O cardiologista Marcelo Queiroga mal chegou ao Ministério da Saúde e já fez um gesto para aparar arestas com parlamentares do Centrão. Depois de confirmado seu nome para suceder Eduardo Pazuello na pasta, Queiroga se encontrou com deputados do PP, PL e PSDB na noite de segunda-feira, 15.
A indicação do cardiologista pelo presidente da República causou mal estar no Centrão, porque Jair Bolsonaro desconsiderou dois nomes propostos pelo Congresso: da médica Ludhmila Hajjar, levada pela mão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do deputado Dr. Luizinho (PP-RJ), indicado pelo PP. Já Queiroga foi indicado pelo filho do presidente senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
Segundo relatos, Queiroga teria se mostrado descontraído e bem intencionado, mas ainda um pouco perdido sobre como proceder à frente da pasta. Apesar de ter agradado aos presentes, um deles comparou-o, à Coluna, ao ex-ministro Nelson Teich.
O novo ministro foi aconselhado a não seguir o discurso negacionista e a dar prioridade à compra de vacina. Queiroga teria dito que o ministério vai defender o uso da máscara e a vacinação.
Queiroga gravou um vídeo ao lado do deputado Hiran Gonçalves, que também é médico."Recebi uma determinação do presidente da República para trabalhar em parceria com os conselhos, secretários municipais, os secretários estaduais, e com a classe política, que é quem tem contato direto com a população brasileira", afirmou o novo ministro.
Ao final da gravação, o cardiologista diz: "O remédio para essa situação é a Constituição Federal na veia". Gonçalves complementa: "E a vacina também".