Brasília - O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), compareceu nesta terça-feira, 18, à cerimônia de transmissão de cargo do novo ministro da Agricultura, Neri Geller (PMDB-MT), mas deixou claro que o comparecimento era em respeito ao ex-ministro Antônio Andrade (PMDB-MG), antecessor de Geller. A troca faz parte da reforma ministerial promovida pela presidente Dilma Rousseff, que procurou amenizar a atual crise com o partido aliado com indicações de nomes ligados ao PMDB.
Alves fez questão de ressaltar que Geller não representa o partido no ministério. "Não é uma indicação da Câmara", afirmou ao Broadcast, indicando que sua presença ocorreu em "apreço ao ministro Toninho (Antônio Andrade), que está saindo".
Alves diz que o novo ministro terá seu apoio mesmo não atendendo à cota ministerial que o PMDB da Câmara teria direito no governo Dilma Rousseff. O partido abriu mão de indicar titulares para Agricultura e Turismo à revelia em razão da recusa de Dilma em aceitar nomes sugeridos pelo líder peemedebista na Casa, o deputado Eduardo Cunha (RJ). "Ele (Geller) é filiado ao PMDB e, pelo grande técnico que é e pelo trabalho que vai fazer, tem todo nosso apoio", disse Alves. "Não posso deixar de reconhecer que foi uma boa escolha (de Dilma), que é um quadro do PMDB e teve apoio de todo o setor", concluiu.
Em seu discurso, Geller fez questão se de referir ao partido como "meu PMDB, o seu PMDB, Henrique Alves". "Temos um compromisso com a nação e vamos caminhar com o Congresso Nacional", emendou. "A nossa atuação vai ser pautada pela lealdade ao meu partido, ao meu Estado e ao meu setor, afirmou. O ministro disse ainda que "as indicações políticas (no ministério) vão permanecer" de acordo com critérios técnicos.
Além de Neri Geller, foram empossados nessa segunda-feira, 17, outros cinco ministros Clélio Campolina Diniz na pasta de Ciência, Tecnologia e Inovação, substituindo Marco Antonio Raupp; Gilberto Occhi na pasta das Cidades, no lugar de Aguinaldo Ribeiro (PP); Eduardo Lopes (PRB) na da Pesca, antes sob comando de Marcelo Crivella (PRB); e Miguel Rossetto (PT) na do Desenvolvimento Agrário, no lugar de Pepe Vargas (PT).