Obras na refinaria Abreu e Lima renderam R$ 90 mi em propina a aliados do PP, PT e PSB


Informações constam da delação do ex-executivo da Odebrecht Márcio Faria da Silva à Procuradoria-Geral da República

Por Anne Warth

BRASÍLIA - As obras realizadas na Refinaria Abreu e Lima (PE) renderam R$ 90 milhões em propinas para ex-executivos da Petrobrás ligados ao Partido Progressista (PP), ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). As informações constam da delação do ex-executivo da Odebrecht Márcio Faria da Silva à Procuradoria-Geral da República (PGR).

Refinaria Abreu e Lima, em Suape, na regiãometropolitana de Recife (PE) Foto: Wilton Júnior/Estadão

Segundo ele, as maiores empreiteiras do País se reuniram previamente para combinar a forma de atuação na licitação. As obras ficaram com a Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão. Dois contratos foram assinados em dezembro de 2009 – um no valor de R$ 1,485 bilhão e outro, de R$ 3,19 bilhões.

continua após a publicidade

Na refinaria, a Odebrecht optou por atuar em consórcio com a OAS. Logo que o contrato foi assinado, de acordo com Faria da Silva, a Odebrecht foi procurada pelo empresário Aldo Guedes, que seria emissário do então governador Eduardo Campos, do PSB (morto em 2014).

Em um encontro realizado em São Paulo, segundo o delator, Guedes teria dito ser “o único representante do governador Eduardo Campos” e, em nome dele, pediu uma contribuição de 2% do valor global dos dois contratos, correspondente a R$ 90 milhões.

Embora o governo de Pernambuco não tivesse nenhuma relação direta com a refinaria, Faria da Silva, para “manter uma boa relação”, aceitou pagar R$ 15 milhões a Guedes – metade seria paga pela Odebrecht, metade pela OAS. “É o que nós temos”, disse.

continua após a publicidade

Embora insatisfeito, o empresário aceitou o valor menor que o solicitado. “Ele (Aldo Guedes) disse que o governo de Pernambuco iria dar apoio incondicional a nós na condução do contrato, com ênfase muito forte nas relações sindicais, uma vez que iríamos ter 50 mil pessoas de todas as contratistas lá na obra”, afirmou Faria da Silva.

O dinheiro foi pago a Guedes, de acordo com o ex-executivo, por meio da agência de turismo Mônaco, que recebeu os valores em reais e repassou ao empresário. Segundo o delator, o empresário teria inicialmente indicado uma conta bancária em Hong Kong, mas não foi possível efetuar a transferência, provavelmente por dados equivocados.

O delator mencionou que os ex-diretores da Petrobrás Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco também receberam propina pelas obras na refinaria, além de Glauco Lagatti, gerente das obras na refinaria, e do ex-deputado federal José Janene (PP-PR), morto em 2010.

continua após a publicidade

Costa teria pedido 1% do valor da obra, o que chegaria a R$ 45 milhões. A Odebrecht disse que o consórcio pagaria, no máximo, R$ 30 milhões ao PP. P ex-diretor, no entanto, combinou com Faria da Silva que a Odebrecht pagaria, no máximo, R$ 15 milhões a Janene. Os outros R$ 15 milhões ficariam com Costa.

“Primeiro vieram falar em 1%, R$ 45 milhões, totalmente fora de propósito. Eu falei que não ia ser isso, não 1%, mas sim um valor fixo, de R$ 30 milhões. E dos R$ 30 milhões, eu iria dizer que seriam só R$ 15 milhões, porque o Paulo também queria R$ 15 milhões para ele”, afirmou.

Na reunião, conforme combinado com Costa, Faria da Silva disse que o pagamento ao PP seria de R$ 15 milhões. “Janene, uma pessoa muito difícil, arrogante mesmo, fez um carnaval, disse que não iria assinar o contrato. Paulo, muito político, entrou na conversa, botou panos quentes, disse que iria ter mais contratos. Muito contrariado, ficaram acertados os R$ 15 milhões para Janene”, disse.

continua após a publicidade

“A exemplo dos outros contratos, Paulo trabalhava com propina só para ele”, afirmou o ex-executivo da Odebrecht. Questionado sobre se Janene soube que Costa teria embolsado R$ 15 milhões, ele respondeu: “Não, Paulo pediu para esconder”. Nesse caso, a Odebrecht ficou responsável por pagar Costa. A OAS pagou Janene.

