Por Mário Scheffer

Carreta da saúde, ambulatório à meia noite e atendimento na rede privada: Haddad, Tarcísio e Garcia disputam promessas para acabar com a fila no SUS


Candidatos ao governo competiram entre si durante debate sobre quem foi o pior gestor, quem carrega o pior padrinho político e quem tem a menor proximidade com o Estado

Por Mário Scheffer

No debate do último sábado, os três candidatos a governador de São Paulo mais bem posicionados na disputa competiram entre si sobre quem foi o pior gestor, quem carrega o pior padrinho político, quem tem a menor proximidade com o Estado.

Cotoveladas nas biografias e nas afinidades com candidaturas nacionais encurtam o espaço reservado ao escrutínio da solução dos problemas mais reclamados pela população, a exemplo do longo tempo de espera nos serviços de saúde, para se conseguir uma consulta médica, exame ou cirurgia.

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reference

Mesmo com base nas poucas declarações e documentos que circulam, é preciso averiguar as promessas de melhoria do acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS) estadual.

"Quero São Paulo sem filas na saúde, filas estas que nem deveriam começar", diz o programa de governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), cheio de soluções idílicas, como uma lista única nominal de cirurgias em cada região do Estado e atendimento especializado na rede privada para usuários do SUS.

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"Você pode até colocar numa carreta e circular em regiões que não tenham densidade para receber um hospital fixo", sugere Fernando Haddad (PT), que promete também uma rede de serviços para cirurgias eletivas ambulatoriais e um sistema de transporte "levando e trazendo os pacientes e seus acompanhantes às consultas em outras cidades".

Para Rodrigo Garcia (PSDB), o remédio seria implantar ambulatórios "que permanecerão abertos até a meia-noite" para exames como ressonância magnética e tomografia, além da realização de cirurgias aos sábados.

Adicionalmente, os três candidatos defendem a integração da rede estadual com a atenção primária dos municípios, a construção de mais hospitais, o apoio às Santas Casas e a implantação de Telessaúde (Haddad), Saúde Digital (Tarcísio) e do aplicativo História Clínica Digital (Rodrigo).

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Prefeito de São Paulo, Haddad já havia experimentado os caminhões itinerantes da "Rede Hora Certa Móvel", depois copiados com o nome "Doutor Saúde", assim que João Doria assumiu a prefeitura.

O Corujão da Saúde, também de Doria, juntava, num só pacote ineficaz, as atuais propostas de Tarcísio (compra do setor privado) e Rodrigo (agendamento de madrugada).

Em São Paulo, quem mais pena na espera é quem não tem plano privado, 60% da população do Estado. Quem é pobre e doente chega de madrugada, tenta ser incluído em uma fila e, quando consegue, tem que acordar bem cedo, para entrar em outra.

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Crianças e adultos com necessidades de saúde gastam boa parte de seu tempo de fila em fila, uma experiência dolorosa que faz piorar a qualidade de vida.

Para equacionar a fila no SUS é necessário entender sua origem. A espera varia de acordo com o ponto de partida e de chegada do paciente, pode ocorrer entre a visita à unidade básica de saúde e o médico especialista, a prescrição de um exame e o diagnóstico propriamente dito, o atendimento médico e o tratamento, a ida ao pronto-socorro e a decisão de operar, a alta hospitalar e a reabilitação.

Tempos de espera no Brasil indicam imensa disfunção no sistema de saúde, mas em outros países são objeto de gestão, previsíveis e encurtados, conforme a gravidade dos quadros clínicos e a organização dos serviços.

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São Paulo, o Estado com mais recursos para o SUS (cerca de R$ 30 bilhões em 2022), pode fazer melhor do que requentar o que não deu certo.

São abundantes as evidências empíricas disponíveis no mundo sobre fatores associados a tempos de espera, como o número de leitos e de médicos especialistas no sistema público, taxas de cirurgias eletivas e emergenciais, formatos de remuneração de prestadores, modelo de gestão dos serviços, gastos com saúde per capita, porcentagem de idosos que demandarão atendimento.

