'Não quis provocar ninguém', afirma vice-procurador geral Mariz Maia


Segundo na hierarquia do MPF, Mariz Maia diz que seus comentários sobre Lula e Bolsonaro não devem afetar Dodge

Por Teo Cury

Para o vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, comentários recentes feitos por ele sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o atual, Jair Bolsonaro, não deveriam atrapalhar as chances de sua chefe, a procuradora-geral, Raquel Dodge, ser reconduzida ao cargo. Segundo ele, espera-se do presidente “a grandeza” para entender “ruídos de comunicação e opiniões divergentes”, afirmou ao Estado

Em evento recente no Vaticano, o número dois do Ministério Público Federal disse que a prisão do petista causa “grande dor” ao País e a eleição de Bolsonaro traz “medo de retrocesso político para regimes militares”. O episódio foi criticado por Carlos Bolsonaro, filho do presidente, no Twitter. 

As declarações acrescentaram nova camada de polêmica ao já tumultuado processo para escolha do novo procurador-geral. Integrantes do MPF têm dito que Dodge não se candidatou por temer não ter votos para figurar na lista tríplice feita pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), e que, por isso, tenta conquistar por fora o apoio de Bolsonaro.

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Leia a entrevista:

O vice-procurador geral da República Luciano Mariz Maia em eventona Assembleia Legislativa da Paraíba Foto: Nyll Pereira/ALPB

Dodge disse que está à disposição, mas é criticada por não ter submetido seu nome à votação. 

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Ela sempre foi defensora da lista, mas essa lista (de agora) se afasta das anteriores. Alteraram há menos de um mês cerca de 20% do eleitorado. Foram excluídos aposentados que fazem parte da associação e incluídos colegas da ativa que não fazem. O ex-presidente da associação (o procurador José Robalinho), que a presidiu até 9 de maio, lançou-se candidato em frontal violação à Lei Complementar 75, que se trata de cargo para subprocuradores-gerais.

São movimentos que fazem com que essa lista seja diferente. Há dez candidatos, quatro sendo procuradores regionais da República. Isso nunca aconteceu. Nas nove edições anteriores, todas só tinham subprocuradores-gerais. 

Por isso Dodge decidiu não participar oficialmente?

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Ela não poderia agir de outro modo. Se participasse, poderia transmitir à Presidência, ao Senado e ao Brasil que um procurador regional seria ‘escolhível’. Isso violaria a lei. Ela não poderia ingressar em um processo cujo resultado possa ser uma indicação de violação à lei. 

Em que medida a lista ajuda? 

A lista ajuda o presidente, o Senado e a sociedade a conhecerem as ideias de quem pode exercer um cargo elevadíssimo. Mas, para quem nunca foi, essas ideias são promessas. Com alguém que já tenha exercido [ITALIC](caso de Dodge)[/ITALIC], você valida ou não o que foi feito. 

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Dodge tenta se viabilizar?

Tenho conhecimento de que a doutora Raquel tem permanecido em absoluta concentração no exercício de seu mandato porque não pode envolver-se na decisão de sua própria sucessão. Ela é de uma correção e de uma ética que a impedem de fazer qualquer iniciativa no sentido de exercer influência sobre a escolha do presidente. Ela disse que não tem (se movimentado) e eu, pessoalmente, como costumo dizer, ‘o segundo dela’, também adoto rigorosamente a mesma conduta. 

Em evento no Vaticano, o sr. disse que o caso de Lula causa “grande dor" ao País e que a eleição de Bolsonaro traz “medo de retrocesso político para regimes militares”.

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Fui em nome da Procuradoria participar de um evento científico. Um encontro de cúpula de juízes da região latino-americana para falar sobre direitos econômicos e sociais na perspectiva da doutrina franciscana. Um dos juízes fez uma proposição para a criação de um tribunal internacional contra corrupção. Houve manifestações. Fiz a comunicação brevíssima onde narrei fatos sem qualquer juízo de valor. Estava me dirigindo a estrangeiros que não acompanham o nosso cotidiano e tive o cuidado de esclarecer fatos e situações. 

O sr. conversou com Raquel Dodge sobre sua fala no evento?