Outros R$ 30 milhões foram pagos ao ex-executivo da Petrobrás Pedro Barusco, subordinado ao ex-diretor Renato Duque, uma indicação política do PT. “Não sei quem pagou quem (Odebrecht ou OAS), mas com certeza foi dividido. Pedro Barusco foi o intermediário.”

Gerente das obras na refinaria pela Petrobrás, Glauco Legatti recebeu R$ 15 milhões. “Glauco era gerente de implantação, talvez a figura mais importante dentro do projeto. Prometeu ajuda, rapidez, celeridade nas aprovações dos nossos direitos, o que infelizmente não ocorreu. Eventuais aditivos contratuais seriam encaminhados por ele, o que não aconteceu.”

continua após a publicidade

Com custo inicial de R$ 7,5 bilhões, a refinaria Abreu e Lima ainda não foram totalmente concluídas. Suas obras já consumiram R$ 58,6 bilhões.

O Estado não conseguiu contato com Aldo Guedes para tratar do assunto.

BRASÍLIA - As obras realizadas na Refinaria Abreu e Lima (PE) renderam R$ 90 milhões em propinas para ex-executivos da Petrobrás ligados ao Partido Progressista (PP), ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). As informações constam da delação do ex-executivo da Odebrecht Márcio Faria da Silva à Procuradoria-Geral da República (PGR).

Refinaria Abreu e Lima, em Suape, na regiãometropolitana de Recife (PE) Foto: Wilton Júnior/Estadão

Segundo ele, as maiores empreiteiras do País se reuniram previamente para combinar a forma de atuação na licitação. As obras ficaram com a Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão. Dois contratos foram assinados em dezembro de 2009 – um no valor de R$ 1,485 bilhão e outro, de R$ 3,19 bilhões.

Na refinaria, a Odebrecht optou por atuar em consórcio com a OAS. Logo que o contrato foi assinado, de acordo com Faria da Silva, a Odebrecht foi procurada pelo empresário Aldo Guedes, que seria emissário do então governador Eduardo Campos, do PSB (morto em 2014).

Em um encontro realizado em São Paulo, segundo o delator, Guedes teria dito ser “o único representante do governador Eduardo Campos” e, em nome dele, pediu uma contribuição de 2% do valor global dos dois contratos, correspondente a R$ 90 milhões.

Embora o governo de Pernambuco não tivesse nenhuma relação direta com a refinaria, Faria da Silva, para “manter uma boa relação”, aceitou pagar R$ 15 milhões a Guedes – metade seria paga pela Odebrecht, metade pela OAS. “É o que nós temos”, disse.

Embora insatisfeito, o empresário aceitou o valor menor que o solicitado. “Ele (Aldo Guedes) disse que o governo de Pernambuco iria dar apoio incondicional a nós na condução do contrato, com ênfase muito forte nas relações sindicais, uma vez que iríamos ter 50 mil pessoas de todas as contratistas lá na obra”, afirmou Faria da Silva.

O dinheiro foi pago a Guedes, de acordo com o ex-executivo, por meio da agência de turismo Mônaco, que recebeu os valores em reais e repassou ao empresário. Segundo o delator, o empresário teria inicialmente indicado uma conta bancária em Hong Kong, mas não foi possível efetuar a transferência, provavelmente por dados equivocados.

O delator mencionou que os ex-diretores da Petrobrás Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco também receberam propina pelas obras na refinaria, além de Glauco Lagatti, gerente das obras na refinaria, e do ex-deputado federal José Janene (PP-PR), morto em 2010.

Costa teria pedido 1% do valor da obra, o que chegaria a R$ 45 milhões. A Odebrecht disse que o consórcio pagaria, no máximo, R$ 30 milhões ao PP. P ex-diretor, no entanto, combinou com Faria da Silva que a Odebrecht pagaria, no máximo, R$ 15 milhões a Janene. Os outros R$ 15 milhões ficariam com Costa.

