FHC prefere Alvorada para encontro com Blair


Por Agencia Estado

O presidente Fernando Henrique Cardoso usou todo seu charme para receber o primeiro-ministro da Inglaterra Tony Blair. Entusiasmado com a vinda do premiê inglês, o político tucano abandonou o formato tradicional das recepções a chefes de estado estrangeiros e transformou o que poderia ter sido uma agenda burocrática em conversas descontraídas, travadas em ambientes mais informais. O presidente brasileiro deixou de lado a imponência dos salões do Palácio do Itamaraty, a face mais conhecida do ministério das Relações Exteriores, e ofereceu a seu colega inglês os espaços mais acolhedores do Palácio da Alvorada, residência oficial do casal Cardoso. A opção pelo Alvorada foi uma espécie de homenagem de Fernando Henrique a Blair. Já em seu primeiro mandato o presidente brasileiro se tornou bastante próximo do premiê inglês, que o convidou a participar do seleto grupo de chefes de Estado que discutiu a chamada terceira via, expressão criada por Blair para traduzir a preocupação em conciliar governabilidade com maior inclusão social. "Ele tinha prometido que viria ao Brasil, eu cheguei a pensar que não viesse, e estou muito feliz", disse o presidente hoje, sem esconder uma ponta de orgulho por ser o anfitrião da primeira visita de um premiê inglês ao Brasil. Tony Blair desembarcou na base aérea de Brasília pela manhã e foi recebido com honras no Palácio do Planalto. A rotina da recepção formal foi mantida, para desespero do apresentador de televisão Luciano Huck, que passou o final de semana em Brasília para produzir uma matéria especial sobre a cavalaria de guarda do Exército. Usando a farda de um Dragão da Independência, uma espécie de uniforme de gala, o animador foi impedido pela segurança de gravar os dois chefes de governo subindo a rampa do Planalto. É a primeira vez que os dragões protagonizam um programa da televisão e a reportagem de Huck deverá ser exibida às vésperas do 7 de setembro. Após algumas reuniões de trabalho, os dois chefes de governo e a comitiva do premiê inglês foram levados ao Alvorada, palco de uma entrevista coletiva e do almoço oferecido pelo presidente brasileiro. Fernando Henrique aproveitou o clima agradável da estiagem - apesar de o ar ficar mais seco nesta época do ano, a capital federal oferece dias ensolarados e uma brisa fresca - para conversar com os jornalistas nos jardins do palácio. Não é a primeira vez que o político tucano troca o ar condicionado dos salões do Itamaraty pelos jardins verdinhos do Alvorada. Um sistema de irrigação garante o frescor da grama nesses tempos de seca e a vista é muito bonita. A primeira vez foi em 1997, quando recebeu o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton. "A orientação era fazer da entrevista um momento descontraído e simpático", justificou uma fonte no ministério das Relações Exteriores. O desafio, conta a fonte, era encontrar o lugar ideal. "Era preciso proteger os presidentes do sol sem impedir o atendimento da imprensa", comentou. Funcionários do Itamaraty "testaram o sol" na semana passada, observando nos jardins do Alvorada a movimentação do astro-rei. Além disso, era preciso incluir no cenário um símbolo de Brasília e do Brasil, já que a entrevista seria reproduzida não apenas pela imprensa nacional como, também, pela internacional. Depois de muita observação, os dois políticos foram abrigados à sombra de uma árvore da família do Pau Brasil, nativa da Mata Atlântica, plantada próxima à piscina. Ali, todo dia na hora do almoço, a sombra é fresca e permanente. Ao redor da árvore, foram distribuídas cadeiras para as autoridades e para o jornalistas. À frente de Blair e FHC uma vista panorâmica dos jardins do palácio e, mais à direita, uma vista do Lago Paranoá. Ao fundo, as colunas do Alvorada, um dos cartões postais da capital federal e uma das obras mais bonitas de Oscar Niemeyer. Os dois falaram em pé, mas a maior parte das perguntas foram dirigidas ao premiê inglês. Dessa vez, Fernando Henrique economizou seu inglês e falou apenas em português. O cerimonial do Planalto também havia preparado um plano B, para o caso de alguma chuva eventual - nesta época do ano nunca chove, mas surpresas acontecem, justificam - e uma sala logo à entrada principal do Alvorada ficou pronta para a ocasião. O cenário ficou completo com o Rolls Royce