Prisão de ideias


Em pesquisa, 48% concordam com o bordão ‘bandido bom é bandido morto’

Por José Roberto de Toledo

Após as decapitações em série na virada do ano, as rebeliões diminuíram, e os presídios superlotados e dominados pelo crime organizado perderam as manchetes para outros escândalos. Não significa que o problema tenha sido superado, obviamente. Um dos motivos para a falta de solução é que o tema só vem a público nas crises. Mas não é só por causa da mídia. Ninguém quer discuti-lo sistematicamente: nem autoridades nem a população.

Essa é a impressão que se tem ao ver os resultados de uma pesquisa nacional sobre o problema carcerário conduzida pelo Ideia Inteligência no mês de março. Os números – divulgados aqui em primeira mão – serão apresentados nos EUA, durante a Brazil Conference, organizada por alunos do MIT e da Universidade Harvard. A pesquisa é representativa da população com acesso a telefone, seja fixo ou celular, o que exclui os mais pobres.

A pesquisa mostra que os brasileiros não estão de acordo sobre as causas do problema carcerário nem como fazer para solucioná-lo. Sabem apenas que é algo que não vai se resolver por si só. Para 42%, o número de rebeliões e mortes nos presídios do País deve crescer nos próximos dois anos. Só 22% acham que vai cair. E de quem é a culpa? Quem deve encontrar uma saída? Todo mundo.

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Para 73%, a questão dos presídios é responsabilidade igualmente dos governos federal e estadual e do Judiciário. Como se sabe, quando a responsabilidade é coletiva, ninguém é responsável. Sem um culpado específico, fica mais fácil para os governos evitarem o tema – até que nova rebelião aconteça e mais cabeças rolem.

Indagados se a superlotação se deve à lentidão da Justiça, que mantém muita gente presa aguardando julgamento, os entrevistados se dividiram: 41% concordam, 24% discordam, e 35% nem uma coisa nem outra, muito pelo contrário, não me perturbe, por favor.

O que fazer, então? A maioria dos entrevistados pelo Ideia não quer construir mais presídios como forma de resolver a superlotação e as rebeliões: 53% são contra; só 18%, a favor; o resto está no muro. Uma maioria ainda mais expressiva (56%) concorda com a frase “o preso não deve ser uma prioridade para o gasto do dinheiro público”. Indenizar as famílias de presos mortos em rebeliões? Nem pensar, na opinião de 74%. Só 12% são a favor.

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Ao mesmo tempo, 88% concordam que “mais educação e trabalho dentro do sistema prisional são essenciais para melhorar a situação dos presos”. Como fazer isso se a maioria é contra investir dinheiro público nos presídios? Privatizar? A população está rachada sobre essa possibilidade: 35% discordam, 29% concordam e 36% nem concordam nem discordam. Talvez porque houve rebeliões violentas também em presídios privatizados.

A falta de consenso sobre como tratar o problema, sobre quais são suas causas e sobre quem deve liderar o processo para encontrar soluções abre uma avenida para quem trafega pelas saídas fáceis. O bordão “bandido bom é bandido morto” tem a concordância de 48% dos entrevistados (46% discordam, o resto não sabe). Do mesmo modo, 54% concordam que a polícia deve invadir presídios rebelados sem negociar primeiro.

Há quem defenda que invasão e massacre no Carandiru em São Paulo serviram de munição para o PCC – a organização criminosa que busca dominar presídios em todo o País e está na origem de muitas rebeliões. Em oposição à expansão do crime organizado, multiplicam-se as candidaturas e a popularidade de ex-policiais e ex-militares que defendem a linha dura contra os presos.

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A falta de debate e o desinteresse do público permitem às autoridades tirar o problema da agenda de prioridades. Bom para quem, de um jeito ou de outro, se alimenta da falta de solução.

Após as decapitações em série na virada do ano, as rebeliões diminuíram, e os presídios superlotados e dominados pelo crime organizado perderam as manchetes para outros escândalos. Não significa que o problema tenha sido superado, obviamente. Um dos motivos para a falta de solução é que o tema só vem a público nas crises. Mas não é só por causa da mídia. Ninguém quer discuti-lo sistematicamente: nem autoridades nem a população.

Essa é a impressão que se tem ao ver os resultados de uma pesquisa nacional sobre o problema carcerário conduzida pelo Ideia Inteligência no mês de março. Os números – divulgados aqui em primeira mão – serão apresentados nos EUA, durante a Brazil Conference, organizada por alunos do MIT e da Universidade Harvard. A pesquisa é representativa da população com acesso a telefone, seja fixo ou celular, o que exclui os mais pobres.

A pesquisa mostra que os brasileiros não estão de acordo sobre as causas do problema carcerário nem como fazer para solucioná-lo. Sabem apenas que é algo que não vai se resolver por si só. Para 42%, o número de rebeliões e mortes nos presídios do País deve crescer nos próximos dois anos. Só 22% acham que vai cair. E de quem é a culpa? Quem deve encontrar uma saída? Todo mundo.

