuro promissor pela frente”, afirmou. 

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.