“Primeiro vieram falar em 1%, R$ 45 milhões, totalmente fora de propósito. Eu falei que não ia ser isso, não 1%, mas sim um valor fixo, de R$ 30 milhões. E dos R$ 30 milhões, eu iria dizer que seriam só R$ 15 milhões, porque o Paulo também queria R$ 15 milhões para ele”, afirmou.

Na reunião, conforme combinado com Costa, Faria da Silva disse que o pagamento ao PP seria de R$ 15 milhões. “Janene, uma pessoa muito difícil, arrogante mesmo, fez um carnaval, disse que não iria assinar o contrato. Paulo, muito político, entrou na conversa, botou panos quentes, disse que iria ter mais contratos. Muito contrariado, ficaram acertados os R$ 15 milhões para Janene”, disse.

“A exemplo dos outros contratos, Paulo trabalhava com propina só para ele”, afirmou o ex-executivo da Odebrecht. Questionado sobre se Janene soube que Costa teria embolsado R$ 15 milhões, ele respondeu: “Não, Paulo pediu para esconder”. Nesse caso, a Odebrecht ficou responsável por pagar Costa. A OAS pagou Janene.

Outros R$ 30 milhões foram pagos ao ex-executivo da Petrobrás Pedro Barusco, subordinado ao ex-diretor Renato Duque, uma indicação política do PT. “Não sei quem pagou quem (Odebrecht ou OAS), mas com certeza foi dividido. Pedro Barusco foi o intermediário.”

Gerente das obras na refinaria pela Petrobrás, Glauco Legatti recebeu R$ 15 milhões. “Glauco era gerente de implantação, talvez a figura mais importante dentro do projeto. Prometeu ajuda, rapidez, celeridade nas aprovações dos nossos direitos, o que infelizmente não ocorreu. Eventuais aditivos contratuais seriam encaminhados por ele, o que não aconteceu.”

Com custo inicial de R$ 7,5 bilhões, a refinaria Abreu e Lima ainda não foram totalmente concluídas. Suas obras já consumiram R$ 58,6 bilhões.

O Estado não conseguiu contato com Aldo Guedes para tratar do assunto.

BRASÍLIA - As obras realizadas na Refinaria Abreu e Lima (PE) renderam R$ 90 milhões em propinas para ex-executivos da Petrobrás ligados ao Partido Progressista (PP), ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). As informações constam da delação do ex-executivo da Odebrecht Márcio Faria da Silva à Procuradoria-Geral da República (PGR).

Refinaria Abreu e Lima, em Suape, na regiãometropolitana de Recife (PE) Foto: Wilton Júnior/Estadão

Segundo ele, as maiores empreiteiras do País se reuniram previamente para combinar a forma de atuação na licitação. As obras ficaram com a Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão. Dois contratos foram assinados em dezembro de 2009 – um no valor de R$ 1,485 bilhão e outro, de R$ 3,19 bilhões.

Na refinaria, a Odebrecht optou por atuar em consórcio com a OAS. Logo que o contrato foi assinado, de acordo com Faria da Silva, a Odebrecht foi procurada pelo empresário Aldo Guedes, que seria emissário do então governador Eduardo Campos, do PSB (morto em 2014).

Em um encontro realizado em São Paulo, segundo o delator, Guedes teria dito ser “o único representante do governador Eduardo Campos” e, em nome dele, pediu uma contribuição de 2% do valor global dos dois contratos, correspondente a R$ 90 milhões.

Embora o governo de Pernambuco não tivesse nenhuma relação direta com a refinaria, Faria da Silva, para “manter uma boa relação”, aceitou pagar R$ 15 milhões a Guedes – metade seria paga pela Odebrecht, metade pela OAS. “É o que nós temos”, disse.

Embora insatisfeito, o empresário aceitou o valor menor que o solicitado. “Ele (Aldo Guedes) disse que o governo de Pernambuco iria dar apoio incondicional a nós na condução do contrato, com ênfase muito forte nas relações sindicais, uma vez que iríamos ter 50 mil pessoas de todas as contratistas lá na obra”, afirmou Faria da Silva.

