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Em meio à crise hídrica, Sabesp vê 'fartura' de água e dispensa 'economia excessiva'


Presidente da empresa fala em sofrimento desnecessário da população, mas declarações evidenciam preocupação com queda na receita da companhia

Por Julia Duailibi

Em evento na Fiesp na terça-feira, o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, disse haver regiões no Estado em que não existe a necessidade de poupar água. Afirmou ainda que "ninguém quer dar um incentivo à população a economizar excessivamente".

"Estamos discutindo. Vamos eliminar o bônus onde não tem necessidade de economizar. Ninguém quer sacrificar. Ninguém quer dar um incentivo à população a economizar excessivamente", declarou Kelman. "Ninguém quer que alguém sofra se não for necessário. Então, a sinalização de que a água é escassa em alguns lugares começa a deixar de ser necessário", afirmou o presidente da Sabesp ao citar a região da bacia do Piracicaba como um dos locais onde deve deixar de valer o desconto na conta de água para quem diminuir o consumo.

A declaração de Kelman passou quase batida. Mas é chocante que o presidente da Sabesp diga que "a sinalização de que a água é escassa em alguns lugares começa a deixar de valer". Não. Água continua sendo escassa, é um bem finito. Portanto, a "sinalização" a qual ele se refere deveria continuar valendo. Deveria ser uma política permanente, se não quiser contar com a ajuda de São Pedro. "Sinalizar" que a água tem de ser poupada é política pública das mais óbvias, principalmente depois do sistema de abastecimento do Estado ter praticamente entrado em colapso - isso se ainda não entrar.

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Por outro lado, o próprio presidente da Sabesp admitiu que "usar água com parcimônia é uma receita para sempre". Então, por que não manter o bônus para incentivar as pessoas a adotarem essa "receita para sempre"? O próprio governo paulista sempre disse que mexer no bolso da população era a melhor forma de levar as pessoas a pouparem.

As declarações de Kelman parecem ter relação com a situação financeira da Sabesp, e não com uma suposta preocupação com o "sofrimento" a que estaria submetida a população com a economia de água. Em 2014, a empresa implementou a política de concessão de desconto de até 30% na conta de quem poupasse 20%. Isso derrubou a receita da Sabesp em R$ 1,5 bilhão. Em março, a companhia pediu autorização à Arsesp para reajustar a tarifa numa tentativa de arrumar o caixa.

A empresa vive da venda de água. Se incentivar a economia, menos água vende, menos receita tem e menos lucro distribui para os acionistas. Kelman disse que uma coisa não tem a ver com a outra. "Isso não é um dos motivos. O que talvez faça sentido é eliminar o bônus onde ele não é necessário. Há áreas em que há fartura de água", votou a dizer.

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Apesar da negativa de Kelman, as demonstrações financeiras da empresa parecem ainda ditar a política da Sabesp. Em tempos de fartura e em tempos de escassez.

 

Em evento na Fiesp na terça-feira, o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, disse haver regiões no Estado em que não existe a necessidade de poupar água. Afirmou ainda que "ninguém quer dar um incentivo à população a economizar excessivamente".

"Estamos discutindo. Vamos eliminar o bônus onde não tem necessidade de economizar. Ninguém quer sacrificar. Ninguém quer dar um incentivo à população a economizar excessivamente", declarou Kelman. "Ninguém quer que alguém sofra se não for necessário. Então, a sinalização de que a água é escassa em alguns lugares começa a deixar de ser necessário", afirmou o presidente da Sabesp ao citar a região da bacia do Piracicaba como um dos locais onde deve deixar de valer o desconto na conta de água para quem diminuir o consumo.

A declaração de Kelman passou quase batida. Mas é chocante que o presidente da Sabesp diga que "a sinalização de que a água é escassa em alguns lugares começa a deixar de valer". Não. Água continua sendo escassa, é um bem finito. Portanto, a "sinalização" a qual ele se refere deveria continuar valendo. Deveria ser uma política permanente, se não quiser contar com a ajuda de São Pedro. "Sinalizar" que a água tem de ser poupada é política pública das mais óbvias, principalmente depois do sistema de abastecimento do Estado ter praticamente entrado em colapso - isso se ainda não entrar.

Por outro lado, o próprio presidente da Sabesp admitiu que "usar água com parcimônia é uma receita para sempre". Então, por que não manter o bônus para incentivar as pessoas a adotarem essa "receita para sempre"? O próprio governo paulista sempre disse que mexer no bolso da população era a melhor forma de levar as pessoas a pouparem.

As declarações de Kelman parecem ter relação com a situação financeira da Sabesp, e não com uma suposta preocupação com o "sofrimento" a que estaria submetida a população com a economia de água. Em 2014, a empresa implementou a política de concessão de desconto de até 30% na conta de quem poupasse 20%. Isso derrubou a receita da Sabesp em R$ 1,5 bilhão. Em março, a companhia pediu autorização à Arsesp para reajustar a tarifa numa tentativa de arrumar o caixa.

A empresa vive da venda de água. Se incentivar a economia, menos água vende, menos receita tem e menos lucro distribui para os acionistas. Kelman disse que uma coisa não tem a ver com a outra. "Isso não é um dos motivos. O que talvez faça sentido é eliminar o bônus onde ele não é necessário. Há áreas em que há fartura de água", votou a dizer.

