Presidente do DEM quer decisão sobre candidato até dezembro


Para Rodrigo Maia, prazo é adequado pra construir palanques regionais e agregar partidos na aliança

Por André Mascarenhas

Com o discurso afinado ao do governador de Minas Gerais e pré-candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, o presidente nacional do DEM, deputado federal Rodrigo Maia (RJ), manifestou nesta quarta-feira, 28, seu desejo de que os principais partidos de oposição decidam seu candidato até dezembro deste ano.

 

Segundo ele, uma definição antecipada é fundamental na construção de uma candidatura forte para enfrentar o candidato governista, uma vez que o presidente Lula já colocou a campanha da pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, na rua.

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Embora Maia negue uma aproximação de Aécio, o governador de Minas esteve na terça-feira, 27, em Brasília, onde almoçou com o presidente do DEM. Ele concedeu uma entrevista ao estadao.com.br.

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Hoje a ministra Dilma Rousseff se encontra com o PP na tentativa de costurar mais uma aliança para as eleições do ano que vem. Até quando o Sr. acha que a oposição consegue resistir, sem um candidato, para que tenha chances em 2010?

Acho que esse quadro vai começar a se definir no início do ano que vem. Defendo que nossa estratégia seja organizar nossos palanques regionais e a campanha majoritária nacional até o final do ano, para que, a partir de janeiro, possamos começar a ter uma participação mais efetiva no diálogo com outros partidos e com nossas bases nos estados. A ideia é que cheguemos em junho com uma estrutura bem forte para dar sustentação ao candidato a presidente, já que isso não ocorreu em 2006 com a candidatura do Alckmin.

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Então o prazo do Sr. seria até janeiro?

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Acho que tomando uma decisão em dezembro e começando a trabalhar em janeiro, seria um prazo adequado pra se começar a construir os palanques regionais e tentar agregar outros partidos nessa aliança.

 

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Esse prazo coincide bastante com o que o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, tem dito. O governador de São Paulo, José Serra, fala em março...

Olha, eu dei a minha opinião antes do Aécio declarar a dele, no Estadão, há duas semanas. Então, apenas coincidiu com a posição do Aécio e de muitos outros políticos da oposição, que defendem a mesma coisa. Não é uma questão de ser a favor de A ou contra B. É questão apenas de analisar a conjuntura, que mudou. A conjuntura política e econômica há seis meses era uma, e agora é outra. Apenas dei minha opinião. É claro que essa é uma decisão que será do PSDB, mas nós temos o dever e o direito de opinar. À nossa parte cabe essa análise da conjuntura, deixando claro para todos que os partidos estarão juntos em qualquer circunstância. Nós entendemos que o PPS, o DEM e PSDB precisam caminhar juntos nessa decisão, já que vai ser uma decisão muito difícil, onde o presidente Lula, sem respeitar a legislação eleitoral e abusando da máquina de todas as formas, vai se utilizar dessa estrutura para tentar vencer as eleições. Só a oposição unida tem condição de vitória.

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Recentemente, o presidente Lula disse que a avaliação do Serra nas pesquisas é um recall das últimas eleições. Como o Sr. avalia o potencial de crescimento dos pré-candidatos do PSDB, Serra e Aécio?

Acho que os dois, cada um com seu perfil, têm potencial de crescimento. Pode ser que o Aécio consiga agregar outros partidos, mas o Serra tem uma bandeira que nenhum outro político, candidato a presidente, tem no Brasil: a bandeira da saúde, já que ele foi ministro. Isso pode ajudar muito na candidatura dele, se ele for candidato, já que a passagem dele pela Saúde é considerada a melhor passagem de um político pelo ministério em toda a sua história. Ele tem essa variável. Já o Aécio tem a variável da agregação, pode trazer alguns partidos, que segundo os próprios partidos, poderiam deixar a base do governo para apoiá-lo. Mas sem dúvida nenhuma, qualquer um dos dois têm condições. O Aécio pode continuar crescendo - já saiu de 13% pra 20%, e pode chegar rapidamente a 30%. E o Serra, consolidando os 35%, voltar ao patamar dos 40%. O que seria muito bom, num início de campanha, um patamar que ele já teve há alguns meses.

 

Como o DEM vê a composição de uma chapa puro-sangue, com Serra e Aécio?

Prefiro não comentar essa questão, porque o Aécio reafirmou ontem pessoalmente a decisão de não ser candidato a vice-presidente. Então a questão da vice-presidência temos que deixar pra decidir um pouco mais pra frente, porque pode terminar atrapalhando e dividindo não apenas o PSDB, mas dividindo também o Democratas.

