Fila da moradia deixa de ser por data de inscrição em São Paulo


Capital passará a usar as regras federais, em vez de ordem de chegada; novo modelo vai priorizar quem vive em área de risco

Por Adriana Ferraz

A fila da moradia em São Paulo não obedecerá data de inscrição. O novo cadastro apresentado pela gestão Fernando Haddad (PT) aos interessados em participar de programas habitacionais exclui a ordem de chegada dos critérios de seleção. O que valerá é o cumprimento das regras estipuladas pelo programa federal Minha Casa Minha Vida, acrescidas de normas definidas pelo Conselho Municipal da Habitação. Nesse modelo, quem vive em área de risco terá prioridade.

O novo formato da fila, que já soma 165 mil nomes, pode deixar famílias que aguardam há décadas pela chance de ter uma casa própria ainda mais distantes do sonho. É o caso da artesã Dalva Maria de Souza, de 63 anos, que preencheu seu primeiro cadastro na Companhia Metropolitana de Habitação (Cohab) em 1988 e nos últimos 27 anos nunca foi chamada. 

“Nesse tempo todo, vivi em uma casa alugada, paga honestamente. Nunca invadi terreno nenhum. Meu marido, minha filha, minha neta e eu dividimos três cômodos de uma casa perto da Represa do Guarapiranga, na zona sul. Metade da nossa renda vai para pagar o aluguel. Mas tudo seria diferente se já tivessem me chamado. Teria até quitado meu apartamento.”

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'Nunca invadi terreno', diz DalvaMaria de Souza Foto: JOSÉ PATRICIO/ESTADÃO

Diferentemente da maioria das pessoas que se cadastram na fila da Cohab, Dalva diz que nunca esqueceu de renovar sua ficha. Religiosamente, faz o recadastramento anual exigido pelo Município. “Faço minha parte, mas isso nunca adiantou. Deveria ter prioridade, sou idosa agora”, diz. 

A Prefeitura informou que a artesã já foi selecionada duas vezes para programas habitacionais, mas não disse quando nem por que o atendimento não se concretizou - ela nega. Agora, para continuar com chances, terá de refazer o cadastro segundo as normas reveladas ontem pela gestão Haddad, que promete entregar 55 mil unidades até o fim de 2016 - hoje, esse número está em 3,8 mil. 

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“Pelo menos agora as regras ficarão claras e a ilusão em torno da fila tende a acabar. A ordem de chegada nunca foi cumprida. Inicialmente, porém, esse cadastro deve provocar indignação em quem está aguardando a casa própria há muitos anos”, diz a defensora Marina Costa Peixoto, do núcleo de Habitação e Urbanismo.

Pesos. De acordo com a Secretaria Municipal da Habitação, a seleção das famílias seguirá primeiramente os critérios do governo federal, que se comprometeu a financiar as unidades projetadas por Haddad. O primeiro deles diz respeito à renda. Só podem participar famílias que recebem até 6 salários mínimos. Idosos, mulheres, pessoas com deficiência física ou removidas de áreas de risco têm prioridade.

Já as normas municipais privilegiam famílias com alta vulnerabilidade social, que tenham muitas crianças e idosos em sua composição, assim como gays, travestis, pessoas em situação de violência doméstica ou que comprometem mais do que 30% da renda no pagamento de aluguel. A intenção é montar uma base de escolha em que cada característica tenha um peso. A soma colocará o cadastrado na frente ou no fim da fila.

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'Trauma social'. Para o promotor de Justiça Maurício Ribeiro Lopes, a Prefeitura poderá provocar um “trauma social” ao divulgar à população que a ordem de chegada não será usada como critério. “Será difícil explicar que o tempo de espera não significa nada”, diz.

Ao mesmo tempo, o promotor reconhece que o tema é complexo e qualquer regra pode parecer injusta. Para Lopes, só quando a Prefeitura produzir habitação popular em larga escala que os critérios passarão a ser aceitos mais facilmente pela população. “Quando a demanda é muito maior do que a oferta, a avaliação se determinado critério é justo ou não é subjetiva.”

