Direto ao assunto

Madame pé de chinelo


Truque de Dilma e Mônica de usar e-mail fictício para obstruir Justiça é indigno de presidente da República

Por José Neumanne
Dirceu é recebido em casa aos gritos de ladrão e com buzinaço Foto: Dida Sampaio/Estadão

A invenção do e-mail fictícia por Mônica Moura e Dilma Rousseff me provoca engulhos porque uma presidente da República no exercício do cargo não podia agir como uma malandra pé de chinelo usando expedientes clássicos de estelionato rasteira, similar à do que vendia bondes a incautos. Pode parecer ingênuo da minha parte. Afinal, eu não votei em Dilma, mas também me envergonho de ter votado em Aécio. É que o truquezinho vagabundo usado pelas duas choca pela pequenez e pela burrice. O ouvinte da Eldorado sabe que não prezo muito o bestunto de dona Dilma. Mas é calhorda demais inventar um sistema como o que as duas inventaram. E, sobretudo de uma burrice sesquipedal.

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(Comentário no Jornal Eldorado da Rádio Eldorado - FM 107,3 - na sexta-feira 5 de maio de 2017, às 7h30)

Para ouvir clique aqui e, em seguida, no play

Para ouvir Vai Trabalhar, Vagabundo, com Chico Buarque, clique no link abaixo:

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Eldorado 5 de maio de 2017

SONORA 0505 Dirceu

SONORA Vai trabalhar vagabundo Chico Buarque

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https://www.youtube.com/watch?v=61b3PA3pCqo

Que notícia mais lhe chamou atenção ontem?

Ontem, na hora do almoço, como na canção de Fagner e Belchior, vi a colega Andrea Sadi, que trabalhou na TV Estadão e hoje está na GloboNews, contar uma novidade que me estarreceu no Programa Estúdio I, de Maria Beltrão. De acordo com o relato obtido por ela, a mulher do marqueteiro João Santana, Mônica Moura, contou em depoimento ao ministro Herman Benjamin, relator do Tribunal Superior Eleitoral da ação do TSE contra a chapa Dilma-Temer na eleição de 2014 por abuso de poder político e econômico na sede do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia, que ela dividia com a ex-presidente Dilma Rousseff em 2015 um e-mail fictício pelo qual se comunicavam de uma forma original, bolada para evitar a invasão de hackers. As duas tinham a senha e escreviam rascunhos que não mandavam o que precisavam saber de forma secreta. Foi usando esse método que a ex-presidente lhe teria contado de forma cifrada que a Operação Lava Jato estava apertando o cerco contra ela e o marido. Segundo Mônica Moura, o tal e-mail foi criado porque Dilma estava preocupada com a evolução da Lava Jato e queria um canal de comunicação seguro com o casal. Monica, então, teria criado a tal conta.

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A comunicação funcionava da seguinte forma: os emails não eram enviados. Quando queriam se comunicar, escreviam e deixavam no rascunho. Liam, apagavam e respondiam no mesmo molde. Neste mail, os textos eram metáforas. Um dos exemplos dados por Monica aos investigadores da Lava Jato dizia que eles receberam uma mensagem de Dilma informando que seu amigo estava doente, em estado quase terminal, e que a mulher que sempre cuidou dele também estava doente. Para os marqueteiros, os amigos doentes eram eles e a mensagem cifrada era um recado de Dilma de que as investigações se aproximavam do casal. Segundo a GloboNews apurou, o computador com a conta de e-mail foi entregue aos investigadores da Lava Jato. Uma das preocupações do casal de marqueteiros antes de serem presos (mas cientes da ordem de prisão) era saber se o governo Dilma poderia evitar espetáculo na chegada deles ao país, já que eles estavam no exterior. Mas esta mensagem metafórica não teria sido respondida pela ex-presidente.

Na mesma ocasião em que vi a notícia fui informado pela repórter da nota oficial da protagonista da nota oficial da assessoria da Dilma, que agora aqui faço questão de reproduzir?

Sobre os depoimentos sigilosos prestados pelo casal João Santana e Monica Moura, nesta segunda-feira, 24 de abril, perante a Justiça Eleitoral, a Assessoria de Imprensa de Dilma Rousseff esclarece:1. João Santana e Monica Moura faltaram com a verdade no depoimento colhido pelo ministro relator Herman Benjamin, fazendo afirmações desprovidas de qualquer fundamento ou prova.

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  1. Dilma Rousseff nunca negociou diretamente quaisquer pagamentos em suas campanhas eleitorais, e sempre determinou expressamente a seus coordenadores de campanha que a legislação eleitoral fosse rigorosamente cumprida e respeitada.
  2. Tudo indica que o casal, por força da sua prisão por um longo período, tenha sido induzido a delatar fatos inexistentes, com o objetivo de ganhar sua liberdade e de atenuar as penas impostas por uma eventual condenação futura.
  3. As evidências demonstram que, pelos pagamentos declarados ao TSE pela campanha de Dilma Rousseff de 2014, João Santana e Monica Moura foram os profissionais de marketing mais bem pagos na história das eleições no Brasil, recebendo nada menos que R$ 70 milhões de reais.
  4. Desse modo, não havia e nunca houve qualquer razão ou motivo para que o casal recebesse nenhum centavo a mais pelos serviços prestados à campanha da reeleição, especialmente nos montantes pretendidos por Mônica Moura e muito menos por meio de pagamentos não contabilizados.
  5. A presidenta eleita Dilma Rousseff repudia, mais uma vez, o vazamento seletivo de trechos dos depoimentos, renovando a necessidade de rigorosa investigação pela Justiça Eleitoral, como a sua defesa denunciara em outra oportunidade.

ASSESSORIA DE IMPRENSA de DILMA ROUSSEFF

E por que essa notícia aparentemente banal o chocou tanto?

