PF prende ex-dirigente da Eletronorte


Estatal é alvo da Operação Choque, que investiga suposto esquema de propina na empresa

Por Fabio Fabrini e Andreza Matais

Texto atualizado às 23h02

BRASÍLIA - A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira, 15, um ex-diretor da Eletronorte, estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia, e um parente dele, em operação que investiga suposto esquema de pagamento de propina para viabilizar contratos públicos. Winter Andrade Coelho – que comandou a área de Engenharia da empresa e atualmente exerce cargo de assistente na Diretoria de Operações – é suspeito de fraudar licitações para favorecer, em toca de suborno, fornecedores que obtiveram contratos de ao menos R$ 98 milhões com a companhia. Na ação, batizada de Operação Choque, desencadeada em quatro cidades, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão, além das duas prisões temporárias. 

A PF apura a prática dos crimes de corrupção passiva e ativa, formação de quadrilha, fraudes em licitação e lavagem de dinheiro. Conforme as investigações, o ex-diretor da Eletronorte teria aberto uma empresa em nome de parentes para receber recursos das empresas beneficiadas no esquema. Com sede em Brasília, a C&C Consultoria em Engenharia e Tecnologia está registrada em nome do concunhado de Coelho, Carlos Eduardo Macedo, que também foi preso ontem. 

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Ao quebrar o sigilo de uma conta da empresa, a PF detectou movimentação de R$ 4 milhões. As investigações também constataram que parte dos recursos teria sido depositada, “direta ou indiretamente”, por fornecedores da estatal. 

Funcionário de carreira da Eletronorte, Winter ocupou cargos de confiança na empresa.

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A C&C funcionaria apenas como empresa de fachada para receber dinheiro do esquema. De acordo com o inquérito da operação, ela não teria endereço físico ou funcionários. 

Uma das fornecedoras citadas no inquérito, a Abengoa Construções, firmou contrato de R$ 92 milhões com a Eletronorte, conforme o site de transparência da estatal. Também são alvos da investigação a Madecon Engenharia e Participações, que fez negócios de R$ 1 milhão com a estatal; e a Montreal Informática, cujos serviços somam R$ 4,7 milhões. 

Documentação. A PF fez buscas na sede da Eletronorte, em Brasília, levando farta documentação sobre os contratos. Também houve apreensão em endereços de empresas em Belo Horizonte, Marília, no interior paulista, Rio de Janeiro e Porto Velho. 

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A defesa de Winter e Macedo nega recebimento de propina. 

Representantes das empresas não foram localizados pelo Estado. A Eletronorte informou, em nota, que está atendendo “a todas as solicitações da PF” e que reitera o propósito de continuar contribuindo com as investigações”. 

‘Vida de luxo’. Nas investigações, foi constatado que Winter e seus parentes levavam “uma vida de luxo”. “O patrimônio do empregado da estatal teve um acréscimo exorbitante nos últimos anos. Os sinais de riqueza também foram verificados em relação aos parentes do suspeito, que aparecem como sócios proprietários da empresa de consultoria”, informou o Ministério Público Federal (MPF). 

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De acordo com a Eletronorte, Winter comandou a Diretoria de Engenharia nos anos 1990. Em 2005, ele foi indicado pelo PMDB para ocupar a Diretoria de Gestão Corporativa da Eletronorte, mas o nome foi barrado pela então chefe da Casa Civil do governo Lula, Dilma Rousseff. O motivo seriam processos contra ele em órgãos de controle como o Tribunal de Contas da União (TCU). 

As prisões do ex-diretor e do concunhado são temporárias – de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco. Ontem, eles se negaram a prestar depoimento, alegando não ter conhecimento integral das acusações. As investigações estão em fase inicial, o que significa que mais etapas podem ser desencadeadas.

Operação Choque, da Polícia Federal, apurasuposto esquema de propina na estatal Eletronorte. Foto: Reuters
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BRASÍLIA - A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira, 15, um ex-diretor da Eletronorte, estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia, e um parente dele, em operação que investiga suposto esquema de pagamento de propina para viabilizar contratos públicos. Winter Andrade Coelho – que comandou a área de Engenharia da empresa e atualmente exerce cargo de assistente na Diretoria de Operações – é suspeito de fraudar licitações para favorecer, em toca de suborno, fornecedores que obtiveram contratos de ao menos R$ 98 milhões com a companhia. Na ação, batizada de Operação Choque, desencadeada em quatro cidades, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão, além das duas prisões temporárias. 

