Crônicas sobre política municipal. Cultura brasileira local sob olhar provocativo | Colaboradores: Eder Brito, Camila Tuchlinski, Marcos Silveira e Patricia Tavares.

Quem é amigo de Cabral?


Tão logo Sérgio Cabral (PMDB) foi preso e não faltaram justificativas de políticos dizendo que não eram amigos do ex-governador. Também sobraram acusações: "fulano era assiiiim com ele ó!" Lembremos que até 2013, ou seja, antes dos manifestos de massa que acordaram o país, o governador do Rio de Janeiro era extremamente popular e mesmo desgastado seu partido ganhou a eleição de 2014. Em 2010 sua coligação tinha 15 partidos, os maiores: PMDB (o seu), PT, PDT, PTB e PC do B. Na escolha de dois senadores, o petista Lindberg Faria foi o mais votado no estado. E com DOIS terços dos votos em primeiro turno Cabral foi o escolhido. As bancadas eleitas na ALERJ e enviada para a Câmara foram expressivas. Cabra era o cara - apesar de o dinheiro que irriga uma campanha ajudar MUITO nesse sentimento.

Por Humberto Dantas

Mas após sua prisão não faltaram comentários lembrando que ele era amigo ou tinha relação próxima com esse ou aquela política ou político. Numa dessas acusações sobrou principalmente para Lula e Dilma Rousseff (PT). A ex-presidente caiu na provocação e divulgou nota dizendo que ele pediu voto para Aécio Neves (PSDB) em 2014, e orientou os deputados de seu partido a votarem pelo impeachment. Bom, vamos fazer algumas verificações.

Sobre o tucano é importante salientar que o atual vice-governador do Rio de Janeiro, que tem como titular o ex-vice de Cabral, é tio de Aécio, e que o filho de Cabral é primo do mineiro por parte de mãe. Sérgio, o preso, tem diversas fotos ao lado de Aécio na internet, assim como tem com tantos outros que agora parecem querer distância.

Mas deixemos a família de lado, e tudo o que ela pode inspirar num país que pouco separa público e privado, e voltemos pra política. Se Cabral, segundo a nota de Dilma, orientou parlamentares do Rio de Janeiro, então tinha poder. E esse poder parece transcender seu próprio governo. O impeachment ocorreu em 2016, e Cabral deixou o Palácio Guanabara no início de 2014, para reeleger Pezão, seu vice. Perfeito. Se como ex-governador ele tinha poder para mandar em deputado federal, imagina então com a caneta do estado na mão! Assim, basta um simples exercício para verificarmos se "Cabral colaborava" ou não com o governo de Dilma Rousseff - de quem, lembremos, ele manobrou para ser VICE em 2014 no lugar de um Michel Temer que ficou bastante aborrecido. E que fique claro: colaborar não significa ser amigo, mesmo porque Eduardo Paes, naquele telefonema para Lula lhe prestando solidariedade, deixou claro que como remanescente do grupinho que  governava cidade, estado e país com ele, Cabral e Lula, via as entradas de Pezão e Dilma nos governos como trágica. Bom, mas vamos em frente.

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O Estadão tem uma ferramenta interessante chamada Basômetro. E lá estão os deputados federais retratados como bolinhas coloridas e suas posições num espaço gráfico mostrando as votações nominais em relação aos interesses do governo federal. O PMDB, no governo denominado Dilma 1, que coincide com o governo Cabral 2 no estado do Rio de Janeiro, tem taxa de adesão ao que desejava o líder do Planalto de 79%, algo bastante razoável com 11 parlamentares localizados - entre titulares e suplentes que exerceram o poder - abaixo da linha dos 75%, sendo o pior deles Almeida Lima (PMDB-SE com 56%).

