Evento ensina a ser drag


Oficina é parte da Feira Cultural LGBTT, que reuniu 150 mil pessoas, ontem, no centro

Por Paulo Sampaio

"Sempre sonhei ser uma drag queen." Nada mais natural do que ouvir isso em uma oficina intitulada "Nasce Uma Drag". Quando, porém, o aluno é uma lésbica assumida, os ensinamentos da oficina transcendem corpetes, perucas e maquiagem pesada. "Sou um caso a ser estudado", brinca a terapeuta holística Ana Carolina Toledo, de 23 anos, atualmente sem namorada. "Enfrento problemas na própria comunidade. Não é todo mundo que aceita", continua, enquanto retoca a sombra azul-escura. A oficina é parte da 10.ª Feira Cultural LGBTT, que reuniu ontem no Vale do Anhangabaú, no centro, 150 mil pessoas, segundo a organização. Na tenda das drags, quatro veteranas ensinam 12 alunos a se montar. Sentados em mesas brancas, mexendo com pincéis em potinhos com cremes coloridos, os alunos parecem estar em uma classe de jardim da infância. "Lúdico, né?", comenta a professora-drag Dindry Buck. Ao lado está a colega Sissi Girl. Dentro de um corpete tomara que caia de pedrarias, uma microssaia de penas verde e amarela e diversos braceletes, colares e pulseiras, Sissi explica aos alunos que seu penteado gigante é formado por cinco perucas. Os cílios, diz ela, são 201. E o que isso significa? "O mais comum, para quem sai na rua ou vai a uma festa, é 60." Agora é a vez de Lilly Cow. Em um tom altamente professoral, ela pergunta: "Dá para trabalhar com vários tons de base ao mesmo tempo?" Ela mesma responde: "Claro, gente. O importante é iluminar a zona T, de cima para baixo."Um dos alunos, Victor Rafael, de 20 anos, conta que aprendeu a "ocultar a sobrancelha". "Olha (ele mostra): você passa uma base por cima dos pelos e faz o traço fino com lápis."Já transformado em Sophie, Victor, que é funcionário público, diz: "Vou sair no jornal? Lá se vai minha carreira no Estado!" Entre as 73 barracas havia ainda oficinas de fotografia, DJs, psicodrama anti-homofobia e psicologia ("Monte Sua Família: (Re)conhecendo Possibilidades"). Mas o maior sucesso é uma tenda de roupas em que se vendem cuecas Calvin Klein a R$ 20 (três por R$ 50). "Isso é falsificada!", diz o auxiliar administrativo Geraldo Machado, de 29 anos, comprando três.Ao lado da tenda das drags, dois professores de kickboxing ensinam "noções" de artes marciais a um grupo de dez alunos. Segundo Bruno Cardoso, de 26 anos, e Júlio César Salvador, de 40, que não são gays, a possibilidade de pegar um aluno "descoordenado" é a mesma. "Um "campeãozão" superconhecido, que a gente não vai dizer o nome, é gay. Ninguém sabe."Pergunta prática: como se defender de um ataque de skinheads? "Aí, amigo, só com um "trêsoitão"", riem.