Para 73%, a questão dos presídios é responsabilidade igualmente dos governos federal e estadual e do Judiciário. Como se sabe, quando a responsabilidade é coletiva, ninguém é responsável. Sem um culpado específico, fica mais fácil para os governos evitarem o tema – até que nova rebelião aconteça e mais cabeças rolem.

Indagados se a superlotação se deve à lentidão da Justiça, que mantém muita gente presa aguardando julgamento, os entrevistados se dividiram: 41% concordam, 24% discordam, e 35% nem uma coisa nem outra, muito pelo contrário, não me perturbe, por favor.

O que fazer, então? A maioria dos entrevistados pelo Ideia não quer construir mais presídios como forma de resolver a superlotação e as rebeliões: 53% são contra; só 18%, a favor; o resto está no muro. Uma maioria ainda mais expressiva (56%) concorda com a frase “o preso não deve ser uma prioridade para o gasto do dinheiro público”. Indenizar as famílias de presos mortos em rebeliões? Nem pensar, na opinião de 74%. Só 12% são a favor.

Ao mesmo tempo, 88% concordam que “mais educação e trabalho dentro do sistema prisional são essenciais para melhorar a situação dos presos”. Como fazer isso se a maioria é contra investir dinheiro público nos presídios? Privatizar? A população está rachada sobre essa possibilidade: 35% discordam, 29% concordam e 36% nem concordam nem discordam. Talvez porque houve rebeliões violentas também em presídios privatizados.

A falta de consenso sobre como tratar o problema, sobre quais são suas causas e sobre quem deve liderar o processo para encontrar soluções abre uma avenida para quem trafega pelas saídas fáceis. O bordão “bandido bom é bandido morto” tem a concordância de 48% dos entrevistados (46% discordam, o resto não sabe). Do mesmo modo, 54% concordam que a polícia deve invadir presídios rebelados sem negociar primeiro.

Há quem defenda que invasão e massacre no Carandiru em São Paulo serviram de munição para o PCC – a organização criminosa que busca dominar presídios em todo o País e está na origem de muitas rebeliões. Em oposição à expansão do crime organizado, multiplicam-se as candidaturas e a popularidade de ex-policiais e ex-militares que defendem a linha dura contra os presos.

A falta de debate e o desinteresse do público permitem às autoridades tirar o problema da agenda de prioridades. Bom para quem, de um jeito ou de outro, se alimenta da falta de solução.

Após as decapitações em série na virada do ano, as rebeliões diminuíram, e os presídios superlotados e dominados pelo crime organizado perderam as manchetes para outros escândalos. Não significa que o problema tenha sido superado, obviamente. Um dos motivos para a falta de solução é que o tema só vem a público nas crises. Mas não é só por causa da mídia. Ninguém quer discuti-lo sistematicamente: nem autoridades nem a população.

Essa é a impressão que se tem ao ver os resultados de uma pesquisa nacional sobre o problema carcerário conduzida pelo Ideia Inteligência no mês de março. Os números – divulgados aqui em primeira mão – serão apresentados nos EUA, durante a Brazil Conference, organizada por alunos do MIT e da Universidade Harvard. A pesquisa é representativa da população com acesso a telefone, seja fixo ou celular, o que exclui os mais pobres.

A pesquisa mostra que os brasileiros não estão de acordo sobre as causas do problema carcerário nem como fazer para solucioná-lo. Sabem apenas que é algo que não vai se resolver por si só. Para 42%, o número de rebeliões e mortes nos presídios do País deve crescer nos próximos dois anos. Só 22% acham que vai cair. E de quem é a culpa? Quem deve encontrar uma saída? Todo mundo.

Para 73%, a questão dos presídios é responsabilidade igualmente dos governos federal e estadual e do Judiciário. Como se sabe, quando a responsabilidade é coletiva, ninguém é responsável. Sem um culpado específico, fica mais fácil para os governos evitarem o tema – até que nova rebelião aconteça e mais cabeças rolem.

Indagados se a superlotação se deve à lentidão da Justiça, que mantém muita gente presa aguardando julgamento, os entrevistados se dividiram: 41% concordam, 24% discordam, e 35% nem uma coisa nem outra, muito pelo contrário, não me perturbe, por favor.

O que fazer, então? A maioria dos entrevistados pelo Ideia não quer construir mais presídios como forma de resolver a superlotação e as rebeliões: 53% são contra; só 18%, a favor; o resto está no muro. Uma maioria ainda mais expressiva (56%) concorda com a frase “o preso não deve ser uma prioridade para o gasto do dinheiro público”. Indenizar as famílias de presos mortos em rebeliões? Nem pensar, na opinião de 74%. Só 12% são a favor.