 

Segundo o Blog do Josias de Souza, o Serra voltou a demonstrar interesse na composição de uma chapa puro-sangue...

É claro que seu eu fosse o Serra eu gostaria de ter o Aécio como vice, mas o Aécio acha que o projeto dele ou é a Presidência ou o Senado. Foi o que ele me disse ontem pela sétima ou oitava vez. Então eu prefiro que a questão da vice a gente deixe para um outro momento, porque ela não é a questão mais importante. A questão mais importante é a gente resolver a candidatura a presidente.

 

O Serra tem apostado numa estratégia de evitar o confronto neste momento, e deixar a discussão para o ano que vem. O Sr. concorda com essa estratégia?

Cada um analisa de um jeito. O Serra teve poucas derrotas e muitas vitórias, principalmente nos últimos anos. Tem que se respeitar isso. Mas é claro que, como já deixei transparente, se a oposição não começar a mostrar desde já que o governo é diferente da avaliação pessoal do presidente, é capaz de lá na frente isso se consolidar numa imagem de que o presidente é o governo. E aí fica uma situação muito difícil para a gente entrar em junho pra fazer a crítica.

Com o discurso afinado ao do governador de Minas Gerais e pré-candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, o presidente nacional do DEM, deputado federal Rodrigo Maia (RJ), manifestou nesta quarta-feira, 28, seu desejo de que os principais partidos de oposição decidam seu candidato até dezembro deste ano.

 

Segundo ele, uma definição antecipada é fundamental na construção de uma candidatura forte para enfrentar o candidato governista, uma vez que o presidente Lula já colocou a campanha da pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, na rua.

 

Embora Maia negue uma aproximação de Aécio, o governador de Minas esteve na terça-feira, 27, em Brasília, onde almoçou com o presidente do DEM. Ele concedeu uma entrevista ao estadao.com.br.

 

Hoje a ministra Dilma Rousseff se encontra com o PP na tentativa de costurar mais uma aliança para as eleições do ano que vem. Até quando o Sr. acha que a oposição consegue resistir, sem um candidato, para que tenha chances em 2010?

Acho que esse quadro vai começar a se definir no início do ano que vem. Defendo que nossa estratégia seja organizar nossos palanques regionais e a campanha majoritária nacional até o final do ano, para que, a partir de janeiro, possamos começar a ter uma participação mais efetiva no diálogo com outros partidos e com nossas bases nos estados. A ideia é que cheguemos em junho com uma estrutura bem forte para dar sustentação ao candidato a presidente, já que isso não ocorreu em 2006 com a candidatura do Alckmin.

 

Então o prazo do Sr. seria até janeiro?

Acho que tomando uma decisão em dezembro e começando a trabalhar em janeiro, seria um prazo adequado pra se começar a construir os palanques regionais e tentar agregar outros partidos nessa aliança.

 

Esse prazo coincide bastante com o que o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, tem dito. O governador de São Paulo, José Serra, fala em março...

Olha, eu dei a minha opinião antes do Aécio declarar a dele, no Estadão, há duas semanas. Então, apenas coincidiu com a posição do Aécio e de muitos outros políticos da oposição, que defendem a mesma coisa. Não é uma questão de ser a favor de A ou contra B. É questão apenas de analisar a conjuntura, que mudou. A conjuntura política e econômica há seis meses era uma, e agora é outra. Apenas dei minha opinião. É claro que essa é uma decisão que será do PSDB, mas nós temos o dever e o direito de opinar. À nossa parte cabe essa análise da conjuntura, deixando claro para todos que os partidos estarão juntos em qualquer circunstância. Nós entendemos que o PPS, o DEM e PSDB precisam caminhar juntos nessa decisão, já que vai ser uma decisão muito difícil, onde o presidente Lula, sem respeitar a legislação eleitoral e abusando da máquina de todas as formas, vai se utilizar dessa estrutura para tentar vencer as eleições. Só a oposição unida tem condição de vitória.

 

Recentemente, o presidente Lula disse que a avaliação do Serra nas pesquisas é um recall das últimas eleições. Como o Sr. avalia o potencial de crescimento dos pré-candidatos do PSDB, Serra e Aécio?