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Mais do que chocou, Haisem. Tive uma repugnância inusitada. Você poderá argumentar que já foram dadas notícias muito mais pesadas. Do ponto de vista da importância financeira, ficamos sabendo do pagamento de bilhões em propinas pelo Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht, que funcionava como uma central de propinas. Ainda ontem mesmo outra empreiteira gigante, a baiana como a Odebrecht, João Santana e Mônica Moura, informou ao juiz Sérgio Moro, da 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba e comandante da Operação Lava Jato, que também tinha um departamento desse tipo. Do ponto de vista da escatologia, o líder do governo no Senado, Romero Jucá, do PMDB do Amapá, já reivindicou que a suruba fosse igual para todos. E ontem, no mesmo tom, o ex-secretário de Saúde de Sérgio Cabral, Sérgio Côrtes, foi flagrado dizendo que a putaria deles devia continuar. De certa forma, isso tudo foi entrando na rotina. Até o fato de os cinco presidentes depois da redemocratização, José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, foram citados de forma desonrosa na lista da Odebrecht, que virou lista de Janot e depois lista do Fachin, o que é mais pornográfico do que qualquer palavrão. Ainda assim, a historinha banal de Mônica e Dilma me provocou mais engulhos porque uma presidente da República no exercício do cargo agiu como um malandro pé de chinelo usando expedientes clássicos da malandragem mais rasteira, similar a história do estelionatário que vendia bondes a incautos. Pode parecer ingênuo da minha parte. Afinal, eu não votei em Dilma, mas também me envergonho de ter votado em Aécio. Mas o truquezinho vagabundo usado pelas duas choca pela pequenez e pela burrice. O ouvinte da Eldorado sabe que não prezo muito o bestunto de dona Dilma. É calhorda demais inventar um sistema como o que as duas inventaram. Mas é sobretudo de uma burrice sesquipedal. Eu entendo que elas quisessem evitar hackers bisbilhotando, quem sabe até a Agência de Informação dos Estados Unidos no tempo de Obama ou os russos acusados de interferir nas eleições nos Estados Unidos e na Europa. Mas não havia um especialista em informática que informasse à presidente da República e sua operadora improvisada, que entregou o computador à policia, que tudo o que foi escrito nos rascunhos, mesmo não tendo sido enviados, poderá ser recuperado pelos policiais. Quanto ao crime de usar o cargo para avisar que a policia estava no encalce deles, já era da ciência de todos, só faltava ser revelado. Para completar o quadro, a nota de defesa da assessoria é patética.

Você se referiu aos ex-executivos da OAS que revelaram a existência de um departamento de propina em sua empresa. O que mais eles revelaram no depoimento de ontem ao juiz Sérgio Moro?

Agenor Franklin Medeiros descreveu para a força-tarefa da Lava Jato que existia na OAS o tal departamento da propina. Mas o mais grave foi o depoimento de Roberto Moreira Ferreira, que disse que o tal tríplex do edifício Solaris, no Guarujá, nunca foi vendido, porque sempre esteve reservado para a família do ex-presidente Lula. É claro que é apenas mais uma testemunha contando isso. É claro que a defesa do Lula já soltou uma nota para insistir na versão estapafúrdia de que o depoimento confirma sua tese de que o apartamento não é do ex. É claro que ele não trouxe nenhuma prova documental do que afirmou. Mas todo brasileiro de posse de suas faculdades mentais, como eu e vocês todos que me ouvem no estúdio ou pelo éter sabemos que não pode ter existido uma conspiração tão absurda como esta envolvendo tantos detalhes, que coincidem com tantos fatos, tantas agendas e tantas circunstâncias. É um atentado tão grande à lógica que temo que Aristóteles, Santo Tomás de Aquino e Santo Agostinho ressuscitem de suas tumbas para virem protestar de frente ao prédio da Justiça Federal na "república de Curitiba". Vade retro!

Por falar em ressurreição, como diria seu antigo colega de redação no Jornal do Brasil, Zózimo Barroso do Amaral, é o Zé Dirceu, hein, Nêumanne?

O ex-ministro da Casa Civil, ex-líder estudantil, ex-presidente do PT, ex-candidato favorito à sucessão de Lula na Presidência José Dirceu chegou ontem, à noite ao prédio onde mora, em Brasília, e foi hostilizado por cerca de 50 manifestantes do movimento #NasRuas e por moradores da vizinhança. Alguns deles invadiram a garagem do prédio e deram socos no carro que transportava o petista. Alguém esperava coisa diferente?

Quinze policiais militares contiveram com spray de pimenta os manifestantes, que gritavam "Fora, Dirceu!", "Dirceu ladrão, seu lugar é na prisão!" e "Supremo Tribunal, vergonha nacional". Em reportagem de Vera Rosa com foto de Dida Sampaio, da sucursal do Estadão em Brasília, está registrado que Um boneco inflável de 13 metros do ministro do Supremo Ricardo Lewandowski foi estrategicamente posicionado na entrada da garagem do prédio, no bairro Sudoeste. Lewandowski foi um dos que votaram pela revogação da prisão preventiva de Dirceu, ao lado dos colegas de Corte Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Chamo atenção para o fato de que o delinqüente em questão evitou viajar de avião para não ter de enfrentar confrontos do tipo. Não conseguiu. Moradores bateram panelas e motoristas simpáticos ao protesto fizeram um "buzinaço". No banco da frente do carro, Dirceu se mostrou impassível.

Vamos ouvir o protesto dos cidadãos contra Dirceu, almirante Nelson

SONORA    0505 Dirceu

Zé Dirceu é o símbolo da decadência moral e política da esquerda brasileira. Ele entrou na política carregando a camisa ensangüentada do estudante Edson Guimarães morto pela repressão policial na ditadura. Como líder estudantil, organizou o congresso da UNE em Ibiúna, que caiu. Foi guerrilheiro, trocado pela embaixador americano seqüestrado por um grupo chefiado por Franklin Martins, viajou pra Cuba, onde foi treinado e, segundo seus próprios companheiros, aliciado para ser espião dos Castro. Preparou a máquina petista para governar, mas saiu dos poderes da República para os cárceres do sistema prisional, nos quais, ao que parece, delinqüiu até alcançar a misericórdia do Trio Tolerância. Chafurdou na lama da corrupção, mas ainda é chamado de "herói do povo brasileiro". Não passa, contudo, de um trapo, cuja história pessoal reproduz a decomposição moral e a degradação política de uma esquerda que só engana um grupelho de prosélitos que brigam por uma boquinha no serviço público para financiar suas vidas de chinelinhos da máquina publica estróina, viciada e que luta bravamente para continuar saqueando os cofres públicos para manter seus privilégios. Ao sair da cadeia, no café da manhã com os filhos Joana e Zeca Dirceu, deputado, e com o amigo Breno Altman, em São Paulo, ele falou muito sobre o PT, o governo Temer, o ex-presidente Lula e o PSDB. E avisou: "Temos de nos preparar para a guerra política". Era a esse degradante espetáculo que ele se referia. Deus nos livre dos resultados dessa guerra de quadrilhas sobre nossos bolsos furados.

