Escolha de Tombini para o BC divide analistas em Nova York


Alguns economistas ouvidos pela BBC veem 'continuidade' na nomeação; outros dizem que nome será 'bem recebido'.

Por Camila Viegas Lee

Tombini 'não deve mudar a maneira como o BC pensa', diz analista Economistas ouvidos pela BBC Brasil em Nova York estão divididos quanto à escolha de Alexandre Tombini para substituir Henrique Meirelles na presidência do Banco Central brasileiro. Para William Landers, diretor-gerente da gestora de ativos BlackRock, a entrada de Tombini "é mais continuidade do que qualquer outra coisa. Ele é bem conhecido do mercado e não deve mudar a maneira como o BC pensa". Já Paulo Sotero, diretor do Instituto Brasil do Centro Woodrow Wilson, diz que a mudança de comando no BC "será bem recebida por investidores dentro e fora do Brasil" e "confirma a promessa de Dilma Rousseff, de preservar as políticas de estabilidade que estão na base do progresso econômico e social do país nos últimos tempos". "Conheci Tombini quando ele serviu como conselheiro da diretoria-executiva do Brasil no Fundo Monetário International", disse Sotero. "Ele possui as qualidades pessoais e profissionais do servidor público exemplar: é competente, íntegro, discreto e tem excelente trânsito internacional." Paulo Vieira da Cunha, ex-diretor do BC e sócio da Tandem Global Partners LLC, diz que Tombini é uma "ótima nomeação", mas considera a política monetária atual "fora de esquadro" e vê poucas perspectivas de mudanças com o novo nomeado. Dizer 'não' Para Sotero, mais importante do que eventuais preferências ideológicas na economia "são os dados da realidade: por um lado, a necessidade de continuar a atrair investimentos que gerem emprego e renda e melhorem rapidamente a deficiente infraestrutura física e humana do país; por outro, uma trajetória ascendente do deficit fiscal, que alimenta inflação, limita a capacidade de investimento do setor público, gera dúvidas quanto ao rumo da política econômica e, se não for revertida, levará o Banco Central a aumentar os juros". Esse aumento de juros elevaria "o influxo de capitais especulativos, em detrimento dos investimentos produtivos, e pressionaria a taxa de câmbio já valorizada do real, que é o oposto do que o Brasil necessita", diz o analista. Para analistas de Nova York, nos últimos oito anos houve claras diferenças entre as posições do Ministério da Fazenda e do Banco Central. Para um consultor financeiro de um grande banco de investimento, Tombini "pode não ter a estatura política para dizer não à Dilma. O tempo dirá". Outros especulam que essas diferenças seriam menores no governo Dilma do que no governo Lula. Para Lisa Schineller, diretora da agência de classificação de riscos Standard & Poor's, "o importante é manter o diálogo aberto e construtivo entre o BC e a Fazenda". "Há dois aspectos nessa discussão: um se trata do perfil de Tombini que, na minha opinião, é um tecnocrata experiente com fundamentos ortodoxos que ajudou a construir a política econômica que resultou num crescimento forte no Brasil. A outra questão é o alinhamento das posições do BC e da Fazenda. Acredito que o bom relacionamento é positivo, principalmente quando é necessário tomar decisões difíceis como a política de combate à inflação. Ele só se torna um problema se o diálogo não for aberto e a Fazenda tentar reduzir a autonomia operacional do BC." Para ela, há no mercado economistas que temem a orientação da política fiscal-monetária global, e os boatos recentes de retrocesso da independência operacional do Banco Central. "Há aqueles que acreditam que o BC deveria continuar a ter uma postura mais hawkish (agressiva) e a personalidade de Tombini é certamente percebida como dovish (conciliatória)", explica. "Lembre-se de que também havia apreensão quando Lula assumiu a Presidência." John C. Wilcox, ex-diretor do fundo TIAA-CREF e presidente do conselho da consultoria Sodali, diz que não prevê mudanças significativas. "Por que mexer numa economia que tem provado resistência a tempos difíceis?", questiona. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Tombini 'não deve mudar a maneira como o BC pensa', diz analista Economistas ouvidos pela BBC Brasil em Nova York estão divididos quanto à escolha de Alexandre Tombini para substituir Henrique Meirelles na presidência do Banco Central brasileiro. Para William Landers, diretor-gerente da gestora de ativos BlackRock, a entrada de Tombini "é mais continuidade do que qualquer outra coisa. Ele é bem conhecido do mercado e não deve mudar a maneira como o BC pensa". Já Paulo Sotero, diretor do Instituto Brasil do Centro Woodrow Wilson, diz que a mudança de comando no BC "será bem recebida por investidores dentro e fora do Brasil" e "confirma a promessa de Dilma Rousseff, de preservar as políticas de estabilidade que estão na base do progresso econômico e social do país nos últimos tempos". "Conheci Tombini quando ele serviu como conselheiro da diretoria-executiva do Brasil no Fundo Monetário International", disse Sotero. "Ele possui as qualidades pessoais e profissionais do servidor público exemplar: é competente, íntegro, discreto e tem excelente trânsito internacional." Paulo Vieira da Cunha, ex-diretor do BC e sócio da Tandem Global Partners LLC, diz que Tombini é uma "ótima