A fila da moradia em São Paulo não obedecerá data de inscrição. O novo cadastro apresentado pela gestão Fernando Haddad (PT) aos interessados em participar de programas habitacionais exclui a ordem de chegada dos critérios de seleção. O que valerá é o cumprimento das regras estipuladas pelo programa federal Minha Casa Minha Vida, acrescidas de normas definidas pelo Conselho Municipal da Habitação. Nesse modelo, quem vive em área de risco terá prioridade.

O novo formato da fila, que já soma 165 mil nomes, pode deixar famílias que aguardam há décadas pela chance de ter uma casa própria ainda mais distantes do sonho. É o caso da artesã Dalva Maria de Souza, de 63 anos, que preencheu seu primeiro cadastro na Companhia Metropolitana de Habitação (Cohab) em 1988 e nos últimos 27 anos nunca foi chamada. 

“Nesse tempo todo, vivi em uma casa alugada, paga honestamente. Nunca invadi terreno nenhum. Meu marido, minha filha, minha neta e eu dividimos três cômodos de uma casa perto da Represa do Guarapiranga, na zona sul. Metade da nossa renda vai para pagar o aluguel. Mas tudo seria diferente se já tivessem me chamado. Teria até quitado meu apartamento.”

'Nunca invadi terreno', diz DalvaMaria de Souza Foto: JOSÉ PATRICIO/ESTADÃO

Diferentemente da maioria das pessoas que se cadastram na fila da Cohab, Dalva diz que nunca esqueceu de renovar sua ficha. Religiosamente, faz o recadastramento anual exigido pelo Município. “Faço minha parte, mas isso nunca adiantou. Deveria ter prioridade, sou idosa agora”, diz. 

A Prefeitura informou que a artesã já foi selecionada duas vezes para programas habitacionais, mas não disse quando nem por que o atendimento não se concretizou - ela nega. Agora, para continuar com chances, terá de refazer o cadastro segundo as normas reveladas ontem pela gestão Haddad, que promete entregar 55 mil unidades até o fim de 2016 - hoje, esse número está em 3,8 mil. 

“Pelo menos agora as regras ficarão claras e a ilusão em torno da fila tende a acabar. A ordem de chegada nunca foi cumprida. Inicialmente, porém, esse cadastro deve provocar indignação em quem está aguardando a casa própria há muitos anos”, diz a defensora Marina Costa Peixoto, do núcleo de Habitação e Urbanismo.

Pesos. De acordo com a Secretaria Municipal da Habitação, a seleção das famílias seguirá primeiramente os critérios do governo federal, que se comprometeu a financiar as unidades projetadas por Haddad. O primeiro deles diz respeito à renda. Só podem participar famílias que recebem até 6 salários mínimos. Idosos, mulheres, pessoas com deficiência física ou removidas de áreas de risco têm prioridade.

Já as normas municipais privilegiam famílias com alta vulnerabilidade social, que tenham muitas crianças e idosos em sua composição, assim como gays, travestis, pessoas em situação de violência doméstica ou que comprometem mais do que 30% da renda no pagamento de aluguel. A intenção é montar uma base de escolha em que cada característica tenha um peso. A soma colocará o cadastrado na frente ou no fim da fila.

'Trauma social'. Para o promotor de Justiça Maurício Ribeiro Lopes, a Prefeitura poderá provocar um “trauma social” ao divulgar à população que a ordem de chegada não será usada como critério. “Será difícil explicar que o tempo de espera não significa nada”, diz.

Ao mesmo tempo, o promotor reconhece que o tema é complexo e qualquer regra pode parecer injusta. Para Lopes, só quando a Prefeitura produzir habitação popular em larga escala que os critérios passarão a ser aceitos mais facilmente pela população. “Quando a demanda é muito maior do que a oferta, a avaliação se determinado critério é justo ou não é subjetiva.”