Apesar da negativa de Kelman, as demonstrações financeiras da empresa parecem ainda ditar a política da Sabesp. Em tempos de fartura e em tempos de escassez.

 

Em evento na Fiesp na terça-feira, o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, disse haver regiões no Estado em que não existe a necessidade de poupar água. Afirmou ainda que "ninguém quer dar um incentivo à população a economizar excessivamente".

"Estamos discutindo. Vamos eliminar o bônus onde não tem necessidade de economizar. Ninguém quer sacrificar. Ninguém quer dar um incentivo à população a economizar excessivamente", declarou Kelman. "Ninguém quer que alguém sofra se não for necessário. Então, a sinalização de que a água é escassa em alguns lugares começa a deixar de ser necessário", afirmou o presidente da Sabesp ao citar a região da bacia do Piracicaba como um dos locais onde deve deixar de valer o desconto na conta de água para quem diminuir o consumo.

A declaração de Kelman passou quase batida. Mas é chocante que o presidente da Sabesp diga que "a sinalização de que a água é escassa em alguns lugares começa a deixar de valer". Não. Água continua sendo escassa, é um bem finito. Portanto, a "sinalização" a qual ele se refere deveria continuar valendo. Deveria ser uma política permanente, se não quiser contar com a ajuda de São Pedro. "Sinalizar" que a água tem de ser poupada é política pública das mais óbvias, principalmente depois do sistema de abastecimento do Estado ter praticamente entrado em colapso - isso se ainda não entrar.

Por outro lado, o próprio presidente da Sabesp admitiu que "usar água com parcimônia é uma receita para sempre". Então, por que não manter o bônus para incentivar as pessoas a adotarem essa "receita para sempre"? O próprio governo paulista sempre disse que mexer no bolso da população era a melhor forma de levar as pessoas a pouparem.

As declarações de Kelman parecem ter relação com a situação financeira da Sabesp, e não com uma suposta preocupação com o "sofrimento" a que estaria submetida a população com a economia de água. Em 2014, a empresa implementou a política de concessão de desconto de até 30% na conta de quem poupasse 20%. Isso derrubou a receita da Sabesp em R$ 1,5 bilhão. Em março, a companhia pediu autorização à Arsesp para reajustar a tarifa numa tentativa de arrumar o caixa.

A empresa vive da venda de água. Se incentivar a economia, menos água vende, menos receita tem e menos lucro distribui para os acionistas. Kelman disse que uma coisa não tem a ver com a outra. "Isso não é um dos motivos. O que talvez faça sentido é eliminar o bônus onde ele não é necessário. Há áreas em que há fartura de água", votou a dizer.

Apesar da negativa de Kelman, as demonstrações financeiras da empresa parecem ainda ditar a política da Sabesp. Em tempos de fartura e em tempos de escassez.

 

Em evento na Fiesp na terça-feira, o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, disse haver regiões no Estado em que não existe a necessidade de poupar água. Afirmou ainda que "ninguém quer dar um incentivo à população a economizar excessivamente".

"Estamos discutindo. Vamos eliminar o bônus onde não tem necessidade de economizar. Ninguém quer sacrificar. Ninguém quer dar um incentivo à população a economizar excessivamente", declarou Kelman. "Ninguém quer que alguém sofra se não for necessário. Então, a sinalização de que a água é escassa em alguns lugares começa a deixar de ser necessário", afirmou o presidente da Sabesp ao citar a região da bacia do Piracicaba como um dos locais onde deve deixar de valer o desconto na conta de água para quem diminuir o consumo.

A declaração de Kelman passou quase batida. Mas é chocante que o presidente da Sabesp diga que "a sinalização de que a água é escassa em alguns lugares começa a deixar de valer". Não. Água continua sendo escassa, é um bem finito. Portanto, a "sinalização" a qual ele se refere deveria continuar valendo. Deveria ser uma política permanente, se não quiser contar com a ajuda de São Pedro. "Sinalizar" que a água tem de ser poupada é política pública das mais óbvias, principalmente depois do sistema de abastecimento do Estado ter praticamente entrado em colapso - isso se ainda não entrar.

Por outro lado, o próprio presidente da Sabesp admitiu que "usar água com parcimônia é uma receita para sempre". Então, por que não manter o bônus para incentivar as pessoas a adotarem essa "receita para sempre"? O próprio governo paulista sempre disse que mexer no bolso da população era a melhor forma de levar as pessoas a pouparem.

As declarações de Kelman parecem ter relação com a situação financeira da Sabesp, e não com uma suposta preocupação com o "sofrimento" a que estaria submetida a população com a economia de água. Em 2014, a empresa implementou a política de concessão de desconto de até 30% na conta de quem poupasse 20%. Isso derrubou a receita da Sabesp em R$ 1,5 bilhão. Em março, a companhia pediu autorização à Arsesp para reajustar a tarifa numa tentativa de arrumar o caixa.

A empresa vive da venda de água. Se incentivar a economia, menos água vende, menos receita tem e menos lucro distribui para os acionistas. Kelman disse que uma coisa não tem a ver com a outra. "Isso não é um dos motivos. O que talvez faça sentido é eliminar o bônus onde ele não é necessário. Há áreas em que há fartura de água", votou a dizer.

Apesar da negativa de Kelman, as demonstrações financeiras da empresa parecem ainda ditar a política da Sabesp. Em tempos de fartura e em tempos de escassez.

 

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