Quando filtramos apenas os peemedebistas do Rio de Janeiro a média ultrapassa 80% de adesismo, e doze dos treze deputados se situam acima de 75%, com apenas um parlamentar pouco abaixo de tal valor. Isso representa dizer que a bancada fluminense era, em média, mais fiel à Dilma que o restante do partido, algo que pode ser justificado pelo grande jogo de cumplicidades marcado por questões do universo político e dos interesses em torno do petróleo e das mega obras para super eventos esportivos na cidade. Assim, tão impossível quando dissociar Dilma e Temer no voto e na arrecadação de campanha eleitoral, ou PT e PMDB em todo esse movimento, é absolutamente necessário destacar que o PMDB do Rio de Janeiro, no primeiro governo da petista, era parceiro essencial. Acusar Dilma de ser amiga de Cabral, no entanto, são outros 500 e de nada serve, assim como responder às provocações parece algo pouco inteligente. A pergunta importante de ser respondida é: quem NÃO era amigo de Cabral? E no ritmo da Lava-Jato quem será o próximo "amigo" a ser abandonado?

Mas após sua prisão não faltaram comentários lembrando que ele era amigo ou tinha relação próxima com esse ou aquela política ou político. Numa dessas acusações sobrou principalmente para Lula e Dilma Rousseff (PT). A ex-presidente caiu na provocação e divulgou nota dizendo que ele pediu voto para Aécio Neves (PSDB) em 2014, e orientou os deputados de seu partido a votarem pelo impeachment. Bom, vamos fazer algumas verificações.

Sobre o tucano é importante salientar que o atual vice-governador do Rio de Janeiro, que tem como titular o ex-vice de Cabral, é tio de Aécio, e que o filho de Cabral é primo do mineiro por parte de mãe. Sérgio, o preso, tem diversas fotos ao lado de Aécio na internet, assim como tem com tantos outros que agora parecem querer distância.

Mas deixemos a família de lado, e tudo o que ela pode inspirar num país que pouco separa público e privado, e voltemos pra política. Se Cabral, segundo a nota de Dilma, orientou parlamentares do Rio de Janeiro, então tinha poder. E esse poder parece transcender seu próprio governo. O impeachment ocorreu em 2016, e Cabral deixou o Palácio Guanabara no início de 2014, para reeleger Pezão, seu vice. Perfeito. Se como ex-governador ele tinha poder para mandar em deputado federal, imagina então com a caneta do estado na mão! Assim, basta um simples exercício para verificarmos se "Cabral colaborava" ou não com o governo de Dilma Rousseff - de quem, lembremos, ele manobrou para ser VICE em 2014 no lugar de um Michel Temer que ficou bastante aborrecido. E que fique claro: colaborar não significa ser amigo, mesmo porque Eduardo Paes, naquele telefonema para Lula lhe prestando solidariedade, deixou claro que como remanescente do grupinho que  governava cidade, estado e país com ele, Cabral e Lula, via as entradas de Pezão e Dilma nos governos como trágica. Bom, mas vamos em frente.

O Estadão tem uma ferramenta interessante chamada Basômetro. E lá estão os deputados federais retratados como bolinhas coloridas e suas posições num espaço gráfico mostrando as votações nominais em relação aos interesses do governo federal. O PMDB, no governo denominado Dilma 1, que coincide com o governo Cabral 2 no estado do Rio de Janeiro, tem taxa de adesão ao que desejava o líder do Planalto de 79%, algo bastante razoável com 11 parlamentares localizados - entre titulares e suplentes que exerceram o poder - abaixo da linha dos 75%, sendo o pior deles Almeida Lima (PMDB-SE com 56%).