Não tive a oportunidade, mas conversaremos sobre isso. Ela sabe que procuro me conduzir com sentido ético e de justiça. O que eu precisarei é contextualizar. Há uma expressão básica na hora de trabalhar com direitos humanos: é preciso aprender a ter compaixão, colocar-se no lugar da outra pessoa, sentir a dor do outro. 

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Por isso o sr. falou de Lula?

É um ex-presidente. Disse que testemunho que as pessoas sentem essa dor, que sofrem com isso. Transcendo essa questão da política, interpreto a Constituição e as leis e me pronuncio sobre os fatos. Do mesmo modo como há um ano eu apanhei do PT e hoje eu apanho dos opositores ao PT. Não quis provocar ninguém. 

O sr. acha que sua fala pode atrapalhar Dodge? 

Esse cargo de procurador-geral é muito grande. O cargo de presidente é muito maior. Quem está no exercício desses cargos precisa ter grandeza que exceda aos próprios cargos, capacidade de entender que certas situações de ruídos de comunicação e opiniões divergentes podem ser dadas, acontecem. E alguém que se coloca para engrandecer os cargos aprende com ideias que sejam diferentes das suas, porque passam a ver um novo modo de ver o que não

Para o vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, comentários recentes feitos por ele sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o atual, Jair Bolsonaro, não deveriam atrapalhar as chances de sua chefe, a procuradora-geral, Raquel Dodge, ser reconduzida ao cargo. Segundo ele, espera-se do presidente “a grandeza” para entender “ruídos de comunicação e opiniões divergentes”, afirmou ao Estado

Em evento recente no Vaticano, o número dois do Ministério Público Federal disse que a prisão do petista causa “grande dor” ao País e a eleição de Bolsonaro traz “medo de retrocesso político para regimes militares”. O episódio foi criticado por Carlos Bolsonaro, filho do presidente, no Twitter. 

As declarações acrescentaram nova camada de polêmica ao já tumultuado processo para escolha do novo procurador-geral. Integrantes do MPF têm dito que Dodge não se candidatou por temer não ter votos para figurar na lista tríplice feita pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), e que, por isso, tenta conquistar por fora o apoio de Bolsonaro.

Leia a entrevista:

O vice-procurador geral da República Luciano Mariz Maia em eventona Assembleia Legislativa da Paraíba Foto: Nyll Pereira/ALPB

Dodge disse que está à disposição, mas é criticada por não ter submetido seu nome à votação. 

Ela sempre foi defensora da lista, mas essa lista (de agora) se afasta das anteriores. Alteraram há menos de um mês cerca de 20% do eleitorado. Foram excluídos aposentados que fazem parte da associação e incluídos colegas da ativa que não fazem. O ex-presidente da associação (o procurador José Robalinho), que a presidiu até 9 de maio, lançou-se candidato em frontal violação à Lei Complementar 75, que se trata de cargo para subprocuradores-gerais.

São movimentos que fazem com que essa lista seja diferente. Há dez candidatos, quatro sendo procuradores regionais da República. Isso nunca aconteceu. Nas nove edições anteriores, todas só tinham subprocuradores-gerais. 

Por isso Dodge decidiu não participar oficialmente?

Ela não poderia agir de outro modo. Se participasse, poderia transmitir à Presidência, ao Senado e ao Brasil que um procurador regional seria ‘escolhível’. Isso violaria a lei. Ela não poderia ingressar em um processo cujo resultado possa ser uma indicação de violação à lei. 

Em que medida a lista ajuda? 

A lista ajuda o presidente, o Senado e a sociedade a conhecerem as ideias de quem pode exercer um cargo elevadíssimo. Mas, para quem nunca foi, essas ideias são promessas. Com alguém que já tenha exercido [ITALIC](caso de Dodge)[/ITALIC], você valida ou não o que foi feito. 

Dodge tenta se viabilizar?

Tenho conhecimento de que a doutora Raquel tem permanecido em absoluta concentração no exercício de seu mandato porque não pode envolver-se na decisão de sua própria sucessão. Ela é de uma correção e de uma ética que a impedem de fazer qualquer iniciativa no sentido de exercer influência sobre a escolha do presidente. Ela disse que não tem (se movimentado) e eu, pessoalmente, como costumo dizer, ‘o segundo dela’, também adoto rigorosamente a mesma conduta. 

