Entenda as suspeitas contra a Alstom


Veja 11 pontos que explicam como e por que a multinacional francesa se tornou alvo das autoridades brasileiras

Por Redação

1.

Fachada da multinacional francesa Alstom na capital paulista Foto: Paulo Pinto/Estadão - 06052008

Início das investigaçõesAs investigações da ação de um cartel em São Paulo começaram em 2008, com a suspeita de pagamentos de propina da empresa francesa a agentes públicos para obtenção de contratos na área de energia. Depois, o inquérito da Polícia Federal que apurava as ilegalidades no setor de energia foi desmembrado e passou a investigar também a ação da Alstom em contratos de trens e metrô em São Paulo. O Ministério Público Estadual e o Ministério Público Federal também passaram a apurar o caso.

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2.

Mario Covas (à esq.) cumprimenta o então presidente do TCE,Robson Marinho, em janeiro de 2000 Foto: Kathia Tamanaha/Estadão - 27.01.2000
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Contrato de energia Em fevereiro de 2014 a Justiça Federal em São Paulo aceitou denúncia do Ministério Público Federal e abriu processo contra 11 acusados de integrar esquema de propinas da Alstom a agentes públicos de estatais de energia do governo paulista. Segundo os procuradores, os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro ocorreram entre 1998 e 2003 - governos tucanos de Mário Covas e Geraldo Alckmin. O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Robson Marinho, que está afastado do cargo, é suspeito de ter recebido propina da multinacional francesa. Marinho foi secretário da Casa Civil de Covas.

 

3.

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Operários na fábrica de trens e metrô da Alstom, na Lapa, em São Paulo Foto: Márcio Fernandes/Estadão

Cartel de trensEm março de 2014 executivos e ex-executivos da Alstom foram denunciados criminalmente pelo Ministério Público Estadual por suspeita de participação de cartel em projetos na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e no Metrô de São Paulo. Ao todo, foram 5 denúncias contra 30 executivos e ex-executivos de 12 empresas. As fraudes teriam sido perpetradas entre 1998 e 2008 nos governos Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, todos do PSDB.

 

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4.

Processo administrativoO Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão antitruste do governo federal, também abriu em março do ano passado processo administrativo para investigar a Alstom e outras 17 empresas por suspeita de prática de cartel em sistemas de trens e metrôs de quatro Estados e do Distrito Federal. O processo foi aberto a partir de um acordo de leniência fechado pela Siemens, multinacional alemã que decidiu colaborar com as investigações em troca de redução de futuras sanções.

 

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5.

Engenheiro Arthur Teixeira Foto: Daniel Teixeira/Estadão - 21.01.2014

Inquérito da Polícia FederalEm novembro de 2013 a Polícia Federal realizou os primeiros indiciamentos por corrupção no inquérito aberto em 2008 para investigar o conluio de multinacionais no setor metroferroviário. A PF indiciou criminalmente o ex-presidente da CPTM Oliver Hossepian, os ex-diretores da CPTM João Roberto Zaniboni e Ademir Venâncio de Araújo, o engenheiro Arthur Teixeira, consultor apontado como lobista do cartel, e duas filhas de Zaniboni.

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6.

Conclusão do inquéritoEm dezembro de 2014 a Polícia Federal concluiu inquérito aberto em 2008 sobre o cartel metroferroviário que operou em São Paulo entre 1998 e 2008. Foram indiciados 33 investigados por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, formação de cartel e crime licitatório, entre eles ex-executivos da Alstom. Entre os indiciados estão ex-diretores da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), estatal do governo paulista, suspeitos de receber propina.

 

7.

Presidente da CPTM, Mário Bandeira Foto: Werther Santana/Estadão

CPTMEntre os 33 indiciados pela Polícia Federal no inquérito que investigou o cartel no setor metroferroviário que operou em São Paulo estavam o presidente e o diretor de operações da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), respectivamente Mário Bandeira e José Luiz Lavorente. Neste mês Bandeira confirmou que vai deixar o cargo, ocupado por ele desde 2011. 