Política de saúde requer planejamento para coadunar desafios acumulados e cuidados para populações que ainda nem nasceram.

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Muito melhor do que tomar a fila como o inimigo a ser atacado, panaceia de ano eleitoral, seria se cada candidato apresentasse seus cálculos e propostas para compatibilizar demanda, oferta e orçamento da saúde pública.

No debate do último sábado, os três candidatos a governador de São Paulo mais bem posicionados na disputa competiram entre si sobre quem foi o pior gestor, quem carrega o pior padrinho político, quem tem a menor proximidade com o Estado.

Cotoveladas nas biografias e nas afinidades com candidaturas nacionais encurtam o espaço reservado ao escrutínio da solução dos problemas mais reclamados pela população, a exemplo do longo tempo de espera nos serviços de saúde, para se conseguir uma consulta médica, exame ou cirurgia.

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Mesmo com base nas poucas declarações e documentos que circulam, é preciso averiguar as promessas de melhoria do acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS) estadual.

"Quero São Paulo sem filas na saúde, filas estas que nem deveriam começar", diz o programa de governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), cheio de soluções idílicas, como uma lista única nominal de cirurgias em cada região do Estado e atendimento especializado na rede privada para usuários do SUS.

"Você pode até colocar numa carreta e circular em regiões que não tenham densidade para receber um hospital fixo", sugere Fernando Haddad (PT), que promete também uma rede de serviços para cirurgias eletivas ambulatoriais e um sistema de transporte "levando e trazendo os pacientes e seus acompanhantes às consultas em outras cidades".

Para Rodrigo Garcia (PSDB), o remédio seria implantar ambulatórios "que permanecerão abertos até a meia-noite" para exames como ressonância magnética e tomografia, além da realização de cirurgias aos sábados.

Adicionalmente, os três candidatos defendem a integração da rede estadual com a atenção primária dos municípios, a construção de mais hospitais, o apoio às Santas Casas e a implantação de Telessaúde (Haddad), Saúde Digital (Tarcísio) e do aplicativo História Clínica Digital (Rodrigo).

Prefeito de São Paulo, Haddad já havia experimentado os caminhões itinerantes da "Rede Hora Certa Móvel", depois copiados com o nome "Doutor Saúde", assim que João Doria assumiu a prefeitura.

O Corujão da Saúde, também de Doria, juntava, num só pacote ineficaz, as atuais propostas de Tarcísio (compra do setor privado) e Rodrigo (agendamento de madrugada).

Em São Paulo, quem mais pena na espera é quem não tem plano privado, 60% da população do Estado. Quem é pobre e doente chega de madrugada, tenta ser incluído em uma fila e, quando consegue, tem que acordar bem cedo, para entrar em outra.

Crianças e adultos com necessidades de saúde gastam boa parte de seu tempo de fila em fila, uma experiência dolorosa que faz piorar a qualidade de vida.

Para equacionar a fila no SUS é necessário entender sua origem. A espera varia de acordo com o ponto de partida e de chegada do paciente, pode ocorrer entre a visita à unidade básica de saúde e o médico especialista, a prescrição de um exame e o diagnóstico propriamente dito, o atendimento médico e o tratamento, a ida ao pronto-socorro e a decisão de operar, a alta hospitalar e a reabilitação.

Tempos de espera no Brasil indicam imensa disfunção no sistema de saúde, mas em outros países são objeto de gestão, previsíveis e encurtados, conforme a gravidade dos quadros clínicos e a organização dos serviços.

São Paulo, o Estado com mais recursos para o SUS (cerca de R$ 30 bilhões em 2022), pode fazer melhor do que requentar o que não deu certo.

São abundantes as evidências empíricas disponíveis no mundo sobre fatores associados a tempos de espera, como o número de leitos e de médicos especialistas no sistema público, taxas de cirurgias eletivas e emergenciais, formatos de remuneração de prestadores, modelo de gestão dos serviços, gastos com saúde per capita, porcentagem de idosos que demandarão atendimento.

Política de saúde requer planejamento para coadunar desafios acumulados e cuidados para populações que ainda nem nasceram.

