Uma ausência chamou a atenção na manifestação de domingo na avenida Paulista. Onde estava o prefeito João Doria Jr., praticamente onipresente em eventos na cidade?
Só no fim de semana ele esteve em São Miguel Paulista, na Lapa, no Lollapalloza, no Ibirapuera e lançando uma nova aeronave.
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Questionado sobre a ausência nos protestos, Doria usou uma agenda com o governador Geraldo Alckmin como justificativa.
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A verdade é que, ao não ir, o prefeito fugiu de duas armadilhas: a primeira era o risco de ser aclamado candidato a presidente caso subisse em algum caminhão de som; a segunda era ser vaiado. Na dúvida, melhor ficar distante.
O prefeito tem evitado entrar em bola dividida. Diante do crescimento da curiosidade fora de São Paulo por sua gestão fortemente ancorada num esquema maciço de comunicação, ele se esquiva de perguntas sobre as eleições de 2018.
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Mas os caciques tucanos já estão com as barbas de molho. A entrevista de Fernando Henrique Cardoso dizendo que o país precisa de "líderes" e não de gestores teve endereço certo. Doria respondeu no ato: disse que FHC já errou dois prognósticos a seu respeito.
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Também Aécio Neves, diante de pesquisas qualitativas que mostram o crescimento do prefeito paulistano resolveu delimitar espaço.
Por fim, até o criador começa a se incomodar com a criatura. Alckmin tem feito mais giros pelo país (esteve no Rio Grande do Norte no fim de semana) e resolveu clonar, sem a mesma desenvoltura, a estratégia do pupilo de comunicação pelas redes sociais.