presidencial, cuja restauração foi acelerada para que pudesse estar presente nesta ocasião. O carro, que passou por reparos em uma oficina especializada em São Paulo, ficou estacionado à beira da piscina. Doado pela rainha Elizabeth em 1950, durante o governo de Getúlio Vargas, o carro foi apreciado por um Blair bem humorado, que aprovou seu estado de conservação. Fernando Henrique desfilou nele em sua primeira posse e, eventualmente, passeia com ele em datas como 7 de setembro. Mas não é sempre. Comida especial Ruth Cardoso não foi vista hoje, mas cuidou pessoalmente da esposa do premiê britânico. Usando um vestido cinza, a primeira-dama brasileira formou um pequeno grupo de mulheres para ajudá-la a entreter Cherie Booth. Enquanto os maridos participavam da entrevista, essas cinco senhoras tricotaram longamente no Salão de Estados do Alvorada, um ambiente ao lado da biblioteca, decorado com obras de arte e peças de legítimo artesanato brasileiro em que a grande vedete é uma tela do ceramista e pintor Antônio Poteiro. Antes, a esposa do premiê - que é advogada e prefere não usar o sobrenome do marido famoso - já havia passado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), onde conversou com a ministra Elle Gracie Northfleet, a primeira mulher a conquistar uma vaga na mais alta côrte do País. As duas trocaram presentes e discutiram a necessidade de se aumentar a presença feminina nos tribunais e a esposa do premiê chegou a lamentar que a Suprema Côrte Britânica ainda não tenha dado assento à uma mulher. Aprovado pela primeira-dama, o almoço oferecido pelo casal Cardoso ao casal Blair foi preparado com verduras e legumes colhidos na horta do Alvorada. Acomodados em uma grande mesa em formato de U - com três mesas redondas contíguas - os cerca 67 convidados degustaram salada com palmito fresco e filé mignon com molho picante preparados por Roberta Sudbrack. A sobremesa foi mil-folhas de frutas tropicais e sorvete de pitanga. O grupo era formado por autoridades e empresários brasileiros e ingleses. Indicado para o ministério do Desenvolvimento, o embaixador do Brasil em Londres Sérgio Amaral almoçou no Alvorada e aproveita sua passagem pelo País para combinar a data de sua posse.

O presidente Fernando Henrique Cardoso usou todo seu charme para receber o primeiro-ministro da Inglaterra Tony Blair. Entusiasmado com a vinda do premiê inglês, o político tucano abandonou o formato tradicional das recepções a chefes de estado estrangeiros e transformou o que poderia ter sido uma agenda burocrática em conversas descontraídas, travadas em ambientes mais informais. O presidente brasileiro deixou de lado a imponência dos salões do Palácio do Itamaraty, a face mais conhecida do ministério das Relações Exteriores, e ofereceu a seu colega inglês os espaços mais acolhedores do Palácio da Alvorada, residência oficial do casal Cardoso. A opção pelo Alvorada foi uma espécie de homenagem de Fernando Henrique a Blair. Já em seu primeiro mandato o presidente brasileiro se tornou bastante próximo do premiê inglês, que o convidou a participar do seleto grupo de chefes de Estado que discutiu a chamada terceira via, expressão criada por Blair para traduzir a preocupação em conciliar governabilidade com maior inclusão social. "Ele tinha prometido que viria ao Brasil, eu cheguei a pensar que não viesse, e estou muito feliz", disse o presidente hoje, sem esconder uma ponta de orgulho por ser o anfitrião da primeira visita de um premiê inglês ao Brasil. Tony Blair desembarcou na base aérea de Brasília pela manhã e foi recebido com honras no Palácio do Planalto. A rotina da recepção formal foi mantida, para desespero do apresentador de televisão Luciano Huck, que passou o final de semana em Brasília para produzir uma matéria especial sobre a cavalaria de guarda do Exército. Usando a farda de um Dragão da Independência, uma espécie de uniforme de gala, o animador foi impedido pela segurança de gravar os dois chefes de governo subindo a rampa do Planalto. É a primeira vez que os dragões protagonizam um programa da televisão e a reportagem de Huck deverá ser exibida às vésperas do 7 de setembro. Após algumas reuniões de trabalho, os dois chefes de governo e a comitiva do premiê inglês foram levados ao Alvorada, palco de uma entrevista coletiva e do almoço oferecido pelo presidente brasileiro. Fernando Henrique aproveitou