O dinheiro foi pago a Guedes, de acordo com o ex-executivo, por meio da agência de turismo Mônaco, que recebeu os valores em reais e repassou ao empresário. Segundo o delator, o empresário teria inicialmente indicado uma conta bancária em Hong Kong, mas não foi possível efetuar a transferência, provavelmente por dados equivocados.

O delator mencionou que os ex-diretores da Petrobrás Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco também receberam propina pelas obras na refinaria, além de Glauco Lagatti, gerente das obras na refinaria, e do ex-deputado federal José Janene (PP-PR), morto em 2010.

Costa teria pedido 1% do valor da obra, o que chegaria a R$ 45 milhões. A Odebrecht disse que o consórcio pagaria, no máximo, R$ 30 milhões ao PP. P ex-diretor, no entanto, combinou com Faria da Silva que a Odebrecht pagaria, no máximo, R$ 15 milhões a Janene. Os outros R$ 15 milhões ficariam com Costa.

“Primeiro vieram falar em 1%, R$ 45 milhões, totalmente fora de propósito. Eu falei que não ia ser isso, não 1%, mas sim um valor fixo, de R$ 30 milhões. E dos R$ 30 milhões, eu iria dizer que seriam só R$ 15 milhões, porque o Paulo também queria R$ 15 milhões para ele”, afirmou.

Na reunião, conforme combinado com Costa, Faria da Silva disse que o pagamento ao PP seria de R$ 15 milhões. “Janene, uma pessoa muito difícil, arrogante mesmo, fez um carnaval, disse que não iria assinar o contrato. Paulo, muito político, entrou na conversa, botou panos quentes, disse que iria ter mais contratos. Muito contrariado, ficaram acertados os R$ 15 milhões para Janene”, disse.

“A exemplo dos outros contratos, Paulo trabalhava com propina só para ele”, afirmou o ex-executivo da Odebrecht. Questionado sobre se Janene soube que Costa teria embolsado R$ 15 milhões, ele respondeu: “Não, Paulo pediu para esconder”. Nesse caso, a Odebrecht ficou responsável por pagar Costa. A OAS pagou Janene.

Outros R$ 30 milhões foram pagos ao ex-executivo da Petrobrás Pedro Barusco, subordinado ao ex-diretor Renato Duque, uma indicação política do PT. “Não sei quem pagou quem (Odebrecht ou OAS), mas com certeza foi dividido. Pedro Barusco foi o intermediário.”

Gerente das obras na refinaria pela Petrobrás, Glauco Legatti recebeu R$ 15 milhões. “Glauco era gerente de implantação, talvez a figura mais importante dentro do projeto. Prometeu ajuda, rapidez, celeridade nas aprovações dos nossos direitos, o que infelizmente não ocorreu. Eventuais aditivos contratuais seriam encaminhados por ele, o que não aconteceu.”

Com custo inicial de R$ 7,5 bilhões, a refinaria Abreu e Lima ainda não foram totalmente concluídas. Suas obras já consumiram R$ 58,6 bilhões.

O Estado não conseguiu contato com Aldo Guedes para tratar do assunto.

BRASÍLIA - As obras realizadas na Refinaria Abreu e Lima (PE) renderam R$ 90 milhões em propinas para ex-executivos da Petrobrás ligados ao Partido Progressista (PP), ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). As informações constam da delação do ex-executivo da Odebrecht Márcio Faria da Silva à Procuradoria-Geral da República (PGR).

Refinaria Abreu e Lima, em Suape, na regiãometropolitana de Recife (PE) Foto: Wilton Júnior/Estadão

Segundo ele, as maiores empreiteiras do País se reuniram previamente para combinar a forma de atuação na licitação. As obras ficaram com a Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão. Dois contratos foram assinados em dezembro de 2009 – um no valor de R$ 1,485 bilhão e outro, de R$ 3,19 bilhões.

Na refinaria, a Odebrecht optou por atuar em consórcio com a OAS. Logo que o contrato foi assinado, de acordo com Faria da Silva, a Odebrecht foi procurada pelo empresário Aldo Guedes, que seria emissário do então governador Eduardo Campos, do PSB (morto em 2014).

