Lula e Chávez 'cacarejam juntos' na América do Sul, diz jornal


Jornais em espanhol destacam idéia de criação da 'Otan do sul' no subcontinente.

Por Da BBC Brasil

Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Venezuela, Hugo Chávez, são aliados que "cacarejam juntos" na América do Sul, afirma uma reportagem do jornal argentino Página 12 nesta quinta-feira. O artigo noticia a reunião entre os dois presidentes na cidade de Recife, onde trataram de temas como segurança regional, parcerias energéticas e a entrada da Venezuela no Mercosul. Uma das iniciativas discutidas foi a de criar um conselho sul-americano de defesa, apelidado de "Otan do sul". O Página 12 abordou a aliança a partir de uma declaração do próprio Chávez. O presidente disse que a idéia da "Otan do sul" havia sido proposta por ele em 1999. "Eu era um galo solitário (na época)", brincou Chávez, explicando por que a proposta não foi para frente. "Agora somos vários galos e galinhas." Em 1999, nem o presidente Lula nem outros líderes de esquerda - como o boliviano Evo Morales, o equatoriano Rafael Correa e a argentina Cristina Kirchner - haviam chegado ao poder. Apesar da aparente afinidade, porém, o Página 12 lembra que a idéia de uma "Otan do sul" não satisfaz a todos. A matéria diz que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, demonstrou seu desgosto em se referir assim à aliança. "À diferença de São Paulo (sic), Caracas quer que o Conselho adote uma nova doutrina militar. Isto implicaria excluir Washington dos exercícios conjuntos, incluí-la como potencial inimiga na hipótese de conflito e constituir Forças Armadas populares e 'bolivarianizar' as estatais." Outros jornais O tema também foi destaque em outros jornais voltados para os leitores hispano-americanos. O espanhol El Mundo lembrou que a proposta da Otan é similar à que o presidente equatoriano, Rafael Correa, apresentou na República Dominicana ao solicitar um "Exército de paz" para resguardar a fronteira com a Colômbia. "Analistas militares opinam que a criação deste conselho tentaria substituir a Organização dos Estados Americanos (OEA) e as Nações Unidas como mecanismo de consulta de aspectos militares e de segurança regional", afirma o diário espanhol. Já o argentino Clarín lembrou outros tópicos tratados na reunião entre Lula e Chávez. Um deles foi a possível entrada da Venezuela no Mercosul, ainda travada no Congresso Nacional em Brasília. O diário de Buenos Aires afirma que, para ter a Venezuela no bloco, "Lula conta agora com um apoio que era esquivo: os grandes empresários de São Paulo, que querem ver Caracas como membro ativo do bloco do sul". "A razão é clara: com os Estados Unidos à beira de uma recessão, o Brasil precisa rapidamente buscar mercados alternativos para seus produtos - agrícolas ou industriais - para aliviar a pressão da diminuição do mercado americano." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Venezuela, Hugo Chávez, são aliados que "cacarejam juntos" na América do Sul, afirma uma reportagem do jornal argentino Página 12 nesta quinta-feira. O artigo noticia a reunião entre os dois presidentes na cidade de Recife, onde trataram de temas como segurança regional, parcerias energéticas e a entrada da Venezuela no Mercosul. Uma das iniciativas discutidas foi a de criar um conselho sul-americano de defesa, apelidado de "Otan do sul". O Página 12 abordou a aliança a partir de uma declaração do próprio Chávez. O presidente disse que a idéia da "Otan do sul" havia sido proposta por ele em 1999. "Eu era um galo solitário (na época)", brincou Chávez, explicando por que a proposta não foi para frente. "Agora somos vários galos e galinhas." Em 1999, nem o presidente Lula nem outros líderes de esquerda - como o boliviano Evo Morales, o equatoriano Rafael Correa e a argentina Cristina Kirchner - haviam chegado ao poder. Apesar da aparente afinidade, porém, o Página 12 lembra que a idéia de uma "Otan do sul" não satisfaz a todos. A matéria diz que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, demonstrou seu desgosto em se referir assim à aliança. "À diferença de São Paulo (sic), Caracas quer que o Conselho adote uma nova doutrina militar. Isto implicaria excluir Washington dos exercícios conjuntos, incluí-la como potencial inimiga na hipótese de conflito e constituir Forças Armadas populares e 'bolivarianizar' as estatais." Outros jornais O tema também foi destaque em outros jornais voltados para os leitores hispano-americanos. O espanhol El Mundo lembrou que a proposta da Otan é similar à que o presidente equatoriano, Rafael Correa, apresentou na República Dominicana ao solicitar um "Exército de paz" para resguardar a fronteira com a Colômbia. "Analistas militares opinam que a criação deste conselho tentaria substituir a Organização dos Estados Americanos (OEA) e as Nações Unidas como mecanismo de consulta de aspectos militares e de segurança regional", afirma o diário espanhol. Já o argentino Clarín lembrou outros tópicos tratados na reunião entre Lula e Chávez. Um deles foi a possível entrada da Venezuela no Mercosul, ainda travada no Congresso Nacional em Brasília. O diário de Buenos Aires afirma que, para ter a Venezuela no bloco, "Lula conta agora com um apoio que era esquivo: os grandes empresários de São Paulo, que querem ver Caracas como membro ativo do bloco do sul". "A razão é clara: com os Estados Unidos à beira de uma recessão, o Brasil precisa rapidamente buscar mercados alternativos para seus produtos - agrícolas ou industriais - para aliviar a pressão da diminuição do mercado americano." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Venezuela, Hugo Chávez, são aliados que "cacarejam juntos" na América do Sul, afirma uma reportagem do jornal argentino Página 12 nesta quinta-feira. O artigo noticia a reunião entre os dois presidentes na cidade de Recife, onde trataram de temas como segurança regional, parcerias energéticas e a entrada da Venezuela no Mercosul. Uma das iniciativas discutidas foi a de criar um conselho sul-americano de defesa, apelidado de "Otan do sul". O Página 12 abordou a aliança a partir de uma declaração do próprio Chávez. O presidente disse que a idéia da "Otan do sul" havia sido proposta por ele em 1999. "Eu era um galo solitário (na época)", brincou Chávez, explicando por que a proposta não foi para frente. "Agora somos vários galos e galinhas." Em 1999, nem o presidente Lula nem outros líderes de esquerda - como o boliviano Evo Morales, o equatoriano Rafael Correa e a argentina Cristina Kirchner - haviam chegado ao poder. Apesar da aparente afinidade, porém, o Página 12 lembra que a idéia de uma "Otan do sul" não satisfaz a todos. A matéria diz que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, demonstrou seu desgosto em se referir assim à aliança. "À diferença de São Paulo (sic), Caracas quer que o Conselho adote uma nova doutrina militar. Isto implicaria excluir Washington dos exercícios conjuntos, incluí-la como potencial inimiga na hipótese de conflito e constituir Forças Armadas populares e 'bolivarianizar' as estatais." Outros jornais O tema também foi destaque em outros jornais voltados para os leitores hispano-americanos. O espanhol El Mundo lembrou que a proposta da Otan é similar à que o presidente equatoriano, Rafael Correa, apresentou na República Dominicana ao solicitar um "Exército de paz" para resguardar a fronteira com a Colômbia. "Analistas militares opinam que a criação deste conselho tentaria substituir a Organização dos Estados Americanos (OEA) e as Nações Unidas como mecanismo de consulta de aspectos militares e de segurança regional", afirma o diário espanhol. Já o argentino Clarín lembrou outros tópicos tratados na reunião entre Lula e Chávez. Um deles foi a possível entrada da Venezuela no Mercosul, ainda travada no Congresso Nacional em Brasília. O diário de Buenos Aires afirma que, para ter a Venezuela no bloco, "Lula conta agora com um apoio que era esquivo: os grandes empresários de São Paulo, que querem ver Caracas como membro ativo do bloco do sul". "A razão é clara: com os Estados Unidos à beira de uma recessão, o Brasil precisa rapidamente buscar mercados alternativos para seus produtos - agrícolas ou industriais - para aliviar a pressão da diminuição do mercado americano." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Venezuela, Hugo Chávez, são aliados que "cacarejam juntos" na América do Sul, afirma uma reportagem do jornal argentino Página 12 nesta quinta-feira. O artigo noticia a reunião entre os dois presidentes na cidade de Recife, onde trataram de temas como segurança regional, parcerias energéticas e a entrada da Venezuela no Mercosul. Uma das iniciativas discutidas foi a de criar um conselho sul-americano de defesa, apelidado de "Otan do sul". O Página 12 abordou a aliança a partir de uma declaração do próprio Chávez. O presidente disse que a idéia da "Otan do sul" havia sido proposta por ele em 1999. "Eu era um galo solitário (na época)", brincou Chávez, explicando por que a proposta não foi para frente. "Agora somos vários galos e galinhas." Em 1999, nem o presidente Lula nem outros líderes de esquerda - como o boliviano Evo Morales, o equatoriano Rafael Correa e a argentina Cristina Kirchner - haviam chegado ao poder. Apesar da aparente afinidade, porém, o Página 12 lembra que a idéia de uma "Otan do sul" não satisfaz a todos. A matéria diz que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, demonstrou seu desgosto em se referir assim à aliança. "À diferença de São Paulo (sic), Caracas quer que o Conselho adote uma nova doutrina militar. Isto implicaria excluir Washington dos exercícios conjuntos, incluí-la como potencial inimiga na hipótese de conflito e constituir Forças Armadas populares e 'bolivarianizar' as estatais." Outros jornais O tema também foi destaque em outros jornais voltados para os leitores hispano-americanos. O espanhol El Mundo lembrou que a proposta da Otan é similar à que o presidente equatoriano, Rafael Correa, apresentou na República Dominicana ao solicitar um "Exército de paz" para resguardar a fronteira com a Colômbia. "Analistas militares opinam que a criação deste conselho tentaria substituir a Organização dos Estados Americanos (OEA) e as Nações Unidas como mecanismo de consulta de aspectos militares e de segurança regional", afirma o diário espanhol. Já o argentino Clarín lembrou outros tópicos tratados na reunião entre Lula e Chávez. Um deles foi a possível entrada da Venezuela no Mercosul, ainda travada no Congresso Nacional em Brasília. O diário de Buenos Aires afirma que, para ter a Venezuela no bloco, "Lula conta agora com um apoio que era esquivo: os grandes empresários de São Paulo, que querem ver Caracas como membro ativo do bloco do sul". "A razão é clara: com os Estados Unidos à beira de uma recessão, o Brasil precisa rapidamente buscar mercados alternativos para seus produtos - agrícolas ou industriais - para aliviar a pressão da diminuição do mercado americano." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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