Almirante toca Chico Buarque aí pro Zé Dirceu Vai trabalhar vagabundo

SONORA https://www.youtube.com/watch?v=61b3PA3pCqo

 

Dirceu é recebido em casa aos gritos de ladrão e com buzinaço Foto: Dida Sampaio/Estadão

A invenção do e-mail fictícia por Mônica Moura e Dilma Rousseff me provoca engulhos porque uma presidente da República no exercício do cargo não podia agir como uma malandra pé de chinelo usando expedientes clássicos de estelionato rasteira, similar à do que vendia bondes a incautos. Pode parecer ingênuo da minha parte. Afinal, eu não votei em Dilma, mas também me envergonho de ter votado em Aécio. É que o truquezinho vagabundo usado pelas duas choca pela pequenez e pela burrice. O ouvinte da Eldorado sabe que não prezo muito o bestunto de dona Dilma. Mas é calhorda demais inventar um sistema como o que as duas inventaram. E, sobretudo de uma burrice sesquipedal.

(Comentário no Jornal Eldorado da Rádio Eldorado - FM 107,3 - na sexta-feira 5 de maio de 2017, às 7h30)

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Eldorado 5 de maio de 2017

SONORA 0505 Dirceu

SONORA Vai trabalhar vagabundo Chico Buarque

https://www.youtube.com/watch?v=61b3PA3pCqo

Que notícia mais lhe chamou atenção ontem?

Ontem, na hora do almoço, como na canção de Fagner e Belchior, vi a colega Andrea Sadi, que trabalhou na TV Estadão e hoje está na GloboNews, contar uma novidade que me estarreceu no Programa Estúdio I, de Maria Beltrão. De acordo com o relato obtido por ela, a mulher do marqueteiro João Santana, Mônica Moura, contou em depoimento ao ministro Herman Benjamin, relator do Tribunal Superior Eleitoral da ação do TSE contra a chapa Dilma-Temer na eleição de 2014 por abuso de poder político e econômico na sede do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia, que ela dividia com a ex-presidente Dilma Rousseff em 2015 um e-mail fictício pelo qual se comunicavam de uma forma original, bolada para evitar a invasão de hackers. As duas tinham a senha e escreviam rascunhos que não mandavam o que precisavam saber de forma secreta. Foi usando esse método que a ex-presidente lhe teria contado de forma cifrada que a Operação Lava Jato estava apertando o cerco contra ela e o marido. Segundo Mônica Moura, o tal e-mail foi criado porque Dilma estava preocupada com a evolução da Lava Jato e queria um canal de comunicação seguro com o casal. Monica, então, teria criado a tal conta.

A comunicação funcionava da seguinte forma: os emails não eram enviados. Quando queriam se comunicar, escreviam e deixavam no rascunho. Liam, apagavam e respondiam no mesmo molde. Neste mail, os textos eram metáforas. Um dos exemplos dados por Monica aos investigadores da Lava Jato dizia que eles receberam uma mensagem de Dilma informando que seu amigo estava doente, em estado quase terminal, e que a mulher que sempre cuidou dele também estava doente. Para os marqueteiros, os amigos doentes eram eles e a mensagem cifrada era um recado de Dilma de que as investigações se aproximavam do casal. Segundo a GloboNews apurou, o computador com a conta de e-mail foi entregue aos investigadores da Lava Jato. Uma das preocupações do casal de marqueteiros antes de serem presos (mas cientes da ordem de prisão) era saber se o governo Dilma poderia evitar espetáculo na chegada deles ao país, já que eles estavam no exterior. Mas esta mensagem metafórica não teria sido respondida pela ex-presidente.

Na mesma ocasião em que vi a notícia fui informado pela repórter da nota oficial da protagonista da nota oficial da assessoria da Dilma, que agora aqui faço questão de reproduzir?

Sobre os depoimentos sigilosos prestados pelo casal João Santana e Monica Moura, nesta segunda-feira, 24 de abril, perante a Justiça Eleitoral, a Assessoria de Imprensa de Dilma Rousseff esclarece:1. João Santana e Monica Moura faltaram com a verdade no depoimento colhido pelo ministro relator Herman Benjamin, fazendo afirmações desprovidas de qualquer fundamento ou prova.

  1. Dilma Rousseff nunca negociou diretamente quaisquer pagamentos em suas campanhas eleitorais, e sempre determinou expressamente a seus coordenadores de campanha que a legislação eleitoral fosse rigorosamente cumprida e respeitada.
  2. Tudo indica que o casal, por força da sua prisão por um longo período, tenha sido induzido a delatar fatos inexistentes, com o objetivo de ganhar sua liberdade e de atenuar as penas impostas por uma eventual condenação futura.
  3. As evidências demonstram que, pelos pagamentos declarados ao TSE pela campanha de Dilma Rousseff de 2014, João Santana e Monica Moura foram os profissionais de marketing mais bem pagos na história das eleições no Brasil, recebendo nada menos que R$ 70 milhões de reais.
  4. Desse modo, não havia e nunca houve qualquer razão ou motivo para que o casal recebesse nenhum centavo a mais pelos serviços prestados à campanha da reeleição, especialmente nos montantes pretendidos por Mônica Moura e muito menos por meio de pagamentos não contabilizados.
  5. A presidenta eleita Dilma Rousseff repudia, mais uma vez, o vazamento seletivo de trechos dos depoimentos, renovando a necessidade de rigorosa investigação pela Justiça Eleitoral, como a sua defesa denunciara em outra oportunidade.

ASSESSORIA DE IMPRENSA de DILMA ROUSSEFF

E por que essa notícia aparentemente banal o chocou tanto?