Quando filtramos apenas os peemedebistas do Rio de Janeiro a média ultrapassa 80% de adesismo, e doze dos treze deputados se situam acima de 75%, com apenas um parlamentar pouco abaixo de tal valor. Isso representa dizer que a bancada fluminense era, em média, mais fiel à Dilma que o restante do partido, algo que pode ser justificado pelo grande jogo de cumplicidades marcado por questões do universo político e dos interesses em torno do petróleo e das mega obras para super eventos esportivos na cidade. Assim, tão impossível quando dissociar Dilma e Temer no voto e na arrecadação de campanha eleitoral, ou PT e PMDB em todo esse movimento, é absolutamente necessário destacar que o PMDB do Rio de Janeiro, no primeiro governo da petista, era parceiro essencial. Acusar Dilma de ser amiga de Cabral, no entanto, são outros 500 e de nada serve, assim como responder às provocações parece algo pouco inteligente. A pergunta importante de ser respondida é: quem NÃO era amigo de Cabral? E no ritmo da Lava-Jato quem será o próximo "amigo" a ser abandonado?

Mas após sua prisão não faltaram comentários lembrando que ele era amigo ou tinha relação próxima com esse ou aquela política ou político. Numa dessas acusações sobrou principalmente para Lula e Dilma Rousseff (PT). A ex-presidente caiu na provocação e divulgou nota dizendo que ele pediu voto para Aécio Neves (PSDB) em 2014, e orientou os deputados de seu partido a votarem pelo impeachment. Bom, vamos fazer algumas verificações.

Sobre o tucano é importante salientar que o atual vice-governador do Rio de Janeiro, que tem como titular o ex-vice de Cabral, é tio de Aécio, e que o filho de Cabral é primo do mineiro por parte de mãe. Sérgio, o preso, tem diversas fotos ao lado de Aécio na internet, assim como tem com tantos outros que agora parecem querer distância.

Mas deixemos a família de lado, e tudo o que ela pode inspirar num país que pouco separa público e privado, e voltemos pra política. Se Cabral, segundo a nota de Dilma, orientou parlamentares do Rio de Janeiro, então tinha poder. E esse poder parece transcender seu próprio governo. O impeachment ocorreu em 2016, e Cabral deixou o Palácio Guanabara no início de 2014, para reeleger Pezão, seu vice. Perfeito. Se como ex-governador ele tinha poder para mandar em deputado federal, imagina então com a caneta do estado na mão! Assim, basta um simples exercício para verificarmos se "Cabral colaborava" ou não com o governo de Dilma Rousseff - de quem, lembremos, ele manobrou para ser VICE em 2014 no lugar de um Michel Temer que ficou bastante aborrecido. E que fique claro: colaborar não significa ser amigo, mesmo porque Eduardo Paes, naquele telefonema para Lula lhe prestando solidariedade, deixou claro que como remanescente do grupinho que  governava cidade, estado e país com ele, Cabral e Lula, via as entradas de Pezão e Dilma nos governos como trágica. Bom, mas vamos em frente.

O Estadão tem uma ferramenta interessante chamada Basômetro. E lá estão os deputados federais retratados como bolinhas coloridas e suas posições num espaço gráfico mostrando as votações nominais em relação aos interesses do governo federal. O PMDB, no governo denominado Dilma 1, que coincide com o governo Cabral 2 no estado do Rio de Janeiro, tem taxa de adesão ao que desejava o líder do Planalto de 79%, algo bastante razoável com 11 parlamentares localizados - entre titulares e suplentes que exerceram o poder - abaixo da linha dos 75%, sendo o pior deles Almeida Lima (PMDB-SE com 56%).

Quando filtramos apenas os peemedebistas do Rio de Janeiro a média ultrapassa 80% de adesismo, e doze dos treze deputados se situam acima de 75%, com apenas um parlamentar pouco abaixo de tal valor. Isso representa dizer que a bancada fluminense era, em média, mais fiel à Dilma que o restante do partido, algo que pode ser justificado pelo grande jogo de cumplicidades marcado por questões do universo político e dos interesses em torno do petróleo e das mega obras para super eventos esportivos na cidade. Assim, tão impossível quando dissociar Dilma e Temer no voto e na arrecadação de campanha eleitoral, ou PT e PMDB em todo esse movimento, é absolutamente necessário destacar que o PMDB do Rio de Janeiro, no primeiro governo da petista, era parceiro essencial. Acusar Dilma de ser amiga de Cabral, no entanto, são outros 500 e de nada serve, assim como responder às provocações parece algo pouco inteligente. A pergunta importante de ser respondida é: quem NÃO era amigo de Cabral? E no ritmo da Lava-Jato quem será o próximo "amigo" a ser abandonado?