"Sempre sonhei ser uma drag queen." Nada mais natural do que ouvir isso em uma oficina intitulada "Nasce Uma Drag". Quando, porém, o aluno é uma lésbica assumida, os ensinamentos da oficina transcendem corpetes, perucas e maquiagem pesada. "Sou um caso a ser estudado", brinca a terapeuta holística Ana Carolina Toledo, de 23 anos, atualmente sem namorada. "Enfrento problemas na própria comunidade. Não é todo mundo que aceita", continua, enquanto retoca a sombra azul-escura. A oficina é parte da 10.ª Feira Cultural LGBTT, que reuniu ontem no Vale do Anhangabaú, no centro, 150 mil pessoas, segundo a organização. Na tenda das drags, quatro veteranas ensinam 12 alunos a se montar. Sentados em mesas brancas, mexendo com pincéis em potinhos com cremes coloridos, os alunos parecem estar em uma classe de jardim da infância. "Lúdico, né?", comenta a professora-drag Dindry Buck. Ao lado está a colega Sissi Girl. Dentro de um corpete tomara que caia de pedrarias, uma microssaia de penas verde e amarela e diversos braceletes, colares e pulseiras, Sissi explica aos alunos que seu penteado gigante é formado por cinco perucas. Os cílios, diz ela, são 201. E o que isso significa? "O mais comum, para quem sai na rua ou vai a uma festa, é 60." Agora é a vez de Lilly Cow. Em um tom altamente professoral, ela pergunta: "Dá para trabalhar com vários tons de base ao mesmo tempo?" Ela mesma responde: "Claro, gente. O importante é iluminar a zona T, de cima para baixo."Um dos alunos, Victor Rafael, de 20 anos, conta que aprendeu a "ocultar a sobrancelha". "Olha (ele mostra): você passa uma base por cima dos pelos e faz o traço fino com lápis."Já transformado em Sophie, Victor, que é funcionário público, diz: "Vou sair no jornal? Lá se vai minha carreira no Estado!" Entre as 73 barracas havia ainda oficinas de fotografia, DJs, psicodrama anti-homofobia e psicologia ("Monte Sua Família: (Re)conhecendo Possibilidades"). Mas o maior sucesso é uma tenda de roupas em que se vendem cuecas Calvin Klein a R$ 20 (três por R$ 50). "Isso é falsificada!", diz o auxiliar administrativo Geraldo Machado, de 29 anos, comprando três.Ao lado da tenda das drags, dois professores de kickboxing ensinam "noções" de artes marciais a um grupo de dez alunos. Segundo Bruno Cardoso, de 26 anos, e Júlio César Salvador, de 40, que não são gays, a possibilidade de pegar um aluno "descoordenado" é a mesma. "Um "campeãozão" superconhecido, que a gente não vai dizer o nome, é gay. Ninguém sabe."Pergunta prática: como se defender de um ataque de skinheads? "Aí, amigo, só com um "trêsoitão"", riem.

"Sempre sonhei ser uma drag queen." Nada mais natural do que ouvir isso em uma oficina intitulada "Nasce Uma Drag". Quando, porém, o aluno é uma lésbica assumida, os ensinamentos da oficina transcendem corpetes, perucas e maquiagem pesada. "Sou um caso a ser estudado", brinca a terapeuta holística Ana Carolina Toledo, de 23 anos, atualmente sem namorada. "Enfrento problemas na própria comunidade. Não é todo mundo que aceita", continua, enquanto retoca a sombra azul-escura. A oficina é parte da 10.ª Feira Cultural LGBTT, que reuniu ontem no Vale do Anhangabaú, no centro, 150 mil pessoas, segundo a organização. Na tenda das drags, quatro veteranas ensinam 12 alunos a se montar. Sentados em mesas brancas, mexendo com pincéis em potinhos com cremes coloridos, os alunos parecem estar em uma classe de jardim da infância. "Lúdico, né?", comenta a professora-drag Dindry Buck. Ao lado está a colega Sissi Girl. Dentro de um corpete tomara que caia de pedrarias, uma microssaia de penas verde e amarela e diversos braceletes, colares e pulseiras, Sissi explica aos alunos que seu penteado gigante é formado por cinco perucas. Os cílios, diz ela, são 201. E o que isso significa? "O mais comum, para quem sai na rua ou vai a uma festa, é 60." Agora é a vez de Lilly Cow. Em um tom altamente professoral, ela pergunta: "Dá para trabalhar com vários tons de base ao mesmo tempo?" Ela mesma responde: "Claro, gente. O importante é iluminar a zona T, de cima para baixo."Um dos alunos, Victor Rafael, de 20 anos, conta que aprendeu a "ocultar a sobrancelha". "Olha (ele mostra): você passa uma base por cima dos pelos e faz o traço fino com lápis."Já transformado em Sophie, Victor, que é funcionário público, diz: "Vou sair no jornal? Lá se vai minha carreira no Estado!" Entre as 73 barracas havia ainda oficinas de fotografia, DJs, psicodrama anti-homofobia e psicologia ("Monte Sua Família: (Re)conhecendo Possibilidades"). Mas o maior sucesso é uma tenda de roupas em que se vendem cuecas Calvin Klein a R$ 20 (três por R$ 50). "Isso é falsificada!", diz o auxiliar administrativo Geraldo Machado, de 29 anos, comprando três.Ao lado da tenda das drags, dois professores de kickboxing ensinam "noções" de artes marciais a um grupo de dez alunos. Segundo Bruno Cardoso, de 26 anos, e Júlio César Salvador, de 40, que não são gays, a possibilidade de pegar um aluno "descoordenado" é a mesma. "Um "campeãozão" superconhecido, que a gente não vai dizer o nome, é gay. Ninguém sabe."Pergunta prática: como se defender de um ataque de skinheads? "Aí, amigo, só com um "trêsoitão"", riem.