Acho que os dois, cada um com seu perfil, têm potencial de crescimento. Pode ser que o Aécio consiga agregar outros partidos, mas o Serra tem uma bandeira que nenhum outro político, candidato a presidente, tem no Brasil: a bandeira da saúde, já que ele foi ministro. Isso pode ajudar muito na candidatura dele, se ele for candidato, já que a passagem dele pela Saúde é considerada a melhor passagem de um político pelo ministério em toda a sua história. Ele tem essa variável. Já o Aécio tem a variável da agregação, pode trazer alguns partidos, que segundo os próprios partidos, poderiam deixar a base do governo para apoiá-lo. Mas sem dúvida nenhuma, qualquer um dos dois têm condições. O Aécio pode continuar crescendo - já saiu de 13% pra 20%, e pode chegar rapidamente a 30%. E o Serra, consolidando os 35%, voltar ao patamar dos 40%. O que seria muito bom, num início de campanha, um patamar que ele já teve há alguns meses.

 

Como o DEM vê a composição de uma chapa puro-sangue, com Serra e Aécio?

Prefiro não comentar essa questão, porque o Aécio reafirmou ontem pessoalmente a decisão de não ser candidato a vice-presidente. Então a questão da vice-presidência temos que deixar pra decidir um pouco mais pra frente, porque pode terminar atrapalhando e dividindo não apenas o PSDB, mas dividindo também o Democratas.

 

Segundo o Blog do Josias de Souza, o Serra voltou a demonstrar interesse na composição de uma chapa puro-sangue...

É claro que seu eu fosse o Serra eu gostaria de ter o Aécio como vice, mas o Aécio acha que o projeto dele ou é a Presidência ou o Senado. Foi o que ele me disse ontem pela sétima ou oitava vez. Então eu prefiro que a questão da vice a gente deixe para um outro momento, porque ela não é a questão mais importante. A questão mais importante é a gente resolver a candidatura a presidente.

 

O Serra tem apostado numa estratégia de evitar o confronto neste momento, e deixar a discussão para o ano que vem. O Sr. concorda com essa estratégia?

Cada um analisa de um jeito. O Serra teve poucas derrotas e muitas vitórias, principalmente nos últimos anos. Tem que se respeitar isso. Mas é claro que, como já deixei transparente, se a oposição não começar a mostrar desde já que o governo é diferente da avaliação pessoal do presidente, é capaz de lá na frente isso se consolidar numa imagem de que o presidente é o governo. E aí fica uma situação muito difícil para a gente entrar em junho pra fazer a crítica.

Com o discurso afinado ao do governador de Minas Gerais e pré-candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, o presidente nacional do DEM, deputado federal Rodrigo Maia (RJ), manifestou nesta quarta-feira, 28, seu desejo de que os principais partidos de oposição decidam seu candidato até dezembro deste ano.

 

Segundo ele, uma definição antecipada é fundamental na construção de uma candidatura forte para enfrentar o candidato governista, uma vez que o presidente Lula já colocou a campanha da pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, na rua.

 

Embora Maia negue uma aproximação de Aécio, o governador de Minas esteve na terça-feira, 27, em Brasília, onde almoçou com o presidente do DEM. Ele concedeu uma entrevista ao estadao.com.br.

 

Hoje a ministra Dilma Rousseff se encontra com o PP na tentativa de costurar mais uma aliança para as eleições do ano que vem. Até quando o Sr. acha que a oposição consegue resistir, sem um candidato, para que tenha chances em 2010?

Acho que esse quadro vai começar a se definir no início do ano que vem. Defendo que nossa estratégia seja organizar nossos palanques regionais e a campanha majoritária nacional até o final do ano, para que, a partir de janeiro, possamos começar a ter uma participação mais efetiva no diálogo com outros partidos e com nossas bases nos estados. A ideia é que cheguemos em junho com uma estrutura bem forte para dar sustentação ao candidato a presidente, já que isso não ocorreu em 2006 com a candidatura do Alckmin.

 

Então o prazo do Sr. seria até janeiro?

Acho que tomando uma decisão em dezembro e começando a trabalhar em janeiro, seria um prazo adequado pra se começar a construir os palanques regionais e tentar agregar outros partidos nessa aliança.

 

Esse prazo coincide bastante com o que o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, tem dito. O governador de São Paulo, José Serra, fala em março...

