O ministro do STF Marco Aurélio Mello não tinha como não saber que habeas corpus que concedeu ao multicondenado Eduardo Cunha, o Caranguejo da Odebrecht, de nada valeria ao beneficiado, de vez que será mantido preso para cumprir mais duas penas por corrupção. Concedê-lo foi um truque para mostrar suas armas - a decisão autocrática - na cruzada em que combate, no Quinteto do Purgatório, com Toffoli, Gilmar, Lewandowski e Celso, para desafiar a jurisprudência determinada e confirmada por seis dos onze membros do colegiado, ao qual pertence, mas não respeita. Para tanto recorrem a um dispositivo constitucional que não existe, pois aquele se refere a "considerar culpado", e não a "prisão" ou "liberdade". Nada mais do que um truque rasteiro! Este é meu comentário no Estadão Notícias, no ar desde 6 horas da sexta-feira 29 de junho de 2018.