Ao mesmo tempo, 88% concordam que “mais educação e trabalho dentro do sistema prisional são essenciais para melhorar a situação dos presos”. Como fazer isso se a maioria é contra investir dinheiro público nos presídios? Privatizar? A população está rachada sobre essa possibilidade: 35% discordam, 29% concordam e 36% nem concordam nem discordam. Talvez porque houve rebeliões violentas também em presídios privatizados.

A falta de consenso sobre como tratar o problema, sobre quais são suas causas e sobre quem deve liderar o processo para encontrar soluções abre uma avenida para quem trafega pelas saídas fáceis. O bordão “bandido bom é bandido morto” tem a concordância de 48% dos entrevistados (46% discordam, o resto não sabe). Do mesmo modo, 54% concordam que a polícia deve invadir presídios rebelados sem negociar primeiro.

Há quem defenda que invasão e massacre no Carandiru em São Paulo serviram de munição para o PCC – a organização criminosa que busca dominar presídios em todo o País e está na origem de muitas rebeliões. Em oposição à expansão do crime organizado, multiplicam-se as candidaturas e a popularidade de ex-policiais e ex-militares que defendem a linha dura contra os presos.

A falta de debate e o desinteresse do público permitem às autoridades tirar o problema da agenda de prioridades. Bom para quem, de um jeito ou de outro, se alimenta da falta de solução.

Após as decapitações em série na virada do ano, as rebeliões diminuíram, e os presídios superlotados e dominados pelo crime organizado perderam as manchetes para outros escândalos. Não significa que o problema tenha sido superado, obviamente. Um dos motivos para a falta de solução é que o tema só vem a público nas crises. Mas não é só por causa da mídia. Ninguém quer discuti-lo sistematicamente: nem autoridades nem a população.

Essa é a impressão que se tem ao ver os resultados de uma pesquisa nacional sobre o problema carcerário conduzida pelo Ideia Inteligência no mês de março. Os números – divulgados aqui em primeira mão – serão apresentados nos EUA, durante a Brazil Conference, organizada por alunos do MIT e da Universidade Harvard. A pesquisa é representativa da população com acesso a telefone, seja fixo ou celular, o que exclui os mais pobres.

A pesquisa mostra que os brasileiros não estão de acordo sobre as causas do problema carcerário nem como fazer para solucioná-lo. Sabem apenas que é algo que não vai se resolver por si só. Para 42%, o número de rebeliões e mortes nos presídios do País deve crescer nos próximos dois anos. Só 22% acham que vai cair. E de quem é a culpa? Quem deve encontrar uma saída? Todo mundo.

Para 73%, a questão dos presídios é responsabilidade igualmente dos governos federal e estadual e do Judiciário. Como se sabe, quando a responsabilidade é coletiva, ninguém é responsável. Sem um culpado específico, fica mais fácil para os governos evitarem o tema – até que nova rebelião aconteça e mais cabeças rolem.

Indagados se a superlotação se deve à lentidão da Justiça, que mantém muita gente presa aguardando julgamento, os entrevistados se dividiram: 41% concordam, 24% discordam, e 35% nem uma coisa nem outra, muito pelo contrário, não me perturbe, por favor.

O que fazer, então? A maioria dos entrevistados pelo Ideia não quer construir mais presídios como forma de resolver a superlotação e as rebeliões: 53% são contra; só 18%, a favor; o resto está no muro. Uma maioria ainda mais expressiva (56%) concorda com a frase “o preso não deve ser uma prioridade para o gasto do dinheiro público”. Indenizar as famílias de presos mortos em rebeliões? Nem pensar, na opinião de 74%. Só 12% são a favor.

Ao mesmo tempo, 88% concordam que “mais educação e trabalho dentro do sistema prisional são essenciais para melhorar a situação dos presos”. Como fazer isso se a maioria é contra investir dinheiro público nos presídios? Privatizar? A população está rachada sobre essa possibilidade: 35% discordam, 29% concordam e 36% nem concordam nem discordam. Talvez porque houve rebeliões violentas também em presídios privatizados.

A falta de consenso sobre como tratar o problema, sobre quais são suas causas e sobre quem deve liderar o processo para encontrar soluções abre uma avenida para quem trafega pelas saídas fáceis. O bordão “bandido bom é bandido morto” tem a concordância de 48% dos entrevistados (46% discordam, o resto não sabe). Do mesmo modo, 54% concordam que a polícia deve invadir presídios rebelados sem negociar primeiro.

Há quem defenda que invasão e massacre no Carandiru em São Paulo serviram de munição para o PCC – a organização criminosa que busca dominar presídios em todo o País e está na origem de muitas rebeliões. Em oposição à expansão do crime organizado, multiplicam-se as candidaturas e a popularidade de ex-policiais e ex-militares que defendem a linha dura contra os presos.

A falta de debate e o desinteresse do público permitem às autoridades tirar o problema da agenda de prioridades. Bom para quem, de um jeito ou de outro, se alimenta da falta de solução.

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