nomeação", mas considera a política monetária atual "fora de esquadro" e vê poucas perspectivas de mudanças com o novo nomeado. Dizer 'não' Para Sotero, mais importante do que eventuais preferências ideológicas na economia "são os dados da realidade: por um lado, a necessidade de continuar a atrair investimentos que gerem emprego e renda e melhorem rapidamente a deficiente infraestrutura física e humana do país; por outro, uma trajetória ascendente do deficit fiscal, que alimenta inflação, limita a capacidade de investimento do setor público, gera dúvidas quanto ao rumo da política econômica e, se não for revertida, levará o Banco Central a aumentar os juros". Esse aumento de juros elevaria "o influxo de capitais especulativos, em detrimento dos investimentos produtivos, e pressionaria a taxa de câmbio já valorizada do real, que é o oposto do que o Brasil necessita", diz o analista. Para analistas de Nova York, nos últimos oito anos houve claras diferenças entre as posições do Ministério da Fazenda e do Banco Central. Para um consultor financeiro de um grande banco de investimento, Tombini "pode não ter a estatura política para dizer não à Dilma. O tempo dirá". Outros especulam que essas diferenças seriam menores no governo Dilma do que no governo Lula. Para Lisa Schineller, diretora da agência de classificação de riscos Standard & Poor's, "o importante é manter o diálogo aberto e construtivo entre o BC e a Fazenda". "Há dois aspectos nessa discussão: um se trata do perfil de Tombini que, na minha opinião, é um tecnocrata experiente com fundamentos ortodoxos que ajudou a construir a política econômica que resultou num crescimento forte no Brasil. A outra questão é o alinhamento das posições do BC e da Fazenda. Acredito que o bom relacionamento é positivo, principalmente quando é necessário tomar decisões difíceis como a política de combate à inflação. Ele só se torna um problema se o diálogo não for aberto e a Fazenda tentar reduzir a autonomia operacional do BC." Para ela, há no mercado economistas que temem a orientação da política fiscal-monetária global, e os boatos recentes de retrocesso da independência operacional do Banco Central. "Há aqueles que acreditam que o BC deveria continuar a ter uma postura mais hawkish (agressiva) e a personalidade de Tombini é certamente percebida como dovish (conciliatória)", explica. "Lembre-se de que também havia apreensão quando Lula assumiu a Presidência." John C. Wilcox, ex-diretor do fundo TIAA-CREF e presidente do conselho da consultoria Sodali, diz que não prevê mudanças significativas. "Por que mexer numa economia que tem provado resistência a tempos difíceis?", questiona. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Tombini 'não deve mudar a maneira como o BC pensa', diz analista Economistas ouvidos pela BBC Brasil em Nova York estão divididos quanto à escolha de Alexandre Tombini para substituir Henrique Meirelles na presidência do Banco Central brasileiro. Para William Landers, diretor-gerente da gestora de ativos BlackRock, a entrada de Tombini "é mais continuidade do que qualquer outra coisa. Ele é bem conhecido do mercado e não deve mudar a maneira como o BC pensa". Já Paulo Sotero, diretor do Instituto Brasil do Centro Woodrow Wilson, diz que a mudança de comando no BC "será bem recebida por investidores dentro e fora do Brasil" e "confirma a promessa de Dilma Rousseff, de preservar as políticas de estabilidade que estão na base do progresso econômico e social do país nos últimos tempos". "Conheci Tombini quando ele serviu como conselheiro da diretoria-executiva do Brasil no Fundo Monetário International", disse Sotero. "Ele possui as qualidades pessoais e profissionais do servidor público exemplar: é competente, íntegro, discreto e tem excelente trânsito internacional." Paulo Vieira da Cunha, ex-diretor do BC e sócio da Tandem Global Partners LLC, diz que Tombini é uma "ótima nomeação", mas considera a política monetária atual "fora de esquadro" e vê poucas perspectivas de mudanças com o novo nomeado. Dizer 'não' Para Sotero, mais importante do que eventuais preferências ideológicas na economia "são os dados da realidade: por um lado, a necessidade de continuar a atrair investimentos que gerem emprego e renda e melhorem rapidamente a deficiente infraestrutura física e humana do país; por outro, uma trajetória ascendente do deficit fiscal, que alimenta inflação, limita a capacidade de investimento do setor público, gera dúvidas quanto ao rumo da política econômica e, se não for revertida, levará o Banco Central a aumentar os juros". Esse aumento de juros elevaria "o influxo de capitais especulativos, em detrimento dos investimentos produtivos, e pressionaria a taxa de câmbio já valorizada do real, que é o oposto do que o Brasil necessita", diz o analista. Para analistas de Nova York, nos últimos oito anos houve claras diferenças entre as posições do Ministério da Fazenda e do Banco Central. Para um consultor financeiro de um grande banco de investimento, Tombini "pode não ter a estatura política para dizer não à Dilma. O tempo dirá". Outros especulam que essas diferenças seriam menores no governo Dilma do que no governo Lula. Para Lisa Schineller, diretora da agência de classificação de riscos Standard & Poor's, "o importante é manter