Mais do que chocou, Haisem. Tive uma repugnância inusitada. Você poderá argumentar que já foram dadas notícias muito mais pesadas. Do ponto de vista da importância financeira, ficamos sabendo do pagamento de bilhões em propinas pelo Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht, que funcionava como uma central de propinas. Ainda ontem mesmo outra empreiteira gigante, a baiana como a Odebrecht, João Santana e Mônica Moura, informou ao juiz Sérgio Moro, da 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba e comandante da Operação Lava Jato, que também tinha um departamento desse tipo. Do ponto de vista da escatologia, o líder do governo no Senado, Romero Jucá, do PMDB do Amapá, já reivindicou que a suruba fosse igual para todos. E ontem, no mesmo tom, o ex-secretário de Saúde de Sérgio Cabral, Sérgio Côrtes, foi flagrado dizendo que a putaria deles devia continuar. De certa forma, isso tudo foi entrando na rotina. Até o fato de os cinco presidentes depois da redemocratização, José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, foram citados de forma desonrosa na lista da Odebrecht, que virou lista de Janot e depois lista do Fachin, o que é mais pornográfico do que qualquer palavrão. Ainda assim, a historinha banal de Mônica e Dilma me provocou mais engulhos porque uma presidente da República no exercício do cargo agiu como um malandro pé de chinelo usando expedientes clássicos da malandragem mais rasteira, similar a história do estelionatário que vendia bondes a incautos. Pode parecer ingênuo da minha parte. Afinal, eu não votei em Dilma, mas também me envergonho de ter votado em Aécio. Mas o truquezinho vagabundo usado pelas duas choca pela pequenez e pela burrice. O ouvinte da Eldorado sabe que não prezo muito o bestunto de dona Dilma. É calhorda demais inventar um sistema como o que as duas inventaram. Mas é sobretudo de uma burrice sesquipedal. Eu entendo que elas quisessem evitar hackers bisbilhotando, quem sabe até a Agência de Informação dos Estados Unidos no tempo de Obama ou os russos acusados de interferir nas eleições nos Estados Unidos e na Europa. Mas não havia um especialista em informática que informasse à presidente da República e sua operadora improvisada, que entregou o computador à policia, que tudo o que foi escrito nos rascunhos, mesmo não tendo sido enviados, poderá ser recuperado pelos policiais. Quanto ao crime de usar o cargo para avisar que a policia estava no encalce deles, já era da ciência de todos, só faltava ser revelado. Para completar o quadro, a nota de defesa da assessoria é patética.

Você se referiu aos ex-executivos da OAS que revelaram a existência de um departamento de propina em sua empresa. O que mais eles revelaram no depoimento de ontem ao juiz Sérgio Moro?

Agenor Franklin Medeiros descreveu para a força-tarefa da Lava Jato que existia na OAS o tal departamento da propina. Mas o mais grave foi o depoimento de Roberto Moreira Ferreira, que disse que o tal tríplex do edifício Solaris, no Guarujá, nunca foi vendido, porque sempre esteve reservado para a família do ex-presidente Lula. É claro que é apenas mais uma testemunha contando isso. É claro que a defesa do Lula já soltou uma nota para insistir na versão estapafúrdia de que o depoimento confirma sua tese de que o apartamento não é do ex. É claro que ele não trouxe nenhuma prova documental do que afirmou. Mas todo brasileiro de posse de suas faculdades mentais, como eu e vocês todos que me ouvem no estúdio ou pelo éter sabemos que não pode ter existido uma conspiração tão absurda como esta envolvendo tantos detalhes, que coincidem com tantos fatos, tantas agendas e tantas circunstâncias. É um atentado tão grande à lógica que temo que Aristóteles, Santo Tomás de Aquino e Santo Agostinho ressuscitem de suas tumbas para virem protestar de frente ao prédio da Justiça Federal na "república de Curitiba". Vade retro!

Por falar em ressurreição, como diria seu antigo colega de redação no Jornal do Brasil, Zózimo Barroso do Amaral, é o Zé Dirceu, hein, Nêumanne?

O ex-ministro da Casa Civil, ex-líder estudantil, ex-presidente do PT, ex-candidato favorito à sucessão de Lula na Presidência José Dirceu chegou ontem, à noite ao prédio onde mora, em Brasília, e foi hostilizado por cerca de 50 manifestantes do movimento #NasRuas e por moradores da vizinhança. Alguns deles invadiram a garagem do prédio e deram socos no carro que transportava o petista. Alguém esperava coisa diferente?

Quinze policiais militares contiveram com spray de pimenta os manifestantes, que gritavam "Fora, Dirceu!", "Dirceu ladrão, seu lugar é na prisão!" e "Supremo Tribunal, vergonha nacional". Em reportagem de Vera Rosa com foto de Dida Sampaio, da sucursal do Estadão em Brasília, está registrado que Um boneco inflável de 13 metros do ministro do Supremo Ricardo Lewandowski foi estrategicamente posicionado na entrada da garagem do prédio, no bairro Sudoeste. Lewandowski foi um dos que votaram pela revogação da prisão preventiva de Dirceu, ao lado dos colegas de Corte Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Chamo atenção para o fato de que o delinqüente em questão evitou viajar de avião para não ter de enfrentar confrontos do tipo. Não conseguiu. Moradores bateram panelas e motoristas simpáticos ao protesto fizeram um "buzinaço". No banco da frente do carro, Dirceu se mostrou impassível.

Vamos ouvir o protesto dos cidadãos contra Dirceu, almirante Nelson

SONORA    0505 Dirceu

Zé Dirceu é o símbolo da decadência moral e política da esquerda brasileira. Ele entrou na política carregando a camisa ensangüentada do estudante Edson Guimarães morto pela repressão policial na ditadura. Como líder estudantil, organizou o congresso da UNE em Ibiúna, que caiu. Foi guerrilheiro, trocado pela embaixador americano seqüestrado por um grupo chefiado por Franklin Martins, viajou pra Cuba, onde foi treinado e, segundo seus próprios companheiros, aliciado para ser espião dos Castro. Preparou a máquina petista para governar, mas saiu dos poderes da República para os cárceres do sistema prisional, nos quais, ao que parece, delinqüiu até alcançar a misericórdia do Trio Tolerância. Chafurdou na lama da corrupção, mas ainda é chamado de "herói do povo brasileiro". Não passa, contudo, de um trapo, cuja história pessoal reproduz a decomposição moral e a degradação política de uma esquerda que só engana um grupelho de prosélitos que brigam por uma boquinha no serviço público para financiar suas vidas de chinelinhos da máquina publica estróina, viciada e que luta bravamente para continuar saqueando os cofres públicos para manter seus privilégios. Ao sair da cadeia, no café da manhã com os filhos Joana e Zeca Dirceu, deputado, e com o amigo Breno Altman, em São Paulo, ele falou muito sobre o PT, o governo Temer, o ex-presidente Lula e o PSDB. E avisou: "Temos de nos preparar para a guerra política". Era a esse degradante espetáculo que ele se referia. Deus nos livre dos resultados dessa guerra de quadrilhas sobre nossos bolsos furados.

