Análises fora da bolha

As supremas narrativas de Lula


Lula crê que corrupção e abusos de poder podem ser esquecidos se houver ‘narrativa melhor’

Por Felipe Moura Brasil
Atualização:

“Se eu quiser vencer uma batalha, eu preciso construir uma narrativa para destruir o meu potencial inimigo.” A frase dita por Lula ao lado de Nicolás Maduro, durante visita do ditador venezuelano ao Brasil, é uma confissão do método usado e recomendado pelo presidente.

Ela passou quase despercebida, porque as reações nacionais e internacionais focaram na aplicação dele ao caso do sucessor de Hugo Chávez:

“Companheiro Maduro, você sabe a narrativa que se construiu contra a Venezuela, de antidemocracia e do autoritarismo. Acho que cabe à Venezuela mostrar a sua narrativa, para fazer as pessoas mudarem de opinião... É preciso que você construa a sua narrativa. E eu acho que, por tudo que nós conversamos, a sua narrativa vai ser infinitamente melhor do que a narrativa que eles têm contado contra você... Nossos adversários vão ter que pedir desculpa pelo estrago que eles fizeram na Venezuela.”

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Lula cumprimenta Nicolás Maduro, recebido no Palácio do Itamaraty, em 29 de maio: 'Nossos adversários vão ter que pedir desculpa.' Foto: Andre Borges/EFE Foto: Andre Borges/EFE

Lula, porém, já havia aplicado o mesmo método ao caso de José Dirceu. O presidente declarou, em fevereiro, que o mensaleiro petista também condenado pelo petrolão “não tem que andar escondido, tem que colocar a cara para fora e brigar”.

“Você tem que brigar para construir uma outra narrativa na sociedade brasileira.”

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Dirceu está condenado em três instâncias por corrupção, com pena fixada pelo Superior Tribunal de Justiça em 4 anos e 7 meses em regime semiaberto. Ele recebeu suborno de R$ 2 milhões em caso envolvendo compra de tubos da Petrobras, segundo a acusação.

Já as agências de inteligência militares e civis do estado venezuelano implementam um “plano orquestrado nos mais altos níveis do governo para reprimir a dissidência através de crimes contra a humanidade”, segundo uma missão estabelecida pela ONU. Lula ainda tentou se explicar sobre o afago na ditadura que ajudou a sustentar com dinheiro dos brasileiros, via BNDES e Odebrecht:

“Desde que o Chávez tomou posse, foi-se construindo uma narrativa... Em que você determina que o cara é um demônio. A partir daí, você começa a jogar todo mundo contra ele. Foi assim que aconteceu com Chávez, foi assim que aconteceu comigo.”

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Quando Lula se coloca junto a ditadores como vítima de narrativas falsas, ele só reforça a certeza sobre a falsidade de suas próprias narrativas, usadas para destruir seus inimigos. Lula crê que corrupção e abusos de poder – do passado, presente ou futuro – podem ser esquecidos, se houver narrativa “infinitamente melhor”. Para legitimar as dele, indicou seu próprio advogado para o Supremo Tribunal Federal.

“Se eu quiser vencer uma batalha, eu preciso construir uma narrativa para destruir o meu potencial inimigo.” A frase dita por Lula ao lado de Nicolás Maduro, durante visita do ditador venezuelano ao Brasil, é uma confissão do método usado e recomendado pelo presidente.

Ela passou quase despercebida, porque as reações nacionais e internacionais focaram na aplicação dele ao caso do sucessor de Hugo Chávez:

“Companheiro Maduro, você sabe a narrativa que se construiu contra a Venezuela, de antidemocracia e do autoritarismo. Acho que cabe à Venezuela mostrar a sua narrativa, para fazer as pessoas mudarem de opinião... É preciso que você construa a sua narrativa. E eu acho que, por tudo que nós conversamos, a sua narrativa vai ser infinitamente melhor do que a narrativa que eles têm contado contra você... Nossos adversários vão ter que pedir desculpa pelo estrago que eles fizeram na Venezuela.”

