O mês de abril registrou a menor atividade industrial da história recente de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O levantamento, ao qual a Coluna teve acesso, mostra que todos os Indicadores Industriais registraram quedas sem precedentes. O resultado reflete o agravamento da crise causada pela pandemia do coronavírus.
Segundo a entidade, o emprego no setor foi o menor desde 2004, com uma redução de 2,3% em abril na comparação com o mês anterior, considerando a série livre de efeitos sazonais. Nos últimos três meses, o emprego no setor reduziu 2,9%.
Os salários pagos também tiveram redução de 9,5% na comparação entre abril e março, sendo que a massa salarial paga em abril deste ano é a menor desde abril de 2006. O rendimento médio real pago aos trabalhadores teve queda de 6,6% na comparação entre os dois meses.
O isolamento social, que vigorou durante todo o mês de abril, também provocou uma diminuição intensa da demanda em relação a março, quando o endurecimento das regras de circulação de pessoas entrou em vigor a partir da segunda quinzena.
Abril também registrou o menor número de horas trabalhadas na produção, significando uma redução de 19,4% em relação ao mês anterior, e a maior ociosidade do parque produtivo de toda a série histórica, iniciada em 2003. Ambos os fatores foram causados pela queda de 23,3% no faturamento de abril em relação a março (na série livre de influências sazonais). Foi o segundo mês seguido de impacto neste quesito, acumulando nestes dois meses 26,6% de redução.
A utilização da capacidade instalada caiu 6,6 pontos percentuais na comparação entre os dois meses (que somam uma queda de 9,2 pontos percentuais), chegando a 69,6%. É a primeira vez que que este percentual fica abaixo dos 70% para a média da indústria.