SOROCABA – Em dez dias, o porcentual de positividade das amostras coletadas para testes de coronavírus triplicou em São José do Rio Preto, interior de São Paulo. As amostras positivas representavam 5,91% do total de coletas no dia 25 de abril e passaram a ser 18,86% nessa quarta-feira, 6. A cidade de 460 mil habitantes tem 207 casos confirmados e 10 mortes pela doença. Os dados, divulgados nesta quinta-feira, 7, são mais um indicador da rápida progressão do vírus no interior de São Paulo. “Estamos começando nossa aceleração, a chamada subida da montanha”, disse a gerente da Vigilância Epidemiológica, Andréia Negri.
Os testes fazem parte do ‘projeto sentinela’ desenvolvido no município e são aplicados em pessoas com até sete dias de sintomas de gripe, mas os números incluem também os testes aplicados em unidades de saúde. “Diante do que a gente está coletando, está dando mais alto que no começo dos testes. Isso significa que a doença está circulando de forma mais intensa no município, o que é preocupante para nós”, afirmou Andréia. Entre os contaminados, 70 são profissionais de saúde. A cidade tem 54 pacientes internados, sendo 17 em terapia intensiva (UTI).
O médico virologista Maurício Nogueira, professor da Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp) e membro do comitê gestor do coronavírus, disse que o sistema de testagem foi adotado para que a circulação do vírus fosse monitorada por região. No início, a ação permitiu que as pessoas positivas fossem isoladas, reduzindo a transmissão para que o sistema público de saúde pudesse ser organizado para o atendimento. “Agora chegamos a um momento de fase epidêmica muito forte, com grande pressão sobre os serviços de saúde que, felizmente, estão preparados.”
Segundo ele, quase três mil pessoas já foram testadas em Rio Preto, o que corresponde a uma proporção similar à de países modelos para a covid-19, como Coreia e Alemanha. Como os números atuais retratam o cenário de até 15 dias atrás, a situação atual é ainda mais grave e preocupante. A maior incidência de casos e mortes está acontecendo na faixa etária acima de 60 anos. “É importante proteger principalmente os idosos, que são uma população extremamente vulnerável”, disse.
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