Lula cumprimenta Nicolás Maduro, recebido no Palácio do Itamaraty, em 29 de maio: 'Nossos adversários vão ter que pedir desculpa.' Foto: Andre Borges/EFE Foto: Andre Borges/EFE

Lula, porém, já havia aplicado o mesmo método ao caso de José Dirceu. O presidente declarou, em fevereiro, que o mensaleiro petista também condenado pelo petrolão “não tem que andar escondido, tem que colocar a cara para fora e brigar”.

“Você tem que brigar para construir uma outra narrativa na sociedade brasileira.”

Dirceu está condenado em três instâncias por corrupção, com pena fixada pelo Superior Tribunal de Justiça em 4 anos e 7 meses em regime semiaberto. Ele recebeu suborno de R$ 2 milhões em caso envolvendo compra de tubos da Petrobras, segundo a acusação.

Já as agências de inteligência militares e civis do estado venezuelano implementam um “plano orquestrado nos mais altos níveis do governo para reprimir a dissidência através de crimes contra a humanidade”, segundo uma missão estabelecida pela ONU. Lula ainda tentou se explicar sobre o afago na ditadura que ajudou a sustentar com dinheiro dos brasileiros, via BNDES e Odebrecht:

“Desde que o Chávez tomou posse, foi-se construindo uma narrativa... Em que você determina que o cara é um demônio. A partir daí, você começa a jogar todo mundo contra ele. Foi assim que aconteceu com Chávez, foi assim que aconteceu comigo.”

Quando Lula se coloca junto a ditadores como vítima de narrativas falsas, ele só reforça a certeza sobre a falsidade de suas próprias narrativas, usadas para destruir seus inimigos. Lula crê que corrupção e abusos de poder – do passado, presente ou futuro – podem ser esquecidos, se houver narrativa “infinitamente melhor”. Para legitimar as dele, indicou seu próprio advogado para o Supremo Tribunal Federal.

“Se eu quiser vencer uma batalha, eu preciso construir uma narrativa para destruir o meu potencial inimigo.” A frase dita por Lula ao lado de Nicolás Maduro, durante visita do ditador venezuelano ao Brasil, é uma confissão do método usado e recomendado pelo presidente.

Ela passou quase despercebida, porque as reações nacionais e internacionais focaram na aplicação dele ao caso do sucessor de Hugo Chávez:

“Companheiro Maduro, você sabe a narrativa que se construiu contra a Venezuela, de antidemocracia e do autoritarismo. Acho que cabe à Venezuela mostrar a sua narrativa, para fazer as pessoas mudarem de opinião... É preciso que você construa a sua narrativa. E eu acho que, por tudo que nós conversamos, a sua narrativa vai ser infinitamente melhor do que a narrativa que eles têm contado contra você... Nossos adversários vão ter que pedir desculpa pelo estrago que eles fizeram na Venezuela.”

Lula cumprimenta Nicolás Maduro, recebido no Palácio do Itamaraty, em 29 de maio: 'Nossos adversários vão ter que pedir desculpa.' Foto: Andre Borges/EFE Foto: Andre Borges/EFE

Lula, porém, já havia aplicado o mesmo método ao caso de José Dirceu. O presidente declarou, em fevereiro, que o mensaleiro petista também condenado pelo petrolão “não tem que andar escondido, tem que colocar a cara para fora e brigar”.

“Você tem que brigar para construir uma outra narrativa na sociedade brasileira.”

Dirceu está condenado em três instâncias por corrupção, com pena fixada pelo Superior Tribunal de Justiça em 4 anos e 7 meses em regime semiaberto. Ele recebeu suborno de R$ 2 milhões em caso envolvendo compra de tubos da Petrobras, segundo a acusação.