o diálogo aberto e construtivo entre o BC e a Fazenda". "Há dois aspectos nessa discussão: um se trata do perfil de Tombini que, na minha opinião, é um tecnocrata experiente com fundamentos ortodoxos que ajudou a construir a política econômica que resultou num crescimento forte no Brasil. A outra questão é o alinhamento das posições do BC e da Fazenda. Acredito que o bom relacionamento é positivo, principalmente quando é necessário tomar decisões difíceis como a política de combate à inflação. Ele só se torna um problema se o diálogo não for aberto e a Fazenda tentar reduzir a autonomia operacional do BC." Para ela, há no mercado economistas que temem a orientação da política fiscal-monetária global, e os boatos recentes de retrocesso da independência operacional do Banco Central. "Há aqueles que acreditam que o BC deveria continuar a ter uma postura mais hawkish (agressiva) e a personalidade de Tombini é certamente percebida como dovish (conciliatória)", explica. "Lembre-se de que também havia apreensão quando Lula assumiu a Presidência." John C. Wilcox, ex-diretor do fundo TIAA-CREF e presidente do conselho da consultoria Sodali, diz que não prevê mudanças significativas. "Por que mexer numa economia que tem provado resistência a tempos difíceis?", questiona. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Tombini 'não deve mudar a maneira como o BC pensa', diz analista Economistas ouvidos pela BBC Brasil em Nova York estão divididos quanto à escolha de Alexandre Tombini para substituir Henrique Meirelles na presidência do Banco Central brasileiro. Para William Landers, diretor-gerente da gestora de ativos BlackRock, a entrada de Tombini "é mais continuidade do que qualquer outra coisa. Ele é bem conhecido do mercado e não deve mudar a maneira como o BC pensa". Já Paulo Sotero, diretor do Instituto Brasil do Centro Woodrow Wilson, diz que a mudança de comando no BC "será bem recebida por investidores dentro e fora do Brasil" e "confirma a promessa de Dilma Rousseff, de preservar as políticas de estabilidade que estão na base do progresso econômico e social do país nos últimos tempos". "Conheci Tombini quando ele serviu como conselheiro da diretoria-executiva do Brasil no Fundo Monetário International", disse Sotero. "Ele possui as qualidades pessoais e profissionais do servidor público exemplar: é competente, íntegro, discreto e tem excelente trânsito internacional." Paulo Vieira da Cunha, ex-diretor do BC e sócio da Tandem Global Partners LLC, diz que Tombini é uma "ótima nomeação", mas considera a política monetária atual "fora de esquadro" e vê poucas perspectivas de mudanças com o novo nomeado. Dizer 'não' Para Sotero, mais importante do que eventuais preferências ideológicas na economia "são os dados da realidade: por um lado, a necessidade de continuar a atrair investimentos que gerem emprego e renda e melhorem rapidamente a deficiente infraestrutura física e humana do país; por outro, uma trajetória ascendente do deficit fiscal, que alimenta inflação, limita a capacidade de investimento do setor público, gera dúvidas quanto ao rumo da política econômica e, se não for revertida, levará o Banco Central a aumentar os juros". Esse aumento de juros elevaria "o influxo de capitais especulativos, em detrimento dos investimentos produtivos, e pressionaria a taxa de câmbio já valorizada do real, que é o oposto do que o Brasil necessita", diz o analista. Para analistas de Nova York, nos últimos oito anos houve claras diferenças entre as posições do Ministério da Fazenda e do Banco Central. Para um consultor financeiro de um grande banco de investimento, Tombini "pode não ter a estatura política para dizer não à Dilma. O tempo dirá". Outros especulam que essas diferenças seriam menores no governo Dilma do que no governo Lula. Para Lisa Schineller, diretora da agência de classificação de riscos Standard & Poor's, "o importante é manter o diálogo aberto e construtivo entre o BC e a Fazenda". "Há dois aspectos nessa discussão: um se trata do perfil de Tombini que, na minha opinião, é um tecnocrata experiente com fundamentos ortodoxos que ajudou a construir a política econômica que resultou num crescimento forte no Brasil. A outra questão é o alinhamento das posições do BC e da Fazenda. Acredito que o bom relacionamento é positivo, principalmente quando é necessário tomar decisões difíceis como a política de combate à inflação. Ele só se torna um problema se o diálogo não for aberto e a Fazenda tentar reduzir a autonomia operacional do BC." Para ela, há no mercado economistas que temem a orientação da política fiscal-monetária global, e os boatos recentes de retrocesso da independência operacional do Banco Central. "Há aqueles que acreditam que o BC deveria continuar a ter uma postura mais hawkish (agressiva) e a personalidade de Tombini é certamente percebida como dovish (conciliatória)", explica. "Lembre-se de que também havia apreensão quando Lula assumiu a Presidência." John C. Wilcox, ex-diretor do fundo TIAA-CREF e presidente do conselho da consultoria Sodali, diz que não prevê mudanças significativas. "Por que mexer numa economia que tem provado resistência a tempos difíceis?", questiona. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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