o clima agradável da estiagem - apesar de o ar ficar mais seco nesta época do ano, a capital federal oferece dias ensolarados e uma brisa fresca - para conversar com os jornalistas nos jardins do palácio. Não é a primeira vez que o político tucano troca o ar condicionado dos salões do Itamaraty pelos jardins verdinhos do Alvorada. Um sistema de irrigação garante o frescor da grama nesses tempos de seca e a vista é muito bonita. A primeira vez foi em 1997, quando recebeu o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton. "A orientação era fazer da entrevista um momento descontraído e simpático", justificou uma fonte no ministério das Relações Exteriores. O desafio, conta a fonte, era encontrar o lugar ideal. "Era preciso proteger os presidentes do sol sem impedir o atendimento da imprensa", comentou. Funcionários do Itamaraty "testaram o sol" na semana passada, observando nos jardins do Alvorada a movimentação do astro-rei. Além disso, era preciso incluir no cenário um símbolo de Brasília e do Brasil, já que a entrevista seria reproduzida não apenas pela imprensa nacional como, também, pela internacional. Depois de muita observação, os dois políticos foram abrigados à sombra de uma árvore da família do Pau Brasil, nativa da Mata Atlântica, plantada próxima à piscina. Ali, todo dia na hora do almoço, a sombra é fresca e permanente. Ao redor da árvore, foram distribuídas cadeiras para as autoridades e para o jornalistas. À frente de Blair e FHC uma vista panorâmica dos jardins do palácio e, mais à direita, uma vista do Lago Paranoá. Ao fundo, as colunas do Alvorada, um dos cartões postais da capital federal e uma das obras mais bonitas de Oscar Niemeyer. Os dois falaram em pé, mas a maior parte das perguntas foram dirigidas ao premiê inglês. Dessa vez, Fernando Henrique economizou seu inglês e falou apenas em português. O cerimonial do Planalto também havia preparado um plano B, para o caso de alguma chuva eventual - nesta época do ano nunca chove, mas surpresas acontecem, justificam - e uma sala logo à entrada principal do Alvorada ficou pronta para a ocasião. O cenário ficou completo com o Rolls Royce presidencial, cuja restauração foi acelerada para que pudesse estar presente nesta ocasião. O carro, que passou por reparos em uma oficina especializada em São Paulo, ficou estacionado à beira da piscina. Doado pela rainha Elizabeth em 1950, durante o governo de Getúlio Vargas, o carro foi apreciado por um Blair bem humorado, que aprovou seu estado de conservação. Fernando Henrique desfilou nele em sua primeira posse e, eventualmente, passeia com ele em datas como 7 de setembro. Mas não é sempre. Comida especial Ruth Cardoso não foi vista hoje, mas cuidou pessoalmente da esposa do premiê britânico. Usando um vestido cinza, a primeira-dama brasileira formou um pequeno grupo de mulheres para ajudá-la a entreter Cherie Booth. Enquanto os maridos participavam da entrevista, essas cinco senhoras tricotaram longamente no Salão de Estados do Alvorada, um ambiente ao lado da biblioteca, decorado com obras de arte e peças de legítimo artesanato brasileiro em que a grande vedete é uma tela do ceramista e pintor Antônio Poteiro. Antes, a esposa do premiê - que é advogada e prefere não usar o sobrenome do marido famoso - já havia passado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), onde conversou com a ministra Elle Gracie Northfleet, a primeira mulher a conquistar uma vaga na mais alta côrte do País. As duas trocaram presentes e discutiram a necessidade de se aumentar a presença feminina nos tribunais e a esposa do premiê chegou a lamentar que a Suprema Côrte Britânica ainda não tenha dado assento à uma mulher. Aprovado pela primeira-dama, o almoço oferecido pelo casal Cardoso ao casal Blair foi preparado com verduras e legumes colhidos na horta do Alvorada. Acomodados em uma grande mesa em formato de U - com três mesas redondas contíguas - os cerca 67 convidados degustaram salada com palmito fresco e filé mignon com molho picante preparados por Roberta Sudbrack. A sobremesa foi mil-folhas de frutas tropicais e sorvete de pitanga. O grupo era formado por autoridades e empresários brasileiros e ingleses. Indicado para o ministério do Desenvolvimento, o embaixador do Brasil em Londres Sérgio Amaral almoçou no Alvorada e aproveita sua passagem pelo País para combinar a data de sua posse.