A PF apura a prática dos crimes de corrupção passiva e ativa, formação de quadrilha, fraudes em licitação e lavagem de dinheiro. Conforme as investigações, o ex-diretor da Eletronorte teria aberto uma empresa em nome de parentes para receber recursos das empresas beneficiadas no esquema. Com sede em Brasília, a C&C Consultoria em Engenharia e Tecnologia está registrada em nome do concunhado de Coelho, Carlos Eduardo Macedo, que também foi preso ontem. 

Ao quebrar o sigilo de uma conta da empresa, a PF detectou movimentação de R$ 4 milhões. As investigações também constataram que parte dos recursos teria sido depositada, “direta ou indiretamente”, por fornecedores da estatal. 

Funcionário de carreira da Eletronorte, Winter ocupou cargos de confiança na empresa.

A C&C funcionaria apenas como empresa de fachada para receber dinheiro do esquema. De acordo com o inquérito da operação, ela não teria endereço físico ou funcionários. 

Uma das fornecedoras citadas no inquérito, a Abengoa Construções, firmou contrato de R$ 92 milhões com a Eletronorte, conforme o site de transparência da estatal. Também são alvos da investigação a Madecon Engenharia e Participações, que fez negócios de R$ 1 milhão com a estatal; e a Montreal Informática, cujos serviços somam R$ 4,7 milhões. 

Documentação. A PF fez buscas na sede da Eletronorte, em Brasília, levando farta documentação sobre os contratos. Também houve apreensão em endereços de empresas em Belo Horizonte, Marília, no interior paulista, Rio de Janeiro e Porto Velho. 

A defesa de Winter e Macedo nega recebimento de propina. 

Representantes das empresas não foram localizados pelo Estado. A Eletronorte informou, em nota, que está atendendo “a todas as solicitações da PF” e que reitera o propósito de continuar contribuindo com as investigações”. 

‘Vida de luxo’. Nas investigações, foi constatado que Winter e seus parentes levavam “uma vida de luxo”. “O patrimônio do empregado da estatal teve um acréscimo exorbitante nos últimos anos. Os sinais de riqueza também foram verificados em relação aos parentes do suspeito, que aparecem como sócios proprietários da empresa de consultoria”, informou o Ministério Público Federal (MPF). 

De acordo com a Eletronorte, Winter comandou a Diretoria de Engenharia nos anos 1990. Em 2005, ele foi indicado pelo PMDB para ocupar a Diretoria de Gestão Corporativa da Eletronorte, mas o nome foi barrado pela então chefe da Casa Civil do governo Lula, Dilma Rousseff. O motivo seriam processos contra ele em órgãos de controle como o Tribunal de Contas da União (TCU). 

As prisões do ex-diretor e do concunhado são temporárias – de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco. Ontem, eles se negaram a prestar depoimento, alegando não ter conhecimento integral das acusações. As investigações estão em fase inicial, o que significa que mais etapas podem ser desencadeadas.

Operação Choque, da Polícia Federal, apurasuposto esquema de propina na estatal Eletronorte. Foto: Reuters

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BRASÍLIA - A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira, 15, um ex-diretor da Eletronorte, estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia, e um parente dele, em operação que investiga suposto esquema de pagamento de propina para viabilizar contratos públicos. Winter Andrade Coelho – que comandou a área de Engenharia da empresa e atualmente exerce cargo de assistente na Diretoria de Operações – é suspeito de fraudar licitações para favorecer, em toca de suborno, fornecedores que obtiveram contratos de ao menos R$ 98 milhões com a companhia. Na ação, batizada de Operação Choque, desencadeada em quatro cidades, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão, além das duas prisões temporárias. 

A PF apura a prática dos crimes de corrupção passiva e ativa, formação de quadrilha, fraudes em licitação e lavagem de dinheiro. Conforme as investigações, o ex-diretor da Eletronorte teria aberto uma empresa em nome de parentes para receber recursos das empresas beneficiadas no esquema. Com sede em Brasília, a C&C Consultoria em Engenharia e Tecnologia está registrada em nome do concunhado de Coelho, Carlos Eduardo Macedo, que também foi preso ontem. 

Ao quebrar o sigilo de uma conta da empresa, a PF detectou movimentação de R$ 4 milhões. As investigações também constataram que parte dos recursos teria sido depositada, “direta ou indiretamente”, por fornecedores da estatal. 

Funcionário de carreira da Eletronorte, Winter ocupou cargos de confiança na empresa.

A C&C funcionaria apenas como empresa de fachada para receber dinheiro do esquema. De acordo com o inquérito da operação, ela não teria endereço físico ou funcionários. 

