Amor, vida, sonho e magia são palavras que aparecem com frequência; vocabulário de escolas de samba pouco mudou
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Por Edison Veiga
Vem, vou, vai. Carnaval. Amor. Vida. Coração. Sonho, magia. Essas são as palavras que mais aparecem nas letras de samba-enredo do carnaval de São Paulo, considerando as 14 agremiações do Grupo Especial, neste ano. E, veja só, nas letras de 2015 também. A visualização dessa informação fica clara quando todas as letras são transformadas em uma nuvem de tags, como a que ilustra esta página. Para especialistas, essa pobreza vocabular tem dupla função: facilitar a comunicação popular e, ao repetir o que “já deu certo”, tentar obter boas notas dos jurados.
“Não à toa, esses jargões próprios do carnaval são utilizados, com sarcasmo e ironia, por programas humorísticos”, comenta o músico Alberto Tsuyoshi Ikeda, professor de Etnomusicologia e Cultura Popular do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que desenvolve pesquisas sobre o carnaval há mais de 30 anos.
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“De alguma forma, isso mostra não só a concentração na temática, o que seria natural, mas também nas palavras que são simples e facilitam as rimas, como amor e coração.”
A analogia, segundo o professor, é a mesma do “amor de carnaval” - aquele que não dura até o verão seguinte. “Os sambas-enredo não são feitos para se tornar uma obra-prima, embora alguns se tornem e fiquem na memória”, diz. “Em geral, são músicas que ficam apenas no carnaval.”
Carnaval 2016 pelo Brasil
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Júri. Doutorando no assunto samba-enredo pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP), o músico Yuri Prado Brandão de Souza lembra que, para o sambista de carnaval, ousar pode ser arriscado - já que a escola é avaliada pelo júri. “O samba-enredo chegou a um estágio de sedimentação em que os compositores sabem bem o que funciona e o que não funciona”, avalia. “Claro que há todo um aspecto da tradição, do resquício da memória oral.”
Yuri também percebeu uma diferença entre os sambas mais antigos e os atuais: a necessidade de mencionar o nome da agremiação. “Essa autorreferência não era comum até certo tempo atrás. Agora, se tornou quase obrigatória”, diz. “O carnavalesco bate no peito, exalta o seu orgulho de ser quem é.”
Vem, vou, vai. Carnaval. Amor. Vida. Coração. Sonho, magia. Essas são as palavras que mais aparecem nas letras de samba-enredo do carnaval de São Paulo, considerando as 14 agremiações do Grupo Especial, neste ano. E, veja só, nas letras de 2015 também. A visualização dessa informação fica clara quando todas as letras são transformadas em uma nuvem de tags, como a que ilustra esta página. Para especialistas, essa pobreza vocabular tem dupla função: facilitar a comunicação popular e, ao repetir o que “já deu certo”, tentar obter boas notas dos jurados.
“Não à toa, esses jargões próprios do carnaval são utilizados, com sarcasmo e ironia, por programas humorísticos”, comenta o músico Alberto Tsuyoshi Ikeda, professor de Etnomusicologia e Cultura Popular do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que desenvolve pesquisas sobre o carnaval há mais de 30 anos.
“De alguma forma, isso mostra não só a concentração na temática, o que seria natural, mas também nas palavras que são simples e facilitam as rimas, como amor e coração.”
A analogia, segundo o professor, é a mesma do “amor de carnaval” - aquele que não dura até o verão seguinte. “Os sambas-enredo não são feitos para se tornar uma obra-prima, embora alguns se tornem e fiquem na memória”, diz. “Em geral, são músicas que ficam apenas no carnaval.”
Carnaval 2016 pelo Brasil
Júri. Doutorando no assunto samba-enredo pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP), o músico Yuri Prado Brandão de Souza lembra que, para o sambista de carnaval, ousar pode ser arriscado - já que a escola é avaliada pelo júri. “O samba-enredo chegou a um estágio de sedimentação em que os compositores sabem bem o que funciona e o que não funciona”, avalia. “Claro que há todo um aspecto da tradição, do resquício da memória oral.”
Yuri também percebeu uma diferença entre os sambas mais antigos e os atuais: a necessidade de mencionar o nome da agremiação. “Essa autorreferência não era comum até certo tempo atrás. Agora, se tornou quase obrigatória”, diz. “O carnavalesco bate no peito, exalta o seu orgulho de ser quem é.”