 

8.

Deputados federais José Aníbal (PSDB) e Rodrigo Garcia (DEM) Foto: Fotos: Estadão

PolíticosEx-executivo da Siemens que participou do acordo de leniência com o Cade, Everton Rheinheimer afirmou à Polícia Federal que as empresas também pagavam propinas para agentes públicos das empresas metroferroviárias e para políticos. Atualmente, o Supremo Tribunal Federal mantém uma investigação sobre dois deles, ambos ex-secretários do governo Geraldo Alckmin: os deputados federais José Aníbal (PSDB) e Rodrigo Garcia (DEM). Eles negam ter participado de qualquer ato ilícito. 

 

9.

Ação civilEm dezembro do ano passado, o Ministério Público de São Paulo entrou com ação civil contra 11 empresas - entre elas, a Alstom -, do cartel metroferroviário para que seja decretada a dissolução das companhias. É o 2º processo da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público contra o cartel. Em agosto, foi proposta ação civil por improbidade contra 11 empresas do cartel.

 

10.

Conselheiro do TCE,Robson Marinho Foto: Márcio Fernandes/Estadão - 31.01.2006

Robson MarinhoO conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo é suspeito de ter recebido na Suíça US$ 2,7 milhões (US$ 3 milhões atualizados) em propinas da Alstom, entre 1998 e 2005. A empresa teria sido beneficiada em um contrato do setor de energia do governo paulista. Marinho foi chefe da Casa Civil do governo Mário Covas (PSDB), que o nomeou para o Tribunal de Contas do Estado em 1997.

Marinho não foi denunciado. O conselheiro é alvo de um inquérito criminal, em curso no Superior Tribunal de Justiça - pelo fato de ele ter foro privilegiado -, e de uma ação civil por improbidade administrativa, ajuizada pelo Ministério Público Estadual.

 

11.

O que diz a AlstomA Alstom não faz comentários sobre as investigações em andamento. A multinacional francesa, porém, "reafirma que está colaborando com as autoridades competentes".

1.

Fachada da multinacional francesa Alstom na capital paulista Foto: Paulo Pinto/Estadão - 06052008

Início das investigaçõesAs investigações da ação de um cartel em São Paulo começaram em 2008, com a suspeita de pagamentos de propina da empresa francesa a agentes públicos para obtenção de contratos na área de energia. Depois, o inquérito da Polícia Federal que apurava as ilegalidades no setor de energia foi desmembrado e passou a investigar também a ação da Alstom em contratos de trens e metrô em São Paulo. O Ministério Público Estadual e o Ministério Público Federal também passaram a apurar o caso.

  

2.

Mario Covas (à esq.) cumprimenta o então presidente do TCE,Robson Marinho, em janeiro de 2000 Foto: Kathia Tamanaha/Estadão - 27.01.2000

Contrato de energia Em fevereiro de 2014 a Justiça Federal em São Paulo aceitou denúncia do Ministério Público Federal e abriu processo contra 11 acusados de integrar esquema de propinas da Alstom a agentes públicos de estatais de energia do governo paulista. Segundo os procuradores, os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro ocorreram entre 1998 e 2003 - governos tucanos de Mário Covas e Geraldo Alckmin. O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Robson Marinho, que está afastado do cargo, é suspeito de ter recebido propina da multinacional francesa. Marinho foi secretário da Casa Civil de Covas.

 

3.

Operários na fábrica de trens e metrô da Alstom, na Lapa, em São Paulo Foto: Márcio Fernandes/Estadão

Cartel de trensEm março de 2014 executivos e ex-executivos da Alstom foram denunciados criminalmente pelo Ministério Público Estadual por suspeita de participação de cartel em projetos na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e no Metrô de São Paulo. Ao todo, foram 5 denúncias contra 30 executivos e ex-executivos de 12 empresas. As fraudes teriam sido perpetradas entre 1998 e 2008 nos governos Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, todos do PSDB.

