Desde 1996 fora da prefeitura, o PT vê crescer suas chances de voltar ao governo em Franco da Rocha. Apoiado em denúncias de compra de voto que pairam sobre o prefeito Marcio Ccchettini (PSDB), sobre o vice, os secretários e os vereadores de sua gestão; o candidato Francisco Daniel Celeguim, o Kiko, aposta na mudança de cenário político e no apoio de Lula para se consagrar vitorioso.
Filho do ex-prefeito petista da cidade Mário Maurici de Lima Morais, Kiko disputou em 2008 a administração da cidade com o atual prefeito e perdeu. Mas aposta que, com a queda de popularidade de Cecchettini de 60% para 20%, fique mais fácil trazer a prefeitura de volta ao partido.
Durante a disputa de 2008, uma pesquisa interna do PT mostrava que Kiko tinha cerca de 1% das intenções de voto. No final da eleição, o percentual subiu para 30% o que, para ele, mostra uma força eleitoral. Além desse aumento, ele cita ações políticas para agrupar lideranças e o escândalo envolvendo a atual administração como elementos que dão força à sua candidatura. "Por conta disso, temos hoje uns oito ou nove partidos conosco. Nós não temos divisão interna", afirma ele, relacionando no rol de aliança petista partidos como o PMDB, o PCdoB, o PR, PSB, PPS, o PTdoB e o PTC. O candidato do atual governo deve ser o atual vice, José Antônio Pariz Júnior (PSDB), conhecido também como Pinduca.
Compra de votos. A acusação de compra de votos que paira sobre o prefeito Marcio Ccchettini (PSDB), o vice José Antônio Pariz Júnior (PSDB), três secretários e dez vereadores é o principal argumento que o partido tem para usar na cidade. A suspeita surgiu após o assassinato do vereador Carlos Aparecido da Silva, no final de 2008. Passado o crime, surgiram denúncias de um esquema de compra de votos entre prefeitura e Câmara Municipal que teriam relação com o crime. O MP abriu uma investigação e, em junho de 2009, conseguiu uma liminar de busca e apreensão dentro da prefeitura.
Nessa ação, segundo Kiko, foram encontrados na gaveta do secretário de Assuntos Jurídicos R$ 70 mil reais em espécie sem explicação de origem. Mais R$ 10 mil foram apreendidos em cheque de fornecedor da prefeitura, com o secretário de governo. "Não era cheque em nome da prefeitura, era cheque ao portador", pontua.
A Justiça acatou a denúncia, mas não afastou os envolvidos. "O promotor podia ter dado voz de prisão. A sala dos dois secretários onde foi pego isso aí (o dinheiro) tem acesso direto ao gabinete do prefeito", afirma.
Fator Lula. Outra carta na manga de Kiko é a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principalmente porque em Franco da Rocha não há campanha na TV. O comício, segundo Kiko, não leva em conta o tamanho da capital. “Um comício do Lula numa cidade do tamanho de Franco da Rocha é significativo", relata. "Na capital é mais importante ele estar na televisão do que ficar fazendo comício", completa.
Kiko vê ainda como simbólica a provável presença de Lula em ao menos um comício na cidade. "Nós nunca tivemos na história da cidade um ex-presidente pisando no solo da cidade", diz. "É isso que está sendo discutido no Estado. Fazer uma agenda do presidente para que ele possa fazer um enfrentamento nas cidades médias e pequenas do entorno de São Paulo e do interior também", acrescenta.