Em evento no Vaticano, o sr. disse que o caso de Lula causa “grande dor" ao País e que a eleição de Bolsonaro traz “medo de retrocesso político para regimes militares”.

Fui em nome da Procuradoria participar de um evento científico. Um encontro de cúpula de juízes da região latino-americana para falar sobre direitos econômicos e sociais na perspectiva da doutrina franciscana. Um dos juízes fez uma proposição para a criação de um tribunal internacional contra corrupção. Houve manifestações. Fiz a comunicação brevíssima onde narrei fatos sem qualquer juízo de valor. Estava me dirigindo a estrangeiros que não acompanham o nosso cotidiano e tive o cuidado de esclarecer fatos e situações. 

O sr. conversou com Raquel Dodge sobre sua fala no evento?

Não tive a oportunidade, mas conversaremos sobre isso. Ela sabe que procuro me conduzir com sentido ético e de justiça. O que eu precisarei é contextualizar. Há uma expressão básica na hora de trabalhar com direitos humanos: é preciso aprender a ter compaixão, colocar-se no lugar da outra pessoa, sentir a dor do outro. 

Por isso o sr. falou de Lula?

É um ex-presidente. Disse que testemunho que as pessoas sentem essa dor, que sofrem com isso. Transcendo essa questão da política, interpreto a Constituição e as leis e me pronuncio sobre os fatos. Do mesmo modo como há um ano eu apanhei do PT e hoje eu apanho dos opositores ao PT. Não quis provocar ninguém. 

O sr. acha que sua fala pode atrapalhar Dodge? 

Esse cargo de procurador-geral é muito grande. O cargo de presidente é muito maior. Quem está no exercício desses cargos precisa ter grandeza que exceda aos próprios cargos, capacidade de entender que certas situações de ruídos de comunicação e opiniões divergentes podem ser dadas, acontecem. E alguém que se coloca para engrandecer os cargos aprende com ideias que sejam diferentes das suas, porque passam a ver um novo modo de ver o que não

Para o vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, comentários recentes feitos por ele sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o atual, Jair Bolsonaro, não deveriam atrapalhar as chances de sua chefe, a procuradora-geral, Raquel Dodge, ser reconduzida ao cargo. Segundo ele, espera-se do presidente “a grandeza” para entender “ruídos de comunicação e opiniões divergentes”, afirmou ao Estado

Em evento recente no Vaticano, o número dois do Ministério Público Federal disse que a prisão do petista causa “grande dor” ao País e a eleição de Bolsonaro traz “medo de retrocesso político para regimes militares”. O episódio foi criticado por Carlos Bolsonaro, filho do presidente, no Twitter. 

As declarações acrescentaram nova camada de polêmica ao já tumultuado processo para escolha do novo procurador-geral. Integrantes do MPF têm dito que Dodge não se candidatou por temer não ter votos para figurar na lista tríplice feita pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), e que, por isso, tenta conquistar por fora o apoio de Bolsonaro.

Leia a entrevista:

O vice-procurador geral da República Luciano Mariz Maia em eventona Assembleia Legislativa da Paraíba Foto: Nyll Pereira/ALPB

Dodge disse que está à disposição, mas é criticada por não ter submetido seu nome à votação. 

Ela sempre foi defensora da lista, mas essa lista (de agora) se afasta das anteriores. Alteraram há menos de um mês cerca de 20% do eleitorado. Foram excluídos aposentados que fazem parte da associação e incluídos colegas da ativa que não fazem. O ex-presidente da associação (o procurador José Robalinho), que a presidiu até 9 de maio, lançou-se candidato em frontal violação à Lei Complementar 75, que se trata de cargo para subprocuradores-gerais.

São movimentos que fazem com que essa lista seja diferente. Há dez candidatos, quatro sendo procuradores regionais da República. Isso nunca aconteceu. Nas nove edições anteriores, todas só tinham subprocuradores-gerais. 