Almirante toca Chico Buarque aí pro Zé Dirceu Vai trabalhar vagabundo

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Dirceu é recebido em casa aos gritos de ladrão e com buzinaço Foto: Dida Sampaio/Estadão

A invenção do e-mail fictícia por Mônica Moura e Dilma Rousseff me provoca engulhos porque uma presidente da República no exercício do cargo não podia agir como uma malandra pé de chinelo usando expedientes clássicos de estelionato rasteira, similar à do que vendia bondes a incautos. Pode parecer ingênuo da minha parte. Afinal, eu não votei em Dilma, mas também me envergonho de ter votado em Aécio. É que o truquezinho vagabundo usado pelas duas choca pela pequenez e pela burrice. O ouvinte da Eldorado sabe que não prezo muito o bestunto de dona Dilma. Mas é calhorda demais inventar um sistema como o que as duas inventaram. E, sobretudo de uma burrice sesquipedal.

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Ontem, na hora do almoço, como na canção de Fagner e Belchior, vi a colega Andrea Sadi, que trabalhou na TV Estadão e hoje está na GloboNews, contar uma novidade que me estarreceu no Programa Estúdio I, de Maria Beltrão. De acordo com o relato obtido por ela, a mulher do marqueteiro João Santana, Mônica Moura, contou em depoimento ao ministro Herman Benjamin, relator do Tribunal Superior Eleitoral da ação do TSE contra a chapa Dilma-Temer na eleição de 2014 por abuso de poder político e econômico na sede do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia, que ela dividia com a ex-presidente Dilma Rousseff em 2015 um e-mail fictício pelo qual se comunicavam de uma forma original, bolada para evitar a invasão de hackers. As duas tinham a senha e escreviam rascunhos que não mandavam o que precisavam saber de forma secreta. Foi usando esse método que a ex-presidente lhe teria contado de forma cifrada que a Operação Lava Jato estava apertando o cerco contra ela e o marido. Segundo Mônica Moura, o tal e-mail foi criado porque Dilma estava preocupada com a evolução da Lava Jato e queria um canal de comunicação seguro com o casal. Monica, então, teria criado a tal conta.

A comunicação funcionava da seguinte forma: os emails não eram enviados. Quando queriam se comunicar, escreviam e deixavam no rascunho. Liam, apagavam e respondiam no mesmo molde. Neste mail, os textos eram metáforas. Um dos exemplos dados por Monica aos investigadores da Lava Jato dizia que eles receberam uma mensagem de Dilma informando que seu amigo estava doente, em estado quase terminal, e que a mulher que sempre cuidou dele também estava doente. Para os marqueteiros, os amigos doentes eram eles e a mensagem cifrada era um recado de Dilma de que as investigações se aproximavam do casal. Segundo a GloboNews apurou, o computador com a conta de e-mail foi entregue aos investigadores da Lava Jato. Uma das preocupações do casal de marqueteiros antes de serem presos (mas cientes da ordem de prisão) era saber se o governo Dilma poderia evitar espetáculo na chegada deles ao país, já que eles estavam no exterior. Mas esta mensagem metafórica não teria sido respondida pela ex-presidente.

Na mesma ocasião em que vi a notícia fui informado pela repórter da nota oficial da protagonista da nota oficial da assessoria da Dilma, que agora aqui faço questão de reproduzir?

Sobre os depoimentos sigilosos prestados pelo casal João Santana e Monica Moura, nesta segunda-feira, 24 de abril, perante a Justiça Eleitoral, a Assessoria de Imprensa de Dilma Rousseff esclarece:1. João Santana e Monica Moura faltaram com a verdade no depoimento colhido pelo ministro relator Herman Benjamin, fazendo afirmações desprovidas de qualquer fundamento ou prova.

  1. Dilma Rousseff nunca negociou diretamente quaisquer pagamentos em suas campanhas eleitorais, e sempre determinou expressamente a seus coordenadores de campanha que a legislação eleitoral fosse rigorosamente cumprida e respeitada.
  2. Tudo indica que o casal, por força da sua prisão por um longo período, tenha sido induzido a delatar fatos inexistentes, com o objetivo de ganhar sua liberdade e de atenuar as penas impostas por uma eventual condenação futura.
  3. As evidências demonstram que, pelos pagamentos declarados ao TSE pela campanha de Dilma Rousseff de 2014, João Santana e Monica Moura foram os profissionais de marketing mais bem pagos na história das eleições no Brasil, recebendo nada menos que R$ 70 milhões de reais.
  4. Desse modo, não havia e nunca houve qualquer razão ou motivo para que o casal recebesse nenhum centavo a mais pelos serviços prestados à campanha da reeleição, especialmente nos montantes pretendidos por Mônica Moura e muito menos por meio de pagamentos não contabilizados.
  5. A presidenta eleita Dilma Rousseff repudia, mais uma vez, o vazamento seletivo de trechos dos depoimentos, renovando a necessidade de rigorosa investigação pela Justiça Eleitoral, como a sua defesa denunciara em outra oportunidade.

ASSESSORIA DE IMPRENSA de DILMA ROUSSEFF

E por que essa notícia aparentemente banal o chocou tanto?