Mas após sua prisão não faltaram comentários lembrando que ele era amigo ou tinha relação próxima com esse ou aquela política ou político. Numa dessas acusações sobrou principalmente para Lula e Dilma Rousseff (PT). A ex-presidente caiu na provocação e divulgou nota dizendo que ele pediu voto para Aécio Neves (PSDB) em 2014, e orientou os deputados de seu partido a votarem pelo impeachment. Bom, vamos fazer algumas verificações.

Sobre o tucano é importante salientar que o atual vice-governador do Rio de Janeiro, que tem como titular o ex-vice de Cabral, é tio de Aécio, e que o filho de Cabral é primo do mineiro por parte de mãe. Sérgio, o preso, tem diversas fotos ao lado de Aécio na internet, assim como tem com tantos outros que agora parecem querer distância.

Mas deixemos a família de lado, e tudo o que ela pode inspirar num país que pouco separa público e privado, e voltemos pra política. Se Cabral, segundo a nota de Dilma, orientou parlamentares do Rio de Janeiro, então tinha poder. E esse poder parece transcender seu próprio governo. O impeachment ocorreu em 2016, e Cabral deixou o Palácio Guanabara no início de 2014, para reeleger Pezão, seu vice. Perfeito. Se como ex-governador ele tinha poder para mandar em deputado federal, imagina então com a caneta do estado na mão! Assim, basta um simples exercício para verificarmos se "Cabral colaborava" ou não com o governo de Dilma Rousseff - de quem, lembremos, ele manobrou para ser VICE em 2014 no lugar de um Michel Temer que ficou bastante aborrecido. E que fique claro: colaborar não significa ser amigo, mesmo porque Eduardo Paes, naquele telefonema para Lula lhe prestando solidariedade, deixou claro que como remanescente do grupinho que  governava cidade, estado e país com ele, Cabral e Lula, via as entradas de Pezão e Dilma nos governos como trágica. Bom, mas vamos em frente.

O Estadão tem uma ferramenta interessante chamada Basômetro. E lá estão os deputados federais retratados como bolinhas coloridas e suas posições num espaço gráfico mostrando as votações nominais em relação aos interesses do governo federal. O PMDB, no governo denominado Dilma 1, que coincide com o governo Cabral 2 no estado do Rio de Janeiro, tem taxa de adesão ao que desejava o líder do Planalto de 79%, algo bastante razoável com 11 parlamentares localizados - entre titulares e suplentes que exerceram o poder - abaixo da linha dos 75%, sendo o pior deles Almeida Lima (PMDB-SE com 56%).

Quando filtramos apenas os peemedebistas do Rio de Janeiro a média ultrapassa 80% de adesismo, e doze dos treze deputados se situam acima de 75%, com apenas um parlamentar pouco abaixo de tal valor. Isso representa dizer que a bancada fluminense era, em média, mais fiel à Dilma que o restante do partido, algo que pode ser justificado pelo grande jogo de cumplicidades marcado por questões do universo político e dos interesses em torno do petróleo e das mega obras para super eventos esportivos na cidade. Assim, tão impossível quando dissociar Dilma e Temer no voto e na arrecadação de campanha eleitoral, ou PT e PMDB em todo esse movimento, é absolutamente necessário destacar que o PMDB do Rio de Janeiro, no primeiro governo da petista, era parceiro essencial. Acusar Dilma de ser amiga de Cabral, no entanto, são outros 500 e de nada serve, assim como responder às provocações parece algo pouco inteligente. A pergunta importante de ser respondida é: quem NÃO era amigo de Cabral? E no ritmo da Lava-Jato quem será o próximo "amigo" a ser abandonado?

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