Uma das fornecedoras citadas no inquérito, a Abengoa Construções, firmou contrato de R$ 92 milhões com a Eletronorte, conforme o site de transparência da estatal. Também são alvos da investigação a Madecon Engenharia e Participações, que fez negócios de R$ 1 milhão com a estatal; e a Montreal Informática, cujos serviços somam R$ 4,7 milhões. 

Documentação. A PF fez buscas na sede da Eletronorte, em Brasília, levando farta documentação sobre os contratos. Também houve apreensão em endereços de empresas em Belo Horizonte, Marília, no interior paulista, Rio de Janeiro e Porto Velho. 

A defesa de Winter e Macedo nega recebimento de propina. 

Representantes das empresas não foram localizados pelo Estado. A Eletronorte informou, em nota, que está atendendo “a todas as solicitações da PF” e que reitera o propósito de continuar contribuindo com as investigações”. 

‘Vida de luxo’. Nas investigações, foi constatado que Winter e seus parentes levavam “uma vida de luxo”. “O patrimônio do empregado da estatal teve um acréscimo exorbitante nos últimos anos. Os sinais de riqueza também foram verificados em relação aos parentes do suspeito, que aparecem como sócios proprietários da empresa de consultoria”, informou o Ministério Público Federal (MPF). 

De acordo com a Eletronorte, Winter comandou a Diretoria de Engenharia nos anos 1990. Em 2005, ele foi indicado pelo PMDB para ocupar a Diretoria de Gestão Corporativa da Eletronorte, mas o nome foi barrado pela então chefe da Casa Civil do governo Lula, Dilma Rousseff. O motivo seriam processos contra ele em órgãos de controle como o Tribunal de Contas da União (TCU). 

As prisões do ex-diretor e do concunhado são temporárias – de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco. Ontem, eles se negaram a prestar depoimento, alegando não ter conhecimento integral das acusações. As investigações estão em fase inicial, o que significa que mais etapas podem ser desencadeadas.

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BRASÍLIA - A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira, 15, um ex-diretor da Eletronorte, estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia, e um parente dele, em operação que investiga suposto esquema de pagamento de propina para viabilizar contratos públicos. Winter Andrade Coelho – que comandou a área de Engenharia da empresa e atualmente exerce cargo de assistente na Diretoria de Operações – é suspeito de fraudar licitações para favorecer, em toca de suborno, fornecedores que obtiveram contratos de ao menos R$ 98 milhões com a companhia. Na ação, batizada de Operação Choque, desencadeada em quatro cidades, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão, além das duas prisões temporárias. 

A PF apura a prática dos crimes de corrupção passiva e ativa, formação de quadrilha, fraudes em licitação e lavagem de dinheiro. Conforme as investigações, o ex-diretor da Eletronorte teria aberto uma empresa em nome de parentes para receber recursos das empresas beneficiadas no esquema. Com sede em Brasília, a C&C Consultoria em Engenharia e Tecnologia está registrada em nome do concunhado de Coelho, Carlos Eduardo Macedo, que também foi preso ontem. 

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Documentação. A PF fez buscas na sede da Eletronorte, em Brasília, levando farta documentação sobre os contratos. Também houve apreensão em endereços de empresas em Belo Horizonte, Marília, no interior paulista, Rio de Janeiro e Porto Velho. 

A defesa de Winter e Macedo nega recebimento de propina. 

Representantes das empresas não foram localizados pelo Estado. A Eletronorte informou, em nota, que está atendendo “a todas as solicitações da PF” e que reitera o propósito de continuar contribuindo com as investigações”. 

‘Vida de luxo’. Nas investigações, foi constatado que Winter e seus parentes levavam “uma vida de luxo”. “O patrimônio do empregado da estatal teve um acréscimo exorbitante nos últimos anos. Os sinais de riqueza também foram verificados em relação aos parentes do suspeito, que aparecem como sócios proprietários da empresa de consultoria”, informou o Ministério Público Federal (MPF). 

De acordo com a Eletronorte, Winter comandou a Diretoria de Engenharia nos anos 1990. Em 2005, ele foi indicado pelo PMDB para ocupar a Diretoria de Gestão Corporativa da Eletronorte, mas o nome foi barrado pela então chefe da Casa Civil do governo Lula, Dilma Rousseff. O motivo seriam processos contra ele em órgãos de controle como o Tribunal de Contas da União (TCU). 

As prisões do ex-diretor e do concunhado são temporárias – de cinco dias, prorrogáveis por mais cinco. Ontem, eles se negaram a prestar depoimento, alegando não ter conhecimento integral das acusações. As investigações estão em fase inicial, o que significa que mais etapas podem ser desencadeadas.

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