O presidente Fernando Henrique Cardoso usou todo seu charme para receber o primeiro-ministro da Inglaterra Tony Blair. Entusiasmado com a vinda do premiê inglês, o político tucano abandonou o formato tradicional das recepções a chefes de estado estrangeiros e transformou o que poderia ter sido uma agenda burocrática em conversas descontraídas, travadas em ambientes mais informais. O presidente brasileiro deixou de lado a imponência dos salões do Palácio do Itamaraty, a face mais conhecida do ministério das Relações Exteriores, e ofereceu a seu colega inglês os espaços mais acolhedores do Palácio da Alvorada, residência oficial do casal Cardoso. A opção pelo Alvorada foi uma espécie de homenagem de Fernando Henrique a Blair. Já em seu primeiro mandato o presidente brasileiro se tornou bastante próximo do premiê inglês, que o convidou a participar do seleto grupo de chefes de Estado que discutiu a chamada terceira via, expressão criada por Blair para traduzir a preocupação em conciliar governabilidade com maior inclusão social. "Ele tinha prometido que viria ao Brasil, eu cheguei a pensar que não viesse, e estou muito feliz", disse o presidente hoje, sem esconder uma ponta de orgulho por ser o anfitrião da primeira visita de um premiê inglês ao Brasil. Tony Blair desembarcou na base aérea de Brasília pela manhã e foi recebido com honras no Palácio do Planalto. A rotina da recepção formal foi mantida, para desespero do apresentador de televisão Luciano Huck, que passou o final de semana em Brasília para produzir uma matéria especial sobre a cavalaria de guarda do Exército. Usando a farda de um Dragão da Independência, uma espécie de uniforme de gala, o animador foi impedido pela segurança de gravar os dois chefes de governo subindo a rampa do Planalto. É a primeira vez que os dragões protagonizam um programa da televisão e a reportagem de Huck deverá ser exibida às vésperas do 7 de setembro. Após algumas reuniões de trabalho, os dois chefes de governo e a comitiva do premiê inglês foram levados ao Alvorada, palco de uma entrevista coletiva e do almoço oferecido pelo presidente brasileiro. Fernando Henrique aproveitou o clima agradável da estiagem - apesar de o ar ficar mais seco nesta época do ano, a capital federal oferece dias ensolarados e uma brisa fresca - para conversar com os jornalistas nos jardins do palácio. Não é a primeira vez que o político tucano troca o ar condicionado dos salões do Itamaraty pelos jardins verdinhos do Alvorada. Um sistema de irrigação garante o frescor da grama nesses tempos de seca e a vista é muito bonita. A primeira vez foi em 1997, quando recebeu o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton. "A orientação era fazer da entrevista um momento descontraído e simpático", justificou uma fonte no ministério das Relações Exteriores. O desafio, conta a fonte, era encontrar o lugar ideal. "Era preciso proteger os presidentes do sol sem impedir o atendimento da imprensa", comentou. Funcionários do Itamaraty "testaram o sol" na semana passada, observando nos jardins do Alvorada a movimentação do astro-rei. Além disso, era preciso incluir no cenário um símbolo de Brasília e do Brasil, já que a entrevista seria reproduzida não apenas pela imprensa nacional como, também, pela internacional. Depois de muita observação, os dois políticos foram abrigados à sombra de uma árvore da família do Pau Brasil, nativa da Mata Atlântica, plantada próxima à piscina. Ali, todo dia na hora do almoço, a sombra é fresca e permanente. Ao redor da árvore, foram distribuídas cadeiras para as autoridades e para o jornalistas. À frente de Blair e FHC uma vista panorâmica dos jardins do palácio e, mais à direita, uma vista do Lago Paranoá. Ao fundo, as colunas do Alvorada, um dos cartões postais da capital federal e uma das obras mais bonitas de Oscar Niemeyer. Os dois falaram em pé, mas a maior parte das perguntas foram dirigidas ao premiê inglês. Dessa vez, Fernando Henrique economizou seu inglês e falou apenas em português. O cerimonial do Planalto também havia preparado um plano B, para o caso de alguma chuva eventual - nesta época do ano nunca chove, mas surpresas acontecem, justificam - e uma sala logo à entrada principal do Alvorada ficou pronta para a ocasião. O cenário ficou completo com o Rolls Royce presidencial, cuja restauração foi acelerada para que pudesse estar