 

4.

Processo administrativoO Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão antitruste do governo federal, também abriu em março do ano passado processo administrativo para investigar a Alstom e outras 17 empresas por suspeita de prática de cartel em sistemas de trens e metrôs de quatro Estados e do Distrito Federal. O processo foi aberto a partir de um acordo de leniência fechado pela Siemens, multinacional alemã que decidiu colaborar com as investigações em troca de redução de futuras sanções.

 

5.

Engenheiro Arthur Teixeira Foto: Daniel Teixeira/Estadão - 21.01.2014

Inquérito da Polícia FederalEm novembro de 2013 a Polícia Federal realizou os primeiros indiciamentos por corrupção no inquérito aberto em 2008 para investigar o conluio de multinacionais no setor metroferroviário. A PF indiciou criminalmente o ex-presidente da CPTM Oliver Hossepian, os ex-diretores da CPTM João Roberto Zaniboni e Ademir Venâncio de Araújo, o engenheiro Arthur Teixeira, consultor apontado como lobista do cartel, e duas filhas de Zaniboni.

 

6.

Conclusão do inquéritoEm dezembro de 2014 a Polícia Federal concluiu inquérito aberto em 2008 sobre o cartel metroferroviário que operou em São Paulo entre 1998 e 2008. Foram indiciados 33 investigados por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, formação de cartel e crime licitatório, entre eles ex-executivos da Alstom. Entre os indiciados estão ex-diretores da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), estatal do governo paulista, suspeitos de receber propina.

 

7.

Presidente da CPTM, Mário Bandeira Foto: Werther Santana/Estadão

CPTMEntre os 33 indiciados pela Polícia Federal no inquérito que investigou o cartel no setor metroferroviário que operou em São Paulo estavam o presidente e o diretor de operações da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), respectivamente Mário Bandeira e José Luiz Lavorente. Neste mês Bandeira confirmou que vai deixar o cargo, ocupado por ele desde 2011. 

 

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Deputados federais José Aníbal (PSDB) e Rodrigo Garcia (DEM) Foto: Fotos: Estadão

PolíticosEx-executivo da Siemens que participou do acordo de leniência com o Cade, Everton Rheinheimer afirmou à Polícia Federal que as empresas também pagavam propinas para agentes públicos das empresas metroferroviárias e para políticos. Atualmente, o Supremo Tribunal Federal mantém uma investigação sobre dois deles, ambos ex-secretários do governo Geraldo Alckmin: os deputados federais José Aníbal (PSDB) e Rodrigo Garcia (DEM). Eles negam ter participado de qualquer ato ilícito. 

 

9.

Ação civilEm dezembro do ano passado, o Ministério Público de São Paulo entrou com ação civil contra 11 empresas - entre elas, a Alstom -, do cartel metroferroviário para que seja decretada a dissolução das companhias. É o 2º processo da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público contra o cartel. Em agosto, foi proposta ação civil por improbidade contra 11 empresas do cartel.

 

10.

Conselheiro do TCE,Robson Marinho Foto: Márcio Fernandes/Estadão - 31.01.2006

Robson MarinhoO conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo é suspeito de ter recebido na Suíça US$ 2,7 milhões (US$ 3 milhões atualizados) em propinas da Alstom, entre 1998 e 2005. A empresa teria sido beneficiada em um contrato do setor de energia do governo paulista. Marinho foi chefe da Casa Civil do governo Mário Covas (PSDB), que o nomeou para o Tribunal de Contas do Estado em 1997.

Marinho não foi denunciado. O conselheiro é alvo de um inquérito criminal, em curso no Superior Tribunal de Justiça - pelo fato de ele ter foro privilegiado -, e de uma ação civil por improbidade administrativa, ajuizada pelo Ministério Público Estadual.

 

11.