A fila da moradia em São Paulo não obedecerá data de inscrição. O novo cadastro apresentado pela gestão Fernando Haddad (PT) aos interessados em participar de programas habitacionais exclui a ordem de chegada dos critérios de seleção. O que valerá é o cumprimento das regras estipuladas pelo programa federal Minha Casa Minha Vida, acrescidas de normas definidas pelo Conselho Municipal da Habitação. Nesse modelo, quem vive em área de risco terá prioridade.

O novo formato da fila, que já soma 165 mil nomes, pode deixar famílias que aguardam há décadas pela chance de ter uma casa própria ainda mais distantes do sonho. É o caso da artesã Dalva Maria de Souza, de 63 anos, que preencheu seu primeiro cadastro na Companhia Metropolitana de Habitação (Cohab) em 1988 e nos últimos 27 anos nunca foi chamada. 

“Nesse tempo todo, vivi em uma casa alugada, paga honestamente. Nunca invadi terreno nenhum. Meu marido, minha filha, minha neta e eu dividimos três cômodos de uma casa perto da Represa do Guarapiranga, na zona sul. Metade da nossa renda vai para pagar o aluguel. Mas tudo seria diferente se já tivessem me chamado. Teria até quitado meu apartamento.”

'Nunca invadi terreno', diz DalvaMaria de Souza Foto: JOSÉ PATRICIO/ESTADÃO

Diferentemente da maioria das pessoas que se cadastram na fila da Cohab, Dalva diz que nunca esqueceu de renovar sua ficha. Religiosamente, faz o recadastramento anual exigido pelo Município. “Faço minha parte, mas isso nunca adiantou. Deveria ter prioridade, sou idosa agora”, diz. 

A Prefeitura informou que a artesã já foi selecionada duas vezes para programas habitacionais, mas não disse quando nem por que o atendimento não se concretizou - ela nega. Agora, para continuar com chances, terá de refazer o cadastro segundo as normas reveladas ontem pela gestão Haddad, que promete entregar 55 mil unidades até o fim de 2016 - hoje, esse número está em 3,8 mil. 

“Pelo menos agora as regras ficarão claras e a ilusão em torno da fila tende a acabar. A ordem de chegada nunca foi cumprida. Inicialmente, porém, esse cadastro deve provocar indignação em quem está aguardando a casa própria há muitos anos”, diz a defensora Marina Costa Peixoto, do núcleo de Habitação e Urbanismo.

Pesos. De acordo com a Secretaria Municipal da Habitação, a seleção das famílias seguirá primeiramente os critérios do governo federal, que se comprometeu a financiar as unidades projetadas por Haddad. O primeiro deles diz respeito à renda. Só podem participar famílias que recebem até 6 salários mínimos. Idosos, mulheres, pessoas com deficiência física ou removidas de áreas de risco têm prioridade.

Já as normas municipais privilegiam famílias com alta vulnerabilidade social, que tenham muitas crianças e idosos em sua composição, assim como gays, travestis, pessoas em situação de violência doméstica ou que comprometem mais do que 30% da renda no pagamento de aluguel. A intenção é montar uma base de escolha em que cada característica tenha um peso. A soma colocará o cadastrado na frente ou no fim da fila.

'Trauma social'. Para o promotor de Justiça Maurício Ribeiro Lopes, a Prefeitura poderá provocar um “trauma social” ao divulgar à população que a ordem de chegada não será usada como critério. “Será difícil explicar que o tempo de espera não significa nada”, diz.

Ao mesmo tempo, o promotor reconhece que o tema é complexo e qualquer regra pode parecer injusta. Para Lopes, só quando a Prefeitura produzir habitação popular em larga escala que os critérios passarão a ser aceitos mais facilmente pela população. “Quando a demanda é muito maior do que a oferta, a avaliação se determinado critério é justo ou não é subjetiva.”