Por isso Dodge decidiu não participar oficialmente?

Ela não poderia agir de outro modo. Se participasse, poderia transmitir à Presidência, ao Senado e ao Brasil que um procurador regional seria ‘escolhível’. Isso violaria a lei. Ela não poderia ingressar em um processo cujo resultado possa ser uma indicação de violação à lei. 

Em que medida a lista ajuda? 

A lista ajuda o presidente, o Senado e a sociedade a conhecerem as ideias de quem pode exercer um cargo elevadíssimo. Mas, para quem nunca foi, essas ideias são promessas. Com alguém que já tenha exercido [ITALIC](caso de Dodge)[/ITALIC], você valida ou não o que foi feito. 

Dodge tenta se viabilizar?

Tenho conhecimento de que a doutora Raquel tem permanecido em absoluta concentração no exercício de seu mandato porque não pode envolver-se na decisão de sua própria sucessão. Ela é de uma correção e de uma ética que a impedem de fazer qualquer iniciativa no sentido de exercer influência sobre a escolha do presidente. Ela disse que não tem (se movimentado) e eu, pessoalmente, como costumo dizer, ‘o segundo dela’, também adoto rigorosamente a mesma conduta. 

Em evento no Vaticano, o sr. disse que o caso de Lula causa “grande dor" ao País e que a eleição de Bolsonaro traz “medo de retrocesso político para regimes militares”.

Fui em nome da Procuradoria participar de um evento científico. Um encontro de cúpula de juízes da região latino-americana para falar sobre direitos econômicos e sociais na perspectiva da doutrina franciscana. Um dos juízes fez uma proposição para a criação de um tribunal internacional contra corrupção. Houve manifestações. Fiz a comunicação brevíssima onde narrei fatos sem qualquer juízo de valor. Estava me dirigindo a estrangeiros que não acompanham o nosso cotidiano e tive o cuidado de esclarecer fatos e situações. 

O sr. conversou com Raquel Dodge sobre sua fala no evento?

Não tive a oportunidade, mas conversaremos sobre isso. Ela sabe que procuro me conduzir com sentido ético e de justiça. O que eu precisarei é contextualizar. Há uma expressão básica na hora de trabalhar com direitos humanos: é preciso aprender a ter compaixão, colocar-se no lugar da outra pessoa, sentir a dor do outro. 

Por isso o sr. falou de Lula?

É um ex-presidente. Disse que testemunho que as pessoas sentem essa dor, que sofrem com isso. Transcendo essa questão da política, interpreto a Constituição e as leis e me pronuncio sobre os fatos. Do mesmo modo como há um ano eu apanhei do PT e hoje eu apanho dos opositores ao PT. Não quis provocar ninguém. 

O sr. acha que sua fala pode atrapalhar Dodge? 

Esse cargo de procurador-geral é muito grande. O cargo de presidente é muito maior. Quem está no exercício desses cargos precisa ter grandeza que exceda aos próprios cargos, capacidade de entender que certas situações de ruídos de comunicação e opiniões divergentes podem ser dadas, acontecem. E alguém que se coloca para engrandecer os cargos aprende com ideias que sejam diferentes das suas, porque passam a ver um novo modo de ver o que não

Para o vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, comentários recentes feitos por ele sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o atual, Jair Bolsonaro, não deveriam atrapalhar as chances de sua chefe, a procuradora-geral, Raquel Dodge, ser reconduzida ao cargo. Segundo ele, espera-se do presidente “a grandeza” para entender “ruídos de comunicação e opiniões divergentes”, afirmou ao Estado

Em evento recente no Vaticano, o número dois do Ministério Público Federal disse que a prisão do petista causa “grande dor” ao País e a eleição de Bolsonaro traz “medo de retrocesso político para regimes militares”. O episódio foi criticado por Carlos Bolsonaro, filho do presidente, no Twitter. 

As declarações acrescentaram nova camada de polêmica ao já tumultuado processo para escolha do novo procurador-geral. Integrantes do MPF têm dito que Dodge não se candidatou por temer não ter votos para figurar na lista tríplice feita pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), e que, por isso, tenta conquistar por fora o apoio de Bolsonaro.