O que diz a AlstomA Alstom não faz comentários sobre as investigações em andamento. A multinacional francesa, porém, "reafirma que está colaborando com as autoridades competentes".

1.

Fachada da multinacional francesa Alstom na capital paulista Foto: Paulo Pinto/Estadão - 06052008

Início das investigaçõesAs investigações da ação de um cartel em São Paulo começaram em 2008, com a suspeita de pagamentos de propina da empresa francesa a agentes públicos para obtenção de contratos na área de energia. Depois, o inquérito da Polícia Federal que apurava as ilegalidades no setor de energia foi desmembrado e passou a investigar também a ação da Alstom em contratos de trens e metrô em São Paulo. O Ministério Público Estadual e o Ministério Público Federal também passaram a apurar o caso.

  

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Mario Covas (à esq.) cumprimenta o então presidente do TCE,Robson Marinho, em janeiro de 2000 Foto: Kathia Tamanaha/Estadão - 27.01.2000

Contrato de energia Em fevereiro de 2014 a Justiça Federal em São Paulo aceitou denúncia do Ministério Público Federal e abriu processo contra 11 acusados de integrar esquema de propinas da Alstom a agentes públicos de estatais de energia do governo paulista. Segundo os procuradores, os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro ocorreram entre 1998 e 2003 - governos tucanos de Mário Covas e Geraldo Alckmin. O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Robson Marinho, que está afastado do cargo, é suspeito de ter recebido propina da multinacional francesa. Marinho foi secretário da Casa Civil de Covas.

 

3.

Operários na fábrica de trens e metrô da Alstom, na Lapa, em São Paulo Foto: Márcio Fernandes/Estadão

Cartel de trensEm março de 2014 executivos e ex-executivos da Alstom foram denunciados criminalmente pelo Ministério Público Estadual por suspeita de participação de cartel em projetos na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e no Metrô de São Paulo. Ao todo, foram 5 denúncias contra 30 executivos e ex-executivos de 12 empresas. As fraudes teriam sido perpetradas entre 1998 e 2008 nos governos Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, todos do PSDB.

 

4.

Processo administrativoO Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão antitruste do governo federal, também abriu em março do ano passado processo administrativo para investigar a Alstom e outras 17 empresas por suspeita de prática de cartel em sistemas de trens e metrôs de quatro Estados e do Distrito Federal. O processo foi aberto a partir de um acordo de leniência fechado pela Siemens, multinacional alemã que decidiu colaborar com as investigações em troca de redução de futuras sanções.

 

5.

Engenheiro Arthur Teixeira Foto: Daniel Teixeira/Estadão - 21.01.2014

Inquérito da Polícia FederalEm novembro de 2013 a Polícia Federal realizou os primeiros indiciamentos por corrupção no inquérito aberto em 2008 para investigar o conluio de multinacionais no setor metroferroviário. A PF indiciou criminalmente o ex-presidente da CPTM Oliver Hossepian, os ex-diretores da CPTM João Roberto Zaniboni e Ademir Venâncio de Araújo, o engenheiro Arthur Teixeira, consultor apontado como lobista do cartel, e duas filhas de Zaniboni.

 

6.

Conclusão do inquéritoEm dezembro de 2014 a Polícia Federal concluiu inquérito aberto em 2008 sobre o cartel metroferroviário que operou em São Paulo entre 1998 e 2008. Foram indiciados 33 investigados por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, formação de cartel e crime licitatório, entre eles ex-executivos da Alstom. Entre os indiciados estão ex-diretores da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), estatal do governo paulista, suspeitos de receber propina.

 

7.

Presidente da CPTM, Mário Bandeira Foto: Werther Santana/Estadão

CPTMEntre os 33 indiciados pela Polícia Federal no inquérito que investigou o cartel no setor metroferroviário que operou em São Paulo estavam o presidente e o diretor de operações da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), respectivamente Mário Bandeira e José Luiz Lavorente. Neste mês Bandeira confirmou que vai deixar o cargo, ocupado por ele desde 2011. 