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Vem, vou, vai. Carnaval. Amor. Vida. Coração. Sonho, magia. Essas são as palavras que mais aparecem nas letras de samba-enredo do carnaval de São Paulo, considerando as 14 agremiações do Grupo Especial, neste ano. E, veja só, nas letras de 2015 também. A visualização dessa informação fica clara quando todas as letras são transformadas em uma nuvem de tags, como a que ilustra esta página. Para especialistas, essa pobreza vocabular tem dupla função: facilitar a comunicação popular e, ao repetir o que “já deu certo”, tentar obter boas notas dos jurados.
“Não à toa, esses jargões próprios do carnaval são utilizados, com sarcasmo e ironia, por programas humorísticos”, comenta o músico Alberto Tsuyoshi Ikeda, professor de Etnomusicologia e Cultura Popular do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que desenvolve pesquisas sobre o carnaval há mais de 30 anos.
“De alguma forma, isso mostra não só a concentração na temática, o que seria natural, mas também nas palavras que são simples e facilitam as rimas, como amor e coração.”
A analogia, segundo o professor, é a mesma do “amor de carnaval” - aquele que não dura até o verão seguinte. “Os sambas-enredo não são feitos para se tornar uma obra-prima, embora alguns se tornem e fiquem na memória”, diz. “Em geral, são músicas que ficam apenas no carnaval.”
Carnaval 2016 pelo Brasil
Júri. Doutorando no assunto samba-enredo pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP), o músico Yuri Prado Brandão de Souza lembra que, para o sambista de carnaval, ousar pode ser arriscado - já que a escola é avaliada pelo júri. “O samba-enredo chegou a um estágio de sedimentação em que os compositores sabem bem o que funciona e o que não funciona”, avalia. “Claro que há todo um aspecto da tradição, do resquício da memória oral.”
Yuri também percebeu uma diferença entre os sambas mais antigos e os atuais: a necessidade de mencionar o nome da agremiação. “Essa autorreferência não era comum até certo tempo atrás. Agora, se tornou quase obrigatória”, diz. “O carnavalesco bate no peito, exalta o seu orgulho de ser quem é.”
Vem, vou, vai. Carnaval. Amor. Vida. Coração. Sonho, magia. Essas são as palavras que mais aparecem nas letras de samba-enredo do carnaval de São Paulo, considerando as 14 agremiações do Grupo Especial, neste ano. E, veja só, nas letras de 2015 também. A visualização dessa informação fica clara quando todas as letras são transformadas em uma nuvem de tags, como a que ilustra esta página. Para especialistas, essa pobreza vocabular tem dupla função: facilitar a comunicação popular e, ao repetir o que “já deu certo”, tentar obter boas notas dos jurados.
“Não à toa, esses jargões próprios do carnaval são utilizados, com sarcasmo e ironia, por programas humorísticos”, comenta o músico Alberto Tsuyoshi Ikeda, professor de Etnomusicologia e Cultura Popular do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que desenvolve pesquisas sobre o carnaval há mais de 30 anos.
“De alguma forma, isso mostra não só a concentração na temática, o que seria natural, mas também nas palavras que são simples e facilitam as rimas, como amor e coração.”
A analogia, segundo o professor, é a mesma do “amor de carnaval” - aquele que não dura até o verão seguinte. “Os sambas-enredo não são feitos para se tornar uma obra-prima, embora alguns se tornem e fiquem na memória”, diz. “Em geral, são músicas que ficam apenas no carnaval.”
Carnaval 2016 pelo Brasil
Júri. Doutorando no assunto samba-enredo pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP), o músico Yuri Prado Brandão de Souza lembra que, para o sambista de carnaval, ousar pode ser arriscado - já que a escola é avaliada pelo júri. “O samba-enredo chegou a um estágio de sedimentação em que os compositores sabem bem o que funciona e o que não funciona”, avalia. “Claro que há todo um aspecto da tradição, do resquício da memória oral.”
Yuri também percebeu uma diferença entre os sambas mais antigos e os atuais: a necessidade de mencionar o nome da agremiação. “Essa autorreferência não era comum até certo tempo atrás. Agora, se tornou quase obrigatória”, diz. “O carnavalesco bate no peito, exalta o seu orgulho de ser quem é.”