Já as agências de inteligência militares e civis do estado venezuelano implementam um “plano orquestrado nos mais altos níveis do governo para reprimir a dissidência através de crimes contra a humanidade”, segundo uma missão estabelecida pela ONU. Lula ainda tentou se explicar sobre o afago na ditadura que ajudou a sustentar com dinheiro dos brasileiros, via BNDES e Odebrecht:

“Desde que o Chávez tomou posse, foi-se construindo uma narrativa... Em que você determina que o cara é um demônio. A partir daí, você começa a jogar todo mundo contra ele. Foi assim que aconteceu com Chávez, foi assim que aconteceu comigo.”

Quando Lula se coloca junto a ditadores como vítima de narrativas falsas, ele só reforça a certeza sobre a falsidade de suas próprias narrativas, usadas para destruir seus inimigos. Lula crê que corrupção e abusos de poder – do passado, presente ou futuro – podem ser esquecidos, se houver narrativa “infinitamente melhor”. Para legitimar as dele, indicou seu próprio advogado para o Supremo Tribunal Federal.

“Se eu quiser vencer uma batalha, eu preciso construir uma narrativa para destruir o meu potencial inimigo.” A frase dita por Lula ao lado de Nicolás Maduro, durante visita do ditador venezuelano ao Brasil, é uma confissão do método usado e recomendado pelo presidente.

Ela passou quase despercebida, porque as reações nacionais e internacionais focaram na aplicação dele ao caso do sucessor de Hugo Chávez:

“Companheiro Maduro, você sabe a narrativa que se construiu contra a Venezuela, de antidemocracia e do autoritarismo. Acho que cabe à Venezuela mostrar a sua narrativa, para fazer as pessoas mudarem de opinião... É preciso que você construa a sua narrativa. E eu acho que, por tudo que nós conversamos, a sua narrativa vai ser infinitamente melhor do que a narrativa que eles têm contado contra você... Nossos adversários vão ter que pedir desculpa pelo estrago que eles fizeram na Venezuela.”

Lula cumprimenta Nicolás Maduro, recebido no Palácio do Itamaraty, em 29 de maio: 'Nossos adversários vão ter que pedir desculpa.' Foto: Andre Borges/EFE Foto: Andre Borges/EFE

Lula, porém, já havia aplicado o mesmo método ao caso de José Dirceu. O presidente declarou, em fevereiro, que o mensaleiro petista também condenado pelo petrolão “não tem que andar escondido, tem que colocar a cara para fora e brigar”.

“Você tem que brigar para construir uma outra narrativa na sociedade brasileira.”

Dirceu está condenado em três instâncias por corrupção, com pena fixada pelo Superior Tribunal de Justiça em 4 anos e 7 meses em regime semiaberto. Ele recebeu suborno de R$ 2 milhões em caso envolvendo compra de tubos da Petrobras, segundo a acusação.

Já as agências de inteligência militares e civis do estado venezuelano implementam um “plano orquestrado nos mais altos níveis do governo para reprimir a dissidência através de crimes contra a humanidade”, segundo uma missão estabelecida pela ONU. Lula ainda tentou se explicar sobre o afago na ditadura que ajudou a sustentar com dinheiro dos brasileiros, via BNDES e Odebrecht:

“Desde que o Chávez tomou posse, foi-se construindo uma narrativa... Em que você determina que o cara é um demônio. A partir daí, você começa a jogar todo mundo contra ele. Foi assim que aconteceu com Chávez, foi assim que aconteceu comigo.”

Quando Lula se coloca junto a ditadores como vítima de narrativas falsas, ele só reforça a certeza sobre a falsidade de suas próprias narrativas, usadas para destruir seus inimigos. Lula crê que corrupção e abusos de poder – do passado, presente ou futuro – podem ser esquecidos, se houver narrativa “infinitamente melhor”. Para legitimar as dele, indicou seu próprio advogado para o Supremo Tribunal Federal.

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