Muito melhor do que tomar a fila como o inimigo a ser atacado, panaceia de ano eleitoral, seria se cada candidato apresentasse seus cálculos e propostas para compatibilizar demanda, oferta e orçamento da saúde pública.

No debate do último sábado, os três candidatos a governador de São Paulo mais bem posicionados na disputa competiram entre si sobre quem foi o pior gestor, quem carrega o pior padrinho político, quem tem a menor proximidade com o Estado.

Cotoveladas nas biografias e nas afinidades com candidaturas nacionais encurtam o espaço reservado ao escrutínio da solução dos problemas mais reclamados pela população, a exemplo do longo tempo de espera nos serviços de saúde, para se conseguir uma consulta médica, exame ou cirurgia.

reference

Mesmo com base nas poucas declarações e documentos que circulam, é preciso averiguar as promessas de melhoria do acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS) estadual.

"Quero São Paulo sem filas na saúde, filas estas que nem deveriam começar", diz o programa de governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), cheio de soluções idílicas, como uma lista única nominal de cirurgias em cada região do Estado e atendimento especializado na rede privada para usuários do SUS.

"Você pode até colocar numa carreta e circular em regiões que não tenham densidade para receber um hospital fixo", sugere Fernando Haddad (PT), que promete também uma rede de serviços para cirurgias eletivas ambulatoriais e um sistema de transporte "levando e trazendo os pacientes e seus acompanhantes às consultas em outras cidades".

Para Rodrigo Garcia (PSDB), o remédio seria implantar ambulatórios "que permanecerão abertos até a meia-noite" para exames como ressonância magnética e tomografia, além da realização de cirurgias aos sábados.

Adicionalmente, os três candidatos defendem a integração da rede estadual com a atenção primária dos municípios, a construção de mais hospitais, o apoio às Santas Casas e a implantação de Telessaúde (Haddad), Saúde Digital (Tarcísio) e do aplicativo História Clínica Digital (Rodrigo).

Prefeito de São Paulo, Haddad já havia experimentado os caminhões itinerantes da "Rede Hora Certa Móvel", depois copiados com o nome "Doutor Saúde", assim que João Doria assumiu a prefeitura.

O Corujão da Saúde, também de Doria, juntava, num só pacote ineficaz, as atuais propostas de Tarcísio (compra do setor privado) e Rodrigo (agendamento de madrugada).

Em São Paulo, quem mais pena na espera é quem não tem plano privado, 60% da população do Estado. Quem é pobre e doente chega de madrugada, tenta ser incluído em uma fila e, quando consegue, tem que acordar bem cedo, para entrar em outra.

Crianças e adultos com necessidades de saúde gastam boa parte de seu tempo de fila em fila, uma experiência dolorosa que faz piorar a qualidade de vida.

Para equacionar a fila no SUS é necessário entender sua origem. A espera varia de acordo com o ponto de partida e de chegada do paciente, pode ocorrer entre a visita à unidade básica de saúde e o médico especialista, a prescrição de um exame e o diagnóstico propriamente dito, o atendimento médico e o tratamento, a ida ao pronto-socorro e a decisão de operar, a alta hospitalar e a reabilitação.

Tempos de espera no Brasil indicam imensa disfunção no sistema de saúde, mas em outros países são objeto de gestão, previsíveis e encurtados, conforme a gravidade dos quadros clínicos e a organização dos serviços.

São Paulo, o Estado com mais recursos para o SUS (cerca de R$ 30 bilhões em 2022), pode fazer melhor do que requentar o que não deu certo.

São abundantes as evidências empíricas disponíveis no mundo sobre fatores associados a tempos de espera, como o número de leitos e de médicos especialistas no sistema público, taxas de cirurgias eletivas e emergenciais, formatos de remuneração de prestadores, modelo de gestão dos serviços, gastos com saúde per capita, porcentagem de idosos que demandarão atendimento.

Política de saúde requer planejamento para coadunar desafios acumulados e cuidados para populações que ainda nem nasceram.

Muito melhor do que tomar a fila como o inimigo a ser atacado, panaceia de ano eleitoral, seria se cada candidato apresentasse seus cálculos e propostas para compatibilizar demanda, oferta e orçamento da saúde pública.