Em um encontro realizado em São Paulo, segundo o delator, Guedes teria dito ser “o único representante do governador Eduardo Campos” e, em nome dele, pediu uma contribuição de 2% do valor global dos dois contratos, correspondente a R$ 90 milhões.

Embora o governo de Pernambuco não tivesse nenhuma relação direta com a refinaria, Faria da Silva, para “manter uma boa relação”, aceitou pagar R$ 15 milhões a Guedes – metade seria paga pela Odebrecht, metade pela OAS. “É o que nós temos”, disse.

Embora insatisfeito, o empresário aceitou o valor menor que o solicitado. “Ele (Aldo Guedes) disse que o governo de Pernambuco iria dar apoio incondicional a nós na condução do contrato, com ênfase muito forte nas relações sindicais, uma vez que iríamos ter 50 mil pessoas de todas as contratistas lá na obra”, afirmou Faria da Silva.

O dinheiro foi pago a Guedes, de acordo com o ex-executivo, por meio da agência de turismo Mônaco, que recebeu os valores em reais e repassou ao empresário. Segundo o delator, o empresário teria inicialmente indicado uma conta bancária em Hong Kong, mas não foi possível efetuar a transferência, provavelmente por dados equivocados.

O delator mencionou que os ex-diretores da Petrobrás Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco também receberam propina pelas obras na refinaria, além de Glauco Lagatti, gerente das obras na refinaria, e do ex-deputado federal José Janene (PP-PR), morto em 2010.

Costa teria pedido 1% do valor da obra, o que chegaria a R$ 45 milhões. A Odebrecht disse que o consórcio pagaria, no máximo, R$ 30 milhões ao PP. P ex-diretor, no entanto, combinou com Faria da Silva que a Odebrecht pagaria, no máximo, R$ 15 milhões a Janene. Os outros R$ 15 milhões ficariam com Costa.

“Primeiro vieram falar em 1%, R$ 45 milhões, totalmente fora de propósito. Eu falei que não ia ser isso, não 1%, mas sim um valor fixo, de R$ 30 milhões. E dos R$ 30 milhões, eu iria dizer que seriam só R$ 15 milhões, porque o Paulo também queria R$ 15 milhões para ele”, afirmou.

Na reunião, conforme combinado com Costa, Faria da Silva disse que o pagamento ao PP seria de R$ 15 milhões. “Janene, uma pessoa muito difícil, arrogante mesmo, fez um carnaval, disse que não iria assinar o contrato. Paulo, muito político, entrou na conversa, botou panos quentes, disse que iria ter mais contratos. Muito contrariado, ficaram acertados os R$ 15 milhões para Janene”, disse.

“A exemplo dos outros contratos, Paulo trabalhava com propina só para ele”, afirmou o ex-executivo da Odebrecht. Questionado sobre se Janene soube que Costa teria embolsado R$ 15 milhões, ele respondeu: “Não, Paulo pediu para esconder”. Nesse caso, a Odebrecht ficou responsável por pagar Costa. A OAS pagou Janene.

Outros R$ 30 milhões foram pagos ao ex-executivo da Petrobrás Pedro Barusco, subordinado ao ex-diretor Renato Duque, uma indicação política do PT. “Não sei quem pagou quem (Odebrecht ou OAS), mas com certeza foi dividido. Pedro Barusco foi o intermediário.”

Gerente das obras na refinaria pela Petrobrás, Glauco Legatti recebeu R$ 15 milhões. “Glauco era gerente de implantação, talvez a figura mais importante dentro do projeto. Prometeu ajuda, rapidez, celeridade nas aprovações dos nossos direitos, o que infelizmente não ocorreu. Eventuais aditivos contratuais seriam encaminhados por ele, o que não aconteceu.”

Com custo inicial de R$ 7,5 bilhões, a refinaria Abreu e Lima ainda não foram totalmente concluídas. Suas obras já consumiram R$ 58,6 bilhões.

O Estado não conseguiu contato com Aldo Guedes para tratar do assunto.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.