Mais do que chocou, Haisem. Tive uma repugnância inusitada. Você poderá argumentar que já foram dadas notícias muito mais pesadas. Do ponto de vista da importância financeira, ficamos sabendo do pagamento de bilhões em propinas pelo Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht, que funcionava como uma central de propinas. Ainda ontem mesmo outra empreiteira gigante, a baiana como a Odebrecht, João Santana e Mônica Moura, informou ao juiz Sérgio Moro, da 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba e comandante da Operação Lava Jato, que também tinha um departamento desse tipo. Do ponto de vista da escatologia, o líder do governo no Senado, Romero Jucá, do PMDB do Amapá, já reivindicou que a suruba fosse igual para todos. E ontem, no mesmo tom, o ex-secretário de Saúde de Sérgio Cabral, Sérgio Côrtes, foi flagrado dizendo que a putaria deles devia continuar. De certa forma, isso tudo foi entrando na rotina. Até o fato de os cinco presidentes depois da redemocratização, José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, foram citados de forma desonrosa na lista da Odebrecht, que virou lista de Janot e depois lista do Fachin, o que é mais pornográfico do que qualquer palavrão. Ainda assim, a historinha banal de Mônica e Dilma me provocou mais engulhos porque uma presidente da República no exercício do cargo agiu como um malandro pé de chinelo usando expedientes clássicos da malandragem mais rasteira, similar a história do estelionatário que vendia bondes a incautos. Pode parecer ingênuo da minha parte. Afinal, eu não votei em Dilma, mas também me envergonho de ter votado em Aécio. Mas o truquezinho vagabundo usado pelas duas choca pela pequenez e pela burrice. O ouvinte da Eldorado sabe que não prezo muito o bestunto de dona Dilma. É calhorda demais inventar um sistema como o que as duas inventaram. Mas é sobretudo de uma burrice sesquipedal. Eu entendo que elas quisessem evitar hackers bisbilhotando, quem sabe até a Agência de Informação dos Estados Unidos no tempo de Obama ou os russos acusados de interferir nas eleições nos Estados Unidos e na Europa. Mas não havia um especialista em informática que informasse à presidente da República e sua operadora improvisada, que entregou o computador à policia, que tudo o que foi escrito nos rascunhos, mesmo não tendo sido enviados, poderá ser recuperado pelos policiais. Quanto ao crime de usar o cargo para avisar que a policia estava no encalce deles, já era da ciência de todos, só faltava ser revelado. Para completar o quadro, a nota de defesa da assessoria é patética.

Você se referiu aos ex-executivos da OAS que revelaram a existência de um departamento de propina em sua empresa. O que mais eles revelaram no depoimento de ontem ao juiz Sérgio Moro?

Agenor Franklin Medeiros descreveu para a força-tarefa da Lava Jato que existia na OAS o tal departamento da propina. Mas o mais grave foi o depoimento de Roberto Moreira Ferreira, que disse que o tal tríplex do edifício Solaris, no Guarujá, nunca foi vendido, porque sempre esteve reservado para a família do ex-presidente Lula. É claro que é apenas mais uma testemunha contando isso. É claro que a defesa do Lula já soltou uma nota para insistir na versão estapafúrdia de que o depoimento confirma sua tese de que o apartamento não é do ex. É claro que ele não trouxe nenhuma prova documental do que afirmou. Mas todo brasileiro de posse de suas faculdades mentais, como eu e vocês todos que me ouvem no estúdio ou pelo éter sabemos que não pode ter existido uma conspiração tão absurda como esta envolvendo tantos detalhes, que coincidem com tantos fatos, tantas agendas e tantas circunstâncias. É um atentado tão grande à lógica que temo que Aristóteles, Santo Tomás de Aquino e Santo Agostinho ressuscitem de suas tumbas para virem protestar de frente ao prédio da Justiça Federal na "república de Curitiba". Vade retro!

Por falar em ressurreição, como diria seu antigo colega de redação no Jornal do Brasil, Zózimo Barroso do Amaral, é o Zé Dirceu, hein, Nêumanne?

O ex-ministro da Casa Civil, ex-líder estudantil, ex-presidente do PT, ex-candidato favorito à sucessão de Lula na Presidência José Dirceu chegou ontem, à noite ao prédio onde mora, em Brasília, e foi hostilizado por cerca de 50 manifestantes do movimento #NasRuas e por moradores da vizinhança. Alguns deles invadiram a garagem do prédio e deram socos no carro que transportava o petista. Alguém esperava coisa diferente?

Quinze policiais militares contiveram com spray de pimenta os manifestantes, que gritavam "Fora, Dirceu!", "Dirceu ladrão, seu lugar é na prisão!" e "Supremo Tribunal, vergonha nacional". Em reportagem de Vera Rosa com foto de Dida Sampaio, da sucursal do Estadão em Brasília, está registrado que Um boneco inflável de 13 metros do ministro do Supremo Ricardo Lewandowski foi estrategicamente posicionado na entrada da garagem do prédio, no bairro Sudoeste. Lewandowski foi um dos que votaram pela revogação da prisão preventiva de Dirceu, ao lado dos colegas de Corte Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Chamo atenção para o fato de que o delinqüente em questão evitou viajar de avião para não ter de enfrentar confrontos do tipo. Não conseguiu. Moradores bateram panelas e motoristas simpáticos ao protesto fizeram um "buzinaço". No banco da frente do carro, Dirceu se mostrou impassível.

Vamos ouvir o protesto dos cidadãos contra Dirceu, almirante Nelson

SONORA    0505 Dirceu

Zé Dirceu é o símbolo da decadência moral e política da esquerda brasileira. Ele entrou na política carregando a camisa ensangüentada do estudante Edson Guimarães morto pela repressão policial na ditadura. Como líder estudantil, organizou o congresso da UNE em Ibiúna, que caiu. Foi guerrilheiro, trocado pela embaixador americano seqüestrado por um grupo chefiado por Franklin Martins, viajou pra Cuba, onde foi treinado e, segundo seus próprios companheiros, aliciado para ser espião dos Castro. Preparou a máquina petista para governar, mas saiu dos poderes da República para os cárceres do sistema prisional, nos quais, ao que parece, delinqüiu até alcançar a misericórdia do Trio Tolerância. Chafurdou na lama da corrupção, mas ainda é chamado de "herói do povo brasileiro". Não passa, contudo, de um trapo, cuja história pessoal reproduz a decomposição moral e a degradação política de uma esquerda que só engana um grupelho de prosélitos que brigam por uma boquinha no serviço público para financiar suas vidas de chinelinhos da máquina publica estróina, viciada e que luta bravamente para continuar saqueando os cofres públicos para manter seus privilégios. Ao sair da cadeia, no café da manhã com os filhos Joana e Zeca Dirceu, deputado, e com o amigo Breno Altman, em São Paulo, ele falou muito sobre o PT, o governo Temer, o ex-presidente Lula e o PSDB. E avisou: "Temos de nos preparar para a guerra política". Era a esse degradante espetáculo que ele se referia. Deus nos livre dos resultados dessa guerra de quadrilhas sobre nossos bolsos furados.

