SÃO PAULO - Fechada para carros por causa do feriado do aniversário de São Paulo, a Avenida Paulista virou um complexo de diversões infantil na tarde desta segunda-feira, 25. Em comemoração à data, a Prefeitura organizou shows, oficinas e apresentações de teatro para os pequenos, que tomaram as faixas da via com carrinhos, bicicletas, patinetes e muita animação.
Na esquina da Paulista com a Rua Peixoto Gomide, foi montada uma "pistinha" de rap e groove, onde se apresentou a MC Sofia, de 11 anos, que vive na Cohab Raposo Tavares, na zona oeste, e canta hip hop desde os seis anos. No repertório, composições da própria menina que exaltam a mulher negra e os moradores da periferia. Acompanhada de duas dançarinas mirins de break e de um DJ de 14 anos, a pequena cantora arrancava aplausos dos adultos e passinhos das crianças. "Acho muito legal já ter essa valorização da cultura negra desde cedo", diz a dona de casa Eneide Peters, de 52 anos, baiana que mora na Holanda há mais de 30 anos e que está de férias no Brasil com a filha e a neta.
Avenida Paulista fecha para carros nos 462 anos de SP
No quarteirão seguinte, foram os pais amantes de rock que encontraram uma atração para os seus filhos. Também como parte da programação especial para o aniversário da cidade, os músicos da banda Beatles para Crianças se apresentaram em um palco montado pela Prefeitura. "A gente adora Beatles e esse tipo de atração acaba envolvendo tanto os adultos quanto as crianças. Cria uma conexão em que a família toda se diverte", diz o representante de comunicação Emilson Laurindo, de 40 anos, que foi à Paulista acompanhado da mulher, a dona de casa Rosane Albuquerque, de 40 anos, e da filha Julia, de 2 anos, que não parava de dançar ao som de clássicos da banda inglesa, como Ticket to Ride e Here Comes the Sun.
Outra atração bastante disputada foi a oficina de horta para crianças, na qual cada participante podia escolher o que plantar e levava as mudas para casa. Luiza, de 10 anos, quis plantar pés de morango, salsa e manjericão. "Hoje as crianças não têm a oportunidade de ter contato com a produção dos alimentos. Por isso essa iniciativa é bem legal", diz a professora Julia Takeda, de 45 anos, mãe de Luiza.
Para os adultos, várias atrações que já acontecem em alguns domingos, como apresentações de músicos de rua, food trucks e feiras de artesanato, também estiveram presentes neste feriado. Na altura do prédio da Fiesp, onde ocorre a feira gastronômica, a Prefeitura cedeu o espaço para a realização de rodas de samba. "Passar o aniversário de São Paulo em um samba tem tudo a ver com a cidade", afirmou a administradora Ana Paula Guimarães, de 31 anos, que curtia o som com o noivo. Os grupos Samba da Sedinha, Samba da Guarani e Terreirão do Sobral, todos da zona sul, se revezaram nas apresentações, marcada por clássicos do samba paulista, como canções dos Demônios da Garoa, e outras músicas famosas do gênero.
Roubos. A tarde na Avenida Paulista não foi apenas de calmaria. Por volta das 16h30, um homem acusado de roubar um celular entrou correndo no calçadão onde ocorria a roda de samba seguido por uma jovem, supostamente a dona do aparelho, e outros homens. Ele foi imobilizado por pessoas que assistiam à apresentação e levou alguns socos. Em seguida, foi levado até uma viatura da Polícia Militar e preso. O celular foi recuperado.
Não tiveram a mesma sorte um casal de moradores do Campo Belo, zona sul, que havia ido à Paulista para pedalar. Ao parar em frente ao Shopping Pátio Paulista para usar o banheiro, eles deixaram as duas bicicletas presas à um paraciclo e, quando voltaram, não encontraram mais os veículos. "Foi coisa de 20 minutos e o local estava lotado. Como alguém chegou lá, estourou a corrente e ninguém viu?", questiona o administrador D., de 40 anos, que não quis ter o nome divulgado. Cada uma das bicicletas valia R$ 3 mil. Segundo guardas civis metropolitanos ouvidos pela reportagem, o furto de bikes têm se tornado cada vez mais comum na região.