Olha, eu dei a minha opinião antes do Aécio declarar a dele, no Estadão, há duas semanas. Então, apenas coincidiu com a posição do Aécio e de muitos outros políticos da oposição, que defendem a mesma coisa. Não é uma questão de ser a favor de A ou contra B. É questão apenas de analisar a conjuntura, que mudou. A conjuntura política e econômica há seis meses era uma, e agora é outra. Apenas dei minha opinião. É claro que essa é uma decisão que será do PSDB, mas nós temos o dever e o direito de opinar. À nossa parte cabe essa análise da conjuntura, deixando claro para todos que os partidos estarão juntos em qualquer circunstância. Nós entendemos que o PPS, o DEM e PSDB precisam caminhar juntos nessa decisão, já que vai ser uma decisão muito difícil, onde o presidente Lula, sem respeitar a legislação eleitoral e abusando da máquina de todas as formas, vai se utilizar dessa estrutura para tentar vencer as eleições. Só a oposição unida tem condição de vitória.

 

Recentemente, o presidente Lula disse que a avaliação do Serra nas pesquisas é um recall das últimas eleições. Como o Sr. avalia o potencial de crescimento dos pré-candidatos do PSDB, Serra e Aécio?

Acho que os dois, cada um com seu perfil, têm potencial de crescimento. Pode ser que o Aécio consiga agregar outros partidos, mas o Serra tem uma bandeira que nenhum outro político, candidato a presidente, tem no Brasil: a bandeira da saúde, já que ele foi ministro. Isso pode ajudar muito na candidatura dele, se ele for candidato, já que a passagem dele pela Saúde é considerada a melhor passagem de um político pelo ministério em toda a sua história. Ele tem essa variável. Já o Aécio tem a variável da agregação, pode trazer alguns partidos, que segundo os próprios partidos, poderiam deixar a base do governo para apoiá-lo. Mas sem dúvida nenhuma, qualquer um dos dois têm condições. O Aécio pode continuar crescendo - já saiu de 13% pra 20%, e pode chegar rapidamente a 30%. E o Serra, consolidando os 35%, voltar ao patamar dos 40%. O que seria muito bom, num início de campanha, um patamar que ele já teve há alguns meses.

 

Como o DEM vê a composição de uma chapa puro-sangue, com Serra e Aécio?

Prefiro não comentar essa questão, porque o Aécio reafirmou ontem pessoalmente a decisão de não ser candidato a vice-presidente. Então a questão da vice-presidência temos que deixar pra decidir um pouco mais pra frente, porque pode terminar atrapalhando e dividindo não apenas o PSDB, mas dividindo também o Democratas.

 

Segundo o Blog do Josias de Souza, o Serra voltou a demonstrar interesse na composição de uma chapa puro-sangue...

É claro que seu eu fosse o Serra eu gostaria de ter o Aécio como vice, mas o Aécio acha que o projeto dele ou é a Presidência ou o Senado. Foi o que ele me disse ontem pela sétima ou oitava vez. Então eu prefiro que a questão da vice a gente deixe para um outro momento, porque ela não é a questão mais importante. A questão mais importante é a gente resolver a candidatura a presidente.

 

O Serra tem apostado numa estratégia de evitar o confronto neste momento, e deixar a discussão para o ano que vem. O Sr. concorda com essa estratégia?

Cada um analisa de um jeito. O Serra teve poucas derrotas e muitas vitórias, principalmente nos últimos anos. Tem que se respeitar isso. Mas é claro que, como já deixei transparente, se a oposição não começar a mostrar desde já que o governo é diferente da avaliação pessoal do presidente, é capaz de lá na frente isso se consolidar numa imagem de que o presidente é o governo. E aí fica uma situação muito difícil para a gente entrar em junho pra fazer a crítica.

Com o discurso afinado ao do governador de Minas Gerais e pré-candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, o presidente nacional do DEM, deputado federal Rodrigo Maia (RJ), manifestou nesta quarta-feira, 28, seu desejo de que os principais partidos de oposição decidam seu candidato até dezembro deste ano.

 

Segundo ele, uma definição antecipada é fundamental na construção de uma candidatura forte para enfrentar o candidato governista, uma vez que o presidente Lula já colocou a campanha da pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, na rua.

 

Embora Maia negue uma aproximação de Aécio, o governador de Minas esteve na terça-feira, 27, em Brasília, onde almoçou com o presidente do DEM. Ele concedeu uma entrevista ao estadao.com.br.

 

Hoje a ministra Dilma Rousseff se encontra com o PP na tentativa de costurar mais uma aliança para as eleições do ano que vem. Até quando o Sr. acha que a oposição consegue resistir, sem um candidato, para que tenha chances em 2010?