presente nesta ocasião. O carro, que passou por reparos em uma oficina especializada em São Paulo, ficou estacionado à beira da piscina. Doado pela rainha Elizabeth em 1950, durante o governo de Getúlio Vargas, o carro foi apreciado por um Blair bem humorado, que aprovou seu estado de conservação. Fernando Henrique desfilou nele em sua primeira posse e, eventualmente, passeia com ele em datas como 7 de setembro. Mas não é sempre. Comida especial Ruth Cardoso não foi vista hoje, mas cuidou pessoalmente da esposa do premiê britânico. Usando um vestido cinza, a primeira-dama brasileira formou um pequeno grupo de mulheres para ajudá-la a entreter Cherie Booth. Enquanto os maridos participavam da entrevista, essas cinco senhoras tricotaram longamente no Salão de Estados do Alvorada, um ambiente ao lado da biblioteca, decorado com obras de arte e peças de legítimo artesanato brasileiro em que a grande vedete é uma tela do ceramista e pintor Antônio Poteiro. Antes, a esposa do premiê - que é advogada e prefere não usar o sobrenome do marido famoso - já havia passado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), onde conversou com a ministra Elle Gracie Northfleet, a primeira mulher a conquistar uma vaga na mais alta côrte do País. As duas trocaram presentes e discutiram a necessidade de se aumentar a presença feminina nos tribunais e a esposa do premiê chegou a lamentar que a Suprema Côrte Britânica ainda não tenha dado assento à uma mulher. Aprovado pela primeira-dama, o almoço oferecido pelo casal Cardoso ao casal Blair foi preparado com verduras e legumes colhidos na horta do Alvorada. Acomodados em uma grande mesa em formato de U - com três mesas redondas contíguas - os cerca 67 convidados degustaram salada com palmito fresco e filé mignon com molho picante preparados por Roberta Sudbrack. A sobremesa foi mil-folhas de frutas tropicais e sorvete de pitanga. O grupo era formado por autoridades e empresários brasileiros e ingleses. Indicado para o ministério do Desenvolvimento, o embaixador do Brasil em Londres Sérgio Amaral almoçou no Alvorada e aproveita sua passagem pelo País para combinar a data de sua posse.

O presidente Fernando Henrique Cardoso usou todo seu charme para receber o primeiro-ministro da Inglaterra Tony Blair. Entusiasmado com a vinda do premiê inglês, o político tucano abandonou o formato tradicional das recepções a chefes de estado estrangeiros e transformou o que poderia ter sido uma agenda burocrática em conversas descontraídas, travadas em ambientes mais informais. O presidente brasileiro deixou de lado a imponência dos salões do Palácio do Itamaraty, a face mais conhecida do ministério das Relações Exteriores, e ofereceu a seu colega inglês os espaços mais acolhedores do Palácio da Alvorada, residência oficial do casal Cardoso. A opção pelo Alvorada foi uma espécie de homenagem de Fernando Henrique a Blair. Já em seu primeiro mandato o presidente brasileiro se tornou bastante próximo do premiê inglês, que o convidou a participar do seleto grupo de chefes de Estado que discutiu a chamada terceira via, expressão criada por Blair para traduzir a preocupação em conciliar governabilidade com maior inclusão social. "Ele tinha prometido que viria ao Brasil, eu cheguei a pensar que não viesse, e estou muito feliz", disse o presidente hoje, sem esconder uma ponta de orgulho por ser o anfitrião da primeira visita de um premiê inglês ao Brasil. Tony Blair desembarcou na base aérea de Brasília pela manhã e foi recebido com honras no Palácio do Planalto. A rotina da recepção formal foi mantida, para desespero do apresentador de televisão Luciano Huck, que passou o final de semana em Brasília para produzir uma matéria especial sobre a cavalaria de guarda do Exército. Usando a farda de um Dragão da Independência, uma espécie de uniforme de gala, o animador foi impedido pela segurança de gravar os dois chefes de governo subindo a rampa do Planalto. É a primeira vez que os dragões protagonizam um programa da televisão e a reportagem de Huck deverá ser exibida às vésperas do 7 de setembro. Após algumas reuniões de trabalho, os dois chefes de governo e a comitiva do premiê inglês foram levados ao Alvorada, palco de uma entrevista coletiva e do almoço oferecido pelo presidente brasileiro. Fernando Henrique aproveitou o clima agradável da estiagem - apesar de o ar ficar mais