"Sempre sonhei ser uma drag queen." Nada mais natural do que ouvir isso em uma oficina intitulada "Nasce Uma Drag". Quando, porém, o aluno é uma lésbica assumida, os ensinamentos da oficina transcendem corpetes, perucas e maquiagem pesada. "Sou um caso a ser estudado", brinca a terapeuta holística Ana Carolina Toledo, de 23 anos, atualmente sem namorada. "Enfrento problemas na própria comunidade. Não é todo mundo que aceita", continua, enquanto retoca a sombra azul-escura. A oficina é parte da 10.ª Feira Cultural LGBTT, que reuniu ontem no Vale do Anhangabaú, no centro, 150 mil pessoas, segundo a organização. Na tenda das drags, quatro veteranas ensinam 12 alunos a se montar. Sentados em mesas brancas, mexendo com pincéis em potinhos com cremes coloridos, os alunos parecem estar em uma classe de jardim da infância. "Lúdico, né?", comenta a professora-drag Dindry Buck. Ao lado está a colega Sissi Girl. Dentro de um corpete tomara que caia de pedrarias, uma microssaia de penas verde e amarela e diversos braceletes, colares e pulseiras, Sissi explica aos alunos que seu penteado gigante é formado por cinco perucas. Os cílios, diz ela, são 201. E o que isso significa? "O mais comum, para quem sai na rua ou vai a uma festa, é 60." Agora é a vez de Lilly Cow. Em um tom altamente professoral, ela pergunta: "Dá para trabalhar com vários tons de base ao mesmo tempo?" Ela mesma responde: "Claro, gente. O importante é iluminar a zona T, de cima para baixo."Um dos alunos, Victor Rafael, de 20 anos, conta que aprendeu a "ocultar a sobrancelha". "Olha (ele mostra): você passa uma base por cima dos pelos e faz o traço fino com lápis."Já transformado em Sophie, Victor, que é funcionário público, diz: "Vou sair no jornal? Lá se vai minha carreira no Estado!" Entre as 73 barracas havia ainda oficinas de fotografia, DJs, psicodrama anti-homofobia e psicologia ("Monte Sua Família: (Re)conhecendo Possibilidades"). Mas o maior sucesso é uma tenda de roupas em que se vendem cuecas Calvin Klein a R$ 20 (três por R$ 50). "Isso é falsificada!", diz o auxiliar administrativo Geraldo Machado, de 29 anos, comprando três.Ao lado da tenda das drags, dois professores de kickboxing ensinam "noções" de artes marciais a um grupo de dez alunos. Segundo Bruno Cardoso, de 26 anos, e Júlio César Salvador, de 40, que não são gays, a possibilidade de pegar um aluno "descoordenado" é a mesma. "Um "campeãozão" superconhecido, que a gente não vai dizer o nome, é gay. Ninguém sabe."Pergunta prática: como se defender de um ataque de skinheads? "Aí, amigo, só com um "trêsoitão"", riem.

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