Acho que esse quadro vai começar a se definir no início do ano que vem. Defendo que nossa estratégia seja organizar nossos palanques regionais e a campanha majoritária nacional até o final do ano, para que, a partir de janeiro, possamos começar a ter uma participação mais efetiva no diálogo com outros partidos e com nossas bases nos estados. A ideia é que cheguemos em junho com uma estrutura bem forte para dar sustentação ao candidato a presidente, já que isso não ocorreu em 2006 com a candidatura do Alckmin.

 

Então o prazo do Sr. seria até janeiro?

Acho que tomando uma decisão em dezembro e começando a trabalhar em janeiro, seria um prazo adequado pra se começar a construir os palanques regionais e tentar agregar outros partidos nessa aliança.

 

Esse prazo coincide bastante com o que o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, tem dito. O governador de São Paulo, José Serra, fala em março...

Olha, eu dei a minha opinião antes do Aécio declarar a dele, no Estadão, há duas semanas. Então, apenas coincidiu com a posição do Aécio e de muitos outros políticos da oposição, que defendem a mesma coisa. Não é uma questão de ser a favor de A ou contra B. É questão apenas de analisar a conjuntura, que mudou. A conjuntura política e econômica há seis meses era uma, e agora é outra. Apenas dei minha opinião. É claro que essa é uma decisão que será do PSDB, mas nós temos o dever e o direito de opinar. À nossa parte cabe essa análise da conjuntura, deixando claro para todos que os partidos estarão juntos em qualquer circunstância. Nós entendemos que o PPS, o DEM e PSDB precisam caminhar juntos nessa decisão, já que vai ser uma decisão muito difícil, onde o presidente Lula, sem respeitar a legislação eleitoral e abusando da máquina de todas as formas, vai se utilizar dessa estrutura para tentar vencer as eleições. Só a oposição unida tem condição de vitória.

 

Recentemente, o presidente Lula disse que a avaliação do Serra nas pesquisas é um recall das últimas eleições. Como o Sr. avalia o potencial de crescimento dos pré-candidatos do PSDB, Serra e Aécio?

Acho que os dois, cada um com seu perfil, têm potencial de crescimento. Pode ser que o Aécio consiga agregar outros partidos, mas o Serra tem uma bandeira que nenhum outro político, candidato a presidente, tem no Brasil: a bandeira da saúde, já que ele foi ministro. Isso pode ajudar muito na candidatura dele, se ele for candidato, já que a passagem dele pela Saúde é considerada a melhor passagem de um político pelo ministério em toda a sua história. Ele tem essa variável. Já o Aécio tem a variável da agregação, pode trazer alguns partidos, que segundo os próprios partidos, poderiam deixar a base do governo para apoiá-lo. Mas sem dúvida nenhuma, qualquer um dos dois têm condições. O Aécio pode continuar crescendo - já saiu de 13% pra 20%, e pode chegar rapidamente a 30%. E o Serra, consolidando os 35%, voltar ao patamar dos 40%. O que seria muito bom, num início de campanha, um patamar que ele já teve há alguns meses.

 

Como o DEM vê a composição de uma chapa puro-sangue, com Serra e Aécio?

Prefiro não comentar essa questão, porque o Aécio reafirmou ontem pessoalmente a decisão de não ser candidato a vice-presidente. Então a questão da vice-presidência temos que deixar pra decidir um pouco mais pra frente, porque pode terminar atrapalhando e dividindo não apenas o PSDB, mas dividindo também o Democratas.

 

Segundo o Blog do Josias de Souza, o Serra voltou a demonstrar interesse na composição de uma chapa puro-sangue...

É claro que seu eu fosse o Serra eu gostaria de ter o Aécio como vice, mas o Aécio acha que o projeto dele ou é a Presidência ou o Senado. Foi o que ele me disse ontem pela sétima ou oitava vez. Então eu prefiro que a questão da vice a gente deixe para um outro momento, porque ela não é a questão mais importante. A questão mais importante é a gente resolver a candidatura a presidente.

 

O Serra tem apostado numa estratégia de evitar o confronto neste momento, e deixar a discussão para o ano que vem. O Sr. concorda com essa estratégia?

Cada um analisa de um jeito. O Serra teve poucas derrotas e muitas vitórias, principalmente nos últimos anos. Tem que se respeitar isso. Mas é claro que, como já deixei transparente, se a oposição não começar a mostrar desde já que o governo é diferente da avaliação pessoal do presidente, é capaz de lá na frente isso se consolidar numa imagem de que o presidente é o governo. E aí fica uma situação muito difícil para a gente entrar em junho pra fazer a crítica.

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