 

8.

Deputados federais José Aníbal (PSDB) e Rodrigo Garcia (DEM) Foto: Fotos: Estadão

PolíticosEx-executivo da Siemens que participou do acordo de leniência com o Cade, Everton Rheinheimer afirmou à Polícia Federal que as empresas também pagavam propinas para agentes públicos das empresas metroferroviárias e para políticos. Atualmente, o Supremo Tribunal Federal mantém uma investigação sobre dois deles, ambos ex-secretários do governo Geraldo Alckmin: os deputados federais José Aníbal (PSDB) e Rodrigo Garcia (DEM). Eles negam ter participado de qualquer ato ilícito. 

 

9.

Ação civilEm dezembro do ano passado, o Ministério Público de São Paulo entrou com ação civil contra 11 empresas - entre elas, a Alstom -, do cartel metroferroviário para que seja decretada a dissolução das companhias. É o 2º processo da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público contra o cartel. Em agosto, foi proposta ação civil por improbidade contra 11 empresas do cartel.

 

10.

Conselheiro do TCE,Robson Marinho Foto: Márcio Fernandes/Estadão - 31.01.2006

Robson MarinhoO conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo é suspeito de ter recebido na Suíça US$ 2,7 milhões (US$ 3 milhões atualizados) em propinas da Alstom, entre 1998 e 2005. A empresa teria sido beneficiada em um contrato do setor de energia do governo paulista. Marinho foi chefe da Casa Civil do governo Mário Covas (PSDB), que o nomeou para o Tribunal de Contas do Estado em 1997.

Marinho não foi denunciado. O conselheiro é alvo de um inquérito criminal, em curso no Superior Tribunal de Justiça - pelo fato de ele ter foro privilegiado -, e de uma ação civil por improbidade administrativa, ajuizada pelo Ministério Público Estadual.

 

11.

O que diz a AlstomA Alstom não faz comentários sobre as investigações em andamento. A multinacional francesa, porém, "reafirma que está colaborando com as autoridades competentes".

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Fachada da multinacional francesa Alstom na capital paulista Foto: Paulo Pinto/Estadão - 06052008

Início das investigaçõesAs investigações da ação de um cartel em São Paulo começaram em 2008, com a suspeita de pagamentos de propina da empresa francesa a agentes públicos para obtenção de contratos na área de energia. Depois, o inquérito da Polícia Federal que apurava as ilegalidades no setor de energia foi desmembrado e passou a investigar também a ação da Alstom em contratos de trens e metrô em São Paulo. O Ministério Público Estadual e o Ministério Público Federal também passaram a apurar o caso.

  

2.

Mario Covas (à esq.) cumprimenta o então presidente do TCE,Robson Marinho, em janeiro de 2000 Foto: Kathia Tamanaha/Estadão - 27.01.2000

Contrato de energia Em fevereiro de 2014 a Justiça Federal em São Paulo aceitou denúncia do Ministério Público Federal e abriu processo contra 11 acusados de integrar esquema de propinas da Alstom a agentes públicos de estatais de energia do governo paulista. Segundo os procuradores, os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro ocorreram entre 1998 e 2003 - governos tucanos de Mário Covas e Geraldo Alckmin. O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Robson Marinho, que está afastado do cargo, é suspeito de ter recebido propina da multinacional francesa. Marinho foi secretário da Casa Civil de Covas.

 

3.

Operários na fábrica de trens e metrô da Alstom, na Lapa, em São Paulo Foto: Márcio Fernandes/Estadão

Cartel de trensEm março de 2014 executivos e ex-executivos da Alstom foram denunciados criminalmente pelo Ministério Público Estadual por suspeita de participação de cartel em projetos na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e no Metrô de São Paulo. Ao todo, foram 5 denúncias contra 30 executivos e ex-executivos de 12 empresas. As fraudes teriam sido perpetradas entre 1998 e 2008 nos governos Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, todos do PSDB.