A fila da moradia em São Paulo não obedecerá data de inscrição. O novo cadastro apresentado pela gestão Fernando Haddad (PT) aos interessados em participar de programas habitacionais exclui a ordem de chegada dos critérios de seleção. O que valerá é o cumprimento das regras estipuladas pelo programa federal Minha Casa Minha Vida, acrescidas de normas definidas pelo Conselho Municipal da Habitação. Nesse modelo, quem vive em área de risco terá prioridade.

O novo formato da fila, que já soma 165 mil nomes, pode deixar famílias que aguardam há décadas pela chance de ter uma casa própria ainda mais distantes do sonho. É o caso da artesã Dalva Maria de Souza, de 63 anos, que preencheu seu primeiro cadastro na Companhia Metropolitana de Habitação (Cohab) em 1988 e nos últimos 27 anos nunca foi chamada. 

“Nesse tempo todo, vivi em uma casa alugada, paga honestamente. Nunca invadi terreno nenhum. Meu marido, minha filha, minha neta e eu dividimos três cômodos de uma casa perto da Represa do Guarapiranga, na zona sul. Metade da nossa renda vai para pagar o aluguel. Mas tudo seria diferente se já tivessem me chamado. Teria até quitado meu apartamento.”

'Nunca invadi terreno', diz DalvaMaria de Souza Foto: JOSÉ PATRICIO/ESTADÃO

Diferentemente da maioria das pessoas que se cadastram na fila da Cohab, Dalva diz que nunca esqueceu de renovar sua ficha. Religiosamente, faz o recadastramento anual exigido pelo Município. “Faço minha parte, mas isso nunca adiantou. Deveria ter prioridade, sou idosa agora”, diz. 

A Prefeitura informou que a artesã já foi selecionada duas vezes para programas habitacionais, mas não disse quando nem por que o atendimento não se concretizou - ela nega. Agora, para continuar com chances, terá de refazer o cadastro segundo as normas reveladas ontem pela gestão Haddad, que promete entregar 55 mil unidades até o fim de 2016 - hoje, esse número está em 3,8 mil. 

“Pelo menos agora as regras ficarão claras e a ilusão em torno da fila tende a acabar. A ordem de chegada nunca foi cumprida. Inicialmente, porém, esse cadastro deve provocar indignação em quem está aguardando a casa própria há muitos anos”, diz a defensora Marina Costa Peixoto, do núcleo de Habitação e Urbanismo.

Pesos. De acordo com a Secretaria Municipal da Habitação, a seleção das famílias seguirá primeiramente os critérios do governo federal, que se comprometeu a financiar as unidades projetadas por Haddad. O primeiro deles diz respeito à renda. Só podem participar famílias que recebem até 6 salários mínimos. Idosos, mulheres, pessoas com deficiência física ou removidas de áreas de risco têm prioridade.

Já as normas municipais privilegiam famílias com alta vulnerabilidade social, que tenham muitas crianças e idosos em sua composição, assim como gays, travestis, pessoas em situação de violência doméstica ou que comprometem mais do que 30% da renda no pagamento de aluguel. A intenção é montar uma base de escolha em que cada característica tenha um peso. A soma colocará o cadastrado na frente ou no fim da fila.

'Trauma social'. Para o promotor de Justiça Maurício Ribeiro Lopes, a Prefeitura poderá provocar um “trauma social” ao divulgar à população que a ordem de chegada não será usada como critério. “Será difícil explicar que o tempo de espera não significa nada”, diz.

Ao mesmo tempo, o promotor reconhece que o tema é complexo e qualquer regra pode parecer injusta. Para Lopes, só quando a Prefeitura produzir habitação popular em larga escala que os critérios passarão a ser aceitos mais facilmente pela população. “Quando a demanda é muito maior do que a oferta, a avaliação se determinado critério é justo ou não é subjetiva.”

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