seco nesta época do ano, a capital federal oferece dias ensolarados e uma brisa fresca - para conversar com os jornalistas nos jardins do palácio. Não é a primeira vez que o político tucano troca o ar condicionado dos salões do Itamaraty pelos jardins verdinhos do Alvorada. Um sistema de irrigação garante o frescor da grama nesses tempos de seca e a vista é muito bonita. A primeira vez foi em 1997, quando recebeu o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton. "A orientação era fazer da entrevista um momento descontraído e simpático", justificou uma fonte no ministério das Relações Exteriores. O desafio, conta a fonte, era encontrar o lugar ideal. "Era preciso proteger os presidentes do sol sem impedir o atendimento da imprensa", comentou. Funcionários do Itamaraty "testaram o sol" na semana passada, observando nos jardins do Alvorada a movimentação do astro-rei. Além disso, era preciso incluir no cenário um símbolo de Brasília e do Brasil, já que a entrevista seria reproduzida não apenas pela imprensa nacional como, também, pela internacional. Depois de muita observação, os dois políticos foram abrigados à sombra de uma árvore da família do Pau Brasil, nativa da Mata Atlântica, plantada próxima à piscina. Ali, todo dia na hora do almoço, a sombra é fresca e permanente. Ao redor da árvore, foram distribuídas cadeiras para as autoridades e para o jornalistas. À frente de Blair e FHC uma vista panorâmica dos jardins do palácio e, mais à direita, uma vista do Lago Paranoá. Ao fundo, as colunas do Alvorada, um dos cartões postais da capital federal e uma das obras mais bonitas de Oscar Niemeyer. Os dois falaram em pé, mas a maior parte das perguntas foram dirigidas ao premiê inglês. Dessa vez, Fernando Henrique economizou seu inglês e falou apenas em português. O cerimonial do Planalto também havia preparado um plano B, para o caso de alguma chuva eventual - nesta época do ano nunca chove, mas surpresas acontecem, justificam - e uma sala logo à entrada principal do Alvorada ficou pronta para a ocasião. O cenário ficou completo com o Rolls Royce presidencial, cuja restauração foi acelerada para que pudesse estar presente nesta ocasião. O carro, que passou por reparos em uma oficina especializada em São Paulo, ficou estacionado à beira da piscina. Doado pela rainha Elizabeth em 1950, durante o governo de Getúlio Vargas, o carro foi apreciado por um Blair bem humorado, que aprovou seu estado de conservação. Fernando Henrique desfilou nele em sua primeira posse e, eventualmente, passeia com ele em datas como 7 de setembro. Mas não é sempre. Comida especial Ruth Cardoso não foi vista hoje, mas cuidou pessoalmente da esposa do premiê britânico. Usando um vestido cinza, a primeira-dama brasileira formou um pequeno grupo de mulheres para ajudá-la a entreter Cherie Booth. Enquanto os maridos participavam da entrevista, essas cinco senhoras tricotaram longamente no Salão de Estados do Alvorada, um ambiente ao lado da biblioteca, decorado com obras de arte e peças de legítimo artesanato brasileiro em que a grande vedete é uma tela do ceramista e pintor Antônio Poteiro. Antes, a esposa do premiê - que é advogada e prefere não usar o sobrenome do marido famoso - já havia passado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), onde conversou com a ministra Elle Gracie Northfleet, a primeira mulher a conquistar uma vaga na mais alta côrte do País. As duas trocaram presentes e discutiram a necessidade de se aumentar a presença feminina nos tribunais e a esposa do premiê chegou a lamentar que a Suprema Côrte Britânica ainda não tenha dado assento à uma mulher. Aprovado pela primeira-dama, o almoço oferecido pelo casal Cardoso ao casal Blair foi preparado com verduras e legumes colhidos na horta do Alvorada. Acomodados em uma grande mesa em formato de U - com três mesas redondas contíguas - os cerca 67 convidados degustaram salada com palmito fresco e filé mignon com molho picante preparados por Roberta Sudbrack. A sobremesa foi mil-folhas de frutas tropicais e sorvete de pitanga. O grupo era formado por autoridades e empresários brasileiros e ingleses. Indicado para o ministério do Desenvolvimento, o embaixador do Brasil em Londres Sérgio Amaral almoçou no Alvorada e aproveita sua passagem pelo País para combinar a data de sua posse.

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