 

4.

Processo administrativoO Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão antitruste do governo federal, também abriu em março do ano passado processo administrativo para investigar a Alstom e outras 17 empresas por suspeita de prática de cartel em sistemas de trens e metrôs de quatro Estados e do Distrito Federal. O processo foi aberto a partir de um acordo de leniência fechado pela Siemens, multinacional alemã que decidiu colaborar com as investigações em troca de redução de futuras sanções.

 

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Engenheiro Arthur Teixeira Foto: Daniel Teixeira/Estadão - 21.01.2014

Inquérito da Polícia FederalEm novembro de 2013 a Polícia Federal realizou os primeiros indiciamentos por corrupção no inquérito aberto em 2008 para investigar o conluio de multinacionais no setor metroferroviário. A PF indiciou criminalmente o ex-presidente da CPTM Oliver Hossepian, os ex-diretores da CPTM João Roberto Zaniboni e Ademir Venâncio de Araújo, o engenheiro Arthur Teixeira, consultor apontado como lobista do cartel, e duas filhas de Zaniboni.

 

6.

Conclusão do inquéritoEm dezembro de 2014 a Polícia Federal concluiu inquérito aberto em 2008 sobre o cartel metroferroviário que operou em São Paulo entre 1998 e 2008. Foram indiciados 33 investigados por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, formação de cartel e crime licitatório, entre eles ex-executivos da Alstom. Entre os indiciados estão ex-diretores da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), estatal do governo paulista, suspeitos de receber propina.

 

7.

Presidente da CPTM, Mário Bandeira Foto: Werther Santana/Estadão

CPTMEntre os 33 indiciados pela Polícia Federal no inquérito que investigou o cartel no setor metroferroviário que operou em São Paulo estavam o presidente e o diretor de operações da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), respectivamente Mário Bandeira e José Luiz Lavorente. Neste mês Bandeira confirmou que vai deixar o cargo, ocupado por ele desde 2011. 

 

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Deputados federais José Aníbal (PSDB) e Rodrigo Garcia (DEM) Foto: Fotos: Estadão

PolíticosEx-executivo da Siemens que participou do acordo de leniência com o Cade, Everton Rheinheimer afirmou à Polícia Federal que as empresas também pagavam propinas para agentes públicos das empresas metroferroviárias e para políticos. Atualmente, o Supremo Tribunal Federal mantém uma investigação sobre dois deles, ambos ex-secretários do governo Geraldo Alckmin: os deputados federais José Aníbal (PSDB) e Rodrigo Garcia (DEM). Eles negam ter participado de qualquer ato ilícito. 

 

9.

Ação civilEm dezembro do ano passado, o Ministério Público de São Paulo entrou com ação civil contra 11 empresas - entre elas, a Alstom -, do cartel metroferroviário para que seja decretada a dissolução das companhias. É o 2º processo da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público contra o cartel. Em agosto, foi proposta ação civil por improbidade contra 11 empresas do cartel.

 

10.

Conselheiro do TCE,Robson Marinho Foto: Márcio Fernandes/Estadão - 31.01.2006

Robson MarinhoO conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo é suspeito de ter recebido na Suíça US$ 2,7 milhões (US$ 3 milhões atualizados) em propinas da Alstom, entre 1998 e 2005. A empresa teria sido beneficiada em um contrato do setor de energia do governo paulista. Marinho foi chefe da Casa Civil do governo Mário Covas (PSDB), que o nomeou para o Tribunal de Contas do Estado em 1997.

Marinho não foi denunciado. O conselheiro é alvo de um inquérito criminal, em curso no Superior Tribunal de Justiça - pelo fato de ele ter foro privilegiado -, e de uma ação civil por improbidade administrativa, ajuizada pelo Ministério Público Estadual.

 

11.

O que diz a AlstomA Alstom não faz comentários sobre as investigações em andamento. A multinacional francesa, porém, "reafirma que está colaborando com as autoridades competentes".

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