No debate do último sábado, os três candidatos a governador de São Paulo mais bem posicionados na disputa competiram entre si sobre quem foi o pior gestor, quem carrega o pior padrinho político, quem tem a menor proximidade com o Estado.

Cotoveladas nas biografias e nas afinidades com candidaturas nacionais encurtam o espaço reservado ao escrutínio da solução dos problemas mais reclamados pela população, a exemplo do longo tempo de espera nos serviços de saúde, para se conseguir uma consulta médica, exame ou cirurgia.

reference

Mesmo com base nas poucas declarações e documentos que circulam, é preciso averiguar as promessas de melhoria do acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS) estadual.

"Quero São Paulo sem filas na saúde, filas estas que nem deveriam começar", diz o programa de governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), cheio de soluções idílicas, como uma lista única nominal de cirurgias em cada região do Estado e atendimento especializado na rede privada para usuários do SUS.

"Você pode até colocar numa carreta e circular em regiões que não tenham densidade para receber um hospital fixo", sugere Fernando Haddad (PT), que promete também uma rede de serviços para cirurgias eletivas ambulatoriais e um sistema de transporte "levando e trazendo os pacientes e seus acompanhantes às consultas em outras cidades".

Para Rodrigo Garcia (PSDB), o remédio seria implantar ambulatórios "que permanecerão abertos até a meia-noite" para exames como ressonância magnética e tomografia, além da realização de cirurgias aos sábados.

Adicionalmente, os três candidatos defendem a integração da rede estadual com a atenção primária dos municípios, a construção de mais hospitais, o apoio às Santas Casas e a implantação de Telessaúde (Haddad), Saúde Digital (Tarcísio) e do aplicativo História Clínica Digital (Rodrigo).

Prefeito de São Paulo, Haddad já havia experimentado os caminhões itinerantes da "Rede Hora Certa Móvel", depois copiados com o nome "Doutor Saúde", assim que João Doria assumiu a prefeitura.

O Corujão da Saúde, também de Doria, juntava, num só pacote ineficaz, as atuais propostas de Tarcísio (compra do setor privado) e Rodrigo (agendamento de madrugada).

Em São Paulo, quem mais pena na espera é quem não tem plano privado, 60% da população do Estado. Quem é pobre e doente chega de madrugada, tenta ser incluído em uma fila e, quando consegue, tem que acordar bem cedo, para entrar em outra.

Crianças e adultos com necessidades de saúde gastam boa parte de seu tempo de fila em fila, uma experiência dolorosa que faz piorar a qualidade de vida.

Para equacionar a fila no SUS é necessário entender sua origem. A espera varia de acordo com o ponto de partida e de chegada do paciente, pode ocorrer entre a visita à unidade básica de saúde e o médico especialista, a prescrição de um exame e o diagnóstico propriamente dito, o atendimento médico e o tratamento, a ida ao pronto-socorro e a decisão de operar, a alta hospitalar e a reabilitação.

Tempos de espera no Brasil indicam imensa disfunção no sistema de saúde, mas em outros países são objeto de gestão, previsíveis e encurtados, conforme a gravidade dos quadros clínicos e a organização dos serviços.

São Paulo, o Estado com mais recursos para o SUS (cerca de R$ 30 bilhões em 2022), pode fazer melhor do que requentar o que não deu certo.

São abundantes as evidências empíricas disponíveis no mundo sobre fatores associados a tempos de espera, como o número de leitos e de médicos especialistas no sistema público, taxas de cirurgias eletivas e emergenciais, formatos de remuneração de prestadores, modelo de gestão dos serviços, gastos com saúde per capita, porcentagem de idosos que demandarão atendimento.

Política de saúde requer planejamento para coadunar desafios acumulados e cuidados para populações que ainda nem nasceram.

Muito melhor do que tomar a fila como o inimigo a ser atacado, panaceia de ano eleitoral, seria se cada candidato apresentasse seus cálculos e propostas para compatibilizar demanda, oferta e orçamento da saúde pública.

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