Leia a entrevista:

O vice-procurador geral da República Luciano Mariz Maia em eventona Assembleia Legislativa da Paraíba Foto: Nyll Pereira/ALPB

Dodge disse que está à disposição, mas é criticada por não ter submetido seu nome à votação. 

Ela sempre foi defensora da lista, mas essa lista (de agora) se afasta das anteriores. Alteraram há menos de um mês cerca de 20% do eleitorado. Foram excluídos aposentados que fazem parte da associação e incluídos colegas da ativa que não fazem. O ex-presidente da associação (o procurador José Robalinho), que a presidiu até 9 de maio, lançou-se candidato em frontal violação à Lei Complementar 75, que se trata de cargo para subprocuradores-gerais.

São movimentos que fazem com que essa lista seja diferente. Há dez candidatos, quatro sendo procuradores regionais da República. Isso nunca aconteceu. Nas nove edições anteriores, todas só tinham subprocuradores-gerais. 

Por isso Dodge decidiu não participar oficialmente?

Ela não poderia agir de outro modo. Se participasse, poderia transmitir à Presidência, ao Senado e ao Brasil que um procurador regional seria ‘escolhível’. Isso violaria a lei. Ela não poderia ingressar em um processo cujo resultado possa ser uma indicação de violação à lei. 

Em que medida a lista ajuda? 

A lista ajuda o presidente, o Senado e a sociedade a conhecerem as ideias de quem pode exercer um cargo elevadíssimo. Mas, para quem nunca foi, essas ideias são promessas. Com alguém que já tenha exercido [ITALIC](caso de Dodge)[/ITALIC], você valida ou não o que foi feito. 

Dodge tenta se viabilizar?

Tenho conhecimento de que a doutora Raquel tem permanecido em absoluta concentração no exercício de seu mandato porque não pode envolver-se na decisão de sua própria sucessão. Ela é de uma correção e de uma ética que a impedem de fazer qualquer iniciativa no sentido de exercer influência sobre a escolha do presidente. Ela disse que não tem (se movimentado) e eu, pessoalmente, como costumo dizer, ‘o segundo dela’, também adoto rigorosamente a mesma conduta. 

Em evento no Vaticano, o sr. disse que o caso de Lula causa “grande dor" ao País e que a eleição de Bolsonaro traz “medo de retrocesso político para regimes militares”.

Fui em nome da Procuradoria participar de um evento científico. Um encontro de cúpula de juízes da região latino-americana para falar sobre direitos econômicos e sociais na perspectiva da doutrina franciscana. Um dos juízes fez uma proposição para a criação de um tribunal internacional contra corrupção. Houve manifestações. Fiz a comunicação brevíssima onde narrei fatos sem qualquer juízo de valor. Estava me dirigindo a estrangeiros que não acompanham o nosso cotidiano e tive o cuidado de esclarecer fatos e situações. 

O sr. conversou com Raquel Dodge sobre sua fala no evento?

Não tive a oportunidade, mas conversaremos sobre isso. Ela sabe que procuro me conduzir com sentido ético e de justiça. O que eu precisarei é contextualizar. Há uma expressão básica na hora de trabalhar com direitos humanos: é preciso aprender a ter compaixão, colocar-se no lugar da outra pessoa, sentir a dor do outro. 

Por isso o sr. falou de Lula?

É um ex-presidente. Disse que testemunho que as pessoas sentem essa dor, que sofrem com isso. Transcendo essa questão da política, interpreto a Constituição e as leis e me pronuncio sobre os fatos. Do mesmo modo como há um ano eu apanhei do PT e hoje eu apanho dos opositores ao PT. Não quis provocar ninguém. 

O sr. acha que sua fala pode atrapalhar Dodge? 

Esse cargo de procurador-geral é muito grande. O cargo de presidente é muito maior. Quem está no exercício desses cargos precisa ter grandeza que exceda aos próprios cargos, capacidade de entender que certas situações de ruídos de comunicação e opiniões divergentes podem ser dadas, acontecem. E alguém que se coloca para engrandecer os cargos aprende com ideias que sejam diferentes das suas, porque passam a ver um novo modo de ver o que não

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