Almirante toca Chico Buarque aí pro Zé Dirceu Vai trabalhar vagabundo

SONORA https://www.youtube.com/watch?v=61b3PA3pCqo

 

Dirceu é recebido em casa aos gritos de ladrão e com buzinaço Foto: Dida Sampaio/Estadão

A invenção do e-mail fictícia por Mônica Moura e Dilma Rousseff me provoca engulhos porque uma presidente da República no exercício do cargo não podia agir como uma malandra pé de chinelo usando expedientes clássicos de estelionato rasteira, similar à do que vendia bondes a incautos. Pode parecer ingênuo da minha parte. Afinal, eu não votei em Dilma, mas também me envergonho de ter votado em Aécio. É que o truquezinho vagabundo usado pelas duas choca pela pequenez e pela burrice. O ouvinte da Eldorado sabe que não prezo muito o bestunto de dona Dilma. Mas é calhorda demais inventar um sistema como o que as duas inventaram. E, sobretudo de uma burrice sesquipedal.

(Comentário no Jornal Eldorado da Rádio Eldorado - FM 107,3 - na sexta-feira 5 de maio de 2017, às 7h30)

Para ouvir clique aqui e, em seguida, no play

Para ouvir Vai Trabalhar, Vagabundo, com Chico Buarque, clique no link abaixo:

Eldorado 5 de maio de 2017

SONORA 0505 Dirceu

SONORA Vai trabalhar vagabundo Chico Buarque

https://www.youtube.com/watch?v=61b3PA3pCqo

Que notícia mais lhe chamou atenção ontem?

Ontem, na hora do almoço, como na canção de Fagner e Belchior, vi a colega Andrea Sadi, que trabalhou na TV Estadão e hoje está na GloboNews, contar uma novidade que me estarreceu no Programa Estúdio I, de Maria Beltrão. De acordo com o relato obtido por ela, a mulher do marqueteiro João Santana, Mônica Moura, contou em depoimento ao ministro Herman Benjamin, relator do Tribunal Superior Eleitoral da ação do TSE contra a chapa Dilma-Temer na eleição de 2014 por abuso de poder político e econômico na sede do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia, que ela dividia com a ex-presidente Dilma Rousseff em 2015 um e-mail fictício pelo qual se comunicavam de uma forma original, bolada para evitar a invasão de hackers. As duas tinham a senha e escreviam rascunhos que não mandavam o que precisavam saber de forma secreta. Foi usando esse método que a ex-presidente lhe teria contado de forma cifrada que a Operação Lava Jato estava apertando o cerco contra ela e o marido. Segundo Mônica Moura, o tal e-mail foi criado porque Dilma estava preocupada com a evolução da Lava Jato e queria um canal de comunicação seguro com o casal. Monica, então, teria criado a tal conta.

A comunicação funcionava da seguinte forma: os emails não eram enviados. Quando queriam se comunicar, escreviam e deixavam no rascunho. Liam, apagavam e respondiam no mesmo molde. Neste mail, os textos eram metáforas. Um dos exemplos dados por Monica aos investigadores da Lava Jato dizia que eles receberam uma mensagem de Dilma informando que seu amigo estava doente, em estado quase terminal, e que a mulher que sempre cuidou dele também estava doente. Para os marqueteiros, os amigos doentes eram eles e a mensagem cifrada era um recado de Dilma de que as investigações se aproximavam do casal. Segundo a GloboNews apurou, o computador com a conta de e-mail foi entregue aos investigadores da Lava Jato. Uma das preocupações do casal de marqueteiros antes de serem presos (mas cientes da ordem de prisão) era saber se o governo Dilma poderia evitar espetáculo na chegada deles ao país, já que eles estavam no exterior. Mas esta mensagem metafórica não teria sido respondida pela ex-presidente.

Na mesma ocasião em que vi a notícia fui informado pela repórter da nota oficial da protagonista da nota oficial da assessoria da Dilma, que agora aqui faço questão de reproduzir?

Sobre os depoimentos sigilosos prestados pelo casal João Santana e Monica Moura, nesta segunda-feira, 24 de abril, perante a Justiça Eleitoral, a Assessoria de Imprensa de Dilma Rousseff esclarece:1. João Santana e Monica Moura faltaram com a verdade no depoimento colhido pelo ministro relator Herman Benjamin, fazendo afirmações desprovidas de qualquer fundamento ou prova.

  1. Dilma Rousseff nunca negociou diretamente quaisquer pagamentos em suas campanhas eleitorais, e sempre determinou expressamente a seus coordenadores de campanha que a legislação eleitoral fosse rigorosamente cumprida e respeitada.
  2. Tudo indica que o casal, por força da sua prisão por um longo período, tenha sido induzido a delatar fatos inexistentes, com o objetivo de ganhar sua liberdade e de atenuar as penas impostas por uma eventual condenação futura.
  3. As evidências demonstram que, pelos pagamentos declarados ao TSE pela campanha de Dilma Rousseff de 2014, João Santana e Monica Moura foram os profissionais de marketing mais bem pagos na história das eleições no Brasil, recebendo nada menos que R$ 70 milhões de reais.
  4. Desse modo, não havia e nunca houve qualquer razão ou motivo para que o casal recebesse nenhum centavo a mais pelos serviços prestados à campanha da reeleição, especialmente nos montantes pretendidos por Mônica Moura e muito menos por meio de pagamentos não contabilizados.
  5. A presidenta eleita Dilma Rousseff repudia, mais uma vez, o vazamento seletivo de trechos dos depoimentos, renovando a necessidade de rigorosa investigação pela Justiça Eleitoral, como a sua defesa denunciara em outra oportunidade.

ASSESSORIA DE IMPRENSA de DILMA ROUSSEFF

E por que essa notícia aparentemente banal o chocou tanto?

