Um impasse nas negociações para o fim da greve na Universidade de São Paulo (USP) adiou a volta ao trabalho dos funcionários da instituição, prevista para esta segunda-feira. A reitoria não descontará os dias parados, mas pediu aos servidores que repusessem as horas não trabalhadas. A exigência não foi aceita a princípio pelo Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) e será submetida à assembléia da categoria nesta terça-feira. Na Universidade Estadual Paulista (Unesp), a greve acabou hoje para os professores, mas funcionários não docentes de apenas duas unidades resolveram estender a paralisação até quarta-feira. "Não tínhamos como manter a força da greve sem os professores da USP e da Unicamp", disse o presidente da Associação dos Docentes da Unesp (Adunesp), Antonio Luis de Andrade. Segundo ele, o Fórum das Seis, que reúne os sindicatos de professores e funcionários das três universidades estaduais, decidiu que os grevistas deveriam voltar ao trabalho esta semana. Mesmo assim, funcionários dos câmpus de Marília e Botucatu resolveram aprovar a continuidade do movimento. "Podemos começar agora a discutir uma pauta específica da Unesp que reivindique moradia estudantil e contratação de professores", diz o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Unesp (Sintunesp), Nelson Semião. Segundo ele, é importante que o câmpus de Botucatu continue em greve, porque lá trabalham cerca de 40% dos funcionários não docentes da universidade. As entidades pediam 9,68% de aumento, entre outras reivindicações. Os reitores concederam 8% de reajuste e diziam que esse era o valor máximo. "Uma coisa é repor trabalho acumulado, outra coisa é punir os grevistas", diz o diretor do Sintusp, Magno de Carvalho. Segundo ele, a categoria pretende fazer a reposição durante o período normal de serviço. "Não dá para a funcionária do restaurante servir duas vezes o almoço porque deixou de fazê-lo durante a greve", afirma. Segundo a reitoria, o período em que houve ausência ao trabalho precisa ser substituído por tempo igual de serviço. A greve na USP e Unesp começou no dia 10. De acordo com o Sintusp, a paralisação atingiu 30% da universidade. Já o reitor Adolpho José Melfi considera que estavam parados apenas o restaurante da USP e o serviço de ônibus circular. Na Unesp, houve paralisação em 5 das 16 unidades. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) não aderiu ao movimento. Já em 2000, uma greve conjunta deixou as atividades paralisadas mais de 50 dias nas três universidades.
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