SÃO PAULO - O prefeito Fernando Haddad (PT) requisitou nesta segunda-feira, 10, em encontro com a presidente Dilma Rousseff (PT) que reinvista cerca de R$ 400 milhões em novas licitações para obras em São Paulo. Segundo Haddad, o dinheiro é oriundo de uma economia da Prefeitura em obras com contrapartida de Brasília.
"Pedimos à presidente que reinvista esse valor em novas obras para a capital. Conseguimos economizar um total de 18% em licitação de obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e nada mais justo que esse dinheiro volte para São Paulo", afirmou o prefeito.
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Na reunião, Dilma sinalizou positivamente para a demanda, mas pediu que o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, analise a possibilidade. Ainda não há um prazo para uma resposta sobre o assunto.
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Nesta segunda-feira, o Estado divulgou que, nos dois primeiros anos da gestão petista na capital, Haddad recebeu apenas R$ 418 milhões dos R$ 8,1 bilhões prometidos em recursos do PAC. Segundo a Prefeitura, R$ 4,3 bilhões já estão empenhados em novos projetos. Como as verbas são liberadas após o término das obras, o valor executado ainda é baixo.
Durante a entrega de obras viárias no Capão Redondo, na zona sul de São Paulo, Haddad também comentou sobre os investimentos no programa de mananciais para despoluir a Billings e a Represa Guarapiranga. A atual gestão deixou de investir R$ 1,6 bilhão. Foram gastos apenas R$ 313 milhões, segundo a Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão.
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O entrave, segundo Haddad, acontece porque contratos firmados na gestão Kassab (PSD) estão mais caros do que o teto da Caixa Econômica Federal. "As empresas apresentaram projetos acima da base Sinapi (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil)", explicou Haddad. "Por regra, não vamos aprovar projetos mais caros do que o teto. Até as concorrentes não refazerem os orçamentos não podemos tocar as obras."
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Corrupção. O prefeito também confirmou que a Controladoria Geral do Município (CGM) vai recrutar policiais militares para atuarem como agentes de campo na investigação de casos de corrupção dentro da Prefeitura. Segundo Haddad, a ideia surgiu pelo atual controlador, Roberto Porto, na época em que era secretário de Segurança Urbana.
O grupo de policiais tem experiência no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), criado pela Procuradoria Geral de Justiça. "O nosso objetivo é que eles trabalhem no combate de pequenos casos de corrupção dentro da Prefeitura. Tenham uma ação independente e que perdure seja qual for o governo da cidade", afirmou Haddad.
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Ao todo, dez policiais vão atuar no núcleo da Guarda Civil Metropolitana (GCM), que vão focar principalmente em extorsões praticadas por servidores, como as cometidas contra camelôs e comerciantes.