Mais do que chocou, Haisem. Tive uma repugnância inusitada. Você poderá argumentar que já foram dadas notícias muito mais pesadas. Do ponto de vista da importância financeira, ficamos sabendo do pagamento de bilhões em propinas pelo Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht, que funcionava como uma central de propinas. Ainda ontem mesmo outra empreiteira gigante, a baiana como a Odebrecht, João Santana e Mônica Moura, informou ao juiz Sérgio Moro, da 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba e comandante da Operação Lava Jato, que também tinha um departamento desse tipo. Do ponto de vista da escatologia, o líder do governo no Senado, Romero Jucá, do PMDB do Amapá, já reivindicou que a suruba fosse igual para todos. E ontem, no mesmo tom, o ex-secretário de Saúde de Sérgio Cabral, Sérgio Côrtes, foi flagrado dizendo que a putaria deles devia continuar. De certa forma, isso tudo foi entrando na rotina. Até o fato de os cinco presidentes depois da redemocratização, José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, foram citados de forma desonrosa na lista da Odebrecht, que virou lista de Janot e depois lista do Fachin, o que é mais pornográfico do que qualquer palavrão. Ainda assim, a historinha banal de Mônica e Dilma me provocou mais engulhos porque uma presidente da República no exercício do cargo agiu como um malandro pé de chinelo usando expedientes clássicos da malandragem mais rasteira, similar a história do estelionatário que vendia bondes a incautos. Pode parecer ingênuo da minha parte. Afinal, eu não votei em Dilma, mas também me envergonho de ter votado em Aécio. Mas o truquezinho vagabundo usado pelas duas choca pela pequenez e pela burrice. O ouvinte da Eldorado sabe que não prezo muito o bestunto de dona Dilma. É calhorda demais inventar um sistema como o que as duas inventaram. Mas é sobretudo de uma burrice sesquipedal. Eu entendo que elas quisessem evitar hackers bisbilhotando, quem sabe até a Agência de Informação dos Estados Unidos no tempo de Obama ou os russos acusados de interferir nas eleições nos Estados Unidos e na Europa. Mas não havia um especialista em informática que informasse à presidente da República e sua operadora improvisada, que entregou o computador à policia, que tudo o que foi escrito nos rascunhos, mesmo não tendo sido enviados, poderá ser recuperado pelos policiais. Quanto ao crime de usar o cargo para avisar que a policia estava no encalce deles, já era da ciência de todos, só faltava ser revelado. Para completar o quadro, a nota de defesa da assessoria é patética.

Você se referiu aos ex-executivos da OAS que revelaram a existência de um departamento de propina em sua empresa. O que mais eles revelaram no depoimento de ontem ao juiz Sérgio Moro?

Agenor Franklin Medeiros descreveu para a força-tarefa da Lava Jato que existia na OAS o tal departamento da propina. Mas o mais grave foi o depoimento de Roberto Moreira Ferreira, que disse que o tal tríplex do edifício Solaris, no Guarujá, nunca foi vendido, porque sempre esteve reservado para a família do ex-presidente Lula. É claro que é apenas mais uma testemunha contando isso. É claro que a defesa do Lula já soltou uma nota para insistir na versão estapafúrdia de que o depoimento confirma sua tese de que o apartamento não é do ex. É claro que ele não trouxe nenhuma prova documental do que afirmou. Mas todo brasileiro de posse de suas faculdades mentais, como eu e vocês todos que me ouvem no estúdio ou pelo éter sabemos que não pode ter existido uma conspiração tão absurda como esta envolvendo tantos detalhes, que coincidem com tantos fatos, tantas agendas e tantas circunstâncias. É um atentado tão grande à lógica que temo que Aristóteles, Santo Tomás de Aquino e Santo Agostinho ressuscitem de suas tumbas para virem protestar de frente ao prédio da Justiça Federal na "república de Curitiba". Vade retro!

Por falar em ressurreição, como diria seu antigo colega de redação no Jornal do Brasil, Zózimo Barroso do Amaral, é o Zé Dirceu, hein, Nêumanne?

O ex-ministro da Casa Civil, ex-líder estudantil, ex-presidente do PT, ex-candidato favorito à sucessão de Lula na Presidência José Dirceu chegou ontem, à noite ao prédio onde mora, em Brasília, e foi hostilizado por cerca de 50 manifestantes do movimento #NasRuas e por moradores da vizinhança. Alguns deles invadiram a garagem do prédio e deram socos no carro que transportava o petista. Alguém esperava coisa diferente?

Quinze policiais militares contiveram com spray de pimenta os manifestantes, que gritavam "Fora, Dirceu!", "Dirceu ladrão, seu lugar é na prisão!" e "Supremo Tribunal, vergonha nacional". Em reportagem de Vera Rosa com foto de Dida Sampaio, da sucursal do Estadão em Brasília, está registrado que Um boneco inflável de 13 metros do ministro do Supremo Ricardo Lewandowski foi estrategicamente posicionado na entrada da garagem do prédio, no bairro Sudoeste. Lewandowski foi um dos que votaram pela revogação da prisão preventiva de Dirceu, ao lado dos colegas de Corte Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Chamo atenção para o fato de que o delinqüente em questão evitou viajar de avião para não ter de enfrentar confrontos do tipo. Não conseguiu. Moradores bateram panelas e motoristas simpáticos ao protesto fizeram um "buzinaço". No banco da frente do carro, Dirceu se mostrou impassível.

Vamos ouvir o protesto dos cidadãos contra Dirceu, almirante Nelson

SONORA    0505 Dirceu

Zé Dirceu é o símbolo da decadência moral e política da esquerda brasileira. Ele entrou na política carregando a camisa ensangüentada do estudante Edson Guimarães morto pela repressão policial na ditadura. Como líder estudantil, organizou o congresso da UNE em Ibiúna, que caiu. Foi guerrilheiro, trocado pela embaixador americano seqüestrado por um grupo chefiado por Franklin Martins, viajou pra Cuba, onde foi treinado e, segundo seus próprios companheiros, aliciado para ser espião dos Castro. Preparou a máquina petista para governar, mas saiu dos poderes da República para os cárceres do sistema prisional, nos quais, ao que parece, delinqüiu até alcançar a misericórdia do Trio Tolerância. Chafurdou na lama da corrupção, mas ainda é chamado de "herói do povo brasileiro". Não passa, contudo, de um trapo, cuja história pessoal reproduz a decomposição moral e a degradação política de uma esquerda que só engana um grupelho de prosélitos que brigam por uma boquinha no serviço público para financiar suas vidas de chinelinhos da máquina publica estróina, viciada e que luta bravamente para continuar saqueando os cofres públicos para manter seus privilégios. Ao sair da cadeia, no café da manhã com os filhos Joana e Zeca Dirceu, deputado, e com o amigo Breno Altman, em São Paulo, ele falou muito sobre o PT, o governo Temer, o ex-presidente Lula e o PSDB. E avisou: "Temos de nos preparar para a guerra política". Era a esse degradante espetáculo que ele se referia. Deus nos livre dos resultados dessa guerra de quadrilhas sobre nossos bolsos furados.

Almirante toca Chico Buarque aí pro Zé Dirceu Vai trabalhar vagabundo

SONORA https://www.youtube.com/watch?v=61b3PA3pCqo

 

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